Exclusivo!

Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Oposição está na frente, mas pleito segue indefinido em Heliópolis


                                 Landisvalth Lima
Faltando menos de um mês para o dia decisivo das eleições de 2012, o processo eleitoral segue firme no município de Heliópolis e não há lugar ainda para se estabelecer um resultado seguro. O pleito segue indefinido, mas é visível uma vantagem favorável aos opositores. Isso não quer dizer que os governistas estão jogando a toalha, muito pelo contrário. A coligação Heliópolis no rumo certo busca fórmulas para tentar reverter a vantagem da coligação Unidos por Heliópolis. Enquanto isso, a terceira coligação que disputa o pleito, Heliópolis pode mais, cumpre o seu papel, mas passa longe do favoritismo. Além da disputa majoritária, há uma luta travada para eleição dos nove nomes que comporão a futura Câmara Municipal de Heliópolis. Os favoritos são os mesmos, mas há candidaturas menores que estão surpreendendo e podem mudar este quadro.
Disputa
A discussão que impera hoje em Heliópolis é para saber em qual comício havia mais pessoas: o do Tanque Novo ou o do Tijuco? Pedro Fotógrafo acha que foi o do Tanque Novo e meu Compadre João acha que foi o do Tijuco. Fico com os dois. Certo é que os três maiores comícios em volume de participação foram feitos pela oposição: Tanque Novo, Tijuco e o da inauguração do Comitê do Unidos por Heliópolis.
Visual
A campanha visual em Heliópolis já está de bom tamanho. Os governistas são mais visíveis que os opositores, mas a qualidade..... Bem, digamos que as cores ajudam! Ildinho e Gama têm a ajuda substancial do verde, do designer e do talento de Neném. Gilberto e Joaquim tem um visual suave e bem corroborado pelo branco. Os governistas têm no vermelho e no amarelo uma presença forte, mas as pinturas de muro são quase um desastre!
Equívocos I
Há inúmeros equívocos nesta campanha que vão entrar para os anais das coisas inúteis. A fotografia de Jacques Wagner não ajuda ninguém a se eleger. Apesar de ter liberado muitas obras para Heliópolis, o governador não tem prestígio político por aqui. E olhe que a culpa é dos seus aliados, porque saem por aí mentindo para o povo dizendo que as obras foram feitas pela prefeitura municipal. Lula é o único nome que ainda dá uma ajudinha. Só que o PT rompeu com o governo municipal e está com os opositores, isso acaba transformando o ex-presidente em imagem neutra.
Equívocos II
Agora me digam o que significam umas placas de propaganda eleitoral com Dilma e Fátima Nunes ao lado de Ildinho? Parece brincadeira! Que me perdoe a deputada, há bem pouco tempo ela estava no palanque do PCdoB pedindo a reeleição do atual alcaide, num comportamento que até prejudicava seu próprio partido. Como o PT rompeu com o PCdoB e tem outros nomes a nível estadual, qual o significado da imagem da deputada ao lado de Ildinho, que é do PSC, se nem mesmo o PT municipal está com ela?
Equívocos III
Acho que os mesmos gênios que fizeram as placas com a deputada são os mesmos que fizeram o acordo com o vereador Clóvis da Massaranduba. É verdade que Clóvis não estava confortável junto ao grupo do PCdoB. Sua adesão aos opositores era fato. Só que a adesão deveria ser feita como foi feita com o vereador Renilson Alves. O vereador do PT rompeu, desistiu da candidatura e lançou o filho pela oposição, o Zeic. Perfeito! No caso de Clóvis, não houve renúncia e ele está ligado à coligação Heliópolis no rumo certo. Ou seja, cada voto dado a Clóvis aumenta a possibilidade de o PCdoB fazer a maioria da Câmara Municipal. Também ficou ruim para Clóvis, que terá trabalho duplo para permanecer entre os mais votados e garantir sua eleição. Até aqui parece que ele está conseguindo, segundo pesquisas para consumo interno, mas é um caminho muito arriscado!
