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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

ISTOÉ revela a vida dos que recomeçaram depois da prisão


 ISTOÉ levantou como vivem os assassinos condenados por quatro crimes que chocaram o País. Eles quitaram suas dívidas com a Justiça, mas não gostam de falar do passado. Hoje, tentam levar a rotina da forma mais discreta possível.
Michel Alecrim, Wilson Aquino e Josie Jeronimo – da revista ISTOÉ
DIA A DIA NO RIO
Paula se casou novamente e teve dois filhos. Acima,
a repercussão do caso que completa agora 20 anos
Ela deixou de ser Paula Thomaz e virou Paula Nogueira Peixoto, 39 anos. É casada com o advogado Sérgio Ricardo Rodrigues Peixoto, com quem tem dois filhos, e que é pai adotivo do primogênito dela com o ex-marido Guilherme de Pádua Thomaz. O cabelo está mais claro, com mechas louras, e a silhueta mais fina, definida. O olhar é de medo. Ao ver a reportagem de ISTOÉ na rua onde mora, na divisa de Copacabana e Ipanema, dois dos mais famosos bairros do Rio de Janeiro, Paula pegou o braço do pai, Paulo de Almeida, e ambos atravessaram a rua e entraram no primeiro ônibus que passou. Ela percebeu que estava sendo observada e, mesmo sem saber por quem, repetiu o que virou hábito: fugir de olhares de pessoas que possam se lembrar de seu passado criminoso. Em dezembro completam-se 20 anos que Paula e Pádua assassinaram com 18 tesouradas a atriz Daniella Perez, então com 22 anos, crime que chocou o País. Duas décadas depois, Paula agora mora em um apartamento de 180 metros quadrados, com quatro quartos e uma suíte, localizado a duas quadras da praia de Copacabana e a quatro quarteirões da praia de Ipanema. Frequenta o sofisticado shopping Cassino Atlântico, em Copacabana. Lá fica o salão Copacabana Coiffeur, onde ela corta o cabelo (R$ 130) e faz as unhas (R$ 51). Para cuidar dos dois filhos menores ela conta com a ajuda de uma babá. O mais velho estuda em faculdade particular. Ela costuma levar os três às respectivas instituições de ensino em seu carro novo, um Dobló, com filtro escuro nos vidros.
FIEL
Guilherme de Pádua tornou-se evangélico,
vive em Minas
 Gerais e não tem contato
com o filho que teve com Paula
O medo de ser reconhecida faz sentido. “Uma vez, ela estava na areia da praia com o pai e as pessoas que estavam perto juntaram seus pertences e se afastaram, ficou um clima esquisito”, disse à ISTOÉ uma ambulante de Copacabana. Nos fins de semana, costuma ser vista num parquinho perto de seu apartamento em companhia do filho mais novo. “Eu conheci a Paula aqui nesse parque quando ela era uma criança. Também fiquei chocado quando li nos jornais sobre o crime. Ela só tocou no assunto uma vez comigo, logo depois que saiu da prisão. Disse apenas que já estava tudo resolvido com a Justiça”, contou um frequentador do parque. Ninguém sabe de um trabalho fixo de Paula, que chegou a ingressar, em 2000, no curso de direito da Faculdade Candido Mendes, em Ipanema. Mas, hostilizada pelos colegas, trancou a matrícula após um ano de estudos. A vida confortável não resolve todos os problemas. Uma das festinhas de aniversário de um filho, por exemplo, ficou praticamente vazia e, segundo a mãe de um coleguinha, até os garçons que a reconheceram se recusaram a servi-la. “Meu neto tem a mesma idade do filho dela de 9 anos e, pelo que sei, nenhum deles sofre bullying, o que seria um absurdo, já que as crianças não têm culpa de nada”, afirmou uma senhora.
No ano passado, Paula pediu e obteve sua insolvência civil e escapou, assim, de pagar uma indenização estimada em R$ 1,4 milhão a título de danos morais a Glória Perez e Raul Gazolla, que era marido de Daniella. Ela assinou uma declaração de pobreza e pediu a concessão de benefício da gratuidade da Justiça, designado a quem realmente não tem nada — mais um paradoxo. Paula sempre negou o crime, embora Pádua tenha afirmado que fora ela a autora dos golpes mortais contra Daniella. Ao sair da cadeia, ele tornou-se evangélico e casou-se novamente com uma mulher que também se chama Paula, com sobrenome Maia, de 28 anos. Prestes a completar 43 anos, Pádua é obreiro da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte, em Minas Gerais, onde mora. Também trabalha na área de tecnologia da informação da Igreja e em projetos de proteção a animais com a atual mulher. Não teve mais filhos e também não tem contato com o filho que teve com Paula, que nasceu na prisão. Procurado por ISTOÉ, não quis dar entrevista. Mas em junho falou com o jornal “Correio da Cidade”, da mineira Lafaiete, sobre o que considera sua missão. “Vim mostrar para as pessoas como um cara tão desviado e tendente às coisas vazias tornou-se tão apaixonado por Jesus Cristo”, disse. Também falou da rejeição social: “Cheguei a levar cuspida na cara.” E afirmou que “sempre ora pela vida de Glória Perez .”
