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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Gama odeia Toxó

O título contempla a única possibilidade de explicação para o comportamento de Gama Neves na sua teimosa e legítima manutenção da candidatura a prefeito de Heliópolis. Teimosa porque sabemos que ele nunca foi uma liderança política de peso, a ponto de desafiar dois poderosos grupos. Se fosse uma candidatura de esquerda, vá lá. O esquerdista leva um balde de gasolina para apagar fogo. Mas a política de Gama é profissional, coronelística, carreirista, antiquada e preconceituosa, principalmente em relação ao PT. Ela é legítima porque é a única a representar o seguimento carlista, ou aleluísta, ou soutista, aqui em Heliópolis. Os pardais e os bem-te-vis nunca foram carlistas. Estavam. Gama teve até a oportunidade de voltar ao ninho que abandonou, mas não quis. Provou que, quando no velho PMDB, nunca foi esquerda. Estava. Rejeitado por todos os grupos, equilibra-se nos nomes de Toxó, Tonho de Belo e Senhor de Alfredo, as últimas lideranças que ainda o ouvem. Mas por eles Gama não tem nenhuma consideração. Cego, leva para o túmulo três pessoas que não o abandonaram, sejam eles quais forem os motivos. Gama Neves odeia Toxó, odeia Antonio de Belo e Senhor de Alfredo também. Sabe ele que não há milagre que o faça ganhar esta eleição. Não fará um vereador sequer e levará consigo os amigos ao fracasso. Se fosse a opção dos três, tudo bem! Mas não é. Valtinho de Toxó vive chorando pelos cantos porque sabe que está encerrando a carreira, se tudo continuar como está. Se Gama gostasse de seus seguidores não os levaria ao cadafalso. Para completar, o prefeito Zé do Sertão está oferecendo a vice-prefeitura a Toxó, proposta inclusive feita por Landisvalth e Ana Dalva. Se aceitasse, Gama estaria sepultando definitivamente o grupo dos pardais e salvando Antonio de Belo, Valtinho e Senhor de Alfredo. Esta é a verdade. Não aceitá-la é mentir e acreditar na própria mentira.

Zé do Sertão e Ana Dalva

A família Bem-te-vi recebeu Ana Dalva e o professor Landisvalth de braços abertos. Todos foram unânimes: se faltava algo para vencer, chegou! Uns querem que ela seja vice, outros vereadora. Cautelosa, ao conversar com o prefeito, Ana Dalva disse: vim para somar. Onde for mais últil para a vitória, lá estarei. Zé do sertão não escondia sua satisfação. Para completar, Manuel do Tijuco, Zé Milton Sem-Terra e Divan das Topics também confirmaram apoio a Zé do Sertão. Se tudo se confirmar, Zé do Sertão terá o apoio de nove partidos, incluindo o PPS e PV de Ana Dalva e professor Zé Milton. A matemática é simples: Com Zé Guerra, o PC do B só perdeu. Com Ana Dalva, Zé do Sertão só tem a ganhar. O resultado todos já sabemos.

Do jeito que Mendonça queria

Está definida uma das chapas que concorrerá pela oposição ao prefeito Zé do Sertão. Waltinho do BNB, do PC do B, terá como companheiro de chapa o pseudo-petista Zé Guerra. Saiu do jeito que o vereador José Mendonça queria. Desde o início, mostrou-se contrário à candidatura a vice de Ana Dalva, do PPS. Todos pregavam que esta seria a melhor chapa. Na impossibilidade disso acontecer, o nome mais simpático seria de Rosineide de Ozanias, do povoado Serra dos Correia, que inclusive contava com o apoio da própria Ana Dalva. A única restrição do PV, PPS e esquerda do PT era estar Gama ou Zé Guerra na chapa. Mendonça articulou, chamou Dr. Jairo, de Ribeira do Pombal, Fátima Nunes e outros menos afamados. Na quinta-feira, Zé Guerra bateu o martelo. Na sexta-feira, como é do seu feitio, por sua palavra rala, desdisse tudo. Pediram então a Ana Dalva para não definir nada. No sábado fecharam o acordo. Mendonça nem mesmo comunicou ao professor Landisvalth, Ana Dalva, Zé Milton ou quem quer que seja. Usando o nome do cunhado, Mendonça quer o poder total. A pergunta é: ganhando, Zé Guerra será parceiro de Mendonça? Se fora do poder o pseudo-petista já faz das suas, imagine nele.

Valdir foi corretíssimo

Há poucos homens corretos em política. Isso nos obriga a preservá-los. Mesmo em palanque oposto, cabe aqui um comentário sobre a postura ética de Valdir do Bujão. Foi massacrado pela banda podre do PT. Zé Guerra o humilhou. Em todos as reuniões, a presidente do PT, a irmã de Zé Guerra, Eli, batia pesado no líder das pesquisas e colega de partido. Dra. Teresa também fazia seus comentários maldosos. Zé Guerra nem se fala. Mesmo assim, Valdir não destratou ninguém. Quando foi procurado por Zé Guerra, dia 26 de junho, para ser o candidato do PT, foi digno. Não quis. Disse que já era tarde. Para completar, lutou até o fim para que Ana Dalva fosse a vice de Waltinho. E foi por isso que Ana Dalva resolveu esperar. Aliás, foi Valdir o único a visitar a convenção do PPS e do PV para comunicar a decisão e ainda oferecer apoio à candidatura de Ana Dalva a vereadora, se ela quisesse continuar no grupo.