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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Crimes famosos envolvem louras bonitas e fatais


Bacharel em Direito Elize Matsunaga confessou ter esquartejado marido; Suzane Von Richthofen matou os pais com ajuda do namorado; Érika Passarelli mandounamorado e sogro matarem a tiros seu próprio pai
Rafael Rodrigues – do CORREIO
Suzane, Érika e Elize: fatais!
Para sentimentos e sensações, ainda não existe unidade de medida. Mas é preciso muita frieza para dar um tiro na cabeça do marido enquanto a filha de 1 ano dorme no quarto ao lado, esquartejar o corpo, distribuir as partes em três malas e deixá-las no mato. A bacharel em Direito Elize Matsunaga, 38 anos, assassina confessa do marido, o executivo da Yoki Marcos Matsunaga, 42, fez tudo isso e na madrugada de ontem, durante a reconstituição do crime, descreveu detalhadamente o que ocorreu entre a noite de 19 de maio e a manhã do dia 20. Com formação técnica em Enfermagem, Elize esperou dez horas após o disparo mortal. Era o tempo necessário para que o corpo entrasse em estado de “rigidez cadavérica”, evitando então deixar vestígios fluídos durante o esquartejamento. Então, com uma faca de 30 centímetros própria para tratar carne, começou pelas cartilagens e retirou os membros inferiores e superiores de Marcos. Depois, cortou a barriga. Por fim, a cabeça. “Por ser conhecedora de anatomia, ela cortou nas juntas”, contou o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil de São Paulo, Jorge Carrasco.  Para se livrar dos pedaços do corpo, armazenou tudo em três malas de viagem, carregou para o seu carro e espalhou os restos mortais em uma área de mata no município de Cotia, na Grande São Paulo.
Relaxando
Com a mesma frieza, Elize viveu por 18 dias como se nada tivesse acontecido. Conforme apurou o delegado Mauro Dias, no quinto dia após o crime, ela pegou o cartão de crédito do marido e foi às compras. Passeou no Shopping Iguatemi e levou para casa algumas bolsas da grife francesa Louis Vuitton. Antes, porém, passou em um salão de beleza. Foi cuidar dos seus cabelos louros e, de acordo com a polícia, chegou a dizer para quem quisesse ouvir que precisava relaxar enquanto esperava pelo telefonema de um sequestrador que lhe ameaçaria tirar a vida do marido, caso não pagasse alguma fortuna. Àquela época, Marcos era dado como desaparecido. Na reconstituição do crime, Elize passou o tempo todo fitando seu apartamento e, segundo relatos de peritos criminais, não demonstrou arrependimento. Ao ser presa essa semana, Elize logo fez muita gente lembrar de outro caso chocante, ocorrido em 2002. Foi quando uma bela jovem, também loura e de família rica, ganhou as páginas policiais. Suzane Von Richthofen, então com 18 anos, planejou meticulosamente o assassinato dos pais, Manfred Albert e Marísia von Richthofen. Chegou a treinar com os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos – o primeiro seu namorado – como seria o crime. Para não chamar a atenção dos vizinhos, optou por pauladas na cabeça. Foi condenada em júri popular a 39 anos de prisão.
Frias
Semelhante frieza teve a estudante mineira (e loura) Érika Passarelli Teixeira, 30, para, de acordo com as investigações, mandar seu namorado e seu sogro matarem a tiros seu próprio pai, Mário José Teixeira Filho, em 2010. A acusação sustenta que Érika agiu pensando no seguro de vida do pai, de R$ 1,2 milhão. “Ela é fria e muito tranquila. Fala que não tem envolvimento no caso e que acredita na Justiça”, conta o  delegado do caso, Bruno Wink. Ela aguarda o julgamento em prisão preventiva. Apesar da frieza depois de matar o marido, na visão do delegado, Elize não chegou a planejar o assassinato. As investigações trabalham com a tese de crime passional.
Impulso