Corrupção e assassinato da mulher
COTIDIANO
José Carlos Alves dos Santos é corretor de imóveis em
áreas pouco nobres de Brasília, mas mora numa mansão
A religião, o bloqueio dos bens e os 20 anos que o separam da vida que levava antes de ser flagrado como integrante da Máfia dos Anões do Orçamento e condenado pelo assassinato da mulher (leia quadro ao lado) o transformaram. José Carlos Alves dos Santos, economista aposentado do Senado, garante ser um novo homem. Alheio a questões religiosas até amargar quatro anos de cadeia, Santos conta que encontrou a fé e dá seu testemunho em igrejas. Apresenta-se como exemplo de conversão. “Nunca tinha colocado a mão na ‘Bíblia’”, afirma. O pastor Adail Sandoval, que visitou Santos na cadeia pouco depois de ele tentar suicídio, porém, não tem notícia do economista nas igrejas presbiterianas há cinco anos. Na Comunidade Carisma do Guará, congregação frequentada por ele antes de sair da condicional, os pastores informam que há muito ele não aparece. Santos diz que mudou de igreja, agora é fiel da Batista.
Não é a única mudança. Quando foi preso, ele era um homem poderoso, de hábitos caros e dono de 12 imóveis nas áreas mais valorizadas de Brasília. Com o patrimônio bloqueado por outros processos que correm na Justiça, agora o economista ganha dinheiro como corretor de imóveis e divulga seu celular em classificados de jornal, intermediando aluguel de salas baratas. Conseguiu o emprego com ajuda de seu ex-advogado Adahil Pereira, proprietário da imobiliária. A renda de corretor se soma à aposentadoria de R$ 5 mil que conseguiu do Senado, depois de um processo para validar o benefício que passou até pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Hoje, ele vive em uma confortável casa no Lago Norte, área nobre da capital. É o mesmo bairro de sua antiga residência, quartel-general das negociatas da Máfia dos Anões, mas não está registrado em seu nome. Lá, ele vive com a mulher, Crislene Oliveira. Na época do escândalo, investigadores cogitaram que Santos teria matado a mulher para ficar com Crislene, com quem mantinha relacionamento extraconjugal. Mesmo durante a temporada na prisão, ela se manteve ao lado do economista. No papel de advogada, representa o marido em processos de execução fiscal que ainda tramitam na Justiça.
HOJE
Antônio Novély trabalha na UTI de um
hospital da periferia de Brasília
A relação com os três filhos – dois deles eram menores à época do assassinato da mãe – é distante, segundo a empregada da casa de um dos herdeiros de Santos. O economista não gosta de tocar no assunto. À ISTOÉ, ele afirma que sua versão nunca foi ouvida e que suas palavras são sempre “distorcidas”. Por isso, insiste em se refugiar no silêncio. “Sofri muito na mão da imprensa, eu não quero mais entrar nesse assunto, pois aparecer prejudica meus filhos, minha família”, diz. “Foi uma promessa que eu fiz a mim mesmo, de nunca mais falar nisso.”
Índio queimado vivo
Hoje eles são homens de 35 anos, alguns são casados e têm filhos e usam terno e gravata ou jaleco para trabalhar em Brasília. Em nada lembram os jovens que atearam fogo e mataram o índio pataxó Galdino Jesus dos Santos há 15 anos (leia ao lado). Presos em 1997, cumpriram seis anos de pena em regime fechado. Assim que passaram ao semiaberto, investiram em cursos superiores e de pós-graduação. ISTOÉ entrou em contato com quatro dos cinco responsáveis pela morte de Galdino – um deles era menor de idade na época e não chegou a ser condenado. Deles, o único que aceitou falar sobre o assunto foi Eron Chaves. Depois de tentar a sorte com uma pizzaria, ele resolveu se especializar em direito trabalhista. Chaves diz que, apesar de ter quitado o que chama de dívida jurídica com a sociedade, nunca poderá apagar o mal que causou. “Não posso dizer que tenho a consciência limpa, mas sou tranquilo, porque consegui pagar todas as penas. E não tem mais nada que eu possa fazer para ressarcir o prejuízo que causei. Aceitei tudo que me foi imposto porque sei que errei.”