Equívocos IV
Há muita coisa ainda a mudar na política de Heliópolis. Principalmente, há políticos que precisam mudar de mentalidade. Muitos ainda pensam que a adesão de uns significa a adesão de seus seguidores. Não é bem assim. A prova é o apoio de Zé Milton do Tanque Novo ao PCdoB. Uma mosca soprou em meu ouvido e até falou em valores, mas nada ainda foi confirmado. Sabe-se que a mentalidade de alguns políticos canalhas é regada pela semente impura do dinheiro, mas as leis dizem que só é possível acusar com provas concretas e a Justiça, coitada, com um Juiz Eleitoral para cuidar de cinco municípios, vai também ser refém do câncer político da compra de votos. Mas há o povo! E é este quem decide! O candidato foi, mas a comunidade e seus seguidores rejeitaram o seu comportamento. Zé Milton está na lista negra dos foram sem nunca ter sido.
Rumo incerto
A coligação Heliópolis no rumo certo fez também no dia da Independência o seu comício. Apesar da boa presença de público, duas coisas estavam presentes: alguns carros da campanha de Cícero Dantas com os adesivos cobertos por adesivos do PCdoB e o desânimo do público. Os deputados Daniel Almeida (Federal) e Álvaro Gomes (Estadual) marcaram presença para dar um ânimo aos correligionários. Como combustível de ânimo, a coligação esperava contar com a adesão de Zé do Sertão. Espalharam por todo o município que o ex-prefeito era fava contada. Não deu certo. Tentaram então o ex-vereador Mundinho do Tijuco. Também não deu certo. Só conseguiram Zé Milton do Tanque Novo, que foi só!
Violência
Três fatos marcaram as cenas de violência desta eleição, nada muito de gravidade. Mas a passagem do trio que faria o comício de Ildinho e Gama no Tijuco, o Eldorado, teve problemas em Heliópolis. Como a rua principal estava tomada por carros que impediam a passagem, houve uma certa má vontade do pessoal do PCdoB em resolver a questão. No final, foram tapas, pontapés e correria e a coisa deve parar na Justiça, infelizmente. A democracia ainda parece ser uma luz no fim do túnel na nossa querida política heliopolitana.
Vereança
Se tivermos que separar três favoritos das duas coligações que disputam as nove vagas na Câmara Municipal de Heliópolis, a partir de comentários de observadores e dos próprios candidatos, diríamos que estão na lista: pela coligação Heliópolis no rumo certo: Claudivan, Giomar do Laboratório e Doriedson da Garagem. Da coligação Unidos pela mudança: Ana Dalva, Zé do Sertão e Zeic de Renilson. As outras três vagas estão sendo disputadas a joelhos! Os destaques são os candidatos com pouca densidade eleitoral que caíram no campo e estão crescendo a ponto de ameaçar uma renovação maior na Câmara. Citam-se Zé Sales, Professor Quelton, Valdilene, Ronaldo, Raul de Ioiô que estão despontando e disputando com favoritos como Zé Guerra, Isaías Ribeiro, Sabiá, Mendonça, Clóvis da Massaranduba, Valdelício, Marivaldo Toxó, Eraldo do Riacho e Sebastião Elesbão. Rapadura é doce, mas está durinha, durinha!

