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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Flat dado pela FCK a Osni está indisponível



Osni Cardoso (PT) está enrolado (foto: Portal Lucas Matos)
     O prefeito de Serrinha Osni Cardoso (PT), candidato à reeleição, está com sua vida complicada. É que a Juíza de Direito Dália Zaro Queiroz aceitou apelo contido numa Ação Civil Pública movida em conjunto pelo Ministério Público da Bahia e pelo Ministério Público Federal contra Osni Cardoso Araújo, Carlos Alberto Kruschewski Filho e FCK Construções e incorporações Ltda. Na ação, os procuradores pedem a indisponibilidade de um apartamento tipo “Flat”, no Belavista Long Stay, unidade 904, localizado na rua Anquises Reis, Loteamento Jardim Armação, em Salvador- Bahia.
O prefeito de Serrinha recebeu de presente uma unidade neste Flat
     Segundo o conceito promocional da empresa que construiu o residencial Belavista Long Stay, trata-se de um novo estilo de hospedar, com conforto e estrutura de hotel, mas com a pessoalidade e comodidade de uma casa, cujas unidades se destinam tanto a moradia quanto a hospedagem de longa permanência. Uma estrutura que agrega serviços diferenciados e bem administrados, negócio, conforto, lazer e praticidade. Uma tentação para Osni Cardoso.
     Segundo Ação Civil, Osni participou de um esquema ilícito ao beneficiar a empresa FCK, quando esta venceu as duas concorrências para construção de dois projetos de construção de habitações em Serrinha, financiados pela Caixa Econômica Federal, oriundos do programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal. Em troca, o prefeito comprou um “flat” de um empreendimento da FCK. Ocorre que a advogada Ivana Santana descobriu a jogada e denunciou que o apartamento foi na verdade um presente de Carlos Alberto Kruschewski, proprietário da FCK, ao prefeito Osni Cardoso.
     Não há dúvida para o ministério público de que houve ato de improbidade e a Juíza confirma a existência de ilegalidade na aquisição do imóvel para amparar sua decisão de deixar o bem indisponível. A decisão da Dra. Dália Queiroz está datada em 2 de Agosto e abre quinze dias de prazo para as contestações. O prefeito de Serrinha, Osni Cardoso, além de lutar para conseguir a reeleição, vai ter que tomar muito remédio para dor de cabeça.

A obra fantasma do PAC


     A empreiteira DELTA do caso Cachoeira recebeu recursos do PAC para abrir uma avenida em Guarulhos, na Grande São Paulo. Hoje, ela é um matagal e uma rua de terra
     ALBERTO BOMBIG – da revista ÉPOCA
ABANDONO
Trecho da rua de terra na periferia de Guarulhos onde a Delta deveria
 ter construído uma avenida. Apesar de receber R$ 1,3 milhão, a empreiteira nada fez
(Foto: Rogério Cassimiro/ÉPOCA)
     No epicentro da CPI do Cachoeira, instalada pelo Congresso, a empreiteira Delta despertou a atenção dos parlamentares da comissão pela voracidade com que abocanhou obras espalhadas por todo o país, especialmente as previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Por causa da eficácia suspeita da construtora em conquistar obras federais, a oposição e o Ministério Público acusam a Delta de usar uma influente rede política para alavancar seus negócios. Duas decisões do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) mostram que a empreiteira foi beneficiada em licitações. As decisões do TCE paulista trazem vários indícios de que duas concorrências públicas vencidas pela Delta em obras do PAC na cidade de Guarulhos foram dirigidas para a escolha da Delta. Guarulhos é a segunda mais populosa cidade paulista e a maior administrada pelo PT no Estado, com 1,2 milhão de habitantes.
     Além das decisões do TCE com condenações às licitações, feitas pela Secretaria de Obras de Guarulhos, uma das obras está completamente parada e outra ainda não terminou – o prazo de conclusão era o ano passado. Dinheiro público é desperdiçado justamente no programa que é uma vitrine do governo federal e esteve na origem da candidatura ao Palácio do Planalto da presidente Dilma Rousseff, a “mãe do PAC”, como foi batizada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha eleitoral.
     A poucos metros do intenso vaivém de aviões no aeroporto de Guarulhos, o mais movimentado do Brasil, um matagal e uma rua de terra ajudam a traçar um quadro real das irregularidades que cercam os negócios da Delta. No local, deveria estar localizada a Avenida Cumbica, parte de um programa de reurbanização da Cidade Industrial Satélite de Cumbica, financiado com recursos do PAC. Até agora, R$ 1,3 milhão de um total de R$ 4,6 milhões foram pagos à Delta. Não há, porém, sequer 1 metro de rua pavimentado onde deveria estar pronto o leito da via pública. No mesmo bairro, a Delta também deveria ter finalizado a obra da Avenida Projecta. Mesmo após um robusto reforço de verbas, o serviço ainda não foi concluído. A prefeitura de Guarulhos já liberou R$ 4,6 milhões para a obra da Projecta.
     Os dois contratos com a Delta foram assinados em fevereiro de 2008 pelo então prefeito de Guarulhos, Elói Pietá (PT). Naquele período, Pietá começava a articular a campanha por sua sucessão. Em outubro, Pietá saiu vitorioso das urnas ao eleger Sebastião Almeida (PT) para o comando da cidade.
     A origem do desperdício de verba, segundo o TCE, pode estar nos vícios do processo licitatório. Ele excluiu, de uma só tacada, quase todas as empresas que se interessaram pelas obras. A concorrência para a obra da Avenida Cumbica foi aberta em janeiro de 2008. Das 43 empresas que se interessaram, apenas oito chegaram à fase final do certame, vencido pela Delta. Um fato estranho, porque, segundo o TCE, em termos históricos, pelo menos metade das empresas que retiram o edital de licitação costuma se habilitar para apresentar suas propostas. As obras em Guarulhos são relativamente simples e preveem apenas a colocação de guias e a pavimentação de ruas.
     Os principais vícios apontados pelo TCE nas licitações vencidas pela Delta são os seguintes:
     • a prefeitura de Guarulhos exigiu um índice de liquidez (os ativos que a empresa pode transformar rapidamente em dinheiro, um indicativo de sua saúde financeira) maior que o aceitável para obras de pequeno porte como avenidas. Isso beneficiou diretamente a Delta, em 2008, já uma das maiores empreiteiras do país;
     • a prefeitura limitou a vistoria técnica no local das obras pelas empresas interessadas a apenas um dia. Isso é pouco comum e ajudou a excluir várias empreiteiras;
     • o edital exigia que os interessados depositassem a “garantia” (uma caução exigida dos participantes) 20 dias antes da abertura dos envelopes. Essa exigência favorece grandes empreiteiras;
     • o edital limitou o número de atestados de capacitação (os comprovantes de que as empresas interessadas podem realizar o serviço). Isso, segundo o TCE, foi outro fator de favorecimento à Delta.
     A prefeitura de Guarulhos, em nota, negou que tenha cometido irregularidades e disse que a licitação obedeceu a lei. Segundo a prefeitura, dos R$ 9,7 milhões licitados, apenas R$ 6 milhões foram pagos. A Delta, por meio de sua assessoria, disse que venceu a licitação por ter as melhores propostas técnicas e o melhor preço. Enquanto a prefeitura de Guarulhos se diz vítima da Delta, e a empreiteira afirma ter feito tudo conforme a lei, a Avenida Cumbica continua ligando nada a lugar nenhum.

