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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

PT, PCdoB e CUT contra Yoani Sánchez


VEJA desta semana revela que Cuba convocou militantes de esquerda para difamar a blogueira cubana nas redes durante a visita que ela fará ao Brasil
Laryssa Borges e Marcela Mattos – da revista VEJA
Dossiê traz montagens grosseiras com fotos de Yoani
Partidos de oposição no Congresso Nacional informaram neste sábado que vão apresentar na próxima semana requerimentos de convocação dos ministros de Relações Exteriores, Antonio Patriota, e da Secretaria-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para que os dois expliquem a participação do corpo diplomático, de dirigentes partidários e de funcionários do governo na distribuição de um dossiê contra a blogueira cubana Yoani Sánchez. Os oposicionistas também vão protocolar um pedido de informações para que o embaixador cubano no Brasil, Carlos Zamora Rodríguez, esclareça a perseguição que emissários do governo de Raúl Castro pretendem fazer à ativista. Yoani Sánchez desembarca em território brasileiro na próxima semana para divulgar o livro De Cuba, com Carinho.
Reportagem de VEJA desta semana mostra as articulações da Embaixada de Cuba no Brasil para monitorar a passagem de Yoani Sánchez pelo país. A proposta de desqualificação da cubana inclui a distribuição de um dossiê com informações distorcidas sobre o que seria uma vida de luxo dela. Em meio a montagens com fotos da ativista estão insinuações de que ela teria se rendido ao dinheiro porque bebe cerveja, come banana e vai à praia.
Senador Alvaro Dias (PSDB-PR) fala durante cpi.
 
(foto: Geraldo Magela/Agência Senado )
O pedido para a distribuição do dossiê e a estratégia de desqualificação de Yoani foram orquestradas no dia 6 de fevereiro em uma reunião organizada pelo conselheiro político da embaixada de Cuba em Brasília, Rafael Hidalgo. Conforme revelou VEJA, um grupo de militantes de esquerda, incluindo filiados do PT e PCdoB e integrantes da CUT, se reuniu com o embaixador cubano Carlos Zamora Rodríguez para ouvir o projeto de desqualificação da blogueira. Entre os presentes no encontro estava Ricardo Poppi Martins, coordenador-geral de Novas Mídias da Secretaria-geral da Presidência e subordinado ao ministro Gilberto Carvalho.
“O uso de dossiês tem sido recorrente no governo do PT. Agora há uma conspiração cubana em território nacional com a participação de agentes públicos instalados no Palácio do Planalto”, disse o vice-líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PSDB-PR). “O governo federal tem que esclarecer sua participação em um monitoramento inadmissível como esse contra Yoani Sánchez”, completou o líder tucano na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (PSDB-SP).
Um assessor de Gilberto Carvalho participou da reunião, recebeu o dossiê
 e ouviu detalhes do plano de ataque (foto: 
André Dusek/Estadão)
Além dos pedidos de convocação dos ministros de Relações Exteriores e da Secretaria-geral, os partidos de oposição vão requisitar esclarecimentos por escrito de autoridades do governo. Na próxima terça-feira, o PSDB vai encaminhar um pedido de informações a Gilberto Carvalho. O Democratas deve fazer o mesmo também na próxima semana.
“É um assunto muito grave. É um ‘mal combinemos’ para evitar a liberdade de expressão e de manifestação da cubana. Fere totalmente o princípio da convivência democrática”, afirmou o presidente do Democratas, senador José Agripino (DEM-RN). Na avaliação do parlamentar, a participação de Poppi Martins na reunião “por si só já justifica um pedido de informações” ao ministro Gilberto Carvalho. “Se for o caso, eu mesmo vou levar ao plenário a discussão sobre um pedido de informações ao ministro”, informou o senador.
“O Gilberto Carvalho tem tantas explicações para dar, inclusive para a própria Justiça, que essa é só mais uma. Infelizmente, falta de compromisso democrático é proverbial nesse governo”, disse neste sábado o presidente nacional do PPS, Roberto Freire.