Em depoimento, ela contou ter discutido com Marcos após descobrir uma suposta traição. Os dois teriam iniciado uma briga e depois de receber um tapa, Elize sacou a pistola 380 que ganhou do marido e atirou. Os vizinhos nada ouviram porque o apartamento – na nobre Vila Leopoldina – tem isolamento acústico. O impulso para matar lembrou outro caso que, por coincidência, envolveu mais uma loura. Em maio do ano passado, Verônica Verone estrangulou até a morte o amante Fábio Fernandes, 33, em um motel de Niterói  no Rio. À polícia, contou que agiu assim porque, sob efeito de drogas, Fábio teria tentado estuprá-la. Após o crime, Verônica pagou a conta e foi embora. No julgamento, alegou insanidade mental e traumas infantis, mas pegou 15 anos de prisão. Nos quatro casos, além dos cabelos louros e da classe econômica elevada, mais uma coincidência: todas as mulheres estudaram Direito.
Filha do casal está com tia de Elize
O advogado da família de Elize Matsunaga, Auro Almeida Garcia, afirmou que ela estava junto com Marcos há 8 anos, mas casaram-se há dois. Elize é bacharel em Direito e técnica de enfermagem e Marcos era um dos herdeiros da Yoki Alimentos, vendida recentemente a um grupo americano por R$ 1,75 bilhão. Ele possui mais um filho, de 3 anos, fruto de outro relacionamento. A mulher nasceu em Chopinzinho, município de 19 mil habitantes no Sudoeste do Paraná. Saiu de lá aos 18 anos para estudar em São Paulo. “É uma cidade onde todo mundo se conhece, de interior mesmo, então todos estamos chocados com o que aconteceu”, revelou Garcia - que além de advogado também é amigo da família, em entrevista ao CORREIO. Na casa onde Elize cresceu ainda moram sua mãe, Dilta Araújo, seu padrasto e duas irmãs que têm idades entre 20 e 25 anos. Segundo Garcia, por estar fragilizada devido ao tratamento contra um câncer, Dilta não quer falar com jornalistas. “Ela soube de tudo pela imprensa e isso chocou muito, para quem já estava debilitada”, ponderou. O advogado lembra que Elize sempre teve uma personalidade mais séria. “Era uma menina ordeira, pacífica. Saiu para ganhar a vida, trabalhar, era muito estudiosa, tranquila, calada, não era menina espalhafatosa, do tipo cheguei abalando”, descreveu. Ainda conforme o advogado, o casal visitava a cidade ao menos duas vezes por ano e Marcos possuía boa relação com a família de sua mulher. Para cuidar da filha do casal, uma tia de Elize viajou para São Paulo. A família, entretanto, ainda não decidiu se pedirá a guarda definitiva da criança na Justiça. “A divergência que existe entre o casal é um fato pontual. Não existe divergência entre as famílias, nunca houve. A família dela gostaria de ficar com a garota, mas vai se reunir e tentar ver o que é melhor para a criança”, completou.
Frieza aponta distúrbio
A frieza com que a autora do crime procedeu durante o assassinato e sua reconstituição chamam atenção para um perfil de criminosos que parecem não se abalar com a brutalidade das próprias ações. Segundo a psiquiatra Rosa Garcia, presidente da Associação Baiana de Psiquiatria, apenas uma perícia detalhada poderá diagnosticar se Elize possui um perfil de psicopatia. Ela pondera, porém, que o crime tem características que levam a acreditar que a motivação foi passional, mas também apontam distúrbios nos momentos que se seguiram ao tiro fatal. “A personalidade psicopata tem uma série de anormalidades que podem ser observadas em seu histórico, ela deve ter outros sinais, indícios, não seria só esse fato. Mas é claro que o fato é muito estranho, um crime passional você mata e pronto. Mas aí tem outros requintes de crueldade que não são normais para um criminoso comum. Existem outros requintes que não são do passional, que é esquartejar. Até para um cirurgião, é difícil. Em um crime passional não tem essa frieza depois”, ponderou. Algumas das características que podem indicar a psicopatia é a frieza emocional, a dificuldade de relacionamento social e a falta de compaixão com o sofrimento. A hipótese de crime passional, em geral, é utilizada pelos advogados de defesa para justificar um surto em que o criminoso perde temporariamente o controle dos atos em um acesso de fúria causado por estresse extremo. O advogado de Elize, Luciano Santoro, em entrevista ao site da revista Veja, entretanto, descartou esta estratégia. “Ela é uma pessoa normal e tinha pleno domínio de suas faculdades mentais na hora do crime”, disse. Elize cumpre prisão preventiva em São Paulo. Ela será indiciada por homicídio qualificado (cuja pena pode variar de 12 a 30 anos), com uma série de agravantes, como ocultação de cadáver, motivo fútil e esquartejamento.