Aumento para professores da Bahia em duas semanas

Professores da Bahia não aceitaram proposta, mas o governo vai dar
o aumento proposto ao MP.

     O presidente da Assembleia Legislativa (AL-BA), Marcelo Nilo, prometeu, em entrevista ao Bahia Notícias, colocar em votação, na próxima terça-feira (14), o pedido de urgência para que o reajuste dos professores da rede estadual de ensino vá a plenário no dia 21. Para tanto, ele espera que a bancada de oposição dispense a formalidade e que os deputados, boa parte empenhada nas campanhas eleitorais na capital e no interior, deem quórum. “Eles vêm na hora que eu precisar. Convoquei todos para a próxima semana e todos virão”, estimou o parlamentar. Além do aumento salarial concedido este ano, com variação de 6,5% a 11,5%, o governo propõe conceder aos docentes licenciados, em novembro, promoção por meio de curso, com ganho de 7%, e em março de 2013 – a pedido do Ministério Público – uma nova ascensão, também com ganho de 7%. De acordo com o pedetista, o Executivo deve enviar o projeto de lei à Casa até a próxima segunda (13). Neste segundo semestre, Nilo elenca ainda outras matérias importantes a serem discutidas na AL-BA: a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento 2013, bem como a votação de um empréstimo de R$ 600 milhões para a implantação do metrô da Paralela. O Legislativo ainda terá que endossar a criação de uma coordenação na Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração – que terá quatro ou cinco cargos – para viabilizar a instalação da montadora chinesa JAC Motors no Polo Industrial de Camaçari.
     Mais contratos pelo REDA
     Quatro secretarias e dois órgãos do governo do Estado confirmaram 510 vagas de processos seletivos em Regime Especial de Direito Administrativo (Reda). As oportunidades são distribuídas entre os níveis fundamental, médio e superior em Salvador e diversas cidades da Bahia. Os salários variam entre R$ 1.009,67 e R$ 4,7 mil, além de auxílio refeição, auxílio transporte e assistência médica para todos os profissionais. Para todos os cargos, a carga horária é de 40h semanais. O maior número de vagas é para seleção da Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária do Estado da Bahia (Seagri), com 232 oportunidades em Salvador e para as cidades de Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Irecê, Itaberaba, Itabuna, Juazeiro e Vitória da Conquista. As Secretarias do Meio Ambiente da Bahia (Sema), de Cultura (Secult) e da Segurança Pública (SSP) oferecem 179, 44 e 26 vagas, respectivamente. A Procuradoria Geral do Estado da Bahia  e  o Gabinete do Governador do Estado da Bahia também oferecem oportunidade de seleção.
     Dilma enfrenta os professores das federais
     A presidente Dilma Rousseff enfrentou protesto de professores de universidades e institutos federais ao discursar para moradores de Rio Pardo de Minas (MG), na manhã desta sexta-feira, sobre a ampliação do programa Brasil Sorridente. Os servidores estão em greve há quase 90 dias e tiveram ajuda de alunos para vaiar a petista. Cerca de 50 manifestantes foram impedidos por policiais militares de entrar no evento, mas conseguiram passar a barreira depois de tirar as camisetas do movimento e deixar faixas do lado de fora. Alguns alunos também apoiavam o movimento. Durante o discurso do prefeito do município e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, os professores ficaram calados. Já nos 12 minutos que a presidente discursou eles gritaram incessantemente: “oh, Dilma, a culpa é sua. A greve continua. Nossa greve se unificou. É estudante, funcionário e professor”. Aplaudida pela população de Rio Pardo, que lotou a praça da cidade para receber a presidente, Dilma não se alterou e continuou discursando.  
     Informações de O Globo e do Bahia Notícias.

Veja todos os convênios da Prefeitura de Heliópolis com o Governo Federal

Segue o link do Portal da Transparência, atendendo apelo dos leitores, com todos os convênios feitos pela Prefeitura Municipal de Heliópolis com o Governo Federal. Fiquem atentos às obras que estão sendo realizadas e levante os seguintes questionamentos: Os funcionários que estão trabalhando nas obras estão com registro na carteira de trabalho? Estão recebendo salários compatíveis com suas funções, pelo menos o mínimo estipulado em Convenção Coletiva do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil que abrange a região? Como está a qualidade dos serviços executados? Tem engenheiro acompanhando a execução das obras? É uma obrigação legal, fiscalizada pelo CREA (Inspetoria Regional em Ribeira do Pombal ou Alagoinhas), e remunerada no preço das obras. Qual(is) servidores da Prefeitura fiscalizam as obras? Estes servidores possuem qualificação para tal atividade (conhecimento técnico)? Tem plantas (projetos) disponíveis no canteiro de obras? As obras estão sendo executadas de acordo com esses projetos? O terreno onde estão sendo executadas as obras (caso de escolas, quadras, ...) são de propriedade do município? Ver Certidão no cartório de registro de imóveis do município (informação pública que não pode ser negada).
Estas são algumas questões a serem respondidas. Se o leitor detectar quaisquer irregularidades, denuncie.
Colaboração: Prof. Eraldo Neves.
Clique aqui e fiscalize.