2,5 milhões de miseráveis fora dos Programas sociais


JOÃO CARLOS MAGALHÃES – da Folha de São Paulo
Ainda temos 2,5 milhões de pobres sem assistência social
Os programas sociais do governo federal excluem 2,5 milhões de pessoas que vivem abaixo da linha da miséria e ele não consegue localizar, de acordo com estimativa do próprio Ministério do Desenvolvimento Social. Encontrar essas pessoas é essencial para a presidente Dilma Rousseff cumprir sua promessa de "erradicar" a extrema pobreza --o que só ocorrerá quando nenhum brasileiro ganhar menos que R$ 70 por mês, segundo o critério fixado pelo governo. O Ministério do Desenvolvimento Social chegou a essa estimativa depois de comparar dados do Censo de 2010 com as informações do Cadastro Único, a base de dados usada para administrar os programas sociais. Se essas pessoas não entrarem no sistema, elas jamais serão incluídas em ações como o Bolsa Família, cujas transferências foram ampliadas por Dilma, e, assim, não serão resgatadas da extrema pobreza. "Pretendemos fazer [o cadastro dessas famílias] até o final do ano. A presidente já nos indicou que o processo tem que ser acelerado", disse o secretário para Superação da Extrema Pobreza do ministério, Tiago Falcão. Em junho de 2011, quando Dilma lançou o Brasil sem Miséria, o plano com o qual espera cumprir sua promessa, cálculos feitos com dados preliminares do Censo indicavam que existiam 800 mil famílias fora do cadastro. O governo então mobilizou as prefeituras para localizar e incluir no sistema essas pessoas, em vez de simplesmente esperar que elas aparecessem espontaneamente para se cadastrar. Graças a essa iniciativa, 791 mil famílias foram encontradas. Em abril do ano passado, o governo teve acesso a dados mais detalhados do Censo e concluiu que o problema era maior --cerca de 2 milhões de famílias miseráveis fora do cadastro, mais que o dobro das 800 mil identificadas anteriormente. De acordo com as estimativas do ministério, ainda falta localizar 700 mil famílias que estão fora do cadastro do governo --ou cerca de 2,5 milhões de pessoas, considerando uma média de 3,6 pessoas por família. O Cadastro Único reúne informações obtidas pelas prefeituras dos mais de 5,5 mil municípios do país, que são responsáveis pela localização dos pobres e pelo preenchimento dos formulários que alimentam o sistema. A dificuldade de cadastrar essas pessoas reside principalmente na falta de informação e no fato de elas estarem em lugares muito distantes de qualquer estrutura estatal --dezenas de lanchas passarão a ser usadas na busca por ribeirinhos miseráveis da região Norte do país.
ANÚNCIO
As falhas do cadastro foram citadas por Dilma no início do mês, quando a presidente disse que até março vai zerar o número dos extremamente pobres constantes no sistema --desde 2011, 19,5 milhões dos 22,1 milhões de miseráveis cadastrados passaram a ganhar ao menos R$ 71. "Nós não podemos ficar satisfeitos com isso, não, só zerar o cadastro. Nós temos de ir atrás dos que faltam. Sabemos que tanto na cidade como na zona rural, no campo brasileiro, ainda tem famílias abaixo da linha da pobreza não cadastradas." O governo prepara novas medidas para zerar o número de miseráveis cadastrados e pode anunciá-las em evento na próxima terça-feira.

Marina Silva diz que novo partido não estará a serviço de pessoas


MÁRCIO FALCÃO, JOHANNA NUBLAT e ERICH DECAT – da Folha de São Paulo
Heloísa Helena e Marina Silva
Em sua primeira manifestação no lançamento de seu novo partido, a ex-senadora Marina Silva disse neste sábado (16) que a ideia de criar uma nova legenda não é apenas para se colocar em uma eleição e criticou o "caciquismo" na política. Ela disse que a rede, como é chamado o movimento, deve se colocar para quebrar a "lógica de partidos a serviço de pessoas". "O que está acontecendo aqui é um partido para questionar a si próprio, e tem que ser assim. Não pode ser partido para eleição. Não é o principal. Estamos em uma nova visão de mundo, de sujeito político que não é mais espectador da política, esse sujeito é protagonista", afirmou, sendo fortemente aplaudida. "Não tem conformação com o modelo anterior. É o questionamento das estruturas verticalizadas. Saímos de um ativismo dirigido pelo sindicato, pela ONG, pelo DCE, com a modernização do ativismo autoral. Você não tem estrutura na frente ou atrás das pessoas, você tem estruturas ao lado", disse. "Não tem liderança carismática que possa ser o grande líder, o messias, o condutor do grande grupo", completou. Sem anunciar o nome da nova legenda, Marina disse que a ideia é fazer alianças pontuais, mas sem se rotular como governo ou oposição. "Não é mais liderança única, é liderança multicêntrica, não é movimento de arco e flecha. Uma hora sou arco e outra sou flecha, só espero não ser o alvo." Ela disse que foi questionada sobre o posicionamento que adotaria em relação ao governo Dilma e afirmou que não terá posição fechada. "Estamos na época ao paradoxo, nem situação, nem oposição a Dilma. Precisamos de posição. Se Dilma estiver fazendo algo bom, vamos apoiar. Se não, não. Parece ingênuo. mas não tem nada de ingênuo". A ex-senadora Heloísa Helena (AL), que vai deixar o PSOL para ingressar na nova sigla, também fez um discurso em defesa da ética na política. Ela cobrou que os militantes tenham esse compromisso. "Nós não temos preços na testa", disse. Em seguida, ela lançou o nome de Marina para a Presidência em 2014, levantando os mais de 500 participantes do evento que gritaram: "Brasil urgente, Marina presidente". Marina comparou a criação de sua sigla ao lançamento do PT nos anos 80 e 90. No evento, três deputados federais e três vereadores foram anunciados como fundadores do partido. Farão parte do projeto os deputados Domingos Dutra (PT-MA), Walter Feldman (PSDB-SP) e Alfredo Sirkis (PV-RJ). Também estão em conversa com o partido, mas não foram citados, Ricardo Tripoli (PSDB-SP), Reguffe (PDT-DF) e Alessandro Molon (PT-RJ). Também estava no evento e será uma das fundadoras a ex-senadora Heloísa Helena. Indiretamente, ela minimizou a falta de um grande leque de apoiadores, justificando que nem todos que partilham do projeto terão atuação no partido. "Nós somos um movimento, e tem gente desse movimento que vai continuar em outros partidos, mas são do movimento". Marina disse que a rede nasce do "desconforto com o que está acontecendo no Brasil e no mundo pela estagnação do poder pelo poder, do dinheiro pelo dinheiro". A ex-senadora defendeu que é preciso enfrentar crises política, ética, econômica ambiental que têm como base os problemas no sistema político. "São pessoas de um partido criando uma ferramenta para atuar na política". Para ser criado, o novo partido precisa recolher e registrar na Justiça Eleitoral 500 mil assinaturas.
Estatuto do novo partido apresenta pontos divergentes  
A Folha acompanhou parte de uma reunião preparatória para a apresentação, realizada ontem em uma casa de eventos de Brasília. Ao lado de Marina Silva, participaram do encontro a ex-senadora Heloisa Helena e os deputados Walter Feldman (PSDB-SP) e Domingos Dutra (PT-MA). Há um impasse na questão das doações. Na reunião alguns integrantes levantaram a possibilidade de haver doações só por parte das pequenas e médias empresas. Outros, mais radicais, defendiam uma "campanha de brechó", da qual só pessoas físicas poderiam fazer doações. O texto preliminar também restringe as doações de empresas de bebidas alcoólicas, cigarros, armas e agrotóxicos. Também há controvérsia sobre a validade, de no máximo 16 anos, de mandato para um parlamentar. Alguns fundadores do partido defendem só dois mandatos seguidos. Sobre a questão de só integrarem "fichas limpas", alguns dos membros levantaram a possibilidade de se abrir uma brecha para quem tiver problemas com a Justiça em razão de envolvimento com movimentos sociais. As discussões sobre o estatuto continuam hoje. Com a palavra, Marina Silva disse que não quer um partido para ser candidata à Presidência, mas não descartou a possibilidade de o partido lançar um nome: "Se dentro dessa estratégia uma candidatura, seja lá de quem for, que esteja apto a levar nossas ideias para frente, se colocar, nós vamos até ter candidato".
HOSPEDAGEM
Para receber os militantes, foram criadas vagas de hospedagem "solidária" em Brasília. "Vou hospedar cinco: dois amigos de São Paulo, dois do Paraná e um do Rio Grande do Sul. Vai ficar bem apertado, porque meu apartamento tem 50m²", afirma o sociólogo Pedro Piccolo. Leo Cabral, que abriga três pessoas em seu apartamento, diz que o objetivo é reduzir os custos. "A ideia é tentar ser aberto, não limitando a participação das pessoas por questões econômicas", diz André Nahur, que abriga um universitário mineiro.

