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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

O sindicalismo agoniza em Heliópolis

Os dois principais sindicatos de Heliópolis estão passando por uma crise sem precedentes. O primeiro é o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Heliópolis. Tudo porque o Sr. José Andrade Guerra quer disputar, pela quarta vez consecutiva, a presidência da entidade. É o chavismo sindical. Só que, na Venezuela, Hugo Chaves tem apoio para modificar a Constituição. No STRH, Zé Guerra acha-se acima do Estatuto da entidade. Além disso, faz nepotismo às claras. Tem uma tia e um irmão trabalhando e recebendo ilegalmente. Aliás, a dita comissão eleitoral tem o irmão como membro, o que também não é permitido pelo Estatuto. Para completar o drama, desde o dia 19 de Março o STRH não tem administradores. É que o mandato dos seus diretores findou e o presidente deveria ter convocado eleição até dia 19 de Fevereiro. É sabido que a eleição foi marcada para dia 28 de Março. Como desgraça pouca é bobagem, Zé Guerra sacou dinheiro irregularmente da conta do sindicato e, segundo seus oponentes, está “comprando” votos e quitando os débitos dos sindicalizados em atraso. Foi por tudo isso que a Dra. Cristiane Menezes Santos Barreto, Juíza de Direito da Vara Cível de Cícero Dantas, suspendeu o processo eleitoral que estava, pois, eivado de vícios. E não está descartada a possibilidade de intervenção no STRH. Para regularizar a situação, tem que se convocar uma Assembléia Geral para indicar uma diretoria provisória. Esta nomeará uma Comissão Eleitoral para, dentro de noventa dias, realizar o pleito. Estes são os verdadeiros motivos que fizeram a chapa liderada por Juarez Carlos de Oliveira entrar com o pedido de liminar. Embora estivesse com a eleição praticamente ganha, corria risco de ela ser invalidada, devido às irregularidades aqui relatadas. Prudência.
O outro sindicato que está em vias de insolvência é o SINDHELI. Na sessão da última segunda-feira, a vereadora Ana Dalva esperou em vão para que houvesse uma pressão pela implantação do piso salarial de 640,00 reais, para 25 horas, já que o Prefeito Municipal está propondo 564,00 reais. O cálculo do prefeito está pautado no piso de 950,00 reais para as 40 horas. Ana Dalva luta pelo novo piso, o de 1.132,00 reais, o mesmo que está dando fortes dores de cabeça ao Prefeito de Poço Verde, Toinho de Dorinha, já que, lá, a categoria entrou em greve. Em Heliópolis, nem sequer ir para a Câmara os professores vão. Tudo vai depender, na verdade, do esforço pessoal do Secretário de Educação, ex-sindicalista, da pressão da vereadora Ana Dalva e da colaboração do Presidente do Legislativo, vereador Mendonça, e de seus edis, para fazer ver ao prefeito a necessidade, como propôs a vereadora, de mandar o substitutivo com os novos valores.

A Eleição do STRH foi suspensa

A chapa de oposição, liderada por Juarez Carlos da Silva, entrou com liminar pedindo suspensão da eleição do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Heliópolis, marcada para o último sábado, dia 28 de março. O pedido foi acatado. As irregularidades eram muitas. Uma delas: a composição da comissão eleitoral, composta só praticamente de pessoas ligadas ao atual, e quase eterno presidente, vice-prefeito José Andrade Guerra. A dita comissão era “reforçada” pelos mesmos que se juntaram para boicotar a eleição no CEJDS: as professoras Magnólia e Auxiliadora e o professor José Roque. Além do mais, há denúncias de compra de votos e distribuição de cestas básicas.
Depois do fato, e para minimizar o impacto negativo, Zé Guerra reuniu seus comandados e, ao lado do advogado Ricardo Oliveira, tranqüilizou a todos, convocando nova eleição para trinta dias depois. Parece que, desta vez, ele percebeu que a coisa era séria e não saiu por aí dizendo que não mais precisava de advogado, já que estava estudando Direito. Só para lembrar, ele está fazendo o 1º semestre do curso na Ages.
A suspensão da eleição não agradou a alguns associados. Muitos afirmavam que foi covardia da oposição. Outros diziam ser um ato de prudência, para um preparo melhor. Fato é que todos concordam que Zé Guerra seria derrotado no sábado, marcando o fim de um longo período de sufoco para a palavra democracia. A chapa de oposição não é lá essas coisas. Não mudará os velhos vícios do sindicalismo heliopolitano, mas a derrota de Zé Guerra seria o início de uma reação contra o conservadorismo e o mandonismo familiar no STRH. A suspensão da eleição, portanto, só beneficiou ao vice-prefeito. Ele terá tempo para armar mais algumas.