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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

ISTOÉ fala sobre a segunda condenação de Yoani


Perseguida em seu país pelo delito de opinião, a blogueira cubana enfrenta no Brasil uma turba disposta a impedir que ela fale
Pedro Marcondes de Moura – da revista ISTOÉ
BLOQUEIO DE IDEIAS
Yoani Sánchez foi cercada por ativistas durante toda a sua
viagem pelo Brasil.
 Eles exigiam seu silêncio, mas
acabaram ampliando sua voz
"Seu maior crime, doutores julgadores, é o de pensar diferente. É o chamado delito de opinião, crime que os códigos não condenam. Crime de impunidade democrática. Crime dos homens livres e das nações soberanas." Foi com esse libelo que a advogada Mércia Albuquerque defendeu, em 1967, o líder comunista Gregório Bezerra, processado pela ditadura militar. Naqueles dias cinzentos de expurgos e prisões arbitrárias, os argumentos da advogada foram solenemente desprezados pelos juízes fardados. Hoje os tempos no Brasil já são outros, mas um idêntico desprezo pela liberdade de pensamento foi revelado agora por ativistas que herdaram os antigos partidos perseguidos da esquerda brasileira. A democracia, como se vê, não venceu por inteiro.
A blogueira cubana Yoani Sánchez, 37 anos, já perdeu as contas de quantas vezes foi detida em seu país por delitos de opinião. Ao visitar o Brasil, na última semana, ela ganhou como recepção uma espécie de segunda condenação. Conhecida por narrar as privações e violações aos direitos humanos em Cuba no blog "Generación Y", Yoani tornou-se alvo de protestos de setores de esquerda simpáticos a Fidel e Raúl Castro. Foi hostilizada e xingada de "traidora" e "agente da CIA" por manifestantes mais dispostos ao enfrentamento do que ao debate. Todos os estridentes detratores estavam livres para se organizar e expressar seus ideais. Já na Cuba revolucionária que defendem, um ato desses, sem a bênção do Estado, poderia levá-los à prisão.
Depois de cerca de cinco anos de espera e 20 autorizações de saídas para viagens internacionais negadas pelas autoridades cubanas, Yoani Sánchez desembarcou no Recife na madrugada da segunda-feira 18. Foi o início de um tour político de quase 80 dias por mais de 12 nações em que pretende denunciar arbítrios e injustiças do regime dos irmãos Castro. Em solo brasileiro, sob vaias, Yoani disse que assistia a "um banho de pluralismo e de democracia". Claques formadas por manifestantes de movimentos sociais, estudantis e alas radicais do PCB, PCdoB e PT se agruparam para confrontá-la em eventos públicos. Mesclaram gritos de "Fora, Yoani" ou "Traidora" com outros ainda mais fortes. Seguraram cartazes acusando-a de ter contas no exterior. Impediram que ela falasse ao público e atiraram-lhe dólares falsos em referência a documentos revelados pelo Wikileaks que mostram encontros da blogueira com diplomatas americanos em Havana. Conseguiram até adiar a exibição do documentário "Conexão Cuba-Honduras", principal motivo de sua vinda. Se assistissem ao filme, dirigido pelo brasileiro Dado Galvão e que conta com o depoimento de Yoani Sánchez, veriam cenas de dissidentes do castrismo sendo presos por explicitarem opiniões.
Manifestantes manipulados acabaram dando mais voz a Yoani
O governo brasileiro recebeu denúncias de que a ação de turbas de protesto contra Yoani teriam sido fomentadas pela embaixada de Cuba e seus serviços de informação. Se isso fosse verdade, se estaria frente a uma trapalhada daquelas, dignas de entrar para os anais da espionagem internacional. A cada enfrentamento, os militantes não conseguiram nada além de lançar mais holofotes para a "perigosa dissidente". Yoani possui como arma apenas o poder de comunicação. Dispara à opinião pública sua visão crítica ao regime e com os protestos pode explicitar a diferença entre a liberdade de expressão no Brasil e na ilha de Fidel. "Ela não fala nada novo", diz Williams Gonçalves, professor de relações internacionais da UERJ. "Agora, esses militantes morderam a isca. Era só deixá-la falar o que quisesse e passear em paz", comenta. A repercussão das manifestações levou a Câmara dos Deputados a receber Yoani Sánchez com status de autoridade na quarta-feira 20. Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ela assistiu a um trecho do documentário e viu parlamentares de partidos da base aliada e oposicionistas divergirem sobre a sua presença. Era mais um ato impensável em Cuba, onde existe apenas uma legenda oficial. "O Parlamento do meu país tem um triste histórico, nunca recusou uma lei. Nunca realizou um debate com opiniões divergentes", ironizou a blogueira.