Caso Yoki: Elize Matsunaga foi prostituta e temia perder guarda da filha


Disputa pela criança pode ter motivado crime, diz advogado
Da Redação do CORREIO
Elize foi garota de programa
Um novo fato pode ter motivado o crime brutal em que Elize Matsunaga, 38 anos, matou e esquartejou o marido, o executivo da Yoki Marcos Matsunaga, 42 anos. Segundo reportagem do Folha Online, Elize temia perder a guarda da filha de 1 ano no caso de uma possível separação do empresário. Ex-garota de programa, Elize conheceu o marido em um site de relacionamentos, diz o jornal. O advogado de Elize, Luciano Santoro, diz que o casal passava por uma crise conjugal nos últimos seis meses e que sua cliente chegou a pedir a separação três vezes, mas o marido ameaçava dizendo que se ela fosse embora ficaria sem a filha. Segundo Santoro, a decisão de confessar o crime foi da própria Elize - ao contrário do que diz a polícia. Na última briga do casal, a viúva pressionou Matsunaga sobre uma traição que descobriu com ajuda de um detetive e levou um tapa no rosto. Ela então pegou uma pistola .380 e atirou na cabeça do marido. A arma foi um presente do empresário para a mulher - um dos banheiros do apartamento foi transformado por Matsunaga em um cofre para guardar 30 armas que colecionava. O detetive contratado por Elize já foi ouvido pela polícia.
Crime
A viúva confessou o crime na quarta-feira. Após oito horas de depoimento, o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Jorge Carrasco, disse que não há dúvidas em relação à autoria do crime e acredita que o assassinato não foi premeditado. Segundo ele, Elize afirmou que realizou tudo sozinha e atirou contra o marido na sala, após uma discussão conjugal por conta de uma traição que teria sido descoberta por ela. A arma usada para matar o executivo - uma pistola 380 - foi um presente dele para a mulher - Matsunaga era colecionador de armas. Elize revelou que a pistola não estava entre as que foram entregues para a Guarda Municipal de Cotia destruir. Ela a guardou em uma gaveta do apartamento onde eles moravam, na Vila Leopoldina (Zona Oeste). O casal fazia curso de tiro e ela era considerada uma boa atiradora.  Após o disparo, que atingiu o lado esquerdo da cabeça de Marcos, Elize disse ter levado o corpo do marido para um quarto do imóvel e ter aguardado cerca de 10 horas antes de esquartejá-lo no banheiro da empregada. Os vestígios de sangue foram limpos depois.  Conhecedora de anatomia - Elize é técnica de enfermagem e trabalhou em um centro cirúrgico -, ela disse ter usado uma faca com lâmina de 30 centímetros para cortar os braços, pernas, tronco e a cabeça do executivo. Após o trabalho, que durou cerca de quatro horas, ela embalou os pedaços em sacos plásticos.  Em seguida, Elize usou três malas para transportar o corpo e dirigiu até uma estrada de terra em Cotia, na Grande São Paulo, onde atirou todos os pedaços em um matagal. Ela disse que o casal frequentava um sítio em Ibiúna e costumava passar pela estrada.  As malas e a faca foram jogadas em outro local, que Elize já indicou para a polícia. O delegado Jorge Carrasco disse que a polícia vai apreender os objetos. Uma testemunha de Cotia disse à polícia ter visto quando um motociclista, vestido de preto e em uma moto escura, jogou os sacos no matagal. O marido de uma das três empregadas do casal também chegou a ser investigado, mas agora a polícia descarta ajuda no crime.  “Não houve mentira, o depoimento foi seguro. Os indícios eram muito fortes e foram apresentados para ela. Não acredito que ela esteja acobertando ninguém”, disse Carrasco. Segundo a polícia, enquanto Elize saiu para desovar o corpo do marido, a filha deles, de 1 ano, ficou no apartamento com uma babá. O delegado disse que dificilmente a menina viu alguma coisa, pois os cômodos do imóvel são distantes. O barulho do tiro também não deve ter sido ouvido, pois as janelas têm proteção antirruído.  Elize também revelou em seu depoimento que, após cometer o crime, doou o colchão onde o casal dormia para uma babá, que será ouvida pela polícia ainda hoje. O casal tinha três empregadas: uma doméstica e duas babás. Elas não tinham acesso a todos os cômodos do apartamento, segundo a polícia.  Segundo o delegado Carrasco, Elize não disse em seu depoimento se estava arrependida pelo crime. Presa desde segunda-feira, segundo a polícia, ela teve a prisão prorrogada pela Justiça por mais 15 dias. Ela deve ser indiciada por homicídio qualificado, com ocultação de cadáver.  O advogado da família da vítima, Luiz Flávio Borges D'Urso, disse ontem que “a família se sente reconfortada com a confissão e com o trabalho da polícia”.