Yoani Sánchez estará em Feira de Santana nesta segunda

Yoani Sánchez -de Havana para Feira de Santana

Após incontáveis e frustradas tentativas de sair de Cuba para receber prêmios internacionais, dar palestras e encontrar seus leitores do exterior, a dissidente cubana e blogueira Yoani Sánchez finalmente conseguiu seu passaporte e um visto para entrar no Brasil. Na próxima segunda-feira (18) ela desembarcará em Feira de Santana, onde cumpre agenda com debates e diversas atividades sociais. No mesmo dia, Yoani acompanha a exibição do documentário “Conexão Cuba-Honduras”, do cineasta Dado Galvão, que conta um pouco da história da cubana. A apresentação será realizada no Museu Parque do Saber, a partir das 19h, e também contará com a presença do senador Eduardo Suplicy (PT). A blogueira concederá uma entrevista coletiva na manhã de terça-feira (19), no teatro da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e em seguida, visita o centro da cidade de Feira de Santana. Considerada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time, Yoani Sánchez é conhecida em todo mundo por sua participação na luta pela liberdade de expressão e direitos humanos, através do blog "Generacion Y". Ela virá a Feira de Santana em atendimento a um convite feito pelo jornal Tribuna Feirense e pelo Blog do Velame, juntamente com um grupo de feirenses que, em novembro de 2012, doou à cubana passagem aérea para o Brasil.
Informações do Bahia Notícias.