ÉPOCA entrevista Yoani Sánchez


"Escutar o outro é básico para a democracia"
A dissidente cubana diz ter "pena" dos militantes que tentaram impedi-la de falar em sua visita ao Brasil e defende uma investigação sobre os protestos
JULIANO MACHADO – da Revista ÉPOCA
DE CARA LIMPA
Yoani Sánchez posa para foto em São Paulo. Sua aparência despojada gerou comentários no Brasil,
especialmente seu cabelo, segundo ela uma expressão de liberdade (Foto: Filipe Redondo/ÉPOCA)
A conversa com a blogueira cubana Yoani Sánchez, de 37 anos, começa com uma brincadeira: “Aqui posso falar tranquila, não?” Depois de cinco anos de frustrados pedidos ao governo comunista para viajar ao exterior, Yoani escolheu o Brasil para iniciar seu giro de cerca de 80 dias por mais de dez países da América Latina e Europa. Na estada de uma semana por aqui, foi hostilizada diversas vezes por manifestantes de grupos de esquerda, que tentaram impedi-la de falar ou responder as suas perguntas. A exibição de um documentário em que é o tópico central, em Feira de Santana, Bahia, e o relançamento de seu livro De Cuba, com carinho (Editora Contexto), em São Paulo, foram interrompidos por causa da balbúrdia. A ÉPOCA, Yoani cobrou uma investigação sobre esses episódios e disse suspeitar da influência direta do regime cubano na organização dos protestos. Ela falou também sobre seu futuro numa possível Cuba democrática e por que não sonha ser presidente de seu país. “Falta-me cinismo para a política.” Mas também falou de temas amenos, como seu longuíssimo cabelo, que definiu como "livre e selvagem como eu".
ÉPOCA – Que mensagem a senhora pensava em trazer ao Brasil? Conseguiu transmiti-la?
Yoani Sánchez – Uma mensagem de esperança. A sociedade civil em Cuba está alcançando uma maturidade que vale a pena mostrar ao mundo. É uma Cuba plural, porque às vezes os estereótipos nos fazem parecer uma ilha verde-oliva (referência à cor dos uniformes militares). Queria dizer ao Brasil: “Somos tão plurais e diversos como vocês, só precisamos de um marco legal para expressar essa pluralidade.” Acho que consegui colocar minha voz, apesar de ter sido interrompida muitas vezes.
ÉPOCA– E por que o Brasil como primeiro destino?
Yoani – Porque gosto de ser desafiada (risos). Durante os anos em que me foi negado sair de Cuba, vieram do Brasil as maiores manifestações de apoio, inclusive nos momentos em que já tinha perdido as esperanças. Tinha de vir ao Brasil primeiro para receber o abraço dessas pessoas.
ÉPOCA– Não é irônico o fato de que este mesmo Brasil que apoiou tanto sua vinda também a hostilizou?
Yoani – Nunca pensei em encontrar um país homogêneo racial, cultural ou religiosamente, muito menos ideologicamente. Não esperava um país em que todos pensassem igual.
ÉPOCA– Mas a senhora imaginava ser recebida como foi?
Yoani – Imaginava. Dias antes de viajar, vários blogs oficialistas de Cuba, quase sempre anônimos, já advertiam que me dariam uma resposta contundente no Brasil. Talvez para vocês seja algo pouco comum alguém ser impedido de falar num evento público, mas para mim não é. Desde pequena, testemunho manifestações de ódio em Cuba. Me dá um pouco de pena dessas pessoas (os manifestantes brasileiros). Elas têm muito poucos argumentos. Estava muito aberta ao debate, mas o que encontrei do outro lado foi o extremismo, com gritos e palavras de ordem. Foi um ódio excessivo. Muitos deles nem sequer me conheciam ou leram meus textos. Repetem clichês que não se ajustam à realidade.
ÉPOCA - E a sensação de ter sido escoltada pela Polícia Legislativa no caminho para a Câmara dos Deputados?
Yoani - Foi a primeira vez que passei por isso. E ocorreu com uma cidadã pequenininha, que não tem nenhuma importância, como o governo cubano diz. É paradoxal. Se não sou nada importante, por que me proteger tanto? Estamos falando de uma pessoa que nunca militou por nenhum grupo político, nunca agrediu ou matou ninguém, mas apenas põe suas ideias em um blog. É realmente sintomático, como prova da força que tem a palavra.
ÉPOCA – Alguns manifestantes eram ligados ao PT, o partido da presidente Dilma Rousseff. O governo brasileiro deveria emitir uma posição sobre esse episódio?
Yoani – Quero evitar me envolver em temas partidários ou sugerir aos brasileiros o que têm de fazer. Mas não há dúvida de que os fatos ocorridos deveriam ser investigados. Os militantes do PT precisam de uma explicação sobre por que alguns colegas impediram atos como a exibição de um filme ou o lançamento de um livro. Se eu militasse num partido e ocorresse algo assim, pediria explicações. Vale a pena investigar, porque não acho que as razões sejam apenas o rechaço a meus textos. Evidentemente, havia alguém atiçando os ódios. É preciso saber quem, o quê, a que distância e de onde é essa entidade que está fazendo isso.
ÉPOCA– Quem é essa entidade?
Yoani – Não tenho nenhuma prova. Mas tudo tem o signo muito marcante do tipo de ação que faz o governo do meu país contra os dissidentes.
ÉPOCA– Seria alguma iniciativa da embaixada de Cuba no Brasil?
Yoani – Como disse, não tenho provas, mas não acharia estranho. Em Feira de Santana, todos os manifestantes tinham o mesmo documento, impresso da mesma forma. É claramente um sinal de que alguém lhes entregou. E os pontos desse documento se parecem assombrosamente com aqueles com que o oficialismo me ataca.
ÉPOCA– Que pontos?
Yoani – Meu suposto vínculo com a CIA, que já é quase uma piada. Outro são os questionamentos sobre o sequestro que sofri em 2009 (ela afirma ter sido agredida e levada de carro por agentes do governo). É o mesmo roteiro de ataques que costumo receber em Cuba. Já estou acostumada a isso e não me traz danos emocionais, mas me incomoda não me darem o direito de me explicar. Sou uma pessoa da palavra. Essas perguntas são feitas para que eu não as responda. São para me difamar. Evidentemente havia alguém atiçando os ódios. tudo tem o signo marcante do tipo de ação que faz o governo do meu país contra os dissidentes.
ÉPOCA– Um militante disse num debate na TV que não houve coerção em Feira de Santana porque não houve violência física. O que a senhora acha desse raciocínio?
Yoani – Em minha chegada ao Brasil, no aeroporto do Recife, uma pessoa chegou a puxar meu cabelo. Em Feira de Santana não houve violência física contra mim, graças à intervenção dos organizadores, que me cercaram e me colocaram numa sala até que os ânimos serenassem. Mas o clima ali era de linchamento. A questão não é se houve agressão ou não. Impediram uma pessoa de se expressar. Isso, sim, é coerção, algo muito autoritário. Escutar o outro é um princípio básico da democracia e da convivência pacífica. A lógica foi: “Não estou de acordo com você. Cale-se”.
ÉPOCA – Tanto ativistas da esquerda como parlamentares de partidos da oposição se aproveitaram sua figura para defender seus interesses. Isso a incomoda?
Yoani – Não. A vida é aproveitar-se do outro. O governo de Cuba se aproveita de mim para dizer ao mundo que há uma democracia, porque Yoani Sánchez pode escrever em seu blog. Prefiro a manipulação por dizer algo do que por não dizer nada. Se minha opinião serve a alguém, podem tomar minhas palavras sem problema. Sou open source, dou licença gratuita para todos. O que não faço é me alinhar ao pensamento de um partido. Na saída da Câmara, um jornalista me perguntou se eu sabia que alguns deputados que me receberam eram muito conservadoras em temas como o casamento gay. Fui madrinha do primeiro casal gay de Cuba, mas uma das minhas filosofias de vida é a transversalidade. Quero ter contato com todas as forças políticas. Sou uma pessoa de conciliação. Não houve mais gente do PT na Câmara porque não quiseram ir. O embaixador cubano (Carlos Zamora) também foi convidado, mas não foi.
ÉPOCA - Sua visita mudará o “silêncio cúmplice” do Brasil ante a ditadura cubana, usando um termo que a senhora escreveu em seu blog?