A Anistia Internacional luta por direitos humanos para todos


Com o apoio de 3 milhões de ativistas espalhados pelo mundo, um escritório recém-aberto no Brasil e um novo diretor brasileiro, a Anista Internacional vai intensificar o trabalho por uma sociedade na qual o respeito aos direitos humanos não seja privilégio de alguns
Por: Mariana Tavares – da Revista PLANETA.

Mobilizar cidadãos comuns em defesa dos direitos humanos é a premissa básica que norteia o trabalho da Anistia Internacional (AI), organização fundada em 1961 pelo advogado inglês Peter Benenson, indignado com a notícia da prisão de dois jovens portugueses que ousaram brindar à liberdade durante a ditadura salazarista. Hoje com mais de três milhões de membros e apoiadores voluntários espalhados pelo globo, a AI obtém vitórias importantes por meio de seu considerável poder de pressão, como, por exemplo, a adoção da Convenção contra a Tortura pela ONU e a libertação de centenas de pessoas detidas por suas crenças políticas em vários países.
No fim do ano passado, a AI reabriu o escritório do Rio de Janeiro, que havia funcionado de 1984 até 2001. A direção da seção brasileira foi entregue ao cientista político Atila Roque, ex-assessor do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, no Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), além de ex-diretor-executivo da ONG ActionAid International, em Washington, e um dos fundadores do Fórum Social Mundial. Nesta entrevista, Roque fala sobre as prioridades da Anistia no Brasil e os avanços e desafios para os direitos humanos no país e no mundo.
Por que a Anistia Internacional decidiu reabrir seu escritório no Brasil?
Melhorar a segurança pública e as condições
das penitenciárias é um imperativo no Brasil.
O peso internacional crescente do país e a força da sociedade civil brasileira tornaram inadiável a retomada de uma presença da Anistia Internacional aqui. As conquistas recentes e os desafios pendentes no campo dos direitos humanos fazem do Brasil, em grande medida, um laboratório do que é possível alcançar com a mobilização social e a participação cidadã.
Nos últimos dez anos, o que mudou no cenário dos direitos humanos?
É importante lembrar que, mesmo sem uma presença física no Brasil, a AI nunca deixou de trabalhar sobre as violações de direitos humanos no país. Entretanto, durante esse período registraram-se importantes mudanças que precisam estar refletidas no modo como trabalhamos aqui. A principal foi a consolidação da democracia e de uma perspectiva mais ampla de direitos humanos, incorporando as dimensões econômicas, sociais e ambientais. Também assistimos ao fortalecimento dos instrumentos legais e institucionais de combate a violações de direitos. Uma das áreas em que estamos verificando importantes progressos, ainda que a estrada adiante continue árdua, é a da segurança pública e da violência, especialmente a cometida contra a vida. No âmbito das iniciativas legislativas, devemos destacar a entrada em vigor da Lei Maria da Penha, que representou um verdadeiro salto civilizatório no combate à violência contra as mulheres.
Quais as prioridades da AI no Brasil?
A AI não deixará de ser uma organização internacional, portanto continuaremos a combinar uma agenda de defesa de direitos humanos em escala global com questões domésticas. A presença do escritório no Brasil vai permitir um aprofundamento das relações com a sociedade civil e uma proximidade maior com as pessoas diretamente afetadas pelos problemas. Entre os temas prioritários destacamse a questão da segurança pública, a reforma da polícia e a violência letal, inclusive a situação prisional, a violência contra as mulheres, as milícias e os homicídios de jovens negros. Estaremos atentos à temática da reforma urbana, especialmente ao impacto trazido pelas remoções forçadas sobre as comunidades, e às grandes obras que serão realizadas para a Copa do Mundo e a Olimpíada; à questão indígena e às consequências sobre as comunidades locais dos projetos de infraestrutura e desenvolvimento, como o complexo hidrelétrico do Rio Madeira e a Usina de Belo Monte, no Pará. Também dedicaremos atenção especial à política externa brasileira e ao posicionamento do país em relação a violações de direitos em outras partes do mundo, tais como as que vêm ocorrendo no contexto da chamada Primavera Árabe.
Quais são os desafios para esse tipo de trabalho no país?
Atila Roque é cientista político e
diretor da seção brasileira da Anistia
 Internacional. Foi diretor da ActionAid
International e um dos fundadores
do Fórum Social Mundial.
O principal é o de contribuir, a partir da mobilização cidadã e do diálogo aberto na esfera pública, para fortalecer e consolidar uma cultura de respeito aos direitos humanos. Entender que não pode haver direitos para uns e direitos diferenciados para outros reflete o grau de civilização de uma sociedade. O respeito aos direitos humanos deve ser para todos, sem exceção. No passado, era forte, em certos setores da sociedade, o preconceito de que direitos humanos significavam defesa para bandidos. Felizmente, isso está mudando. Mas é preciso continuar um trabalho constante de desconstrução de estereótipos para eliminar o sentimento irracional que gera insensibilidade e nos leva a ter medo da criança que está na rua. Desenvolvimento e democracia não podem prescindir do respeito aos direitos humanos.