ISTOÉ mostra a ponte de R$ 7 bilhões


Há muitas dúvidas sobre a necessidade da obra que ligará Salvador a Itaparica. A certeza é que o valor pago pelo governo da Bahia está superdimensionado
Josie Jeronimo – da revista ISTOÉ
73% A MAIS
Ponte estava orçada inicialmente em R$ 2 bilhões.
Na semana passada, começou a ganhar contornos de realidade na Bahia uma obra grandiosa, mas de custo-benefício muito duvidoso. Trata-se da construção da ponte ligando Salvador à ilha de Itaparica por cima da Baía de Todos os Santos. Com 11,7 km, a obra, quando concluída, só perderá em extensão para a ponte Rio-Niterói, que tem 13,3 km e é a maior já construída no País, aclamada como empreendimento-modelo da engenharia de seu tempo, a década de 1970. Os vultosos valores envolvidos diante da incerteza sobre a necessidade do empreendimento, contudo, dividem os baianos e são alvo de críticas da oposição no Estado. Inicialmente orçada em R$ 2 bilhões, a ponte já tem uma estimativa de orçamento final de R$ 7,4 bilhões. Ou seja, foi majorada em 73% e, com isso, passou a ser considerada uma das mais caras do mundo. Só para o projeto da obra foram gastos R$ 40 milhões, num contrato sem licitação celebrado entre o governo da Bahia e a consultoria internacional Mckinsey & Company. No ano de sua inauguração, por exemplo, a Rio-Niterói havia custado R$ 5 bilhões em valores atualizados, o equivalente a 66% do orçamento da ponte Salvador-Itaparica.
Governador Jaques Wagner (PT) anunciou o projeto
Parte dessa diferença se explica pelos avanços tecnológicos, que transformam as pontes do início do século XXI em monumentos tecnológicos, ao contrário das obras do século passado, que não passavam de estradas sobre águas. A experiência internacional, contudo, demonstra que é possível gastar menos. Na China, a monumental obra de 41,5 quilômetros de extensão sobre a baía de Jiaodhou, terminada em 2011, custou o equivalente a R$ 3,5 bilhões. Enquanto o governo do Estado alardeia que os 50 mil moradores de Itaparica, que hoje fazem a travessia para Salvador de ferry boat, terão uma opção mais segura e confortável para viajar, o escritor João Ubaldo Ribeiro, que mora lá, condena o projeto. “Esse progresso é na verdade uma face de nosso atraso. Atraso que transmutará Itaparica num ponto de autopista, entre resorts, campos de golfe e condomínios de veranistas, uma patética Miami de pobre”, disse.
O professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia Antônio Heliodório Sampaio teme que, a curto prazo, a ponte possa criar mais confusões do que soluções. “A ilha tem problemas de infraestrutura. Falta até água no verão”, critica o urbanista.
Ponte Gilberto Amado - 1,7 km e 124 milhões em Sergipe
O governo baiano já iniciou o processo de desapropriação, decretando a utilidade pública de mais de 4,8 mil hectares de terras da ilha. Na expectativa da formação de um “banco de terrenos” valorizados após a construção da ponte, o mercado imobiliário apoia o projeto. O secretário de Planejamento do Estado, Sérgio Gabrielli justifica o investimento com argumentos socioeconômicos. Afirma que a Salvador-Itaparica pode levar, para a população baiana, uma evolução semelhante à que a Rio-Niterói trouxe para os fluminenses. Na visão de Gabrielli, com a ponte o Estado ganhará novas vias de interligação, favorecendo o escoamento de portos, atraindo novos investimentos e reduzindo em 130 quilômetros a distância entre Salvador e os Estados do Sudeste. Podem ser argumentos reais, mas nada justifica um preço tão elevado.
Deste blog: Há algo errado em toda essa história. Há poucos dias, a Presidente Dilma inaugurou a ponte Gilberto Amado, sobre o rio Piauí, no litoral sergipano, ligando o município de Indiaroba aos litorais de Estância, Itaporanga e Aracaju. A ponte possui 1.712 metros de comprimento e 14,20 metros de largura, sendo a maior em todo o Nordeste brasileiro. Sua construção gerou aproximadamente 750 empregos diretos e o valor da obra é de R$ 124 milhões. Dobrando a largura e multiplicando por 7, teríamos uma obra próxima dos 2 bilhões, um preço razoável para a ponte Salvador-Itaparica. As obras do PT da Bahia são caras, muito caras, já a partir dos estudos de consultoria.

Papa condena “hipocrisia religiosa” e é aplaudido


Na última missa aberta ao público, Bento XVI criticou a "hipocrisia religiosa" de quem procura apenas "aplausos ou aprovação". Ao final, o papa deixou a sala aplaudido pelos fiéis que lotaram a Basílica de São Pedro
JULIANO MACHADO – da revista ÉPOCA
Papa Bento XVI celebrou nesta quarta-feira sua última missa aberta
ao público
(Foto: AP Photo/Gregorio Borgia)
A quinze dias de formalizar sua renúncia, o papa Bento XVI celebrou nesta quarta-feira (13), na Basílica de São Pedro, sua última missa aberta ao público. Na cerimônia da Quarta de Cinzas, que marca o início da Quaresma, Bento XVI se despediu deixando um recado indigesto. Em sua homilia, criticou a “hipocrisia religiosa” de quem procura apenas “aplausos ou aprovação”. “O verdadeiro discípulo não serve ao ‘público’, mas sim ao Senhor, pela simplicidade e generosidade”, disse o papa. Em seguida, afirmou que “a divisão eclesiástica está deturpando a Igreja, e é obrigatório superar as rivalidades”.
Durante a missa, ficou evidente que o papa está com a saúde debilitada. A voz era frágil e cansada, e ele pouco se movimentou na cerimônia – chegou ao altar e saiu em um púlpito móvel, sem caminhar pelo corredor central. No entanto, o tom de seu discurso é mais do que suficiente para mostrar que sua renúncia não está apenas relacionada às condições físicas. Bento XVI estava em meio a uma disputa interna de poder, já sem o apoio de seu então braço-direito, o secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone. Segundo “vaticanistas” italianos, Bertone começou a tomar decisões por conta própria no funcionamento administrativo da Santa Sé, e entre outras interferências, estaria dificultando a punição de cardeais acusados de envolvimento ou omissão de casos de pedofilia. Isolado e enfraquecido pela idade, o papa talvez tenha visto que o melhor a fazer era obrigar o Colégio de Cardeais a realizar novas eleições, em uma tentativa de reorganizar a casa.
A última celebração de Bento XVI como papa lhe reservou uma ironia. Depois de criticar aqueles sedentos por aplausos, ele mesmo foi aplaudido por mais de dois minutos. Tarcisio Bertone tomou a palavra para dizer que a “Igreja sentia uma grande tristeza em seu coração” diante da renúncia, que ele definiu como um “iluminado exemplo de simplicidade e humildade”. As palmas dos fiéis que lotaram a basílica (havia filas desde o início da manhã para a cerimônia, que começou às 17h) só foram interrompidas pelo próprio papa. Aparentemente não muito tocado pelo agradecimento de Bertone, disse “obrigado, retornemos às orações”. Minutos depois, ao passar pelo corredor central no fim da missa, novos aplausos e muita gente subindo até nas cadeiras de plástico colocadas para o público, na tentativa de ver de perto o tímido aceno de Bento XVI. Foi o adeus para o público, mas as palavras amarguradas do futuro ex-papa continuaram a repercutir nos corredores do Vaticano.