Yoani - Não quero ter a pretensão de pensar que a simples vinda de uma cidadã a um país enorme como o Brasil mudará a política externa. Mas todas as pessoas que me encontraram nas ruas por aqui me trataram com muito carinho e palavras de estímulo: “Siga”, “resista”, “leio seu blog”, “abaixo a ditadura”. Fora os extremistas que desejam sustentar um cenário utópico de Cuba, tenho a sensação de que o povo brasileiro sabe que Cuba é um Estado sem direitos para os cidadãos. Se um povo começa a mudar sua opinião sobre um assunto de fora, a política exterior terá que mudar um dia.
ÉPOCA– A senhora ficou conhecida por lutar pelo seu direito de viajar ao exterior. Isso conseguido, seu discurso será mais concentrado agora na queda do regime? Quais são seus próximos passos?
Yoani – Creio na evolução. Não posso ser a mesma Yoani de 2007 (ano em que lançou o blog Generación Y). Pretendo abrir um jornal em Cuba com os recursos que conseguirei levantar nas viagens por vários países. Ainda não é possível de maneira legal, mas tratarei de achar brechas para conseguir. Não abandonarei o blog, que é minha terapia particular. Mas claro que preciso mudar o discurso, não ficar somente na denúncia, mas sim propor soluções. Minha proposta principal se resume a despenalizar a dissidência. Cobrar que o governo tenha o compromisso de que nenhum cidadão será punido por expressar qualquer ideia. Conheço muitos economistas, sociólogos, gente que quer ajudar a melhorar o país, mas tem medo de passar pela mesma situação de Yoani Sánchez ou dos prisioneiros da Primavera Negra (como ficou conhecido o movimento de repressão do regime em 2003, que resultou na prisão de 75 pessoas). Se houver isso, as propostas aflorarão.
ÉPOCA– A ditadura não durará para sempre, e um dia haverá eleições livres em Cuba. A senhora pensa em se candidatar à Presidência quando isso ocorrer?
Yoani – Não tenho a menor vontade. Quando uma figura se destaca em Cuba, nos acostumamos a depositar nela todos os desejos de mudança, quase como uma entidade messiânica. Isso nos fez entregar nosso destino nas mãos de Fidel Castro. Não gostaria que isso se repetisse na Cuba do futuro. Prefiro que o governante do país com que sonho seja um administrador sem nenhum carisma, que não tenha a auréola do salvador da pátria. Não tenho intenção de me candidatar porque tenho uma responsabilidade maior como jornalista. Quero ser incômoda para este governo e para o próximo. Tenho tanto a fazer que não dá para embarcar em uma carreira política.
ÉPOCA – Mas seus admiradores no exterior esperam por isso...
Yoani - Muita gente já me abordou sobre isso, sim, mas nunca estive interessada. Não é que digo “não” agora e “sim” depois. Falta-me cinismo para a política. Eu seria um desastre. Nas primeiras duas semanas, diria tudo tão honestamente que isso me causaria todos os problemas do mundo. Que outros se ocupem da política com minúscula. Vou me preocupar com a política com maiúscula.
ÉPOCA - A senhora se incomoda de não ser muito conhecida em Cuba?
Yoani - Não sou a pessoa indicada para falar disso, pois pareceria um ato de imodéstia. Mas cada vez que saio às ruas do meu país, seja em Havana ou em um pequeno povoado, muita gente me reconhece. Como? Pela forma como a informação se difunde em Cuba. Há o fenômeno das antenas parabólicas ilegais, que transmitem emissoras da Flórida, do México, onde veiculam reportagens sobre mim. Mas minha intenção não é ser conhecida. Não sou política, não busco apoio popular. A fama é efeito colateral, não resultado do meu trabalho. Não sou uma pop star nem quero competir em popularidade com as novelas brasileiras, transmitidas três vezes por noite na televisão cubana. Sobre eu não ser conhecida, é preciso ir a Cuba e perguntar.
ÉPOCA - Sobre as novelas brasileiras, a senhora já escreveu que elas têm uma influência grande na população ao mostrar situações em que um personagem sai da miséria e realiza seus sonhos. As novelas daqui já fizeram mais que nosso governo para despertar a consciência do povo cubano?
Yoani - Acho que são melhores embaixadoras da liberdade. Mas as novelas têm um duplo papel contraditório. Se por um lado trazem informação e oxigênio para mostrar aos cubanos que há outras realidades e não somos o paraíso, por outro funciona como um sonífero. Muita gente compra caixas com novelas inteiras no mercado informal e fica o dia inteiro na frente da TV.
ÉPOCA - A senhora disse que “falta dureza” do Brasil quanto aos direitos humanos em Cuba. Essa é questão mais delicada envolvendo a relação dos dois países?
Yoani - O governo brasileiro encampou a luta contra o embargo americano a Cuba, mas nosso maior problema não é o conflito entre Cuba e Estados Unidos, mas o conflito Cuba e seus cidadãos. Recomendaria, muito humildemente, complementar a política externa para Cuba com a questão da ausência de liberdade de expressão, de associação. Senão, parece apenas um assunto de xadrez político. Se estão pressionando pelo fim do embargo, muito bem, mas por que não pressionar pelo fim do bloqueio que o governo impõe a nós mesmos?
ÉPOCA - Que impressão a senhora levará do Brasil?
Yoani - Fabuloso. Encontrei muita pluralidade. Confirmei a frase que um amigo me disse: “Os brasileiros são como os cubanos, mas livres. Todos os rostos que vi me lembram os de Cuba, e também a gestualidade. Mas, ao falar com os brasileiros, me espantei com a naturalidade com que falavam de temas políticos. No aeroporto do Recife, fiquei em um escritório à espera do carro para me levar dali porque os manifestantes poderiam bloquear minha passagem. Ali, uma controladora de voo falou de corrupção e falta de transparência no Brasil de uma forma que seria impensável em Cuba. Lá, nós murmuramos. Se vamos falar de Fidel Castro em local público, fazemos um gesto de alguém barbudo. Se o assunto é Raúl Castro, puxamos os olhos, por causa de seus traços achinesados. Ninguém fala em voz alta de política.
ÉPOCA - As pessoas no Brasil estão falando sobre seu cabelo. Li um post antigo no seu blog sobre o fato de que sua irmã ria da senhora por causa do seu “cabelo de brasileira”, pois parecia com a da cantora Maria Bethânia.
Yoani - Sim. Quando era menina, minha mãe dizia meio de brincadeira, meio sério. Era a época em Cuba, no início dos anos 80, que se ouvia muito a música brasileira, como Maria Bethânia, Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Milton Nascimento. Me parecia muito bonito os cabelos que eles tinham, um cabelo livre. Deixo crescer meu cabelo, que é bastante selvagem. Mas não há uma razão especial. Já tive todos os tipos possíveis de cabelo. Uma vez tive o cabelo raspado, durante dois anos da minha vida.
ÉPOCA - Quando?
Yoani - De 1992 a 1994.
ÉPOCA - Mas por quê?
Yoani - Bom, primeiro porque era a época de Sinéad O’Connor (cantora irlandesa que tinha o cabelo raspado) e estava na moda. Mas também naqueles anos em Cuba havia uma crise material, econômica e financeira tão forte que comprar xampu ou conseguir xampu para o cabelo era quase impossível. Sob essa condição de colapso material, surgiram por todos os lados muitas epidemias de piolho. Bom, então decidi raspar o cabelo para evitar todos esses problemas, a compra de xampu e a aplicação (de remédios) para os piolhos. Foi muito difícil, porque na rua as pessoas gritavam muitas coisas para mim.
ÉPOCA - O quê, por exemplo?
Yoani - Me chamavam de lésbica. Porque era uma época que em Cuba não estavam acostumados com o cabelo raspado. Me agrediam muito verbalmente. E um belo dia deixei o cabelo crescer e...
ÉPOCA - Aqui perguntam “por que ela não corta o cabelo”?
Yoani - Já me perguntaram se eu tinha uma promessa... Não, não é isso. Ele é livre e selvagem como eu. Não há cuidados especiais. Não me penteio muito. Não me maquio. Não tenho tempo para isso. Não pinto as unhas. Ele (o cabelo) está aí e tem seu espaço. Eu tenho o meu. Nós nos respeitamos (risos).
ÉPOCA - A senhora não é uma pessoa muito vaidosa, neste sentido?
Yoani - A minha vaidade se reflete em outra coisa. Mais que a vaidade física, não passo minha vida vendo as coisas que não escolhi, compreende? São coisas que não selecionei para a minha vida. Uma é o meu corpo. Veio assim...