Muitas das principais violações de direitos humanos cometidas no Brasil são questões antigas, como a violência policial e a situação penitenciária. O que falta para esses problemas serem resolvidos?
Em primeiro lugar, a questão da impunidade. No Brasil, ainda não existem mecanismos eficazes de controle e de responsabilização pelos crimes cometidos por agentes do Estado, e não me refiro apenas àquela pessoa que se encontra na ponta executora da violação de direitos - o policial ou o agente penitenciário, para citar exemplos mais constantes. É necessário que aqueles em posição de comando e que admitem a prática sistemática de tortura ou extermínio como método de repressão ao crime também sejam investigados e punidos. Em segundo lugar, é preciso haver uma vontade política de acabar com essas violações. Infelizmente, temos visto como interesses políticos ou econômicos de alguns continuam a prevalecer. Na área de segurança pública, temos testemunhado alguns avanços, mas estamos longe de colocar em prática um processo de reforma que promova um impacto sistêmico e nacional. A segurança pública no Brasil ainda sofre distorções decorrentes de anos de autoritarismo e de baixíssimo nível de integração entre unidades federativas e União. Faltam instrumentos de informação. Não há possibilidade de acessar dados online a respeito de crimes. É preciso uma política que premie o agente que faz bem seu trabalho e que puna rigorosamente aquele que rompe com a legalidade. É fundamental ainda a ênfase no diagnóstico - caso contrário, não sabemos onde investir nem como fazer política pública. A agenda dos sonhos seria tratar a segurança de forma integral, não apenas como uma resposta a uma situação de emergência.
A criação da Comissão da Verdade sofreu críticas por um possível caráter "revanchista" e por "reabrir feridas" da história do país. Como avançar nessa área?
Foco da Anistia: família de posseiros na zona leste de São Paulo,
removida pela subprefeitura de Guainazes.
É inadmissível que ainda tratemos o tema da repressão como tabu e em meio a tanta dificuldade de acesso à informação. As famílias precisam saber o que aconteceu com seus filhos e filhas. Não olhar com transparência e sem medo é se recusar a aprender com o próprio erro. É um tumor que segue consumindo as forças da democracia brasileira. A comissão deveria ter sido instalada há tempos. É muito positivo que o Estado e a sociedade brasileira finalmente comecem a examinar o que aconteceu nos anos de terrorismo de Estado no país. Acreditar que garantir justiça para vítimas de crimes contra a humanidade seja "revanchismo" é perigoso. A falta desse processo no Brasil não somente afetou as vítimas da ditadura e seus familiares como o país inteiro. Durante vários anos de pesquisa, após o fim da ditadura, a AI continuou a testemunhar ex-agentes do regime militar em posições de poder nos vários sistemas de segurança pública.
As práticas de tortura e execuções sumárias se enraizaram como métodos de repressão policial, reforçados por um conceito profundo de impunidade. Reabrir o debate sobre esse período e acessar sem restrições os documentos é importante para mostrar que o Brasil nunca mais aceitará essas práticas.
O ano de 2011 foi marcado por movimentos populares no Egito, Síria, Chile e Estados Unidos. Ainda que distintos, todos remetem à luta por direitos, à presença maciça da juventude e ao uso de novas tecnologias. Estamos vivendo um novo momento na luta pelos direitos humanos?
Estou convencido de que vivemos um período de grandes invenções e de renovação das formas de mobilização e lutas sociais, o que não significa o fim dos movimentos sociais e das instituições políticas como as conhecemos ao longo do século 20. Em comum a todas essas revoltas, encontramos um sentido renovado da noção de direitos humanos e de mobilização cidadã. Estamos falando de pessoas comuns que se sentem mobilizadas a se manifestar contra situações de injustiça e de opressão. A crise é profunda e irreversível, mas os seus resultados vão depender da capacidade de aproveitarmos este momento para realizar uma revisão dos valores que constituem as sociedades, trazendo para o centro a questão do respeito aos direitos humanos. A AI quer dar uma contribuição relevante a esse processo. Um dos desafios será criar os canais de diálogo e de comunicação com esses novos movimentos predominantemente de jovens à margem da sociedade, em grande parte do "Sul" do mundo - nos países em desenvolvimento ou pobres -, e fazer com que suas vozes sejam incorporadas às redes e aos movimentos dos quais fazemos parte, assim como representadas nas campanhas e ações que promovemos pelo mundo.