Caminhoneiro fica 5 dias soterrado e sobrevive comendo laranjas


JULIA BOARINI – da Folha de São Paulo
O caminhoneiro Renato Varela de Oliveira, 43, foi resgatado pelos bombeiros
após ficar cinco dias soterrado
O caminhoneiro Renato Varela de Oliveira, 43, foi resgatado na noite desta quinta-feira no Paraná após ficar cinco dias soterrado. O homem contou que sobreviveu pois se alimentou das laranjas que estava transportando. Oliveira saiu à 21h de sábado (2) de São Paulo e deveria chegar ao Rio Grande do Sul na segunda-feira (4). Ao não chegar ao local de entrega, a empresa transportadora em que trabalha teria notificado a polícia sobre o desaparecimento. O dono da transportadora e o pai da vítima localizaram o caminhão guiado por Oliveira por volta das 17h30 de ontem. O veículo tombou à 1h de domingo (3) na rodovia PR-151 na altura do km 200, no sentido Rio Grande do Sul, na cidade Jaguariaíva (238 km de Curitiba). A vítima estava consciente mas preso nas ferragens da cabine do caminhão. A operação de resgate durou aproximadamente três horas e meia. Segundo o soldado Pablo, do Corpo de Bombeiros de Jaguariaíva, que participou do resgate da vítima, Oliveira disse que a forte neblina e o cansaço fizeram ele perder o controle da direção do caminhão em uma curva, causando o acidente. O caminhoneiro foi levado ao Hospital Carolina Lupion duas costelas quebradas e escoriações pelo corpo. A equipe de enfermagem afirmou que o estado de saúde de Oliveira é estável e que a vítima está recebendo hidratação, já que ele ficou muitos dias sem se alimentar.
RESGATE
A cabine do caminhão ficou praticamente toda enterrada no solo após o acidente e a carga de laranjas caiu em cima do motorista. O soldado Pablo, que auxiliou no resgate, contou que o homem "estava preso às ferragens e só tinha movimento de um braço". "Ele nos contou durante o resgate que só sobreviveu porque comeu as laranjas que caíram na cabine do caminhão. Além disso, ele disse que choveu muito e a água subiu até a altura de seu pescoço", disse. Ainda de acordo com o bombeiro, o resgate foi difícil, pois o caminhão estava em um local perigoso e o acesso à vítima era precário. A equipe --auxiliada pela Polícia Rodoviária Estadual -- teve que cavar o solo para permitir a saída de Oliveira do caminhão. "Quando retiramos ele [das ferragens], ele estava conversando e nos agradecendo. Não acreditava que ele ainda estava vivo depois de ficar tanto tempo soterrado. Esse foi, com certeza, o resgate mais difícil e mais bonito que já fiz", contou o soldado.

Ativistas do FEMEN protestam em frente ao estádio de abertura da Euro



As ativistas do Femen atacaram mais uma vez em novo protesto contra a organização da Euro na Ucrânia. O alvo, contudo, foi Varsóvia, capital da Polônia, que recebeu o jogo de abertura do torneio. No episódio desta sexta-feira, elas utilizaram extintores de incêndio para espalhar gás carbônico próximo à entrada do estádio Nacional, palco do jogo entre Polônia e Grécia, às 13h (de Brasília). As ativistas foram detidas pouco depois do início do protesto.