Revista VEJA entrevista Yoani Sánchez


"Tentam me calar porque divulgo a Cuba real"
A blogueira cubana Yoani Sánchez descreve um sistema de saúde à beira do colapso e uma economia na qual, para sobreviver, é preciso roubar do estado
Na edição desta semana, VEJA revela:
Uma moça perigosa
A dissidente cubana Yoani Sánchez encontrou no Brasil uma raridade, jovens manipulados para defender uma ditadura. Viu patetas fantasiados de Che Guevara tentando, aos berros e à força, impedi-la de falar. Sua reação foi uma aula de política. Ela pouco se importou com o conteúdo do alarido. Aprendeu a valorizar o exercício da liberdade de protestar, mesmo quando o alvo é ela própria. Sua simplicidade assusta os adeptos das tiranias.
Branca Nunes  e Duda Teixeira - de VEJA
“Solidariedade, pluralidade e, principalmente, o desejo de voltar”. Apesar das manifestações hostis de um grupo de simpatizantes da ditadura dos irmãos Castro que enfrentou na passagem pelo Brasil, a frase resume a lembrança que Yoani Sánchez levará do país. O recado aos baderneiros ligados a partidos de esquerda é igualmente conciso: ela sugere que morem em Cuba para conhecer a “realidade de um mercado racionado, dualidade monetária, falta de liberdade e impossibilidade de se manifestar na rua”.
Com os intermináveis cabelos castanhos presos num rabo de cavalo, saboreando uma pastilha para aliviar a rouquidão e com a expressão serena de quem efetivamente acredita no que diz, a jornalista cubana relatou nesta sexta-feira à reportagem de VEJA um pouco do cotidiano dos moradores da ilha no Caribe. Leia trechos da entrevista.
Como a senhora viu as manifestações hostis dos últimos dias? Por um lado me sinto feliz por estar num país onde existe liberdade democrática e pluralidade. O problema é quando essas manifestações impedem e boicotam algo tão pacífico quanto a apresentação de um documentário ou uma sessão de autógrafos. Acho contraditório usar um espaço democrático para impedir que alguém se expresse livremente.
A senhora ficou amedrontada? Não, porque conheço esses métodos do meu país: a coação e a difamação. Infelizmente, nos últimos anos vivi situações semelhantes em Havana e outras cidades.
Eles conhecem a realidade cubana? Lamentavelmente, a maioria não conhece meu país, minha história ou meus textos. Eles acreditam numa Cuba estereotipada, uma ilha de esperança, com liberdade para todos. Cuba não vive um comunismo, mas um capitalismo de estado. Recomendaria que cada um deles morasse um tempo em Cuba para viver na pele a realidade de um mercado racionado, dualidade monetária, falta de liberdade, impossibilidade de se manifestar na rua. Depois desse tempo, duvido que continuem a defender o governo cubano. Tentam me calar porque divulgo uma Cuba menos parecida com o discurso político e mais parecida com a rua. Uma Cuba real.
Que Cuba é essa? Uma Cuba linda, mas difícil. É importante diferenciar Cuba de um partido, de uma ideologia, de um homem. Ela é muito mais do que isso. É um país onde as pessoas precisam esconder suas opiniões com medo de represálias, onde muitos jovens querem emigrar por falta de expectativa, onde o estado tenta controlar todos os detalhes da vida. Onde colocar um prato de comida em cima da mesa significa submergir-se diariamente à ilegalidade para conseguir dinheiro.
Muitas pessoas de vários países costumam elogiar o sistema de saúde e o sistema educacional de Cuba. Esses elogios são pertinentes? Nos anos 70 e 80, Cuba viveu o florescimento de toda a estrutura de saúde e educação. Foram construídas escolas e postos de saúde em toda parte graças aos subsídios soviéticos. Quando a União Soviética caiu, Cuba teve que voltar à realidade econômica. Os professores imigraram por causa dos baixos salários, a qualidade diminuiu e a doutrina aumentou. Exatamente como na área da saúde. Hoje, quando um cubano vai a um hospital, leva um presente para o médico. É um acordo informal para que o atendam bem e rápido. Levam também desinfetante, agulha, algodão, linha para as suturas. O governo usa a existência de um sistema gratuito de saúde e educação para emudecer os críticos, silenciar a população. Não passo todos os dias doente ou aprendendo, quero ler outros jornais, viajar livremente, eleger meu presidente, poder me manifestar, protestar.
Como funciona o sistema de aposentadoria em Cuba? Esse é um dos setores mais pobres. Um aposentado ganha cerca de 15 dólares conversíveis por mês. Como a maioria dos cubanos não vive do salário, mas do que pode roubar do estado dentro do local de trabalho, quando se aposenta ele perde essa fonte de renda. Em Havana é possível ver muitos velhos vendendo cigarros nas ruas.
Que tipo de racionamento existe em Cuba e como ele funciona? Cada cubano tem direito a uma cota mensal de alimento com preços subvencionados pelo estado. Estudos dizem é possível se alimentar razoavelmente bem por duas semanas com essa cota. Nela existe arroz, açúcar – que por sinal é brasileiro –, um pouco de café, azeite e, às vezes, frango. Para sobreviver a outra metade do mês os cubanos precisam ter os pesos conversíveis. O salário médio na ilha é de 20 dólares. Um litro de leite custa 1,80 dólares. Por isso, as pessoas apelam para a ilegalidade: roubam do estado e vendem no mercado negro, prostituem-se, exercem atividades ilegais, como dirigir taxis ou vender produtos para os turistas. Graças a isso e às remessas enviadas pelos cubanos exilados é possível sobreviver. Uma revolução que rechaçou esses exilados agora depende deles.
A senhora disse que os gritos de ordem dos manifestantes brasileiros já não se escutam mais em Cuba. Qual lhe surpreendeu mais? “Cuba sim, ianques não”, por exemplo. É uma expressão fora de moda. Em Cuba não usamos mais a palavra ianque para os americanos. Ela é usada apenas nos slogans políticos. Falamos yuma, que não pejorativo. Ao contrário, mostra um certo encanto em relação a eles. A propaganda oficial, de ataques aos Estados Unidos e ao imperialismo, criou um sentimento contrário ao esperado. A maioria dos jovens hoje é fascinada pelos americanos. Até acho ruim esse enaltecimento por outro país, mas é uma realidade.
O que os cubanos nascidos depois da revolução acham de figuras como Fidel Castro e Fulgêncio Batista? Nasci em 1975, quando tudo já estava burocraticamente organizado. Na escola, apresentavam Fidel como o pai da pátria. Era ele quem decidia quantas casas seriam construídas, o que iríamos vestir. Na juventude, Fidel passou a ser uma figura distante. Diferente dos nossos pais, que viveram uma fascinação pela figura de Fidel, minha geração é mais crítica. O Fulgêncio Batista era o ditador anterior. A revolução tirou um ditador do poder e se converteu em uma ditadura.
Yoani Sánchez: uma mulher contra uma ditadura consolidada em 50 anos!
As gerações mais antigas continuam fiéis à revolução? Existem os que creem realmente na revolução, sem máscaras nem oportunismo, um pequeno grupo. Os que já não creem, mas não querem aceitar que se equivocaram, porque entregaram a ela seus melhores anos, e aqueles que deixaram de acreditar no sistema e se transformaram em pessoas críticas.
Em 2007, o governo brasileiro deportou os boxeadores cubanos Guilhermo Rigondeaux e Erislandy Lara, que tentavam o exílio na Alemanha. Qual sua opinião sobre isso? O governo brasileiro teve um triste papel neste caso, de cumplicidade. Quando os atletas retornaram, o governo cubano fez um linchamento público na imprensa oficial, com vários insultos. Fidel Castro falou na televisão que um deles foi visto com uma prostituta na praia. Os filhos e a mulher desse homem foram expostos a isso. Foi um episódio bastante lamentável.
Por que a ditadura cubana ainda tolera suas críticas? Penso que a visibilidade que alcancei me protege. Sou vigiada constantemente, meu telefone é grampeado e existe uma série de mecanismos e estratégias para matar a minha imagem. Se não podem matar a pessoa, matam sua imagem.
A senhora é frequentemente acusada de receber dinheiro de governos contrários a Cuba para manter seu blog. Qual a origem desses rumores? Faz parte da estratégia de difamação: não discutir as ideias, mas a pessoa. Para ter um blog é preciso muito pouco dinheiro. O meu está num software livre, o wordpress, e fica hospedado num servidor da Alemanha que custa 36 euros por ano. Em 2006, um amigo alemão pagou vários anos a esse servidor. Quanto à conexão, aprendi alguns truques. Por exemplo, vou a um hotel e compro um cartão de conexão que custa 6 dólares a hora. Como preparo quatro ou cinco textos em casa, programo para que sejam publicados em dias diferentes. Com esse método, consigo me conectar mais de cinco vezes com um único cartão. No twitter, publico via mensagem de texto.
Que lembranças levará do Brasil? Muita solidariedade, pluralidade e, principalmente, o desejo de voltar. O pão de queijo também me encantou. Vou levar uma mala cheia deles para Cuba.