Segundo Chaves, 13 anos se passaram até que a família de Galdino aceitasse fechar um acordo de pagamento de indenização. Isso ocorreu há dois anos. Ele conta que, durante o curso de direito, teve de assistir, em sala de aula, professores usando o processo pelo qual foi condenado como estudo de caso, atraindo os olhares dos colegas. Na época, cumpria pena em regime semiaberto. Max Rogério Alves, enteado de um ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também se tornou um advogado e tem um escritório na cidade. No currículo, apresenta-se como ex-estagiário da Procuradoria-Geral e ex-consultor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Casado com uma empresária, tem um filho de 10 meses.
VIDA NOVA
Ricardo Peixoto tem uma academia
na praia no Rio
Antônio Novély, filho de um juiz federal e apontado como o primeiro a atear fogo em Galdino, agora vê de perto o sofrimento de pacientes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Santa Maria, periferia de Brasília. Novély é fisioterapeuta e ganha R$ 3,5 mil como servidor concursado da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Recém-casado, ele aumenta a renda familiar trabalhando numa clínica de Pilates. Tomas Oliveira também recorreu aos concursos públicos. Foi nomeado para cargo na área administrativa dos Correios e, para evitar a exposição de seu endereço, destina suas correspondências para um número de caixa postal. Gutemberg Almeida Júnior, que era menor na época e escapou da condenação pela morte de Galdino, fecha a lista dos assassinos que trabalham em órgãos públicos. Ele é funcionário terceirizado do Senado e presta serviço de manutenção de equipamentos eletrônicos.
Jogada do sétimo andar
Na praia de Copacabana, o professor de educação física Ricardo Sampaio, 49 anos, exibe um corpo bronzeado e musculoso. Ele é querido pelos alunos – crianças, adultos e idosos que praticam atividades em camas elásticas e outros equipamentos, numa área de cerca de 100 metros quadrados delimitada por cones. Mas o professor Sampaio tem um segredo. Ele também é o ex-modelo Ricardo Peixoto, condenado por ter matado e ocultado o corpo da estudante Mônica Granuzzo, 14 anos (leia quadro abaixo), morta após ser jogada ou cair do sétimo andar por tentar fugir de seu algoz. Logo que deixou a cadeia, em 1994, Sampaio cursou a faculdade de educação física da Universidade Estácio de Sá e, há cerca de dois anos, montou a academia Beach Performance, na praia. Ao saber que a reportagem de ISTOÉ pretendia falar sobre essa parte de seu passado, implorou para não ser mencionado: “Deixa eu caminhar com a minha vida, pelo amor de Deus. Não vai ficar mexendo no passado, deixa o passado quieto. Estou trabalhando, me formei, deixa a minha vida em paz.”
O trabalho na praia vai de segunda à sexta-feira, das 7h ao meio-dia, “chova ou faça sol”, como costuma dizer. “Acordo todo dia às 5h. Minha vida é difícil”, disse. Sampaio não se casou e nem teve filhos. Mora com a mãe, em Copacabana, e chegou a dizer que se considera exemplar. “Com certeza, sou um exemplo. De 100% das pessoas que cumprem pena, 99% voltam para o crime. Estou dentro desse 1%.” Ele se recusa a falar sobre o episódio. “Eu não quero conversar. Não destrói o pouquinho que eu estou fazendo para ajudar minha família e a mim mesmo”, desabafou, chorando.
Outra atividade é a manutenção do site sobre sua academia. Na internet, ele exibe vídeos nos quais explica o funcionamento da sua academia ao ar livre. Em nenhuma de suas propagandas faz menção ao nome Ricardo Peixoto porque seu maior receio é de que as pessoas – especialmente os alunos da praia – associem a figura do professor Ricardo Sampaio ao assassino da adolescente Mônica Granuzzo. “Muita gente não me conhece”, repetia. A razão de tanta insistência é que ele é um dos poucos ex-detentos famosos que conseguiram até agora permanecer quase anônimo. Mas há quem o reconheça. “Ver esse homem na praia, como se nunca tivesse acontecido nada, me revolta”, diz o advogado Alexandre Moreira, morador de Copacabana, que tinha uma filha da idade de Mônica, na época do crime. “É muita cara de pau.”
Fotos: Camila Viana/Jornal Correio da Cidade; Ag. O Globo; JORGE WILLIAM; Edivaldo Ferreira/Ag. O Globo; Lula Marques/Folhapress; ERALDO PERES/PHOTO AGENCIA/FUTURA PRESS; Reprodução/MB/Futura Press; Antônio Nery/Ag. O Globo.