Estudo diz que 21% da população mundial passou fome em 2011


Segundo o Ibope Inteligência, faltou comida na mesa de 15% dos brasileiros no ano passado
Redação da revista ÉPOCA
Uma em cada cinco pessoas, o equivalente a 21% da população mundial, passou fome pelo menos uma vez em 2011, segundo pesquisa do IBOPE Inteligência em parceria com a Worldwide Independent Network of Market Research (WIN). De acordo com o estudo, realizado em 59 países com um total de 53.433 entrevistados, países da África e Oriente Médio são os que mais sofrem com a fome no mundo. Sudão do Sul (94%), Palestina (72%), África do Sul, Nigéria e Camarões (70% cada), Quênia (66%), Geórgia (56%) e Afeganistão (54%) são as nações com maior percentual de pessoas que não tiveram o suficiente para comer nos últimos 12 meses. Na outra ponta, a Tunísia é o país com o menor número de pessoas (5%) que declararam ter passado fome no período. O desempenho tunisiano é seguido pelo de nações europeias, como Alemanha e Holanda (6% cada), e asiáticas, como Hong Kong (11%) e Vietnã (12%). No Brasil, faltou comida na mesa de cerca de15% da população.

Reportagens de VEJA mostram fragilidades da nossa educação


Educação: Só 11 estados aprovam mais de 80% dos alunos no 6º ano
Pesquisa do Inep revela que as primeiras séries de cada ciclo escolar concentram picos de reprovação e abandono. Alunos dos primeiros anos de cada ciclo são mais reprovados (Agência Brasil )
De todos os alunos matriculados no 6.º ano do ensino fundamental das redes estaduais de Alagoas, Sergipe e Rio Grande do Norte, no ano passado, apenas a metade foi aprovada para a série seguinte. A outra parte foi reprovada ou abandonou a escola. Os dados - divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e tabulados para o jornal O Estado de S.Paulo pelo economista Ernesto Martins Faria, da Fundação Lemann - mostram como as primeiras séries de cada ciclo escolar são as que concentram os picos de reprovação e abandono. Considerando as 27 unidades da federação, por exemplo, só 11 delas aprovam mais de 80% dos estudantes no 6.º ano (antiga 5.ª série). Uma situação que se agrava ainda mais no primeiro ano do ensino médio, quando nenhum estado atinge os 80% de aprovação. Nesse caso, além do alto índice de reprovação, cresce também o porcentual de alunos que abandonam os estudos. No Rio Grande do Norte, o índice dos que saíram da escola foi somente de 29%. "São as dificuldades da transição. Quando vai para o 6.º ano, além da mudança do formato - ele passa de um para vários professores -, alguns estudantes também saem da rede municipal e vão para a estadual. Isso impacta", explica Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann. No caso do ensino médio, acrescenta Mizne, os índices de reprovação mostram que, além do currículo desinteressante, há uma falta de aprendizagem acumulada. "É só lembrar que, como mostra a Prova Brasil, apenas 10% dos alunos terminam o fundamental com o conhecimento adequado de matemática." No Rio Grande do Sul, Estado que menos aprova no primeiro ano do ensino médio - apenas 54,2% estão aptos à série seguinte -, está prevista uma mudança curricular atrelada à conscientização docente. "Temos esse índice desde 1975. Precisamos fazer com que esses números sensibilizem diretores e professores", admite o secretário estadual de Educação, José Clovis de Azevedo.
Descaso - Segundo os especialistas, ao reprovar um aluno, a escola contribui para que aumente o porcentual de estudantes com distorção entre série e idade e pode fazer com que esse estudante se sinta estigmatizado. Isso além do impacto financeiro, que passa dos 14 bilhões de reais. Um sinal claro de que a escola não está cumprindo o seu papel. "Em um bom sistema educacional, o índice de aprovação beira os 100%", afirma Márcio da Costa, do grupo de pesquisas de sistemas educacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "Mas não adianta só decidir aprovar, é preciso verificar as causas da repetência e combatê-las." Segundo ele, há casos em que a reprovação pode ser uma forma de pressionar o aluno a abandonar a escola ou até uma punição por indisciplina. "Basta ver que, caso apresentem o mesmo rendimento, é mais comum o docente aprovar uma garota que um menino, que é tradicionalmente mais travesso", avalia. Para o professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) Ocimar Alavarse, as reprovações refletem a característica excludente da educação brasileira. Em 2011, foram reprovados 9,6% dos estudantes do fundamental e de 13,1% do médio. "É inaceitável e segue a lógica restritiva de que estudar é algo só para os que são considerados bons. Não é. Toda criança fica nove anos no ensino fundamental e a tarefa da escola é garantir que elas saiam de lá parecidas", diz.. Mudar esse cenário é um movimento que, mesmo de forma lenta e sob pressão, deve começar a acontecer. Isso porque o fluxo escolar é um dos fatores que interferem no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), instituído em 2007, que, entre outros fatores, atrela o resultado educacional a repasses financeiros. No cálculo do Ideb, a nota de cada escola é a média entre a performance dos estudantes na Prova Brasil e o porcentual de aprovação. Logo, instituições com a mesma nota na prova podem ter índices de Ideb diferentes.
Conteúdo do ano não é cumprido por professores
(Eduardo Martino/Documentography)
Nas escolas brasileiras, o aluno é promovido de série sem que tenha tido acesso a todo o conteúdo previsto. Dados da Prova Brasil mostram que 75% dos professores desenvolvem menos de 80% do que deveria ser trabalhado no ano.Os dados foram tabulados pelo Estado a partir do questionário da Prova Brasil 2009, respondido por 216.495 docentes de instituições públicas de todo o país que dão aulas para alunos do 5.º e 9.º ano do ensino fundamental, público-alvo da avaliação. Os Estados da Região Nordeste apresentam os piores porcentuais de cumprimento do currículo. Nos Estados do Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará e Maranhão, por exemplo, quase 30% dos docentes não conseguem cumprir nem a metade do currículo proposto. Nesses locais, o índice de professores que conseguem cumprir mais de 80% do conteúdo previsto cai para apenas 10%. Um reflexo desse ensino incompleto está nos resultados da Prova Brasil. Quanto terminam o 5.º ano, 34,2% dos alunos têm conhecimento de português adequado à série. Em matemática, o índice é de 32,5%. Ao fim do 9.º ano, o rendimento piora ainda mais: apenas 14,7% dos alunos sabem o mínimo em matemática e 26,2%, em português. "Isso acontece porque os conteúdos são cíclicos, retornam em anos seguintes de forma mais complexa. Se o aluno não o aprendeu bem, não conseguirá acompanhar na série seguinte", afirma Maria Carolina Dias, especialista em Gestão Educacional da Fundação Itaú Social. Mas não basta responsabilizar o professor. O não cumprimento do conteúdo, segundo especialistas, reflete problemas complexos da educação brasileira, como a formação deficiente dos docentes, a falta de um acompanhamento pedagógico da escola e, principalmente, a necessidade de que o país implante um currículo nacional coerente e que priorize os conteúdos elementares.
Municípios não atingem nem metas modestas de educação
Relatório da ONG Todos Pela Educação revela que maior parte das cidades está longe de ensinar o que deve a alunos em língua portuguesa e matemática
Nathalia Goulart