ÉPOCA revela quanto custa ganhar a eleição municipal


A disputa por prefeituras e Câmaras municipais em 2012 movimentou R$ 4 bilhões. Foi o maior valor declarado da história


VINÍCIUS GORCZESKI (TEXTO) E OTÁVIO BURIN E LUIZ SALOMÃO (GRÁFICO)- da revista ÉPOCA


A batalha pelo voto do eleitor no ano passado durou quatro meses, de julho a outubro. No curto período, os candidatos pediram votos nas ruas, criaram spots e programas eleitorais para rádio e TV, além de distribuírem material impresso. Apuradas as urnas, os candidatos prestaram contas à Justiça Eleitoral. Um levantamento inédito feito a partir dos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que a eleição de 2012 foi a mais cara da história: R$ 4 bilhões usados por 419.900 candidatos a vereador e 15.100 a prefeito. 


A pesquisa foi feita por Bruno Speck, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), especialista em contas eleitorais. Ele apurou quem gastou mais por voto e por campanha e registrou os maiores financiadores eleitorais. A campanha mais cara foi de José Serra, na capital paulista. Selmo Santos, candidato a prefeito derrotado em Juquitiba, São Paulo, foi quem mais gastou por voto: R$ 18.605. Bem mais que Rosana Pereira, prefeita de Mimoso de Goiás, Goiás, a candidata eleita que mais gastou por voto, R$ 213.