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Cirurgia inédita no mundo é realizada no Brasil


Pela primeira vez o implante, que desaparece do organismo após desobstruir vasos entupidos, foi inserido na artéria principal do corpo. Sucesso da cirurgia mostra que a técnica também é possível em casos mais complexos.
Vivian Carrer Elias – de VEJA
O cardiologista Alexandre Abizaid e sua equipe no Hospital Dante 
Pazzanese momentos antes da cirurgia de desobstrução arterial com 
o stent bioabsorvível (foto: Ivan Pacheco)
Nesta quarta-feira à tarde, no Hospital Dante Pazzanese, em São Paulo, uma equipe de médicos liderada pelo cardiologista Alexandre Abizaid realizou um procedimento de desobstrução arterial com um stent bioabsorvível. Embora essa não seja a primeira vez em que esse dispositivo tenha sido implantado em um paciente — inclusive no Brasil, onde a primeira operação do tipo foi realizada em agosto de 2011 no mesmo hospital —, a cirurgia foi um marco para a cardiologia moderna.
Um dos motivos é o fato de que o procedimento foi muito mais complexo — pela primeira vez, esse stent foi implantado na principal artéria do corpo humano, e não nas secundárias, como as outras operações realizadas ao redor do mundo haviam feito. A cirurgia foi transmitida ao vivo em um telão instalado em Miami, nos Estados Unidos, onde estavam reunidos mais de 10.000 médicos no Transcatheter Cardiovascular Therapeutics (TCT), a principal conferência sobre medicina intervencionista do mundo.
O suporte cardiovascular bioabsorvível foi desenvolvido em 2011 pelo laboratório Abbott e é vendido sob o nome de Absorb. Uma vez implantada nos vasos entupidos, a prótese 'empurra' as placas de gordura, desobstruindo os vasos e normalizando o fluxo sanguíneo. Após seis meses, o dispositivo começa a ser absorvido pelo organismo e, em até dois anos, ele desaparece (dentro de seis a nove meses, os vasos não precisam mais de ajuda para se manter abertos). O fato de ser absorvido é a grande deferença entre esse stent e os demais. Os dispositivos mais utilizados atualmente são os stents farmacológicos metálicos, que são feitos de aço inoxidável e cuja superfície contém medicamentos anticicatrizantes. Como eles não são absorvidos, ficam expostos na corrente sanguínea e apresentam um risco maior de coágulos, de reentupimento das veias e, consequentemente, da realização de uma nova operação de implante de um novo stent ou ponte de safena.
Pesquisa — O uso comercial do suporte cardiovascular bioabsorvível já é aprovado em vários países, mas, no Brasil, a técnica somente é autorizada no âmbito da pesquisa médica. A cirurgia realizada nesta quarta-feira, em um paciente de 33 anos com um grave quadro de colesterol alto, faz parte de um estudo mundial sobre o dispositivo que está sendo desenvolvido em outros 25 países sob a coordenação de Abizaid. "Estamos expandindo o dispositivo para lesões e anatomias mais delicadas. A cirurgia foi um sucesso, uma manifestação pública de que estamos autorizados a implantar o stent bioabsorvível em situações mais complexas", disse o médico ao site de VEJA.
Um dia antes da operação no Hospital Dante Pazzanese, foram divulgados os resultados dos exames de saúde em 500 pacientes que haviam recebido o dispositivo bioabsorvível há seis meses e de 250 que haviam recebido o suporte há um ano. "Foi relatada uma incidência muito baixa de eventos cardíacos, confirmando os dados de estudos anteriores. O retorno da lesão ficou abaixo de 2%, uma taxa praticamente desprezível, e cerca de 0,05% dos pacientes apresentaram trombose. Os dados nos dão ainda mais segurança para tratar pacientes mais complexos", diz Abizaid.
Os resultados dos trabalhos, segundo o cardiologista, precisam ser submetidos a uma série de entidades médicas, entre elas Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para que o dispositivo bioabsorvível seja comercializado no Brasil. Ele acredita que isso ocorra até o final de 2013 e que o implante tenha valores semelhantes aos metálicos farmacológicos — algo entre 6.000 e 8.000 reais. Os stents farmacológicos utilizados hoje são cobertos pelos planos da saúde, mas não são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Padrão — Embora o stent bioabsorvível tenha muitas vantagens sobre os metálicos farmacológicos, Abizaid acredita que os dispositivos utilizados atualmente não deixarão de existir conforme o novo suporte for ganhando espaço na prática médica. "Há algumas situações em que os stens metálicos ainda são melhores, especialmente em casos de operação em vasos muito pequenos e tortuosos. Isso porque os dispositivos metálicos ainda são muito mais finos do que os bioabsorviveis", disse o cardiologista. No entanto, ele acredita que, com o tempo, os bioabsorvíveis se tornarão uso padrão em grande parte dos casos, especialmente em pacientes mais jovens ou com problemas de saúde, como o diabetes, que fazem com que a doença progrida muito mais rápido.