A língua portuguesa representa o maior desafio para alunos e professores no fim do primeiro ciclo do ensino fundamental, que se encerra no 5º ano (antiga 4ª série). Já ao fim do segundo ciclo, que se encerra no 9º ano (antiga 8ª séria), é a matemática que se torna um obstáculo. É isso que conclui o movimento independente Todos Pela Educação, que estabelece metas de aprendizado para alunos de todos os 5.557 municípios brasileiros. De acordo com o relatório De Olho Nas Metas 2011, divulgado nesta terça-feira, em São Paulo, 52% das cidades do país não atingiram, em 2009, os objetivos determinados pelo Todos Pela Educação relativos ao desempenho de estudantes do 5º anos em língua portuguesa – as metas variam de cidade para cidade e levam em conta a situação prévia de cada uma delas. É uma péssima notícia, levando-se em conta que, em muitos casos, a meta já era modesta, como fazer com que os estudantes aprendessem ao menos parcela do que de fato deveriam. Entre as 26 capitais, 18 municípios não atingiram suas metas, além do Distrito Federal. Em Maceió (AL), por exemplo, apenas 17% dos alunos do 5º ano detêm os conhecimentos mínimos esperados para esta etapa do ensino fundamental. Já em matemática, 75,2% dos municípios brasileiros cumpriram as metas estabelecidas. Entre as capitais, todas evoluíram segundo o esperado. Contudo, mais uma vez é preciso considerar os dados com cautela. Macapá (AP), por exemplo, atingiu o objetivo para 2009, mas ele era modestíssimo: ali, só 13,2% dos estudantes detêm os conhecimentos mínimos esperados ao fim do 5º ano. Em Belo Horizonte, que também apresentou evolução satisfatória, pouco mais da metade (51%) ainda não sabe calcular adequadamente. No fim do 9º ano, segundo ciclo do ensino fundamental, a situação é inversa: matemática é o bicho-papão dos estudantes. Mais da metade dos municípios, exatos 56,1%, incluindo 21 capitais e o Distrito Federal, não atingiu as metas previstas. Exemplos assustadores são Salvador (BA), onde apenas 5,4% dos estudantes do 9º ano dominam conhecimentos básicos na disciplina. Em Florianópolis (SC), que também não registrou avanço, só 16,7% dos alunos aprenderam o que deveriam ao fim do segundo ciclo do ensino fundamental. Em língua portuguesa, 81,9% das cidades brasileiras ultrapassaram a meta imposta pelo Todos Pela Educação, incluindo todas as capitais e o Distrito Federal. Outra vez, os resultados, embora alcançados, chamam a atenção pela modéstia. Em Recife, 15,5% dos concluintes do ensino fundamental têm um aprendizado adequado à sua série.
Metodologia – Os dados por municípios divulgados nesta terça-feira analisam o desempenho dos estudantes do 5º e 9º anos do ensino fundamental com base nos resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2009, elaborado pelo Ministério da Educação (MEC). Esses dados são cruzados com as metas estabelecidas pelo Todos Pela Educação. Se todos os municípios atingirem os objetivos propostos pelo movimento ao longo da década, em 2022, cerca de 70% de todos os estudantes brasileiros terão um aprendizado adequado ao seu estágio escolar. A julgar pela prévia divulgada nesta terça-feira, é difícil acreditar que isso vá acontecer.
Análise
É preciso inverter a lógica do ensino no Brasil
Destinar maior volume de recursos ao ensino básico e fundamental é principal desafio do país no campo educacional
Keila Cândido
Com investimento na educação de base, universidade pública seria para todos (Nilton Fukuda/VEJA)
O estado brasileiro gasta com educação o equivalente aos países ricos, mas os resultados não poderiam ser mais diferentes. A razão de tamanha discrepância está no planejamento. Nos desenvolvidos há um trabalho de longa data no sistema educacional, com priorização do investimento no ensino básico e fundamental, qualificação dos professores e combate a desvios e desperdícios. Mesmo os países emergentes, com destaque para a China, têm adotado com sucesso essa estratégia. No Brasil, o sistema, além de caótico, funciona às avessas (veja quadro). Gasta-se absurdamente mais com a universidade pública, que, pela peneira do vestibular, abriga os mais ricos. Além disso, são conhecidos os desvios de recursos pela via da corrupção, a lentidão na promoção de mudanças e pauperização da classe docente (confira outras dicas). O governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o da presidente Dilma Rousseff pouco avançaram para inverter essa lógica – embora se percebam tanto uma leve queda do gasto público com ensino superior enquanto proporção do Produto Interno Bruto (PIB) per capita quanto um crescimento dos dispêndios nos outros níveis (veja quadro). O Partido dos Trabalhadores (PT) na Presidência da República escolheu, inclusive, a expansão da educação superior  como uma de suas plataformas políticas com o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). O resultado tem se mostrado um desastre. Universidades foram construídas em localidades com baixa demanda, enquanto outras expandiram o número de alunos sem que houvesse infraestrutura adequada. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), por exemplo, aumentou em 520% o número de vagas, mas faltam laboratórios, refeitórios e até salas de aula nos novos campi criados. No Rio de Janeiro, a expansão acontece em universidades de lata. Tudo isso proporcionado pela farra do desperdício de dinheiro público. Os escândalos recentes nas universidades federais mostram que ampliar o gasto não é condição suficiente para a reversão dos problemas da educação no país. Antes de tudo, é preciso saber planejar e gerir de forma eficiente os recursos públicos. “Não adianta ter muitas vagas e o ensino estar aquém do mínimo necessário”, disse Nilson Oliveira, do Instituto Fernand Braudel. Especialistas ouvidos pelo site de Veja defenderam a urgência da reforma do sistema educacional do país de modo a, primeiramente, reduzir a concentração dos recursos no ensino superior. Adicionalmente, mas não menos importante, é preciso investir na formação e remuneração dos professores; aumentar a carga horária do currículo; envolver mais os pais no universo escolar; combater a corrupção; tornar as transferências mais transparentes; apoiar a meritocracia; e diminuir a burocracia. Em resumo, tornar todo o sistema mais eficiente.
Privatização – Entre os especialistas uma ideia polêmica não é incomum: a privatização total ou parcial das universidades públicas. Eles argumentam que o Brasil deve seguir o exemplo de nações que têm educação pública de qualidade ao longo de quase toda a vida escolar e um ensino superior majoritariamente privado, como, por exemplo, a Inglaterra. Este modelo é tido como mais justo, pois os recursos, outrora consumidos pelas universidades estatais, destinam-se a melhorar a base do sistema de educação. Alunos provenientes tanto de famílias pobres quanto de abastadas passam assim a ter a mesmas oportunidades de aprendizagem para, no futuro, concorrer em condições mais equânimes nas instituições privadas. A barreira financeira para uma universidade no setor privado geralmente é vencida com linhas de financiamento de longo prazo com juros subsidiados. “As universidades, mesmo sendo públicas, devem ser pagas. Quem pode pagar, tem de pagar”, disse Mansueto Almeida, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). “O principal problema da nossa educação é que não há interesse nem cobrança por parte de pais, professores e gestores por uma educação de qualidade. A maioria das coisas que precisam ser feitas pra melhorar esse estado de coisas custa pouco ou zero”. Gustavo Ioschpe, colunista de VEJA
(Com Agência Estado)