Ativistas ucranianas do grupo Femen protestam em frente ao estádio da abertura da Euro-2012, em Varsóvia, na Polônia. O grupo protesta contra a exploração sexual na Ucrânia. As ativistas acreditam que a Euro irá incentivar um "turismo sexual" e alimentar a indústria de prostituição no país.

O torneio, que está sendo organizado por Polônia e Ucrânia, iniciou nesta sexta-feira e tem 16 participantes. A Ucrânia estreia no dia 11 (segunda-feira), contra a Áustria, em Kiev. No dia 1º de junho o grupo de ativistas já havia sido preso na Ucrânia por atacar as figuras das mascotes Slavek e Slavko, que estão representadas no Parque do Relógio, em Kiev. Antes, algumas ativistas fizeram tentativas de pegar a taça da Euro.

Os protestos das ativistas contra a Euro passaram a ser frequentes desde que a Ucrânia foi escolhida uma das sedes. A arma principal tem sido a mesma que fez essa organização formada por universitárias de Kiev, em 2008, ser conhecida internacionalmente: um exército de jovens e bonitas exibindo corpos quase nus.

Antes de inserir o topless nos protestos o grupo não era famoso nem dentro de seu próprio país. As ativistas defendem essa forma de exposição pois consideram que a melhor maneira de lutar contra a exploração sexual é usando o seu sex appeal.
Informações da FOLHA DE SÃO PAULO – com fotos de  Janek Skarzynski/France Presse,   Aris Messinis/France Presse,  Jerzy Dudek/Reuters e Alik Keplicz/Associated Press. (clique nas fotos para ampliá-las)

Wagner perde na Justiça


     STF não julga liminar do governo, que quer evitar pagamento de professores em greve; PGE vai recorrer. Procuradoria Geral do Estado vai recorrer junto ao STJ. Professores vão apresentar proposta e governador é vaiado em Porto Seguro.
     Da Redação do CORREIO, com informações complementares de José Marques – do Bahia Notícias e do portal da APLB - com Luzio Nunes Namidia Comunicação e Fotos de Bruno Rezende e Danilo Gazzineli.
Professores vaiaram o governador em Porto Seguro
O Supremo Tribunal Federal (STF) negou nesta sexta-feira (8) seguimento à suspensão de liminar da Procuradoria Geral do Estação (PGE) e, com isso, manteve a decisão da desembargadora Lícia Laranjeira que determina o pagamento do salário cortado dos professores da rede estadual, em greve há 59 dias. A decisão foi publicada no site do STF.
Segundo Rui Oliveira, do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), o estado agora tem 72 horas para confirmar o pagamento dos salários, que foram cortados em 18 de abril. Com a decisão do STF de negar seguimento ao pedido, a suspensão de liminar nem chegou a ser votada pelo Supremo. “O pedido foi julgado improcedente e o governo tem 72 horas para devolver os salários dos professores. Não há mais como recorrer da decisão”, afirmou Rui.
De acordo com a PGE, o mérito da liminar não foi julgado pelo STF, que recomendou que o recurso seja direcionado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O procurador geral do estado, Rui Moraes Cruz, informou que enviará já na manhã de sábado o recurso. A Procuradoria recorreu da decisão do Tribunal de Justiça da Bahia que determinava o pagamento dos salários considerando-a "contraditória", já que a própria Justiça caracterizou a greve dos professores da rede estadual como ilegal, ainda no mês de abril.
Contraproposta
O comando de greve se reúne no sábado (9) para elaborar uma contraproposta  ao governo e tentar dar fim à paralisação. Hoje, eles se reuniram o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, pedindo que este interfira para que o governo volte à mesa de negociação. O documento será entregue ao governador Jaques Wagner na segunda-feira (11), um dia antes da assembleia que decidirá os rumos do movimento, que já dura  59 dias. No entanto, de acordo com o diretor da entidade de classe, José Lourenço Dias, a confecção da proposta não sinaliza o fim da paralisação. “Nós vamos enviar a contraproposta na segunda-feira ao governador e esperamos que, até terça [12], o governo dê uma resposta positiva a ela. Caso não haja [resposta], a greve continua”, garantiu, em entrevista ao Bahia Notícias. Segundo ele, os docentes esperam que o gestor volte à mesa de negociação com a categoria. “Ele apresentou essa proposta apenas na televisão, não sentou na mesa com a gente. Esperamos que ele destaque alguma representação do governo para sentar e negociar conosco”, pontuou.  
Vaias em Porto Seguro
O esquema se segurança não impediu as vaias ao governador
Jaques Wagner foi a Porto Seguro para inauguração da nova unidade de saúde do município e para inauguração da reforma do aeroporto. No aeroporto, logo na chegada, mesmo com todo aparato da segurança, o governador encontrou um grande protesto, com faixas, cartazes e ate uma charanga. Ainda no saguão do aeroporto, um estudante de 17 anos, que cursa o terceiro ano do ensino médio, a serie mais prejudicada com a paralisação, furou o bloqueio da segurança e conseguiu interpelar Wagner: ”Governador eu preciso estudar, preciso fazer o ENEM, preciso fazer uma faculdade, não posso perder um ano por causa dessa greve”. Jaques Wagner que parou para atender o estudante, respondeu: ‘’Eu sei da sua necessidade, agora vai falar com eles. Existem outras formas de protestar que não seja paralisação, tudo que eu podia fazer foi feito hoje, mas eles estão irredutíveis’’.
No caminho da comitiva, mais protesto, dessa vez dos taxistas, revoltados com a possibilidade da prefeitura de legalizar o transporte alternativo. Na chegada ao posto de saúde não foi diferente, a rua foi isolada para que a comitiva pudesse chegar de carro bem próximo ao portão de acesso, mas mais uma vez muita vaia, apito e protesto foram ouvidos. Após a inauguração, o governador retornou a Salvador com sua comitiva.