Começa a Jornada Pedagógica em Heliópolis


Várias autoridades marcaram presença na abertura da Jornada Pedagógica 2013 em Heliópolis
A Jornada Pedagógica 2013 do município de Heliópolis teve inicio na última quarta-feira e supera as expectativas. A abertura do evento foi feito pelo prefeito de Heliópolis, Ildefonso Andrade Fonseca, o Ildinho, que agradeceu a presença dos professores e funcionários e desejou a todos um bom início de ano letivo. Em seguida falou a Professor José Quelton Almeida que disse evidenciar esforços para que a Jornada seja a melhor possível, apesar dos problemas enfrentados. Depois de desfeita a mesa, abriu o ciclo de palestras o Jairo de Paula - Professor, escritor e conferencista. Mestre em educação e Pós-Graduado em Marketing Empresarial. Também é graduado em Economia, Especialista em Artes Cênicas e Musicoterapia. Membro da Academia Brasileira Maçônica de Letras - Cadeira 33, e não a Academia Brasileira de Letras, como está no folder da Jornada, Jairo de Paula, autor de 10 livros, entre eles o  “Uma Marca Chamada VOCÊ”, concentrou a temática de sua palestra em três pontos: busca da felicidade como ato de vida, família como entidade educadora e escola como entidade que ensina. Mesclando temas de autoajuda com temas sociais, o palestrante defendeu o professor como não responsável pelo fracasso da escola pública. “Querem que o professor acerte se a família falhou. A família educa, com o pai e mãe cumprindo seu papel, com o filho ficando na sua. Aí, então, vai entrar o professor ensinando. Esse é o processo.”, concluiu com os aplausos da plateia. Ao final, Jairo de Paulo autografou o livro Desvendando a vida, de sua autoria. Marcaram presença no evento o secretário de administração Beto Fonseca, o secretária de Assistência Social Zélia Maranduba, o vice-prefeito Gama Neves, os vereadores Ronaldo, Giomar Evangelista, Doriedson e a presidente da Câmara Municipal de Heliópolis, vereadora Ana Dalva, dentre outras autoridades.
Professores e demais servidores marcaram presença
Na quinta-Feira, as palestras começaram com um atraso de 1 hora por causa da distribuição do material e teve cursos de Teorias e Práticas Educativas na Educação Infantil, com a palestrante Jeanne Magali Leal Dantas, no bloco temático inicial. No bloco dois, curso de Alfabetização e Letramento: novas possibilidades, para professores do 1º ao 3º ano. A palestrante foi Ivana Sacramento. No bloco temático três, palestra sobre a Aprendizagem significativa no 4° e 5° anos do Ensino Fundamental. A palestrante foi Betânia Santana Santos. No bloco temático quatro,  o professor Landisvalth Lima desenvolveu o tema Por que Gramática e O desafio do ato de ler. No mesmo bloco, o professor Marcos José falou sobre Linguagens Códigos e suas tecnologias no ensino fundamental II. O último bloco tratou de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias no ensino fundamental II, com o palestrante  Analdino Pinheiro Silva Filho.
Vereadora Ana Dalva e Jairo de Paula
Para esta sexta-feira (22), a programação é a seguinte:

Bloco Temático 1
Teorias e Práticas Educativas na Educação Infantil.
Palestrante - Jeanne Magali Leal Dantas

Bloco Temático 2
Alfabetização e Letramento: novas possibilidades.
Palestrante - Ivana Sacramento

Bloco Temático 3  
Aprendizagem significativa no 4° e 5° ano do Ensino Fundamental.
Palestrante - Betânia Santana Santos

Bloco Temático 4
Linguagens Códigos e suas Tecnologias.
Palestrantes - Landisvalth dos Santos Lima e
                        Marcos José de Souza
Bloco Temático 5
Fundamental II - Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias
Palestrante - Analdino Pinheiro Silva Filho.