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Depois da Bahia, onda de greves se alastra e desafia governo Dilma


FLÁVIA FOREQUE, JOHANNA NUBLAT, KELLY MATOS e NATUZA NERY – da Folha de São Paulo
Política Federal em Greve (Foto:  Daniel Marenco)

Servidores fazem enterro simbólico do diretor-geral
da Polícia Federal, Leandro Daiello, em protesto
por reajuste salarial (foto: Alan Marques)
A greve dos servidores federais ganhou ontem a adesão de policiais rodoviários e ameaça se tornar a paralisação mais ampla do funcionalismo desde o começo do governo Lula (2003-2010), desafiando a gestão da presidente Dilma Rousseff. Os números oficiais e do movimento não batem. Nas contas sindicais, ao menos 27 órgãos federais foram diretamente afetados, entre greves, suspensão temporária de trabalho ou operações-padrão. As paralisações já prejudicam o cotidiano da população. Ontem, pelo menos oito estradas ficaram congestionadas por causa de uma fiscalização intensa de veículos. Aeroportos e até a área da saúde, com a retenção de remédios importados em depósitos, estão sendo afetados. Universidades federais estão paradas há quase três meses. Ontem, em Brasília, grevistas tentaram subir a rampa do Palácio do Planalto, mas foram contidos por policiais. Até agora, o governo negocia apenas com funcionários de universidades federais.
VAIAS
Fiscalização de agentes da PRF na ponte da Amizade,
em Foz do Iguaçu (PR), provoca lentidão na fronteira
com o Paraguai (foto: 
Reprodução/Yfrog/Fenapef)
O ministro responsável por negociar com movimentos sociais, Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), foi vaiado e chamado de traidor em um congresso por manifestantes da CUT, tradicional braço sindical do petismo. "Traidor, traidor", ouviu. "A greve continua. Dilma a culpa é sua!". Carvalho discutiu aos gritos com a plateia. Ao fim, o presidente da CUT, Vagner Freitas, comentou: "Se eu fosse presidente, destituía o ministro." "Houve greves grandes, mas eram concentradas em um setor. Essa tende a se ampliar", disse Artur Henrique, dirigente da CUT. Servidores fazem enterro simbólico do diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, em protesto por reajuste salaria. A decisão do governo de punir grevistas com descontos e não conceder reajustes acirrou os ânimos. Outra medida que desagradou servidores foi um decreto, de julho, facilitando a troca de grevistas por funcionários estaduais e municipais. Para os sindicatos, há mais de 300 mil funcionários parados entre os 573 mil servidores. O Ministério do Planejamento diz que isso é irreal. "Se fosse tal como é dito, teríamos o serviço totalmente comprometido, e não está. Há pouquinha gente parada e muita fazendo barulho", disse o secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça. Ele refuta o status de pior greve dos últimos anos e lembra paralisações nos governos Lula e FHC, mas o governo diz não saber quantos servidores estão parados. O país "enfrentou momentos difíceis" com greves antes, disse. Também repercutiu mal entre sindicalistas e setores do governo a afirmação do secretário do Tesouro, Arno Agustin, dizendo que a greve acabaria no dia 31, com o envio do Orçamento de 2013 para o Congresso, o que encerraria a possibilidade de negociação salarial. "Nós entendemos que a crise [internacional] é grave. Mas, diante da crise, tem que flexibilizar o superávit primário [economia para pagar juros da dívida] e recuperar carreiras", disse Artur Henrique.

Foz do Iguaçu: da Casa Verde às Cataratas

Avenida Brasil em Foz do Iguaçu

                        Landisvalth Lima
Eu a as Cataratas do Iguaçu
Foz do Iguaçu é uma cidade com cerca de 260 mil habitantes, localizada no Parná e marcada por sua diversidade cultural. São 80 nacionalidades, sendo que as mais representativas são oriundas do Líbano, China, Paraguai e Argentina. Integrada à região trinacional, na tríplice fronteira do Brasil, Paraguai e Argentina, Foz do Iguaçu faz divisa com a cidade argentina de Puerto Iguazú e com a cidade paraguaia de Ciudad del Este. A base da economia da cidade está no turismo, com destaque para o comércio e serviços. De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR) e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), em 2006, 2007 e 2008 Foz do Iguaçu foi considerada no segmento "Lazer" o 2º destino mais visitado por turistas estrangeiros, atrás apenas do Rio de Janeiro. Contando com uma infinidade de opções de passeios, de lazer, gastronomia, a cidade conta com a ajuda da vizinha Ciudad del Este, considerada a 3ª maior cidade comercial do mundo.  
As Cataratas vistas da passarela

A Garganta do Diabo das Cataratas
Mas o ponto atrativo forte são as Cataratas do Iguaçu. O conjunto natural de quedas de água recebe quase dois milhões de visitantes de todo o mundo anualmente. É uma paisagem de tirar o fôlego e o turista se sente integrado à natureza. Vi quatis e tucanos sem medo dos visitantes. É notória a convivência pacífica do sulista com a natureza. Enquanto em várias cidades do nordeste do Brasil, a exemplo de Heliópolis, prefeitos arrancam árvores para cimentar praças, em Foz do Iguaçu as casas e praças convivem com árvores de todas as espécies. E não há só uma preocupação com a preservação da natureza. O nativo sabe que a cidade sobrevive economicamente da presença do turista e tudo gira em torno das cataratas. Há espetáculos que reproduzem as lendas populares sobre o surgimento das quedas de água do Rio Iguaçu.
Muito frio e vapor d`água nas Cataratas do Iguaçu