Justiça barra 317 candidatos a prefeito que têm ficha suja


DANIEL CARVALHO e VALMAR HUPSEL FILHO – da FOLHA DE SÃO PAULO
Os TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) barraram até agora a candidatura a prefeito de 317 políticos com base na Lei da Ficha Limpa, mostra levantamento da Folha nos 26 Estados do país. O número deve aumentar, já que em 16 tribunais ainda há casos a serem julgados. Na divisão por partido, o PSDB é o que possui a maior "bancada" de barrados, com 56 candidatos --o equivalente a 3,5% dos tucanos que disputam uma prefeitura. O PMDB vem logo atrás (49). O PT aparece na oitava posição, com 18 --1% do total de seus postulantes a prefeito. Todos os candidatos barrados pelos tribunais regionais podem recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A presidente do tribunal, Cármen Lúcia, já disse que não será possível julgar todos os casos antes das eleições, mas sim até o final do ano, antes da diplomação dos eleitos. Os nomes barrados pelos TREs irão aparecer nas urnas eletrônicas, mas todos os seus votos serão considerados sub judice até uma eventual decisão no TSE. Exemplo: se o ficha-suja tiver mais votos, mas seu recurso for rejeitado, assume o segundo colocado na eleição. Entre os barrados, destacam-se o ex-presidente da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti (PP-PE) e a ex-governadora Rosinha Garotinho (PR-RJ). Severino tenta se reeleger prefeito de João Alfredo (PE) e foi enquadrado na lei por ter renunciado ao mandato de deputado federal, em 2005, sob a acusação de ter recebido propina de um concessionário da Câmara. Já Rosinha Garotinho, atual prefeita de Campos (RJ), teve o registro negado sob a acusação de abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação durante as eleições de 2008. A maioria dos barrados foi enquadrara no item da Lei da Ficha Limpa que torna inelegível aqueles que tiveram contas públicas rejeitadas por tribunais de contas. De iniciativa popular, a lei foi sancionada em 2010, mas só passa a valer na eleição deste ano. A lei ampliou o número de casos em que um candidato fica inelegível --cassados, condenados criminalmente por colegiado ou que renunciaram ao cargo para evitar a cassação. "A lei anterior era permissiva demais", disse Márlon Reis, juiz eleitoral e um dos autores da minuta da Ficha Limpa. Para André de Carvalho Ramos, procurador regional eleitoral de São Paulo, os próprios partidos vão evitar lançar fichas-sujas.

TRE recebe 19 pedidos de proteção policial na Bahia


Carol Aquino – do Portal do jornal A TARDE
O acirramento dos ânimos durante a campanha eleitoral fez com que fossem registrados no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia 19  pedidos de reforço de proteção policial até o dia 6 de setembro. A expectativa é que esse número seja maior, embora a violência durante as campanhas políticas municipais tenha caído em relação a pleitos anteriores. Em 2008, foram 44 pedidos de reforço de proteção e, em 2004, registraram-se 39.  Na próxima semana,  serão analisados os pedidos de aumento do efetivo policial. As ocorrências são todas relativas a cidades pequenas do interior da Bahia.
Um dos municípios em que a situação está grave é Candiba (a 497 km de Salvador), mas ainda não foi feito pedido de  reforço policial. A cidade tem 13 mil habitantes, três candidatos a prefeito e há casos de espancamento a militantes partidários e ameaças ao candidato a vereador Gilson Alves (PT): "Recebo ligações anônimas, bilhetes, dizendo que vão me pegar, que vão sumir comigo".
A guerra está instalada entre militantes do atual prefeito e candidato à reeleição, Reginaldo Prado (PMDB), e partidários da candidata Alécia Prado (PSB). Os dois prefeituráveis são primos e o pai de Alécia, Aleci Prado, é  vice-prefeito do município. Rumores dão conta de que pessoas ligadas ao prefeito anunciam em locais públicos uma lista com mais de dez pessoas a serem espancadas, composta por lideranças políticas e funcionários de Alécia. "Três das pessoas dessa lista já foram agredidas, duas delas sofreram tentativa de homicídio. Já identificamos o autor, mas ele está foragido",  informa um funcionário da delegacia, que prefere não se identificar. O  promotor eleitoral de Guanambi, Leandro Mancini, está em alerta. "Por enquanto só chegaram a mim oficialmente incidentes mais leves, mas há denúncias de agressões vindas do grupo do prefeito que estão acirrando os ânimos". O promotor reconhece que um dos problemas é falta de policiamento, na cidade há apenas dois policiais.
O advogado da coligação, Gabriel Carvalho, estuda a possibilidade de requerer ao TSE proteção da Força de Segurança Nacional. "Um dos ameaçados é o  representante da Coligação de Dra. Alécia, Austeclino Magalhães,  que já registrou  ocorrência,  revela o advogado.
Agressões entre eleitores nas cidades de Cipó, Ribeira do Amparo e Antas levaram à proibição de manifestações eleitorais com agrupamentos pelo juiz  Marcelo Luiz Santos Freitas e terminou com o ex-vereador Gilberto Onofre preso por ameaçar a ordem pública. O estopim da confusão aconteceu no dia 25 de agosto em Cipó. Durante carreatas dos grupos adversários, militantes  de dois grupos políticos (PSD e PT) brigaram entre si e duas pessoas foram atropeladas. Três candidatos a  vereador e um a vice-prefeito  foram denunciados à Justiça por  lesão corporal e outros crimes.  Já haviam sido registrados outros atos de violência durante manifestações políticas.
Briga pelo poder - Para o cientista político Joviniano Neto, as rivalidades políticas acabam em agressão porque o instinto de poder é um dos mais fortes do ser humano. "No interior, principalmente nas cidades com menos de 50 mil habitantes, essa disputa é mais personificada porque há maior  visibilidade das posições políticas e as pressões são mais fortes". Além disso, as decisões políticas interferem mais diretamente na vida das pessoas porque o poder econômico, político e  prestígio social  estão concentrados nas mãos dos grupos políticos.

