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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Frustração e servilismo marcam 1º semestre da Câmara de Heliópolis

Nesta última segunda-feira, dia 29 de Junho, deu-se o encerramento do 1º semestre legislativo da Câmara Municipal de Heliópolis. Quem pensava, nessa primeira parte do ano, uma mudança de comportamento dos vereadores, só encontrou frustração. Dos três novos, Ana Dalva foi a única que representou, de fato, mudança. Giomar Evangelista, esperança de muita gente, só levantou as pestanas duas vezes: na eleição da mesa, quando poderia ter sido o presidente, não fosse a pulada de muro de Clóves Pereira, e no momento em que votou numa das emendas da vereadora Ana Dalva, obrigando o voto de minerva do presidente. Fora isso, foi servilismo só ao “Excelentíssimo”, como ele mesmo chama o prefeito. Já Claudivam Alves, o mais votado, chega a ser infantil em sua vassalagem ao poder. Resumindo: Ana Dalva é o retrato da irritação quando vê o legislativo municipal cabisbaixo e inútil diante da possibilidade de transformação; Giomar Evangelista é o retrato do servilismo constrangedor, dando sinais, às vezes, de que poderia ser diferente; e Claudivam é o novo que conseguiu ser mais velho que o velho conhecido. Para não ser injusto com os novos, os velhos continuam velhos. Nada de novo. Não adianta aqui ficar analisando. Heliópolis é um município pequeno e todos se conhecem.
Dois projetos, três sessões e uma cajadada
Na última sessão do ano, o prefeito fez cabelo, barba, bigode, cavanhaque e virilha. Aprovou em um único dia, em menos de duas horas, dois projetos de Lei: o de nº 9, que trata da autorização para participar do Consórcio Regional da Cidade Digital. A aprovação foi unânime. A vereadora Ana Dalva disse que o projeto é excelente, mas que não deu para entender por que apresentado de forma tão esdrúxula, na última sessão do semestre e de urgência urgentíssima. Este blogueiro aposta em duas coisas: ou é incompetência ou falta de planejamento. Participam do projeto as cidades de Jeremoabo, Santa Brígida, Coronel João Sá, Sítio do Quinto, Novo Triunfo, Cícero Dantas, Euclides da Cunha, Ribeira do Pombal e Heliópolis. Como o beijo é a véspera do escarro (ver Augusto dos Anjos), o projeto de lei nº 10 é uma verdadeira pérola. Trata-se de uma autorização para abertura de crédito especial ao orçamento vigente, por anulações e remanejamentos de recursos. Para quem quer entender melhor: não havia dinheiro para pagar apoio às “Associações e Instituições Culturais”, tipo CONFUTURO, da Barreira do Tubarão, e remanejaram-se recursos da construção de quadras esportivas. Para justificar o projeto, o vereador Mendonça criticou o orçamento dizendo ser impossível construir uma quadra de esportes com 80 mil reais. Realmente, só dá para construir duas. A vereadora Ana Dalva votou contra. Vale registrar que a vereadora Naudinha foi a única ausente. Resultado 6 X 1. Em seguida foram feitas mais duas sessões extraordinárias e as votações seguiram sem nenhuma alteração.
Valdelício foi, definitivamente
Parece que agora é para valer: Valdelício Dantas da Gama não é mais da oposição. Na última sessão do semestre comunicou à vereadora Ana Dalva que votaria a favor de todos os projetos do prefeito. A vereadora disse que ele estava livre para tomar a decisão que quisesse, mas que gostaria de saber o motivo. O vereador disse que precisava. Citou a necessidade de um carro para tratamento de saúde em Aracaju. A vereadora não disse mais nada. Não tinha mais o que dizer diante de um absurdo daqueles e ficou falando só pelo resto das três sessões, já que Naudinha não compareceu. Desiludida, após o encerramento da última sessão, disse:”Na terra onde um vereador precisa votar cegamente nos projetos do prefeito para ter direito a um carro para tratamento de saúde, o povo está perdido! Isso não pode ficar assim.”
Sobre vilões e mocinhos
Na última postagem deste blog fiz um comentário sobre as desilusões de Valdir do Bujão. Uma pessoa muito influente, que me pediu para não divulgar o nome inicialmente, disse que eu estava completamente equivocado. Colocaram Mendonça na Câmara Municipal para afastá-lo da administração. Disse-me ainda que o Padre manda mais que o presidente do Legislativo. O homem que comanda Heliópolis é Valdir do Bujão. Todo o financiamento da campanha dos Pardais passou por ele e tem endereço na cidade de Itabaiana. Celso foi apenas uma pequena quantia, já resolvida. Como este blogueiro é desconfiado, vai pesquisar para confirmar. Até porque a fonte é parente próximo do prefeito e pode funcionar como uma espécie de desculpa para a péssima administração que ele faz. Também pode ser uma tentativa de livrar um pouco o vereador da carga negativa que vem sofrendo.