Os tucanos não se importam com os turistas
Muitas lendas indígenas contam a formação do maior conjunto de quedas d'água do planeta. Uma delas diz que os índios caingangues, que habitavam as margens do Rio Iguaçu, acreditavam que o mundo era governado por M'Boy, o deus serpente, filho de Tupã. O cacique da tribo, Ignobi, tinha uma bela filha chamada Naipi. Por causa de sua beleza, Naipi seria consagrada ao deus M'Boy, passando a viver somente para seu culto. Havia, no entanto, entre os caingangues um jovem guerreiro chamado Tarobá, que se apaixonou por Naipi. No dia em que foi anunciada a festa de consagração da bela índia, quando o cacique e o pajé bebiam cauim (bebida feita de milho fermentado ou de mandioca) e os guerreiros dançavam, Tarobá fugiu com Naipi em uma canoa, que seguiu rio abaixo, arrastada pela correnteza. M'Boy ficou furioso quando soube da fuga e penetrou nas entranhas da terra. Retorcendo seu corpo, produziu uma enorme fenda que formou uma catarata gigantesca. Envolvidos pelas águas, os fugitivos foram tragados pela imensa cachoeira. Naipi foi transformada em rocha logo abaixo da cachoeira, fustigada pelas águas revoltas. Tarobá foi convertido em uma palmeira, situada à beira do abismo. Debaixo dessa palmeira existe uma gruta, de onde o monstro vingativo vigia eternamente suas vítimas. Ou seja, também na lenda, tudo surge em função do amor por uma mulher. As lendas são reproduções metafóricas da vida.
Os quatis fazem parte da paisagem 

A Green House Hostel em Foz do Iguaçu
E por falar em mulher, quem chegar a Foz do Iguaçu não pode perder a hospitalidade do Green House Hostel. É um aconchegante dormitório localizado na Rua Edmundo de Barros, próximo ao centro da cidade. Não tem errada: saindo do Aeroporto, seguindo a Avenida das Cataratas. No final desta, dobrando à direita, entrando na Avenida Paraná, mais uma vez entra na primeira à direita e você já está na Edmundo de Barros. Aí é só caminhar um pouquinho até o número 1130 e você estará na Casa Verde. Há ônibus para o centro em frente ao dormitório e, caminhando cerca de 400 metros, há transporte para Ciudad del Este (Paraguai), Puerto Iguazú (Argentina). O atendimento é especial. A gerente do pedaço é Grasiela, uma gaúcha educadíssima. Ela fala, além do Português cheio de sotaque de Porto Alegre, espanhol, alemão, italiano e inglês. Quando cheguei à Casa Verde, Grasiela estava conversando com um casal de ingleses e com um alemão ao mesmo tempo, e ainda teve paciência para me dar informações. É apaixonada por macarronada.
A simpática Grasiela da Casa Verde

A cidade de Puerto Iguazú, na Argentina
Durante os quase 20 dias que passei no Green House Hostel, convivi com 1 israelita, 8 alemães, 9 ingleses, 1 colombiano, 1 koreana e 2 paraguaios. Ainda testemunhei a barulhenta seleção de futsal do Paraguai e travei amizades com brasileiros de vários lugares deste país. Grasiela não se furta em dar orientações, inclusive pensando no bolso do turista. Graças a ela, é impossível ir a Foz do Iguaçu e não pedir reserva no Green House Hostel, que inclusive tem preços competitivos. Todos os dias me desloquei sem problemas para estudar em Ciudad Del Este, no Paraguai. Eram dois ônibus e cerca de 50 minutos até a Universidad Internacional Tres Fronteras. A dificuldade era o retorno, porque quase tudo para de funcionar depois das 17 horas no Paraguai. Pela noite, pouco pude desfrutar da Casa Verde. Como o frio era imenso, piscina nem pensar. Abusei muito da internet banda larga de 35 gigas para pesquisar e fazer meus trabalhos. Quero ir n`outra data para desfrutar melhor. Desta vez com Ana Dalva e as crianças crescidas. Ninguém deveria passar para outra vida sem antes ver as Cataratas. É algo grandioso. Também não percam a oportunidade de visitar a pequenina e organizada Puerto Iguazú, em território de los hermanos argentinos. Lá a organização fala mais alto. E é bom estar bem documentado porque são organizadíssimos, diferentemente da aduaneira paraguaia que é mais, digamos, flexível! (obs. dê um clique nas fotos para ampliá-las)

Há três candidaturas indeferidas em Heliópolis


Bita está fora do pleito

Claudinha não se filiou
Falta pouco para termos todos os registros de candidaturas julgados pelo Juiz Eleitoral da Comarca de Cícero Dantas, dr. Antônio Fernando de Oliveira. Até ontem, quase todos os registros estavam com sentença. Os três candidatos a prefeito estão deferidos. Entre os candidatos à Câmara Municipal, 3 estão indeferidos: Claudinha de Marcelo (PSC), que não conseguiu comprovar sua filiação ao partido, Bita de Lalai (PMDB) e Neném de Mundinho (Romerito) também do PMDB. Estes dois últimos devem seus indeferimentos a Nildinha, ou Nilda Santana, presidenta do PMDB. Ela não aceitou a coligação com Unidos por Heliópolis, do Ildinho-prefeito e Gama-vice, para se coligar com o PCdoB. Só que era voto vencido. Os outros membros queriam que o partido ficasse na oposição. Além do mais, Nildinha foi sentenciada por dupla filiação e perdeu todos os prazos para recorrer. Não seria candidata nesta eleição nem com despacho dos bravos, mas insistiu. Acabou renunciando à sua candidatura, acabando com os sonhos de Bita e de Neném de Mundinho em representar o partido e ainda complicou a vida de toda coligação liderada pelo PCdoB, a última a ser homologada. Agora os governistas correm contra o tempo para apagar a sigla PMDB das propagandas da coligação Heliópolis no rumo certo. Ironia do destino, o caminho está errado. Dona Nilda Santana fez história na política de 2012 em Heliópolis: tirou 2 candidatos da disputa, complicou a vida de uma coligação inteira, enganou um prefeito, 4 partidos e um ex-vereador, que inclusive é parente dela, e adiou o sonho do PMDB e do povoado Tijuco de voltarem a ter um assento na Câmara Municipal. Já há políticos denominando a presidenta do PMDB de Nilda Furacão.
Neném de Mundinho. Inapto.