Socorro! Até secretário foi assaltado!

João Carlos Bacelar

O secretário municipal de Educação, João Carlos Bacelar, foi assaltado na noite desta terça-feira, 4, quando estava parado no carro no trânsito na Avenida Luís Eduardo Magalhães. Ele e seu motorista foram abordados por dois motociclistas armados, que levaram a carteira, celular e relógio dos dois." No início é o estado de choque. Você vê sua vida por um fio. Depois você se sente como todo cidadão, indefeso, ultrajado. É preciso que as autoridades vejam isso, porque todo dia o trabalhador sofre com isso (violência", reclamou em entrevista a uma emissora de televisão.
Informações de A TARDE, com foto de Larissa Fontes.

Osni Cardoso é denunciado em crime de licitação

Osni Cardoso (PT) - prefeito de Serrinha. Mais problemas com a Justiça!

O Tribunal de Justiça da Bahia, pautado em Ação Penal movida por Fabio Silva Nascimento contra o prefeito municipal de Serrinha, Osni Cardoso de Araújo (PT), e mais Saturnino Quintino da Silva, Marile Pereira da Silva, Gelsivânia Mota e Valmir Alves de Souza, baixou procedimento ordinário enquadrando os acusados em Crimes da Lei de Licitações. O processo de nº 0302114-38.2011.8.05.0000, foi movido por Fábio e representado pela Advogada Ivana Silva de Santana. Além das inúmeras acusações contidas num processo quilométrico, some-se a isso a interdição de um apartamento em Salvador - suposto presente recebido da construtora do Programa Minha Casa Minha Vida, o prefeito de Serrinha passa por momentos ruins. Como luta pela reeleição, tarefa dificílima, enfrenta vários processos na Justiça. Este, assinado pelo Desembargador Abelardo Virgínio de Carvalho, data de 15 de Junho deste ano e Osni e outros teriam apenas 15 dias para apresentarem defesa preliminar expedindo-se, para tanto, Carta de Ordem ao Exmo. Sr . Dr. Juiz de Direito da Comarca de Serrinha. Com a referida notificação deverão ser entregues aos acusados cópia da queixa e do despacho, em conformidade com o §1º do artigo 4º da Lei 8038/90. Além disso, o desembargador pede para oficiar aos setores competentes da Justiça Federal, Eleitoral e Estadual, a fim de que remetam certidões no que diz respeito à deflagração de eventuais feitos criminais contra os acusados. Osni pode até conseguir a reeleição, mas que sua vida está repleta de problemas para os próximos quinze anos, isso ninguém nega.  