Apagão começou com problema em Tocantins



Salvador ficou às escuras por cerca de 3 horas.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) confirmou que um curto-circuito provocou o apagão que afetou estados do Nordeste e do Norte na madrugada sexta sexta-feira (26). Em nota, a instituição detalhou que o problema ocorreu à 23h14 da quinta-feira (25), no segundo circuito da linha de transmissão em 500 KV Colinas-Imperatriz. A linha faz parte da interligação entre os sistemas Sul/Sudeste/Centro-Oeste e Norte/Nordeste. De acordo com o ONS, o defeito em uma chave da linha de transmissão foi eliminado pela atuação da subestação Colinas, com o desligamento de oito circuitos de 500 kV conectados a ela. Segundo o gerente regional da Eletronorte, Carlos Humberto de Souza e Silva, o curto-circuito aconteceu na linha 2, de responsabilidade da empresa Taesa, do grupo Cemig. Outras quatro empresas também gerenciam operações na subestação. "A subestação é como um condomínio, cada linha é de responsabilidade de uma empresa. Acreditamos que um cabo condutor de energia que liga a linha de transmissão à chave, teria tido sofrido um curto-circuito que aconteceu às 23h14", disse o gerente em entrevista coletiva em Palmas (TO). "Não sabemos como estavam as condições climáticas da área. Então pode ser que um raio tenha atingido a linha e causado o curto. O ONS está investigando a causa", disse. Uma equipe da empresa Taesa está a caminho de Colinas e representantes de todas as empresas que compõem a subestação se reúnem na sede do ONS, no Rio de Janeiro, na tarde desta sexta. Segundo a ONS, com o isolamento da região Nordeste, houve uma queda acentuada de tensão e frequência que provocou o desligamento total das cargas dessa região, no volume de 9.500 MW. Companhia de Eletricidade da Bahia (Coelba) informou que o estado inteiro ficou sem luz. A situação começou a ser reestabelecida por volta das 1h40, com o recebimento de energia vinda das usinas de Itapebi e Funil. Na região Norte, houve o desligamento de 3.400 MW, correspondendo a 77% da carga total. A cidade de Belém não foi afetada, sendo suprida diretamente pela usina hidrelétrica de Tucuruí. As regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste não foram afetadas pela perturbação.
Gabriela
Os apagões estão virando rotina no Brasil
Depois do apagão ocorrido na noite desta quinta-feira (25), por conta de uma interrupção no fornecimento de energia, muita gente ficou revoltada por ter perdido o penúltimo capítulo da novela “Gabriela”. Pensando nisso, a Globo resolveu repassar o episódio da trama nesta sexta-feira (26), permitindo que a Bahia possa acompanhar o desenrolar da história baseada no livro do baiano Jorge Amado. O capítulo final vai ser televisionado no sábado (27), depois do programa Zorra Total.
Sangue perdido
A Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba) convoca nesta sexta-feira (26) a população de todo o Estado a doar sangue em suas 25 unidades. A convocação se deve à perda de estoques de bolsas de sangue provocada pelo apagão que atingiu o Nordeste na noite desta quinta-feira (25).  Em algumas unidades, os estoques foram prejudicados por problemas de refrigeração. Segundo o órgão, o material foi prejudicado em algumas unidades da Hemoba devido a problemas de refrigeração nas bolsas de sangue. O horário de funcionamento em algumas unidades de coleta e transfusão será ampliado a fim de auxilar na procura dos doadores de sangue. Para doar, basta estar em boas condições de saúde, estar pesando acima de 50 kg, ter entre 16 e 67 anos. Os menores de idade só podem doar com autorização formal e presença do responsável. As recomendações médicas são: ir bem alimentado, ter dormido o mínimo de 6 horas na noite anterior, não ter ingerido bebida alcoólica 12 horas antes da doação e não ter fumado nas últimas 2 horas, além de evitar alimentos gordurosos.
Sete horas sem água
O apagão que atingiu o Nordeste brasileiro causou a interrupção do abastecimento de água de Salvador e Região Metropolitana. Segundo a Embasa, os reservatórios da rede distribuidora deixaram de receber água por um período de 7 horas, o que comprometeu o fornecimento. “Durante o dia de hoje, o serviço de abastecimento está sendo regularizado gradativamente e a estimativa é de que esteja completamente normal nas próximas 48 horas. Caso ocorra algum problema no funcionamento de equipamentos da rede distribuidora, durante o reequilíbrio do sistema, este prazo pode ser estendido”, informou a empresa baiana através de nota.
Eventos corriqueiros
A sequência de quedas de energia, que têm afetado diversas regiões do país nas últimas semanas, pode não se tratar de mera coincidência, admitiu o ministro de minas e energia, Márcio Zimmermann. "Já é a terceira semana seguida em que isso acontece e vamos tomar todas as providências para análise do que ocorreu", disse, ao chegar ao Ministério para reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), marcada para às 11 horas desta sexta-feira (26). "Estas ocorrências têm sido registradas sempre com uma falha de equipamento e com a não atuação da primeira proteção, levando a eventos de grandes proporções", concluiu o ministro interino.
Com informações do Estadão, G1, Folha de São Paulo e Bahia Notícias.