VEJA: Os novos (enrolados) donos do Congresso


A nova cúpula do Legislativo brasileiro terá de se revezar entre as atividades de comando das duas Casas e responder a uma série de processos na Justiça
Laryssa Borges, Marcela Mattos e Gabriel Castro – da revista VEJA
Nuvens carregadas sobre o prédio do Congresso Nacional, em Brasília (foto: Dida Sampaio/Agência Estado)
Eleitos para presidir o Senado e a Câmara mesmo cercados por denúncias, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) dividirão o comando do Legislativo brasileiro com parlamentares que também enfrentam problemas na Justiça. A dupla do PMDB terá a companhia nas Mesas Diretoras de sete congressistas - cinco senadores e dois deputados - que respondem a ações ou inquéritos judiciais. Além disso, as reuniões de líderes dos partidos no Congresso também passarão a ter a presença de uma nova elite, que chega ao poder com vistoso currículo de denúncias.
Jorge Viana: ex-governador do Acre e vice-presidente do Senado
Atribuições do cargo: Substitui o presidente do Senado em suas ausências.
Processos: Responde a dois inquéritos do STF por crime eleitoral. As acusações são de compra de votos, declaração eleitoral adulterada e recebimento de doação de campanha vedada pela legislação. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é alvo de um pedido de cassação por abuso de poder político, econômico e de meios de comunicação.
Defesa: O senador diz que denúncias anônimas serviram de "pretexto" para procuradores investigarem a suspeita de crime eleitoral. Ele diz já ter sido absolvido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Acre e declara que aguarda que "a verdade dos fatos seja mantida" pela Justiça.
A lista de acusações contra os novos "donos do Congresso" é ampla: compra de votos, formação de quadrilha, fraude em licitações, corrupção e improbidade administrativa. Nada, entretanto, que impeça os principais partidos políticos do país de escolhê-los para cargos de comando na esfera federal.
No Senado, cinco parlamentares que ocuparão cargos na Mesa Diretor enfrentam processos e investigações na Justiça. A começar pelo primeiro na linha sucessória de Renan Calheiros, o vice-presidente da Casa, Jorge Viana (AC), do PT. Ele é investigado em inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por compra de votos, declaração falsa em documento eleitoral e recebimento de doação proibida pela Lei Eleitoral.
Romero Jucá: extensa lista de acusações
Atribuições do cargo: Substitui o 1º vice-presidente em caso de ausência ou impedimentos.
Processos: Jucá é investigado em três inquéritos no STF por crime de responsabilidade, falsidade ideológica, apropriação indébita previdenciária e crime eleitoral. Um dos processos em tramitação no Supremo contra o parlamentar diz respeito à origem e finalidade de 100 000 reais que o empresário Amarildo Freitas jogou pela janela do carro quando perseguido por policiais. A Polícia Federal em Roraima investiga a ligação do senador com esses recursos e com cerca de 1,8 milhão de reais apreendidos sob suspeita de compra de votos nas eleições de 2010.
Defesa: o senador não se pronunciou sobre as acusações.
Na sequência da hierarquia da Casa, o próximo da lista é Romero Jucá (PMDB-RR), que também tem o nome relacionado a inquéritos no Supremo. Em um deles, o peemedebista figura como integrante de um esquema de desvio de verbas federais em obras municipais em Roraima. Em outro, as investigações do Ministério Público são de desvio de contribuições previdenciárias e crimes contra a ordem tributária. Recentemente, Jucá passou também a responder a inquérito que apura a origem e o destino de 100 000 reais jogados pela janela de um carro pelo empresário Amarildo Freitas. Às vésperas das eleições de 2010, o empresário, ligado a Jucá, se desfez do pacote de dinheiro após uma perseguição da Polícia Federal.
Tucano Flexa Ribeiro também responde a processo no STF
Atribuições: Além de lidar com a correspondência oficial do Senado, atua como uma espécie de prefeito da Casa. Administra decisões sobre o orçamento, uso de apartamentos funcionais, nomeações e demissões de servidores. Por suas mãos também passam deliberações sobre as milionárias licitações feitas pelo Senado.
Processos: Flexa Ribeiro teve seu nome envolvido na acusação de que a empreiteira Engeplan, que já pertenceu a ele, desviou recursos públicos de contratos com o governo do Pará para bancar clandestinamente despesas de campanha de candidatos do PSDB nas eleições de 2002. No auge das investigações da Polícia Federal sobre o caso, foram recolhidas 20.000 cestas básicas que seriam utilizadas para a compra de votos.
Defesa: O senador diz que todas as suas ações foram tomadas dentro da lei e acredita que o caso vai ser arquivado por falta de provas."Não tenho nenhuma dúvida em relação ao meu comportamento tanto no passado quanto no presente e no futuro". 
Na Mesa Diretora, completam a lista dos enrolados com a Justiça Ciro Nogueira (PP-PI) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA). No caso do tucano, que ocupa uma espécie de “prefeitura do Senado”, a acusação é que a empresa Engeplan, que pertenceu ao parlamentar e era contratada do governo do Pará, desviou recursos públicos para pagar despesas de campanha de candidatos do PSDB nas eleições de 2002.
Senador Magno Malta é acusado de crime eleitoral
Atribuições: Substitui os titulares em caso de ausência.
Processos: É investigado em um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de crime eleitoral.
Defesa: o senador não se pronunciou.
Contra Ciro Nogueira, as suspeitas são de lavagem de dinheiro, tráfico de influência e formação de quadrilha. De acordo com a investigação policial, o parlamentar utilizava o Ministério das Cidades e o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), feudos do PP, para direcionar criminosamente para suas empresas contratos publicidade e de prestação de serviços.
Senador do Mato Grosso responde por desvio de recursos públicos
Atribuições: Substitui os titulares em caso de ausência.
Processos: O parlamentar é réu no Supremo Tribunal Federal por uso de documento falso e é investigado em outros três inquéritos na corte. No principal processo, Campos é acusado de participar de um esquema que, por meio de certidões falsas do Incra, transferia irregularmente terras públicas em Mato Grosso a particulares. Também entre as suspeitas contra o político, ex-governador matogrossense e ex-prefeito de Várzea Grande, estão o desvio de recursos públicos, fraude em licitações e crime de responsabilidade. 
Defesa: Sobre a ação penal que o acusa de uso de documento falso, o senador alega que nunca participou de qualquer esquema de permuta ilegal de terras no Mato Grosso: "Não assinei nenhuma folha de papel, não participei". Ele também alega inocência em relação aos outros processos e atribui as ações judiciais a perseguições políticas.
O primeiro suplente, Magno Malta (PR-ES), responde a processo por crime eleitoral, e o segundo suplente, Jayme Campos (DEM-MT), é formalmente réu por transferir irregularmente terras do estado por meio de certidões falsas do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Na lista de pendências judiciais contra Campos, ex-governador de Mato Grosso e ex-prefeito de Várzea Grande, também aparecem processos por desvio de recursos públicos, fraude em licitações e crime de responsabilidade.
Câmara - Em um cenário não menos desolador, a cúpula da Câmara dos Deputados também abriga congressistas acusados de uma série de crimes. Além do presidente Henrique Eduardo Alves, suspeito de desviar recursos da verba indenizatória a que tem direito para empresas de fachada, outros dois integrantes da Mesa Diretora têm episódios mal explicados no currículo.
Quintella Lessa: apontado como beneficiário de esquema de corrupção
Atribuições: Controla o fornecimento de passagens aéreas e avalia os pedidos de licença e as justificativas de falta. Também atua como corregedor da Casa, preside comissões de sindicância envolvendo parlamentares e investiga preliminarmente denúncias contra os deputados.  
Processos: O alagoano é investigado por ser beneficiário de parte dos 52 milhões de reais desviados de dois convênios do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do estado. O episódio aconteceu quando Quintella era secretário estadual de Educação, entre 1997 e 1999. Primo do ex-governador Ronaldo Lessa, é citado no processo ao lado de uma quadrilha formada por outras seis pessoas. 
Defesa: Advogado de Quintella, Antônio Nabor Bulhões classifica como “absolutamente inconsistente” a acusação contra o parlamentar. Ele defende que seu cliente não conduziu ou se apropriou de nenhuma licitação. “Só pode desviar quem tem a posse do dinheiro. Meu cliente foi apenas um secretário”, diz Bulhões. 
O alagoano Maurício Quintella Lessa (PR-AL) é investigado por ser beneficiário de cerca de 100 000 reais de um esquema que desviou 52 milhões de reais de dois convênios do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação de seu estado. Novo corregedor da Câmara, ele atuou, de acordo com as investigações, em parceria com o primo e ex-governador Ronaldo Lessa quando estava à frente da secretaria de Educação de 1997 a 1999. Outras seis pessoas também são investigadas.
Takayama responde na Justiça por contratação de funcionários fantasmas
Atribuições: Substitui os titulares da Mesa em caso de ausência.
Processos: É réu em uma ação penal que investiga sua participação em um esquema de desvio de recursos públicos. Ainda como deputado estadual, segundo a acusação, nomeou 12 funcionários para cargos de confiança em atuar em seu gabinete entre 1999 e 2003. Todos os servidores, no entanto, trabalhavam exclusivamente para o parlamentar em serviços particulares.
Defesa: o deputado não se pronunciou.
Eleito para a quarta suplência na Casa, Takayama (PSC-PR) tem 12 acusações pelo crime de peculato. Investigado pelo Ministério Público Federal, o pastor evangélico e deputado é acusado de desviar verbas públicas na contratação de funcionários para seu gabinete na época em que era deputado estadual no Paraná (1999-2003). Os servidores, apesar de bancados pela Assembleia Legislativa, cuidavam exclusivamente de interesses particulares do paranaense, inclusive realizando serviços religiosos.
Líderes – Responsáveis por negociar os temas que serão levados à votação na Câmara e no Senado, os líderes de partidos no Congresso também respondem a inúmeras ações judiciais. A lista é suprapartidária e inclui o líder do PT no Senado, Wellington Dias (prevaricação); do PTB, Gim Argello (apropriação indébita, lavagem de dinheiro, peculato e corrupção passiva); do PV, Paulo Davim (crime eleitoral); e do PR, o ex-ministro Alfredo Nascimento. Demitido por suspeita de desvios no Ministério dos Transportes, Nascimento é investigado no Supremo por corrupção passiva, peculato, crime de responsabilidade e improbidade administrativa.
Nem mesmo o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), emissário da presidente Dilma Rousseff no Congresso, se livra do histórico criminal. Ele é suspeito de improbidade administrativa e crime eleitoral. Uma das acusações envolve indícios de que participou de negociações para a aquisição de terreno pelo estado do Amazonas, quando foi governador, por valor estratosférico, alegando uma “inexplicável supervalorização”.
Na Câmara, PT e PR repetem a dobradinha: o novo líder, Anthony Garotinho (PR-RJ), é investigado por crime eleitoral e peculato. E o petista José Guimarães, irmão do mensaleiro José Genoino (PT-SP), responde por crimes eleitorais. Guimarães, aliás, ganhou notoriedade após um assessor ser flagrado pela polícia carregando dólares na cueca em 2005.
O representante do PMDB, segunda maior bancada da Casa, também não passa despercebido. O STF investiga a participação de Eduardo Cunha (RJ) em dois esquemas: o de sonegação de impostos na Refinaria de Manguinhos (RJ) e o de falsificação de documentos entregues ao Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, com o objetivo de esconder irregularidades em uma estatal comandada por ele.