Nildinha: renunciou e complicou
a vida de muita gente.
Mas há ainda outros casos menos complicados. O candidato a vereador Zé Milton do Tanque Novo, que havia renunciado no início da campanha, resolveu retornar à disputa e vai entrar na sua própria vaga. Ainda está aguardando julgamento. Outra candidatura nova é da agricultora Maria Neta Gama, da coligação Heliópolis no rumo certo. Ela é do PSD e entrou para completar a quantidade obrigatória de candidaturas femininas, o que também estava emperrando a homologação da chapa PCdoB/PP. É espantoso como os governistas com tantos políticos supostamente experientes, e com auxílio de inúmeros advogados, conseguem errar tanto. Parece que a expressão “o poder cega” nunca foi tão verdadeira. Fato é que, fora a candidatura de Clóvis da Massaranduba, que está fazendo crescer árvores carregadas de frutas ditatorialista no atual presidente da Câmara Municipal, chegando a ameaçar o vereador de não tomar posse se se reeleger, inclusive se esquecendo do que fez o vereador Gaminha na eleição passada, resta agora aos governistas muita paciência e nervos para recuperar fôlego numa campanha nitidamente favorável à oposição.
Compra de voto
Maria Neta: nova candidata
Zé Milton está de volta
Quero ver se terminaremos esta eleição sem pegarmos os compradores de voto. A descaração é tão grande que os verbos “comprar” e “vender” estão virando sinônimo de política em Heliópolis. Já há fatos comprovado no povoado Tijuco. Uma certa liderança “foi comprada” por 5 mil reais. Recebeu 1.300,00, emprestados por um cidadão. Quem emprestou não recebeu, quem recebeu o inicial não recebeu o resto e a confusão está feita. O problema é que ninguém quer testemunhar e só acabaremos com isso com a punição a este tipo de política ultrapassada. E não é só dinheiro. O voto também é atraído por promessas de emprego na Prefeitura Municipal. O bom da história é que muitos eleitores estão com seus celulares prontos para gravarem “ofertas”. Esta eleição ainda vai dar o que falar.
Ana Dalva: mais um prêmio
Ana Dalva poderá receber mais um prêmio
A vereadora Ana Dalva, candidata à reeleição pelo PPS, depois de ter recebido o prêmio de melhor vereadora de 2009 e ser tricampeã como melhor parlamentar de Heliópolis em 2009, 2010 e 2011, pelo Instituto Tiradentes de Minas Gerais, e ainda ser escolhida destaque regional pelo radialista Joilson Costa, da Pombal FM, pode também emplacar o tetracampeonato pelo Instituto. Notícias dão conta que ela está disparada na frente como melhor vereadora mais uma vez. Ana Dalva agradece e diz que espera fazer muito mais quando finalmente virar governo.

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Candidato Bicha Muda é submetido a exame de sanidade mental


MPE pediu impugnação da candidatura a vereador em Juazeiro do Norte do travesti João dos Reis Filho, que é surdo-mudo
Lauriberto Braga, de O Estado de São Paulo
Bicha Muda está aprovado(a) e vai disputar um mandato vereador ou vereadora!
(foto: madsonvagner.blogspot.com)
O travesti João dos Reis Filho (PRB), de 42 anos, conhecido por Bicha Muda, precisou fazer um exame de sanidade mental para conseguir registro de sua candidatura a vereador em Juazeiro do Norte, a 540 quilômetros de Fortaleza. O Ministério Público Eleitoral pediu a impugnação de Reis Filho alegando que ele não reunia capacidade mental para se candidatar. O promotor eleitoral José Carlos Félix em seu pedido de impugnação relatou que o travesti era incapaz de exprimir vontade para exercer o cargo de vereador.
Mas o juiz eleitoral Djalma Sobreira Dantas Júnior de posse do exame de sanidade mental de Reis Filho aceitou a candidatura. O exame constou de uma avaliação psiquiátrica e de alfabetização em libras (linguagem de sinais dos deficientes auditivos), uma vez que o travesti é surdo-mudo. A avaliação psiquiátrica que comprovou a capacidade mental do candidato foi assinada pelo psiquiatra Pedro Jorge Malzoni. O advogado do travesti, José Nilson Rodrigues, chegou a classificar na defesa a atitude do Ministério Público Eleitoral de "bullying político".
No exame de Malzoni atesta que o travesti tem deficiência auditiva, "mas isso não o incapacita para atos da vida civil, tendo apenas limitações". O médico destaca ainda que para "realizar atividades, o candidato tem, porém que se beneficiar de um tradutor em libras para o esclarecimento de suas decisões cívicas às demais pessoas". É isto!

Seca maltrata eleitores de Dilma no Nordeste


     DIMMI AMORA – da Folha de São Paulo
Seca provoca morte de gado em propriedade rural em Flores (PE)
(Foto: Lula Marques/Folhapress)