Femen em ação na França


     Ativistas do grupo Femen invadiram uma loja da IKEA em Paris, na França, para protestar contra a marca sueca. Elas protestam contra o grupo por terem apagado as figuras femininas das fotografias do seu catálogo de 2013 para a Arábia Saudita. 
           (Foto: Kenzo Tribouillard/AFP - pela Folha de São Paulo)

Canibais serão julgados por Justiça de Pernambuco

Corpo de uma das vítimas encontrado

A Justiça de Olinda (região metropolitana de Recife) vai iniciar nesta quinta-feira a primeira audiência contra os três acusados de matar, esquartejar e comer partes do corpo da adolescente Jéssica Camila da Silva Pereira, 17, morta em 2008. A audiência será realizada no Fórum Lourenço José Ribeiro, em Olinda, a partir das 13h no horário local (12h no horário de Brasília). De acordo com a assessoria do TJ, 20 testemunhas - de defesa e acusação - devem prestar depoimento hoje. Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 50, Isabel Cristina da Silveira, 51, e Bruna Cristina Oliveira da Silva, 25, também são suspeitos de cometer outros dois homicídios em Garanhuns (PE). A investigação policial concluiu que Jéssica foi degolada e esquartejada. Sua pele, ainda segundo a polícia, foi retirada. Pedaços de carne da vítima foram guardados na geladeira para ser consumidos pelo trio e também pela filha dela, à época com um ano de idade, que vivia com eles. Fragmentos do corpo da vítima foram encontrados em Olinda, na casa onde o grupo viveu antes de se mudar para Garanhuns, após passar pela Paraíba. Depois do crime, a criança foi registrada como sendo filha de Jorge e Isabel. Bruna, que era amante de Jorge, assumiu a identidade da adolescente, usando uma certidão de nascimento da vítima.
Em Garanhuns, segundo a polícia, o trio assassinou, esquartejou e consumiu a carne de mais duas mulheres, após atraí-las com promessas de emprego. Em abril, os corpos mutilados de Giselle Helena da Silva, 31, e Alexandra da Silva Falcão, 20, foram encontrados enterrados no quintal da casa em que os acusados viviam. Interrogados, os três confessaram os crimes. Isabel disse ainda que recheou empadinhas com carne humana e vendeu os salgadinhos na rua, por R$ 1. À polícia, eles afirmaram que pertenciam a uma seita, o "cartel", que matavam mulheres para controlar a população e que comiam a carne delas em ritual de purificação. Nenhum outro suposto integrante da suposta seita foi encontrado. As investigações também concluíram que não há mais vítimas do grupo em Pernambuco. Sete denúncias foram apuradas. Três pessoas foram encontradas vivas e, em um caso de homicídio, Jorge foi inocentado.
Um vídeo gravado mostra Isabel descrevendo como fazia os assassinatos e o preparo de salgadinhos de carne humana. Ela revela que o trio comeu 10 kg de carne humana entre três e cinco dias. "Bruna faz dieta, mas quando ela come carne como mesmo. Agora, eu já gosto mais de arroz e não como muita carne. Essa carne só durou pouco por causa da Bruna e da menina [filha de Jéssica, vítima do crime] porque elas gostam muito de carne. A menina não sabia, ela pensava que era carne comum". "Eu não comi muito a carne porque não sou de comer muito. Eu comi o fígado e alguns pedaços do corpo, mas não comi o coração", diz Isabel.
Informações da Folha de São Paulo.