Abertas 1615 vagas para Medicina nas Universidades


Governo quer 2,4 mil novas vagas na área até o final de 2013. Conselho Federal de Medicina faz críticas à proposta de ampliação.
Do G1, em São Paulo
O Ministério da Educação publicou nesta sexta-feira (8), no "Diário Oficial de União", uma portaria anunciando a criação de 1.615 novas vagas em cursos superiores de medicina de universidades federais. Atualmente, as instituições federais oferecem 735 vagas em cursos de medicina.
A ampliação faz parte dos planos do MEC em aumentar o número de vagas em cursos de medicina até 2013, sendo sendo 1.615 vagas em universidades públicas e 800 em faculdades particulares. As vagas são para universidades em regiões que o ministério entende precisar de médicos, principalmente no Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
O anúncio vem em meio a uma greve dos professores das universidades federais que reclamam, entre outras coisas, da ampliação de vagas e do número de alunos sem que as instituições ofereçam infraestrutura adequadra e um número maior de docentes efetivos. O Conselho Federal de Medicina também se pronunciou contrário à ampliação do número de vagas nos cursos de medicina do país.
Na quarta-feira (6), o MEC anunciou a autorização para a criação de 800 vagas em nove cursos novos de medicina em faculdades particulares. Para implantar as novas vagas até o final de 2013, o ministério prevê a contratação de 1.618 professores por meio de concurso e o investimento de R$ 399 milhões em infraestrutura.
VEJA AS NOVAS VAGAS


 UF
Instituição
Campus
Município
Vagas atuais
Novas vagas
NORTE



 210
 310
 AM
 UFAM
Arthur Virgílio
Manaus
112
48
 AM
 UFAM
Médio Solimões
Coari
0
80
 AC
 UFAC
Aulio Gélio Alves
Rio Branco
40
40 
 AP
UNIFAP 
Marco Zero
Macapá
30
 30
PA
UNIFESSPA
Marabá
Marabá
0
60
 RR
 UFRR
Paricarana
Boa Vista
28
 52
NORDESTE