IFETE em Heliópolis
A turma do IFETE com o pastor Edmilson, prof. Marizan e esposa.
O IFETE, Instituto de Formação e Educação Teológica,  da cidade de Sobral, no Ceará, estará abrindo uma turma de graduação em Ciências da Religião, com fundamentos em Pedagogia. A aula inaugural da primeira turma foi aberta nesta quinta-feira (21), no Plenário da Câmara Municipal de Heliópolis. O curso terá duração de três anos e mensalidades para até o vencimento de apenas 200 reais. As aulas terão início no próximo dia 1º de março, no Colégio Waldir Pires. A instituição é mantida pela LBS – Legião do BOM Samaritano, com sede em Sobral-CE, e o curso é autorizado pelo MEC.  Os dirigentes presentes à aula inaugural informaram já a abertura de matrículas para uma nova turma, com aulas aos domingos, também no Colégio Waldir Pires.

Adolescentes contam detalhes de estupro por músicos da banda New Hit


Segundo jornalista do Grupo A Tarde, as jovens contaram ter sido convidadas para ir ao ônibus da banda por Willian Ricardo de Farias, conhecido como Bryan, um dos membros da banda
Da Redação do CORREIO
Músicos poderão pegar até 10 anos de cadeia!
Em depoimento prestado à juíza Márcia Simões, na segunda-feira, 18, em Ruy Barbosa, uma das duas adolescentes que acusam os integrantes da banda New Hit de estupro revelou detalhes do crime. O jornalista João Eça, do Grupo A Tarde, teve acesso às declarações que descrevem o drama relatado pelas jovens. Segundo a publicação, as jovens contaram ter sido convidadas para ir ao ônibus da banda por Willian Ricardo de Farias, conhecido como Bryan, porque queriam tirar uma foto com o grupo. Ao entrar no veículo, a jovem teve a bunda apalpada pelos músicos Dudu e Alanzinho. Ela disse ter reclamado, enquanto os jovens riram. Alegando que no fundo do ônibus a luz seria melhor para a foto, Bryan chama os músicos e as duas jovens  para a parte de trás do veículo.
Atenção, os relatos a seguir revelam descrições fortes do caso
Ainda de acordo com a publicação, Dudu e a adolescente se beijaram, porém, a jovem diz que em nenhum momento falou que queria fazer sexo com o vocalista. Um pano branco foi colado isolando o fundo da frente do ônibus. A partir daí, segundo a jovem, o comportamento dos músicos muda. No depoimento, a jovem diz que um dos músicos segurou as mãos dela e tentou colocar o pênis na boca da menina. Ela diz que outro integrante puxou o cabelo dela, forçando-a a levantar a cabeça. Enquanto isso, o vocalista Dudu afastou o body preto e as duas calcinhas usadas pela jovem e a penetrou com força. O vocalista ejaculou nos braços e na roupa da jovem. Segundo o jornalista, enquanto a jovem era penetrada por Dudu, John se masturbava e tentava colocar o pênis na boca da garota. Ela foi agredida com tapas no rosto e na bunda. Foi quando percebeu que tinha sangue na calcinha. A outra adolescente, que havia sido levada para o banheiro, contou que ainda não sabia o que se passava com sua amiga. Ela contou que um dos membros da banda questionou "Você gosta de dar para cantor?", e exigiu que ela praticasse sexo oral. Ainda no banheiro, Bryan a teria estuprado. Ela disse que, de dois em dois, os músicos entravam no banheiro para estuprá-la. Enquanto um a segurava pelos braços, o outro a penetrava. Após ser liberada, Alanzinho deu um tapa na bunda da jovem e Bryan abaixou sua roupa. Um deles recomendou em tom de ironia que a jovem tomasse a pílula do dia seguinte, pois "a gala deles era grossa". Ainda segundo o depoimento reproduzido pelo Grupo A Tarde, sujas de sêmen, as amigas se encontraram e choraram muito. Elas pediram para usar o banheiro de uma pousada, mas, com vergonha, não contaram o que havia acontecido. A prima das jovens que decidiu denunciar o caso à Polícia.
Promotora pede exame de DNA de músicos
O terceiro dia de audiência de instrução do Caso New Hit, previsto para acontecer nesta quarta-feira (20), em Ruy Barbosa, na Chapada Diamantina, foi cancelado pela juíza Márcia Simões. Ela acatou o pedido feito pela defesa alegando que duas testemunhas não foram intimadas, pois não foram localizadas. A promotora Mariza Jansen que acompanha o processo que acusa os integrantes da banda New Hit de estupro de duas adolescentes solicitou, na audiência desta terça-feira (19), a coleta de DNA dos membros do grupo para ajudar na investigação do caso. Amostras de DNA das vítimas já haviam sido coletadas no exame de corpo delito feito logo após o crime. "A defesa acolheu, porém o material ainda não foi coletado", disse a promotora em entrevista à TV Bahia. O segundo dia da audiência terminou por volta de 21h, depois do depoimento de seis pessoas. Elas começaram a serem ouvidas desde as 8h de hoje.
Primeiro dia
Seis testemunhas foram ouvidas no primeiro dia de audiência: dois policiais militares, uma das vítimas, a ginecologista de uma das adolescentes e um músico da banda. Os advogados dos réus chegaram a pedir a impugnação do depoimento da ginecologista, pedido que foi negado pela Juíza Márcia Simões. O maior depoimento do primeiro dia foi de uma das vítimas do caso. A jovem falou por cerca de 3 horas e estava acompanhada da mãe, de agentes do Programa de Proteção (PPCAM) e de uma advogada do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente da Bahia (Cedeca). A segunda-feira (18) também foi marcada por protestos. Desde a noite deste domingo (17), foi realizado o bloqueio da rua que cerca o fórum. O reforço policial conta com o apoio da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) e da Companhia de Emprego Tático Operacional, de Itaberaba. Além dos músicos, Alan Aragão Trigueiros, Edson Bonfim Berhends Santos, Eduardo Martins Daltro de Castro Sobrinho, Guilherme Augusto Campos Silva, Jefferson Pinto dos Santos, Jhon Ghendow de Souza Silva, Michel Melo de Almeida, Weslen Danilo Borges Lopes e William Ricardo de Farias, acusados de prática de estupro qualificado com características de crime hediondo, o policial militar Carlos Frederico Santos de Aragão, é acusado de acobertar o crime. Os advogados de defesa dos músicos trabalham na hipótese de consentimento sexual e não de estupro. Dois integrantes da banda confessaram ter feito sexo com as adolescentes, mas com consentimento das vítimas. Já um laudo fornecido pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Feira de Santana foi possível evidenciar a existência de provas materiais para o crime, como a quantidade de sêmen encontrada nas roupas das meninas e dos músicos.
Entenda o caso 
Os nove integrantes da banda New Hit foram acusados de estupro após um show no dia 26 de agosto de 2012, em Ruy Barbosa, na Chapada Diamantina. Conforme consta no inquérito policial, no início da madrugada, as duas adolescentes teriam sido abusadas sexualmente dentro do ônibus da New Hit, que estava estacionado na Praça Santa Tereza, no centro de Ruy Barbosa. As adolescente contaram, em depoimento à polícia, que entraram no ônibus para fazer fotos com os rapazes. Lá foram atraídas para o fundo do veículo, onde teriam sido violentadas sexualmente.