Perderam a eleição e abandonaram o povo


Muitos prefeitos que não foram contemplados com a reeleição ou que não tiveram seus aliados eleitos para o executivo estão cortando radicalmente os serviços básicos de saúde. Em Heliópolis, por exemplo, só há um médico atendendo o público dia de quarta-feira. Todos os outros foram demitidos. Para completar a situação, a Casa de Apoio do município, em Aracaju - Se, foi fechada sem maiores explicações. Como prova da preocupação do atual prefeito com os bens do município, uma ambulância jaz em frente à referida Casa de Apoio com os pneus furados e as portas amarradas com corda. Na área da educação, o descaso é visível: muitos contratados não estão cumprindo a carga horária e há muitas aulas vagas. Além disso, o transporte escolar está funcionando irregularmente. Muitas linhas não cumprem o trajeto contratado todos os dias e os alunos reclamam. Os professores do Colégio Estadual José Dantas de Souza, da rede estadual, que usa o transporte da rede municipal, estão temerários quanto aos dias acertados para reposição das aulas do período de greve. No primeiro Sábado letivo não houve transporte e muitos alunos não puderam assistir às aulas. Todos os dias de sábado, até o final de Dezembro, serão de reposição de aulas. Se o problema persistir, os professores terão que acionar o Ministério Público para garantir os 200 dias letivos. Fato é que os prefeitos derrotados não estão preocupados em manter seus respectivos municípios na ordem cotidiana. É a velha política do interesse pessoal. O público que se exploda!
Demissão em massa em Jequié
 A prefeitura de Jequié exonerou 17 dos 18 dentistas que realizavam atendimento nos 25 Postos de Saúde da Família (PSF) instalados no município do sul baiano. O decreto foi publicado no último dia 15 de outubro no Diário Ofícial do Município (DOM). Além de exonerar os profissionais, a administração municipal baixou um decreto que comprometeu os serviços realizados no Centro de Especialidades Odontológicas (CEO). Nesta terça-feira (23), a Associação Brasileira de Odontologia em Jequié (ABO) e o Conselho Regional de Odontologia da Bahia (Croba) emitiram nota de repúdio pela medida, assinada pelo atual prefeito Luiz Amaral (PMDB). “Estes decretos eliminam quase que completamente o atendimento odontológico público e gratuito nesta cidade que tem gestão plena em saúde e que recebe incentivos financeiros mensais do governo federal”, criticou. Ainda segundo as entidades, o CEO, implantado em 2006 para atender a diversas especialidades, não realiza qualquer procedimentos há quatro meses, por conta da ausência de servidores públicos da área de serviços gerais, responsáveis pela limpeza e higienização do espaço. “Toda este descaso com a saúde bucal em Jequié é um enorme desrespeito à população e à classe odontológica. O prefeito não enxerga a saúde bucal como prioridade. Ele contraria o que determinam os programas do Ministério da Saúde, como o Brasil Sorridente", condenou o presidente da ABO em Jequié, Carlos Vieira, em entrevista ao Bahia Notícias. Para o dirigente, "uma necessidade de ajuste financeiro" do município no final do mandato do peemedebista pode ter forçado a demissão dos odontólogos. Ainda segundo Vieira, a denúncia será encaminha aos ministérios da Saúde (MS) e Público da Bahia (MP-BA), já que os recursos, por meio de transferência via governo federal, estão assegurados até dezembro. Só este ano, Jequié já recebeu R$ 372 mil do Piso de Atenção Básica à Saúde Bucal, R$ 154 mil para o CEO e R$ 1,1 milhão para os PSF’s. O Bahia Notícias tentou contato com o prefeito e o secretário municipal de Saúde, mas ambos não foram localizados.
Cargos diante dos bois
Tem alguns hipotéticos chefes políticos em Heliópolis que estão espalhando nomeações a torto e a direito. Na caderneta deles a prefeitura já está toda montada. Só que se esqueceram de que o prefeito é Ildinho e o vice é Gama e eles ainda não fizeram uma reunião com as lideranças para determinar os caminhos para os critérios de escolha. Não há ninguém nomeado ou acordado para nada! Quem fizer tal divulgação está contribuindo para dificultar mais ainda o processo. Este mês é para concluir a prestação de contas da eleição. Novembro será o mês das reuniões dos setores, para avaliar como o município está e o que se fará nos primeiros meses de administração, isso se a comissão de transição for considerada. Portanto, Ildinho e Gama avisam: tudo na hora certa, sem confusão. Quem começou colocando os cargos adiante dos bois, está na hora de parar!
O roubo do Waldir Pires I
O professor Chinho (Joseilson Silva) procurou este blog para dizer que o roubo é um mistério, mas que ele vai até as ultimas consequências e vai apurar tudo custe o que custar. Segundo ele, o patrimônio do Colégio é para a escola e não vai permitir saques. Ele quer entregar tudo sem faltar absolutamente nada. “Faço questão de entregar a escola como deve ser. Nossas funções são temporárias e o patrimônio da escola deve ser preservado. É nosso dever”, falou.
O roubo do Waldir Pires II
O vice-prefeito eleito Gama Neves não tem dúvida da competência do professor Joseilson, diretor do Waldir Pires. Gama só quer deixar no ar duas perguntas: Se o vigia responsável pela escola fosse eleitor do grupo político no poder, ele registraria queixa na polícia contra o rapaz, sem antes sequer fazer uma apuração interna? Outra: É só o vigia que tem a chave que dá acesso à sala onde estavam o aparelho DVD e a caixa de som amplificada que desapareceram?
Com informações complementares do Bahia Notícias.

Bahia elegeu 64 prefeitas


Número de prefeitas na Bahia cresce 36% na eleição de 2012. Dois grupos predominam: o de mulheres que venceram em cidades dominadas por homens e o das herdeiras políticas dos maridos
Jorge Gauthier – do CORREIO