Globo escala elenco do Mensalão: O mocinho e o vilão


Do portal: Conversa afiada de Paulo Henrique Amorim
Quem é o Tufão? Quem é a Carminha?
Compare, amigo navegante, esses dois textos do Globo, na página 7 desta segunda-feira.
JOAQUIM BARBOSA DESABAFA: ‘POLÍTICOS ME ODEIAM’
BRASÍLIA – De tênis, jeans e camisa social azul, o ministro relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, foi o centro das atenções numa festa mais modesta que o casamento da filha do revisor, Ricardo Lewandowski. Sábado, ele compareceu ao aniversário de 50 anos da amiga Kátia Turra, jornalista e companheira de trabalho nos anos de estudos em Brasília. Os convidados queriam saber sobre o julgamento do mensalão. A respeito do sucesso que tem feito nas ruas e nas redes sociais, Barbosa minimizou a possibilidade de optar por um cargo político:
— Eu não me empolgo com essa notoriedade. Os políticos me odeiam por isso.
Alguém disse que, com a condenação de poderosos, ele havia resgatado o sentido de cidadania e democracia:
— O grande fato a se comemorar é julgamento dessa natureza estar acontecendo na mais alta Corte do país.
REVISOR DO MENSALÃO, LEWANDOWSKI CASA A FILHA EM HOTEL DE LUXO
Em meio ao julgamento do mensalão, o ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo, deu uma pausa no trabalho e, sábado, casou a filha, Lívia, em grande estilo. Na lista de convidados, empresários, magistrados, celebridades, políticos e até a presidente Dilma Rousseff, que não compareceu. O local escolhido foi o novo reduto dos milionários paulistas: o Hotel Fasano, no Condomínio Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz, a cem quilômetros da capital. Com diárias de R$ 1.800 a R$ 5.400 (a suíte master), todos os 39 apartamentos do hotel foram reservados para os convidados.
Compareceram ao casamento de Lívia com o empresário Sérgio Magalhães o ministro Marco Aurélio Mello, o prefeito Gilberto Kassab, deputados e a apresentadora Xuxa Meneghel. Assim como Dilma, Lula e o governador Geraldo Alckmin não compareceram. Lula avisou que participaria do aniversário de 2 anos do neto Pedro.
Funcionários informaram que a festa contou com cerca de 280 convidados, e o cardápio incluía caviar, além de um bolo de mais de um metro de comprimento.