Papa anuncia renúncia


Da Folha de São Paulo
O papa Bento 16 anunciou, nesta segunda-feira, que vai renunciar do cargo no próximo dia 28. Esta é a primeira vez em quase seis séculos que um papa renuncia ao cargo. O último fazer isso foi Gregório 12, em 1415. O papa disse em um comunicado que está "plenamente consciente da dimensão do seu gesto" e que renuncia do cargo por livre e espontânea vontade.
Escolhido papa em abril de 2005, Bento 16 vai renunciar ao pontificado no final de fevereiro, informou o Vaticano
O porta-voz do Vaticano, Frederico Lombardi, disse que o papa não havia renunciado por "dificuldades no papado" e que a decisão havia sido uma surpresa, indicando que mesmo os auxiliares mais próximos não sabiam que ele estava para deixar o cargo. O papa não teme uma cisão na igreja após sua renúncia, disse o porta-voz. Ele também explicou que, de acordo com o )canon pontificio (normas que regem o exercício do Papa), as condições para deixar o cargo são que o anúncio seja feito de forma livre e que a demonstração seja inequívoca. Ninguém precisa aceitar formalmente a decisão. De acordo com o documento, um dos motivos da renúncia seria sua idade avançada. Bento 16 tem 85 anos e sofre de artrite, especialmente nos joelhos, quadris e tornozelo. Joseph Ratzinger nasceu na Alemanha no dia 16 de abril de 1927 e é o pontífice número 265 da Igreja Católica e o sétimo Chefe de Estado do Vaticano. O papa viria ao Brasil em julho para a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Um conclave será convocado para escolher o próximo pontífice. Até que um novo Papa seja escolhido, o posto ficará vago. Lombardi disse que o Vaticano espera escolher o substituto de Bento 16 até o final de março. Durante o conclave, Bento 16 irá se mudar para a residência de Castel Gandolfo, ao sul de Roma. Após a escolha do novo Papa, ele deve ir para um convento. Bento 16 foi eleito para suceder João Paulo II, um dos pontífices mais populares da história. Ele foi escolhido em 19 de abril de 2005, quando tinha 78 anos, 20 anos mais idoso que João Paulo II quando foi eleito.
COMUNICADO
Leia abaixo a íntegra do comunicado do Papa Bento 16:
"Queridísimos irmãos,
Convoquei-os a este Consistório, não só para as três causas de canonização, mas também para comunicar-vos uma decisão de grande importância para a vida da Igreja.
Após ter examinado perante Deus reiteradamente minha consciência, cheguei à certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério petrino. Sou muito consciente que este ministério, por sua natureza espiritual, deve ser realizado não unicamente com obras e palavras, mas também e em não menor grau sofrendo e rezando.
No entanto, no mundo de hoje, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de grande relevo para a vida da fé, para conduzir a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor tanto do corpo como do espírito, vigor que, nos últimos meses, diminuiu em mim de tal forma que eis de reconhecer minha incapacidade para exercer bem o ministério que me foi encomendado.
Por isso, sendo muito consciente da seriedade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao Ministério de Bispo de Roma, sucessor de São Pedro, que me foi confiado por meio dos Cardeais em 19 de abril de 2005, de modo que, desde 28 de fevereiro de 2013, às 20 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro ficará vaga e deverá ser convocado, por meio de quem tem competências, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.
Queridísimos irmãos, lhes dou as graças de coração por todo o amor e o trabalho com que levastes junto a mim o peso de meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos.
Agora, confiamos à Igreja o cuidado de seu Sumo Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo, e suplicamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista com sua materna bondade os Cardeais a escolherem o novo Sumo Pontífice. Quanto ao que diz respeito a mim, também no futuro, gostaria de servir de todo coração à Santa Igreja de Deus com uma vida dedicada à oração.
Vaticano, 10 de fevereiro 2013."