Tetti Brito - prefeita
eleita de R. do Amparo
Patrícia Almeida - prefeita eleita de Banzaê
“Eu nunca perdi para homem quem dirá para uma mulher”. Com essas palavras, o candidato a prefeitura de Anagé Elson Soares (PTB) encerrou seu último comício. Nas urnas, a surpresa: a professora Andrea Oliveira Silva, 38 anos, conseguiu derrotar o adversário que já tinha sido prefeito cinco vezes. Tornou-se a primeira mulher eleita para comandar Anagé, a 560 quilômetros de Salvador. Andrea faz parte de um fenômeno eleitoral este ano: segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, o número de prefeitas na Bahia cresceu 36% em comparação com 2008, saltando de 47 para 64, percentual 5% maior que o do resto do Brasil.
Andrea diz acreditar que sua eleição foi impulsionada pelo momento feminino na política. “Essa campanha em Anagé rompeu diversos tabus de gênero na cidade. No início, não acreditavam que eu teria força de ganhar, mas consegui”, conta Andrea, que tinha perdido em 2008 por 192 votos. Divorciada, mãe de um filho de 14, ela conta:  “ele me deu apoio, mas assim como o resto da minha família, ficou com medo, já que tive que enfrentar um forte grupo político”.  Em Amargosa, a 235 quilômetros de Salvador, a atual vice-prefeita Karina Silva (PSB), 41 anos, rompeu com o prefeito Valmir Sampaio (PT) e venceu seu candidato, o também petista Júlio Rocha. “Rompemos porque ele não respeitava minha posição como mulher”, alega.
Formada em Administração pela Ufba, Karina tenta repetir a história de sua mãe, Iraci Silva, que foi prefeita de Amargosa de 92 a 96. “Minha mãe foi a primeira prefeita e agora  tenho a missão de fazer um trabalho tão bem avaliado como o dela. Ela derrotou o grupo político dos Andrade, que dominavam a cidade há 20 anos. Eu derrotei a força grandiosa que é o PT, que tem a máquina na mão”, conta.
Fátima Nunes - reeleita em Euclides da Cunha
Segundo Karina, depois do rompimento político, os adversários iniciaram ataques. “Sofri muito preconceito (por ser mulher). Os adversários começaram a me comprar a Carminha e Chayene, vilãs das novelas Avenida Brasil e Cheias de Charme, respectivamente”, diz.  Casada, mãe de três filhos, Karina conta que, apesar de ser filha de político e de estar na vida pública há mais de 15 anos, não quer que os filhos sigam sua vocação. “É sempre complicado, porque tem pouco tempo para a família”, afirma. Na nossa região, a atual prefeita de Banzaê, Jailma, será substituída por Patrícia Almeida, ambas do PT. Em Ribeira do Amparo, Tetti Brito (PSD), esposa do ex-prefeito Marcelo Brito, será a nova prefeita. Em Euclides da Cunha, a atual prefeita Fátima Nunes (PSD) venceu bem Dr. Luciano, com mais de 17 mil votos.
Experiência
Anabel de Tista - prefeita eleita
de Jeremoabo
A petista Rilza Valentim, de São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador,  conseguiu se reeleger com 75.89% dos votos válidos. Desde 2008, ela tem a responsabilidade de administrar a maior arrecadação per capta entre as cidades brasileiras. “Quando fui eleita pela primeira vez, achavam que eu não ia saber o que fazer. Mas fui estudar, aprender. Hoje sei como tudo isso funciona”, explica Rilza, que tem 50 anos e é doutora em Química, em uma cidade que tem a segunda maior refinaria de petróleo do país.
Herdeiras
O nome de campanha Anabel de Tista (PSD) já indica que a prefeita eleita de Jeremoabo, a 370 quilômetros de Salvador, tem um padrinho eleitoral. No caso, seu marido e atual prefeito da cidade, João Batista Melo de Carvalho, o Tista. A nova prefeita, Anabel Carvalho, 43 anos, se elegeu com quase 1,3 mil votos de diferença. Ela entrou na política pelas mãos do  marido, mas credita a vitória ao momento político da mulher no Brasil. “Pesou ser mulher porque a mulher está num momento político positivo com a presidente Dilma Rousseff”, explica Anabel, primeira prefeita eleita na cidade.
A revolução feminina na cidade foi ainda maior, já que Anabel tem como vice outra mulher, Jannete Menezes,  também ex-primeira da cidade. Na campanha, as duas eram chamadas de “As meninas”.  Mas, nem todas mulheres eleitas tinham pretensões eleitorais, e acabaram tendo que assumir a candidatura de maridos que renunciaram às vésperas da eleição. Em algumas cidades, chegaram a ser eleitas com a foto do marido na urna. Foi o que aconteceu em Almadina, Sul da Bahia, onde a eleição foi vencida por Gleide de Val (PSD).
O mesmo ocorreu com Dra. Iracêma, eleita em Itaquara. Faltando apenas seis dias para a eleição, o marido dela, Astor Moura Araújo, foi barrado pela Justiça Eleitoral por ter as contas rejeitadas. “Tive receio em assumir a candidatura, mas tive um apoio crescente por ser mulher. Afinal, mulher quando quer fazer uma coisa faz”, explica Iracêma, 54 anos e mãe de três  médicos. Ela conta que os filhos tentaram fazer com que ela desistisse. “Nenhum filho quer a mãe na política. Eu tinha acabado de casar o último filho e pensei que iria cuidar da vida, mas o dever me chamou”, diz.
Com informações complementares de vários blogues regionais.