Irmão de secretário morre afogado

Lucas Guerra foi vítima de afogamento (foto: página de Lucas no Facebook)

     Nesta terça-feira (19), no fim da tarde, morreu Lucas Guerra, irmão do Secretário de Agricultura do município de Heliópolis, o ex-vice-prefeito José Andrade Guerra. Lucas estava com amigos se divertindo num tanque recém-construído na localidade de Camboatá, no município de Heliópolis, e acabou morrendo afogado. O rapaz era solteiro, trabalhava na EBDA e era o único irmão de Zé Guerra. Foi da turma do Ensino Médio do Colégio Estadual José Dantas de Souza de 2008 e estava com 23 anos. O corpo de Lucas Guerra foi removido para o IML de Euclides da Cunha. Por falta de vaga, o falecido foi remanejado para Juazeiro, onde fará a autópsia. O velório e sepultamento estão programados para a noite desta quarta-feira, (21).

Cheio de Arte: Douglas Alves foi contemplado no Programa Cultural...

     Douglas Alves é da cidade de Fátima-Ba, aluno do curso de pedagogia da UFS e autor do livro "Humanidade e outros pensamentos", recentemente lançado.
Douglas Alves foi contemplado 
em programa do BNB

     O projeto "LEITURAS DE NOSSA VIDA: AS VOZES DO SERTÃO", de José Douglas Alves dos Santos, da cidade de Fátima-Ba, foi contemplado no Programa de Cultura Banco do Nordeste/BNDES - Edição 2012, e já teve sua primeira reunião de execução realizada com sucesso no último sábado (16/02). O autor em breve criará um grupo no Facebook e uma página na Internet para postar informações semanais sobre o projeto. Leia a reportagem completa clicando aqui.



Yoani Sánchez classifica protestos como “piquete de extremistas”


Manifestação foi organizada pela União da Juventude Socialistas (UJS) com a participação de cerca de 30 entidades
Da Redação do CORREIO
Sánchez participou de coletiva à imprensa na manhã desta
terça-feira
(Foto: Ed Santos/Acorda Cidade)
A blogueira cubana Yoani Sánchez classificou os protestos que enfrentou em Recife, Salvador e Feira de Santana no dia de sua chegada ao Brasil, na segunda-feira (18), como um “piquete de extremistas”.
“Repetiam um roteiro idêntico e banal, em ter a menor intenção de escutar a réplica que eu poderia dar. Gritavam, interrompiam, em um momento ficaram violentos e de vez em quando lançavam um coro de slogans dessas que já não se dizem nem em Cuba”, escreveu em postagem feita em seu blog nesta terça-feira (19).
A blogueira foi impedida de assistir a projeção do documentário “Conexão Cuba Honduras “ do cineasta brasileiro Dado Galvão, que seria exibido em Feira de Santana na noite desta segunda.
O filme, em que Yoani é uma das entrevistadas, é um dos principais motivos da vinda da blogueira ao Brasil em sua primeira viagem internacional após receber o passaporte, além do lançamento de seu livro "De Cuba, com Carinho".
A manifestação foi organizada pela União da Juventude Socialistas (UJS) com a participação de cerca de 30 entidades que apóiam o governo cubano.  Com a impossibilidade de realizar a exibição do documentário, o senador Eduardo Suplicy propôs a realização de um debate entre manifestantes e a blogueira no Parque do Saber, mas devido à exaltação dos presentes, Yoani teve de deixar o local escoltada pela polícia.
“Ao final da noite me sentia como depois de uma batalha contra os demônios do mesmo extremismo que atiçou os atos de repúdio daquele ano de 80 em Cuba. A diferença é que esta vez eu conhecia o mecanismo que fomenta estas atitudes, e podia ver o longo braço que os move desde a Praça da Revolução em Havana”, escreveu.
Nota de esclarecimento
Em um comunicado divulgado em sua página na internet, a União de Juventude Socialista nega que tenham havido agressões à blogueira e que o cancelamento da exibição do documentário tenha ocorrido devido à manifestação.
"A manifestação de Feira de Santana não impediu a exibição do filme nem cerceou de qualquer modo o direito de Yoani se pronunciar. A UJS organizou uma manifestação democrática no local, Yoani chegou bastante atrasada e, ao entrar foi recebida apenas com palavras de ordem de protesto, nenhuma agressão verbal, muito menos física", diz a nota. A UJS afirma que o cancelamento da exibição do filme partiu dos organizadores do evento "com o argumento do atraso nos horários".
Ao final da nota a UJS acrescenta "Os atos, portanto, vão continuar". Yoani Sánchez tem um debate agendado para as 19h desta terça-feira (19) no centro cultural de Feira de Santana e deve viajar para São Paulo nesta quarta-feira. As informações são do Portal EBC.

Secretaria de Educação de Heliópolis lança Encontro de Estudos Pedagógicos



O professor José Quelton Almeida, Secretário Municipal de Educação do município de Heliópolis, deverá fazer a abertura, nesta quarta-feira (20), do Encontro de Estudos Pedagógicos de 2013, às 19 horas, início da Jornada Pedagógica deste ano, no salão do Colégio Waldir Pires. Segundo ele, o início das aulas está programado para o dia quatro de Março. Quelton afirma que, como diz John Dewey, a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida. Para ele, a sociedade vigente exige da educação uma nova postura frente às transformações rápidas e profundas provocadas pela globalização das relações econômicas, políticas e culturais e da acelerada mudança da base tecnológica. “É necessário restabelecer o conceito de homem e de mundo, refletindo sobre qual sociedade queremos construir, pois tal concepção será a base sustentadora da prática pedagógica no século XXI.”, afirma.
Professor Quelton - Secretário de Educação de Heliópolis
O Secretário afirma ainda que pensar educação nesse século significa criar espaços em que o educando possa compreender ele próprio a construção do seu ser, ou seja, a realização de suas potencialidades na seara pessoal, social e profissional. Dessa forma, a escola assume um papel importante, tornando-se o local por excelência de desenvolvimento de competências inerente a transformação social. Nessa perspectiva, a Secretaria Municipal de Educação de Heliópolis realizará o Encontro de Estudos Pedagógicos 2013 nos dias 20, 21 e 22 de fevereiro do corrente ano. O tema básico é “A educação numa perspectiva profissional e social, objetivando desenvolver uma reflexão acerca da práxis pedagógica de todos os envolvidos com o processo educacional”. Quelton entende que o Encontro de Estudos Pedagógicos é um espaço para se pensar na qualidade do ensino enquanto compromisso profissional. Esse é um momento privilegiado para organização do trabalho educativo.
Prof. Marcos José
 As discussões girarão em torno da problematização da função social da escola pública, discussão sobre temas relevantes ao processo de ensino e aprendizagem dos níveis e modalidades de ensinos ofertados no município, apresentação de possíveis estratégias para superar os índices de reprovação, repetência e evasão, desenvolvimento das teorias de aprendizagem como pressupostos importantes à práxis pedagógica, difusão dos diferentes métodos de Alfabetização e Letramento e reflexão sobre a importância do papel de cada um no processo educativo.
Público alvo e programação 
A Jornada Pedagógica 2013 está destinada aos gestores escolares, coordenadores pedagógicos, professores, técnicos da Secretaria de Educação e demais servidores do Município de Heliópolis. A programação já está quase pronta e traz na palestra de abertura, dia 20, o tema: Sou Feliz por ser Servidor Público. Em seguida, haverá divisão em blocos temáticos para os dias 21 e 22. O bloco temático 1 tratará das Teorias e Práticas Educativas na educação infantil, o bloco temático 2 abordará a Alfabetização e Letramento: novas possibilidades (1º ao 3º ano), o bloco 3 tratará de Aprendizagem significativa no 4° e 5° ano do Ensino Fundamental, o bloco quatro caminhará pelas Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (Fundamental II), que terá como palestrantes os professores Marcos José, de Fátima, e Landisvalth Lima, e o último bloco tratará das Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. (Fundamental II). O professor Quelton avisa que a proposta é trabalhar teoria e prática, de modo a subsidiar o trabalho do docente, facilitando o interesse e a compreensão por parte dos educandos. A Jornada Pedagógica 2013 será realizada no salão de eventos da Escola de Ensino Fundamental Governador Waldir Pires.