No ranking geral de universidades de FOLHA, UFBA é 12ª e UFS 39ª


Ao longo de oito meses, a Folha levantou dados de publicações acadêmicas e, com o Datafolha, ouviu centenas de cientistas e profissionais de Recursos Humanos para compor o RUF (Ranking Universitário Folha).
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco - a melhor do Nordeste.
Nele estão representadas 191 universidades -que operam com pesquisa, ensino e extensão- mais 41 centros universitários ou faculdades, dedicados sobretudo ao ensino e onde há pouca pesquisa.
A USP figura em primeiro lugar, seguida pelas federais de Minas (UFMG) e do Rio (UFRJ). Entre as instituições não universitárias destacou-se a ESPM, com a melhor formação em publicidade, único curso que a USP não lidera, considerando-se os 20 maiores do país. Até então, o Brasil dependia de classificações globais ou, no máximo, continentais, que citam poucas instituições brasileiras e desconsideram características nacionais. A metodologia geral do RUF foi criada pelo grupo liderado pelo cienciometrista (ciência que estuda a produção científica) da USP Rogério Meneghini, em conjunto com a Redação da Folha.
DESTAQUES
Dos quatro aspectos analisados na lista geral do RUF (pesquisa, ensino, reputação no mercado de trabalho e inovação), a USP apenas não é primeira colocada em termos de inovação, indicador que a Unicamp lidera. Outro resultado que chama a atenção é a boa avaliação das escolas privadas pelas empresas. Entre as 15 instituições mais citadas como melhores por profissionais responsáveis por contratação, seis são pagas. Os cientistas têm visão diferente: só citaram uma particular, a PUC-Rio, entre as melhores.
Entre as dez primeiras universidades na lista geral, cinco estão no Sudeste; três no Sul, uma no Centro-Oeste e uma no Nordeste. A melhor universidade do Norte, a federal do Pará, aparece na 24ª colocação do ranking. Informações como essas são importantes para orientar políticas públicas, alunos, professores e empregadores, pois mostram as instituições de destaque no país e as que estão com defasagem. Países como EUA, China, Alemanha, Bulgária, Cazaquistão e Vietnã já fazem rankings nacionais. O Ministério da Educação brasileiro faz uma avaliação de instituições, chamada de IGC (Índice Geral de Cursos).
A metodologia, porém, não prevê um ranking de instituições de ensino superior, apenas as classifica em grupos. O levantamento do governo considera a nota dos estudantes em uma prova (o Enade); a proporção de docentes com doutorado e as notas dos programas de pós-graduação. Não havia, até agora, um indicador que abrangesse a visão do mercado de trabalho e a produção científica das instituições.
O RUF (Ranking Universitário Folha) é uma listagem inédita das universidades brasileiras, de acordo com a sua qualidade. Para chegar ao ranking, a Folha criou uma metodologia própria (tendo como referências avaliações internacionais consolidadas), que mescla indicadores de pesquisa e de inovação e a opinião do mercado de trabalho e de pesquisadores renomados.
Os indicadores que compõem a fórmula do RUF:
- Qualidade da pesquisa: A Folha analisou nove indicadores das universidades relacionados à pesquisa científica, como proporção de professores com doutorado, número de artigos científicos por docente e número de publicações no Scielo. Peso: 0 a 55 pontos
- Qualidade de ensino: o Datafolha entrevistou 597 pesquisadores do CNPq?, amostra definida para representar o grupo dos melhores cientistas e docentes do país. A cada um deles foi pedido que apontasse as 10 melhores instituições brasileiras em sua área. Peso: 0 a 55 pontos.
- Avaliação do mercado: O Datafolha entrevistou 1.212 diretores, gerentes ou profissionais responsáveis pelos recursos humanos de empresas e instituições brasileiras, amostra definida para representar todo o setor do país. Para cada um deles foi pedido que apontasse as três instituições de ensino superior para os quais dariam preferência em um processo de contratação. Peso: 0 a 20 pontos
- Indicador de inovação: A Folha analisou a quantidade de pedidos de patentes? por cada universidade. Peso: 0 a 5 pontos
Para o ranking geral, foram consideradas apenas as universidades?, que são instituições mais completas, com ensino e pesquisa em diversos campos do conhecimento. Essas instituições precisam também cumprir exigências mais rígidas que as demais formas de organização? demais formas de organização de instituições de ensino.
O ranking geral conta com 191 universidades, distribuídas em 188 posições porque houve alguns empates. A melhor Universidade do Nordeste é a UFPE, na 10ª colocação. Na Bahia, a UFBA lidera em 12º lugar. Em Sergipe, a UFS é 39ª e a UNIT e 97ª. Veja a lista da Bahia e Sergipe e a a top das dez melhores do Brasil, segundo a FOLHA DE SÃO PAULO.
As 10 melhores universidades
SP
MG
RJ
RS
SP
SP
PR
DF
SC
10º
PE

Ranking 2012
Nome da universidade
UF
Pública
Privada
Qualidade de ensino
Qualidade de pesquisa
Avaliação do mercado
Indicador de inovação
Nota total

EM SERGIPE:







39º
Universidade Federal de Sergipe (UFS)
SE
Pública
0,66
39,85
8,33
3,13
51,97
97º
Universidade Tiradentes (UNIT)
SE
Privada
0
22
7,92
0
29,92

NA BAHIA:







12º
BA
Pública
2,78
47,99
17,66
3,89
72,33
55º
BA
Pública
0
38,81
4,85
1,16
44,82
60º
BA
Pública
0
38,62
4,14
0
42,76
61º
BA
Pública
0
38,7
2,52
0,5
41,72
83º
BA
Pública
0
31,79
0,96
0,5
33,25
96º
BA
Privada
0
19,96
10,08
0
30,04
98º
BA
Pública
0
20,17
8,49
0,5
29,16
146º
BA
Privada
0
6,32
10,24
0
16,56