415
775
 MA
UFMA 
São Luís 
São Luís
100
40 
 MA
UFMA 
Imperatriz 
Imperatriz
80
 PI
UFPI 
Teresina 
Teresina 
80 
40 
 PI
UFPI 
Parnaíba 
Parnaíba 
80 
 PB
UFPB 
João Pessoa 
João Pessoa 
105
25 
PE
UFPE
Agreste
Caruaru
0
80
AL
UFAL
Sede
Maceió
80
20
AL
UFAL
Arapiraca
Arapiraca
0
60
SE 
UFS 
Lagarto 
Lagarto 
50 
10 
RN
UFRN
Caicó
Caicó
0
40
MA
UFMA
Pinheiro
Pinheiro
0
40
BA
UNIVASF
Paulo Afonso
Paulo Afonso
0
40
BA
UFRB
S. Antonio de Jesus
S. Antonio de Jesus
0
60
BA
UFOBA
Barreiras
Barreiras
0
80
BA 
UFESBA
Itabuna
Itabuna 
80 
CENTRO-OESTE



110
270
MT
UFMT 
 Sinop
Sinop 
0
60
MS
UFMS
Três Lagoas
Três Lagoas
0
60
MS
UFMS
Campo Grande
Campo Grande
60
20
MS
UFGD
Dourados
Dourados
50
30
MT
UFMT
Rondonópolis
Rondonópolis
0
40
GO
UFG
Jataí
Jataí
0
60
SUDESTE



220 
MG 
UFVJM 
Diamantina 
Diamantina
60 
MG
UFVJM
Teófilo Otoni
Teófilo Otoni
60 
MG
UFSJ
São João Del Rei
São João Del Rei
40 
MG
UNIFAL
Alfenas
Alfenas
60 
 SUL



40 
 RS
UFFS
Passo Fundo 
Passo Fundo
40 
 TOTAL



735 
1.615
Ampliação
As novas vagas representam uma ampliação de cerca de 15% do total de vagas oferecidas no país. O ministro Aloizio Mercadante informou na terça-feira (5) que a expansão seria em instituições "de excelência" e que comprovaram que, para cada novo aluno previsto, havia cinco leitos disponíveis na rede pública. "O Brasil não precisa apenas de mais médicos, mas de mais médicos com qualidade", afirmou Mercadante.
O ministro também destacou que a expansão prioriza regiões com carência de profissionais e é feita de acordo com a infraestrutura das instituições. “Há ainda este segundo problema: má distribuição de médicos. A vaga no curso de medicina não significa necessariamente a fixação dos médicos [na região]”, disse. Precisamos de políticas que atraiam esses profissionais.”
De acordo com Mercadante, a ampliação das ofertas em cursos de medicina foi pensada em conjunto com o Ministério da Saúde e pretende mudar a relação de médicos por mil habitantes no país, calculada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 2009. Os dados apontam que a taxa do Brasil é de 1,8 médico por mil habitantes, deixando o país atrás de países como Uruguai (3,7); Estados Unidos (2,4); Reino Unido (2,7); França (3,5) e Cuba (6,4).
Crítica
Na tarde de terça, depois do anúncio do MEC, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou em seu site oficial um comunicado demonstrando "preocupação" com a decisão do governo de ampliar a oferta de vagas em cursos de medicina. "Tal anúncio (...) passa ao largo de medidas com efeito real para equacionar o problema do acesso à saúde e ignora aspectos ligados ao preparo dos futuros médicos", diz o comunicado.
Segundo a entidade, a "abertura indiscriminada" de vagas - entre 2000 e 2012 o número de faculdades de medicina cresceu de 100 para 185 no Brasil, diz o CFM - provocou o aumento de cursos com avaliação ruim no Conceito Preliminar de Cursos (CPC). Na última edição, de acordo com o conselho, 23 dos 141 cursos avaliados tiveram nota ruim (1 ou 2), e nenhum curso alcançou a nota máxima (5).
"Essa multiplicação não tem solucionado a povoação de médicos nos locais desassistidos e sequer melhorou a qualidade dos médicos ali formados. Não há dúvida que número importante escolas médicas em atividade está sem condições de funcionamento. Assim, a abertura de novas escolas ou o aumento no número de vagas nas existentes é uma atitude desprovida de conteúdo prático e de bom senso", afirma o texto.