     Maria Irene Alves Rodrigues, 44, gastou R$ 480 na última compra do mercado para alimentar sete pessoas que vivem com ela na zona rural de Araripina, sertão de Pernambuco, uma das 1.072 cidades em estado de emergência pela seca no Nordeste. Como 73,5% dos eleitores desses municípios, Maria Irene votou na presidente Dilma Rousseff em 2010 e conta que, antes da estiagem destruir suas roças de milho, mandioca e feijão, vivia melhor: vendia parte da produção, gastava menos de R$ 350 no mercado e ainda comprava carne, goma para tapioca e mortadela. Ela recebe R$ 134 do Bolsa Família e R$ 622 da aposentadoria rural do pai, Elvídio Rodrigues, 82. Nas cidades onde as chuvas são escassas desde outubro de 2011, pelo menos duas em cada três famílias recebem algum benefício assistencial do governo. Esse dinheiro, cerca de R$ 1 bilhão por mês, não é suficiente para atenuar os efeitos da pior estiagem em décadas. O resultado é uma profunda crise econômica, mas não como em outras ocasiões, quando a falta de chuvas gerava um flagelo social com mortalidade infantil, migração em massa e saques. O clima na região é de apreensão, como a Folha constatou numa viagem de quase 2.000 quilômetros feita em julho por Pernambuco, Alagoas e Bahia, na qual visitou dez cidades afetadas pelo clima. "Tempo de seca é tudo uma coisa só. Mexeu com seca, mexeu com sofrimento", relata o agricultor Expedito Raimundo da Silva, 47, que perdeu metade do faturamento com a venda de orgânicos em Ouricuri (PE). Expedito e Maria Irene formam o bloco eleitoral que ajudou a garantir a vitória de Dilma. Nas cidades na seca, ela teve 5 milhões de votos a mais que seu adversário, José Serra. No restante do país, a diferença foi de 7 milhões. A votação expressiva foi resultado dos programas federais e da geração de empregos durante a gestão Lula. Também houve investimento em grandes obras e pequenos investimentos públicos em urbanização. Os projetos, contudo, não garantiram estrutura adequada. "Não fosse essa cisterna, eu tava passando sede morando de frente pro rio", conta Francisco Ferreira da Silva, 56, que vive em Delmiro Gouveia (AL), cidade cortada pelo rio São Francisco. A cisterna de Francisco é do programa Água Para Todos, de Dilma, reciclagem do Um Milhão de Cisternas, promessa do ex-presidente Lula. Somando as duas gestões, o governo fez 450 mil delas, metade do prometido. Mesmo com o baixo desempenho, são elas hoje a principal estrutura do sertanejo para enfrentar a seca. Isso porque, além das construídas com recurso federal, prefeituras, governos estaduais e os próprios moradores ergueram as suas. A água das cisternas, porém, não é suficiente para dar de beber aos animais, que, nessa região, são como poupanças das famílias. Sem a renda rural, onde vive a maioria da população, o comércio míngua, levando a crise para a zona urbana. O governo federal prometeu R$ 2 bilhões em investimentos para minimizar os efeitos da estiagem, mas a ajuda chega de forma irregular e a burocracia impede parte da população de acessá-la. Nesse pacote, Maria Irene recebeu a sua cisterna do governo. "Este ano não voto de graça para ninguém."

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>>>Cheio de Arte: Ensaio: A práxis social e a ética aparente na educ...:                         Landisvalth Lima O alicerce básico deste ensaio é o artigo Ètica e ontologia em Lukács e o complexo social da ...

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Ana Dalva News: Exemplo: Um brasileiro entre os melhores professor...:       O carioca Alexandre Lopes vence 180 mil docentes na Flórida e concorre ao título de Professor Nacional do Ano por seu trabalho com a...

Aulões do Enem têm pouca frequência

Havia muita cadeira para pouco aluno
(foto: Robson Mendes - do Correio)

     A série de aulões de reforço programados pelo governo baiano para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) começou neste sábado (4) com salas e quadras cheias de cadeiras vazias, segundo reportagem do Correio. Organizado pela Secretaria da Educação do Estado (SEC), o projeto prevê 384 aulas em 24 localidades, tanto na capital baiana como no interior. No Colégio Estadual João Florêncio Gomes, na Ribeira, aproximadamente 80 alunos estiveram presentes. A situação foi vista de perto pelo atual subsecretário de Educação, o professor Aderbal de Castro, que tentou demonstrar otimismo, apesar do cenário. “Tivemos um bom número de inscritos e a expectativa é que na próxima semana isto melhore”, declarou. Já no Colégio Estadual Rafael Serravalle, na Pituba, onde havia a expectativa de receber 405 estudantes, somente 20 foram ao aulão. O presidente da Associação de Pais e Mães de Alunos da instituição (Amap), Antônio Moura, protestou junto com outros pais.
     Informações do Bahia Notícias.

Integrantes do Femen no Brasil procuram voluntárias


     GIBA BERGAMIM JR. – da Folha de São Paulo
Femem chega ao Brasil
Ativista protestam via topless
     De saia até o joelho, meia-calça, salto alto e blazer, Bruna, 21, analisa processos num escritório em São Paulo, onde faz estágio em direito. Até o domingo passado, o traje social e o olhar sério a colocavam na condição de "funcionária padrão". Foi quando imagens dela em plena avenida Paulista, só de calcinha, com os peitos de fora e as inscrições "violação, não" no corpo, chegaram aos jornais, sites e canais de TV, deixando os colegas de trabalho boquiabertos. Bruna Themis (codinome adotado por ela) é a mais nova integrante do Femen, grupo nascido na Ucrânia e espalhado pela Europa que tem, desde junho, uma "filial" no Brasil. Numa espécie de "flash mob", elas tiram a roupa no meio da rua para denunciar turismo sexual e defender causas como a liberdade para fazer aborto - ativismo conhecido como neofeminismo, no qual se usa o corpo como forma de protesto. A fundadora do movimento no país, Sara Winter (sobrenome também fictício), 20, e Bruna andam atarefadas em busca de novas adeptas do movimento. Cerca de 20 voluntárias de São Paulo, Rio e Minas Gerais estão sendo entrevistadas. Além do engajamento nas causas, é necessário o principal: coragem para fazer topless sem se incomodar com olhares repressores. A maioria das interessadas é jovem, como elas, na casa dos 20. As ativistas do movimento Femen no Brasil, Sara Winter e Bruna Themis, realizam na avenida Paulista protesto contra proibição do parto em casa. Rodaram o mundo as cenas de loiras ucranianas bonitonas que tentaram invadir estádios de futebol durante os jogos da Eurocopa em Kiev. Sara estava no grupo, a convite de Inna Shevchenko, uma das mais antigas ativistas do Femen --criado em 2008 por Anna Hutsol. "Foi uma prova de fogo. Fiquei detida quase um dia inteiro numa delegacia até assinar documentos e ser liberada", conta Sara. A repressão vista na Europa --lá, as meninas do Femen são treinadas até para se defender de policiais- não se repetiu domingo no protesto da entidade no Brasil. Até agora, nenhuma das jovens ganha nada da entidade, mas está previsto que a partir do mês que vem deve haver uma ajuda de custo de US$ 350 por mês para Sara. "O ideal é montarmos uma loja para a confecção de camisetas", afirma.
     TESTE
     Antes de ir à Ucrânia, a jovem teve de mostrar que tinha coragem de fazer topless. Além de postar uma foto seminua na rede social Facebook, fez um protesto solitário em São Carlos, no interior paulista, sua cidade natal. E, é claro, de peito aberto. Já a novata Bruna conseguiu pular as etapas e foi logo às ruas após ser entrevistada por Sara. "Criei coragem e fui direto. Tive medo, mas depois foi a minha libertação", diz.