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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

PT mantém práticas do carlismo, afirma Bassuma


Pré-candidato do PV ao governo do Estado foi entrevistado nesta quinta-feira na Rádio Metrópole

O pré-candidato do Partido Verde (PV) ao governo da Bahia, Luiz Bassuma, criticou veementemente a política do governo Wagner. O deputado federal foi entrevistado na manhã desta quinta-feira (13) por Mário Kertész durante o Jornal da Bahia no Ar. Na visão de Bassuma, Jaques Wagner foi eleito na tentativa do povo baiano de quebrar o modelo implementado no governo estadual. “Mas a principal falha do PT é que não mudou a prática política. O que ele sempre condenou, ele faz igual ou pior”.]
O deputado classificou três pontos fundamentais para a administração pública. Segundo ele, o governo precisa manter o bom nível na educação, saúde e segurança, serviços classificados como cruciais. “Quando trata isso bem, a tendência é o resto também ir bem”, disse.
Dos três pontos citados, Bassuma classificou a segurança pública como o mais carente no Estado. Para ele, não adianta comprar mais viaturas ou armamentos, é preciso qualificar o material humano e investir em um serviço de inteligência eficaz para a polícia baiana.
Presidência – Durante a entrevista, o deputado federal fez diversas relações com a pré-candidata do partido à Presidência da República, Marina Silva. “Quem acha a história de Lula bonita e forte, a de Marina é muito mais”.
O deputado comentou a trajetória política, o desgaste com o Partido dos Trabalhadores (PT) e revelou ter pedido a expulsão do ministro da Cultura, Juca Ferreira, do Partido Verde. “Eu disse: se vocês não expulsarem o Juca, quem vai se desgastar na Bahia é o PV”.
O pré-candidato foi entrevistado por mais de uma hora e meia. Bassuma comentou o sistema político, falou sobre a campanha eleitoral e respondeu às perguntas de Mário Kertész e às participações dos ouvintes.
Fonte: Raphael Carneiro - Portal da Metrópole - Foto: Geraldo Melo

A CGU e democratização da Justiça

Agora que a CGU – Controladoria Geral da União – vai dar uma passadinha em Heliópolis, os mais afoitos estão a imaginar que todos os problemas serão resolvidos e que o município vai encontrar finalmente o seu caminho. É preciso acordar. A realidade é bem outra. A CGU vai encontrar problemas na aplicação dos recursos federais, como o FUNDEB por exemplo. Disso não tenho dúvida. Aquelas folhas de pagamento que tanto o SINDHELI exigiu, vão agora para as mãos dos fiscais federais e não vai faltar gente para apontar os problemas existentes. Agora, imaginar que o mandato de Waltinho vai ser cassado e que ele vai parar na cadeia é um sonho irreal e distante. Há ainda uma segunda etapa a ser vencida: A democratização da Justiça.
De todos os poderes, aquele que ainda se mantém fechado é o Poder Judiciário. Vejam que podemos a cada eleição revisar o nosso voto. Podemos trocar o prefeito, o governador ou o presidente da nação. Podemos ainda trocar deputados, vereadores e senadores. Na nossa democracia, o voto pode ser corrigido. Se não o fazemos em muitas ocasiões é por oportunismo, idealismo, interesse, desinteresse ou falta de consciência civil. Em suma, os Poderes Legislativo e Executivo têm o mecanismo de defesa do cidadão que permite o caminho da transformação: o voto. É terrível admitir que o cidadão não possa contra o Poder Judiciário.
É aí que residem nossos problemas. Não nos é permitido escolher nossos Juízes, Promotores, Desembargadores, Ministros do Supremo. E para desespero nosso, muitos são nomeados ou indicados pelos outros dois Poderes. Pior: os nomeados são, em sua maioria, alçados a cargos de duração quase infinita. Muito pior ainda: os custos são altíssimos e o retorno social é insignificante. O Poder Judiciário é um dos grandes entraves ao desenvolvimento social do país, infelizmente.
Por isso não devemos acreditar em melhorias para Heliópolis somente com a chegada da CGU. E só fazer a relação dos prefeitos que roubaram, vilipendiaram, desviaram, ou seja, aqueles comprovadamente corruptos. Quantos estão na cadeia? Será que vamos achar que um Juiz será imparcial num dado processo, sabendo que sua residência no município é paga pelo prefeito municipal, quando o magistrado julga um processo onde o próprio alcaide é réu? Não é preciso informar que Heliópolis não tem o seu Poder Judiciário e que os cidadãos precisam ir para Cícero Dantas em busca de Justiça. Qual o nível de comprometimento de um magistrado com uma comunidade se não a conhece, se não convive com os comuns?
Portanto, não vou dizer que a chegada da CGU não tenha sido oportuna para Heliópolis. Claro que foi, mas isso é apenas uma etapa. Combater corruptos é uma luta constante e tal luta passa pela democratização da Poder Judiciário. A Justiça não pode ser um objeto de opressão por parte dos que têm dinheiro e poder. Não pode ser vista como um meio de vida para advogados. Ela tem que ser uma arma da cidadania contra os malfeitores. Para isso, ela precisa ser mais democrática, precisa ouvir mais o cidadão, precisa ser mais ágil. É hora de elegermos os nossos Juízes e Promotores, como inclusive já é feito em vários países. Sabemos que o fim das injustiças é uma utopia, mas com a eleição dos membros do Poder Judiciário pelo cidadão comum, prefeitos como o de Heliópolis, por exemplo, uma vez comprovada a falta da boa conduta administrativa, terá seu caminho para a cadeia bem melhor consolidado.