Álvaro Gomes afirma que Yoani Sànchez desestabiliza o regime “mais lindo do mundo”!


O deputado estadual Álvaro Gomes (PCdoB) afirmou nesta segunda-feira (18), em discurso na tribuna da Assembleia Legislativa, que a blogueira cubana Yoani Sánchez é persona non grata para os comunistas. Crítica do regime cubano, ela foi recebida com protestos em Recife e Salvador e precisou ser escoltada por guardas em Feira de Santana, onde manifestantes impediram a exibição de um documentário do cineasta baiano Dado Galvão, no qual Yoani é uma das entrevistadas. De acordo com informações da coluna Satélite, do jornal Correio, o deputado ainda acusou a blogueira de ser agente da CIA, servir aos Estados Unidos e agir para desestabilizar, acreditem, o “mais lindo regime do mundo”. Além do deputado estadual Álvaro Gomes (PCdoB), que afirmou em plenário que a blogueira cubana Yoani Sánchez é “persona non grata” para comunistas, a Esquerda Popular Socialista (EPS), tendência interna do PT, engrossou o coro e criticou, em nota, a presença da dissidente política no Brasil que luta contra o regime de Fidel Castro e pela defesa das liberdades individuais. Segundo os nossos comunistas, Yoani “promove o neoliberalismo” e “serve aos interesses de intervenção política pelo governo norte-americano”, como se o regime liberal precisasse da cubana. “O posicionamento da dissidente leva a um equívoco”, acusa o Secretário de Formação Política do PT-BA, Murilo Brito, que acrescenta que Cuba teria um governo de inclusão social, "apesar do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos". Brito e os demais dirigentes da EPS na Bahia, Eudes Queiroz e Ivan Alex, pretendem se reunir nesta terça-feira (19) com a executiva estadual da sigla para discutir uma nota oficial do PT baiano sobre a presença da blogueira no estado. O episódio comprova os descaminhos tomados por nossos comunistas baianos. Na contramão, o deputado estadual Uziel Bueno (PTN) vai protocolar, nesta terça-feira (19), um convite para que Yoani compareça à Assembleia Legislativa (AL-BA) para dar a sua versão sobre o regime castrista na ilha. Em contato com o Bahia Notícias, o parlamentar criticou as manifestações contrárias à blogueira, cujo documentário sobre a sua experiência foi impedido de ser exibido em Feira de Santana. "A democracia se faz com discussão e atos contrários. A gente viveu a ditadura e sabe o quanto sofremos por só ouvir um lado da moeda, o dos militares", pontuou. Integrante da ala de oposição ao governo, Bueno rebateu ainda a declaração do comunista Álvaro Gomes, que, em plenário, não só classificou Cuba como o "regime mais lindo do mundo", mas cogitou a hipótese de Yoani ser agente infiltrada da CIA. "Cuba não tem o regime mais lindo do mundo porque tem grandes problemas, como a censura, além de não deixar ninguém entrar e sair livremente. Além disso, como pode um regime tão lindo ser frágil ao ponto de uma simples blogueira, uma única mulher, desestabilizá-lo? Sobre a CIA, acho que Álvaro está assistindo filme americano demais para acreditar em teoria da conspiração", disparou.
Com informações do Bahia Notícias.

Ana Dalva presta contas na 1ª Sessão Ordinária


Vereadora Ana Dalva (PPS) - prestando contas da presidência
O início da Sessão Legislativa Ordinária da Câmara Municipal de Heliópolis, na última segunda-feira (18), às 19:30, foi de um ineditismo incomum. A presidenta da casa, vereadora Ana Dalva, do PPS, surpreendeu a todos com a prestação de contas do primeiro mês de sua administração. Convocou o contador da instituição, Bel. Mário Almeida, para detalhar ao público e aos vereadores todos os detalhes dos gastos efetuados no mês de Janeiro deste ano. Ana Dalva fez questão de ressaltar que a sobra de caixa de 18 mil reais deve-se ainda a não contratação de Assessoria Jurídica, Internet, à eliminação dos gastos com combustível e aluguel de veículos, além da não nomeação de todos os funcionários. “Fizemos isso para economizar. Cortamos aquilo que não precisaríamos no mês para com a sobra tentar comprar o veículo para a administração da casa e evitar gastos com aluguel de carros.” afirmou Ana Dalva.
Na sessão de abertura do ano legislativo, todos os vereadores compareceram e tiveram a oportunidade de ver detalhadas as contas e conhecer todos os novos funcionários. Durante a sessão, o vereador Giomar Evangelista usou a palavra e solicitou mais uma vez providências do prefeito com a reativação da Casa de Apoio em Aracaju. “Pessoas operadas, idosos, senhoras com doenças delicadas estão sofrendo em padarias e lanchonetes em Aracaju, enquanto aguardam o transporte. É preciso certa urgência nesta questão.” Solicitou o vereador.
Ainda nas metas da prestação de contas, a vereadora Ana Dalva disse que as contas serão prestadas todos os meses. “Não tenho nada a esconder, apenas administro o dinheiro da casa.” completou. Ao Landisvalth Blog, a vereadora disse ainda que pretende implantar o sistema de ar condicionado, melhorar o sistema de som, fazer uma reforma no telhado e colocar na Internet um portal com todas as informações da Câmara, inclusive os boletins de prestação de contas. “Se puder, quero que as sessões da Câmara sejam transmitidas ao vivo para facilitar a vida de quem não pode sair de casa e quer acompanhar o desempenho da casa e do seu vereador. Isso é democracia e o mínimo que podemos retribuir ao povo que nos confiou uma cadeira nesta casa.”, concluiu. Na sessão estavam presentes o Secretário de Administração e Finanças, Carlos Alberto Fonseca, e a Secretária de Assistência Social, Zélia Maranduba.