Ana Dalva denuncia gastos com 30 mil litros de combustível em Heliópolis

Vereadora Ana Dalva (PPS)

A vereadora Ana Dalva, do PPS, atual Presidenta da Câmara Municipal de Heliópolis, denunciou o que ela chama de “gastos incomuns e absurdos” feitos no mês de Novembro. Com o município parado, sem nada funcionar, a prefeitura gastou mais de 90 mil em combustível e pneu para carro.”, afirma revoltada. Só para se ter uma ideia, a prefeitura pagou ao Posto Nilo, em Heliópolis, 86.544,76 reais, o que corresponde a cerca de 30 mil litros de combustível, que daria para um carro popular dar oito voltas ao planeta.
Vejo reportagem completa clicando aqui.

Serviço geológico investiga diamante na Bahia


DENISE LUNA – da Folha de São Paulo
Exemplar de rocha retirada da área submarina examinada pela Companhia
de Pesquisa de Recursos Minerais (foto:CPRM)
Além de minérios, a CPRM está pesquisando a existência de uma "mina" submersa de diamantes, que teriam sido soterrados ao longo dos anos e estariam localizados no encontro do rio Jequitinhonha com o mar. O Jequitinhonha nasce nos arredores de Diamantina (MG) e deságua no Atlântico, na região de Belmonte (BA). Uma segunda expedição está fazendo a pesquisa sísmica na região. Se comprovada a existência das pedras, Roberto Ventura, diretor de geologia e recursos minerais da CPRM, acredita que haverá uma grande demanda de empresas para explorar o local. "Não vamos definir o volume de diamantes, só o indício, levando em conta que eles saíram da região de Diamantina, em Minas Gerais, e foram para lá", afirma Ventura.
Brasil busca tesouro submerso
Funcionário da CPRM com amostras que foram recolhidas no Elevado Rio Grande, em alto-mar
O Brasil pretende pleitear à ONU (Organização das Nações Unidas), ainda neste ano, o bloqueio de uma área no Elevado Rio Grande, uma cordilheira submersa no sul do país, a mil quilômetros da costa do Rio de Janeiro. Pesquisas feitas pela CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, conhecida como Serviço Geológico) revelaram que a região é rica em minérios, terras raras e rochas sedimentares, propícias à formação de petróleo. Como a área está em águas internacionais, pesquisas e exploração caberão a quem primeiro apresentar o pedido, diz o diretor de geologia e recursos minerais da CPRM, Roberto Ventura, que teme o avanço de países tecnologicamente desenvolvidos sobre os tesouros submersos "no quintal do Brasil". Para bloquear uma área em águas internacionais, que não pertencem a nenhum país, é preciso fazer uma solicitação à Isba (Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, na sigla em inglês), uma entidade da ONU. Até o final de março, a CPRM vai encaminhar o pedido ao MME (Ministério de Minas e Energia), que será responsável pelo encaminhamento ao órgão da ONU. "A questão do Elevado Rio Grande é estratégica. Nenhum país fez o pedido ainda. A Rússia pediu mais acima, os franceses também, e sabemos que os chineses passam por aqui direto e estão pesquisando em algum lugar próximo", disse Ventura. "Quem estiver com os mapas e conhecer as áreas potenciais ou áreas críticas vai ter mais chances", avaliou, lembrando que riquezas minerais são finitas e em algum momento, mesmo que leve 50 anos, o avanço para o meio dos oceanos será inevitável. Segundo ele, ao solicitar à ONU o bloqueio da área, o Brasil vai sinalizar para a comunidade internacional que tem um programa efetivo e importante para ampliar a presença no Atlântico Sul. Se aprovado o pleito, o Brasil terá mais 15 anos para pesquisar melhor o local, que se estende por 3.000 quilômetros quadrados (o equivalente ao dobro da área da cidade de São Paulo). Nos últimos dois anos, foram feitas cinco expedições de pesquisa ao elevado Rio Grande, ao custo de R$ 3 milhões cada. Durante as viagens, foram executadas dragagens que atingiram profundidades de até 2.000 metros. O próximo passo, após a chancela da ONU, será a exploração comercial, que ficará a cargo de uma empresa privada, escolhida em leilões previstos no novo código de mineração que será enviado ao Congresso pelo governo. "Hoje, a missão da CPRM no país é a de melhorar o conhecimento para atrair investimentos", afirmou Ventura. De acordo com o diretor, a questão poderá inclusive afetar um tema que já está em avaliação pela ONU: o pedido é de estender a Zona Econômica Exclusiva, na qual o Brasil tem direitos de exploração e aproveitamento econômico das águas, do leito do mar e do seu subsolo. O problema é que, com o novo pleito, o país admite que o Elevado Rio Grande é área internacional, e não poderá pedir a extensão da Zona Econômica Exclusiva até ali.