Está na revista Veja, no blog do Lauro Jardim. O Tribunal de Justiça da Paraíba
decide na terça-feira se um investidor que não resgatou um título de uma
quantia equivalente a 15 000 dólares no antigo BMC, em 1985, terá que ser
ressarcido em 500 milhões de dólares. O dinheiro ficou intocado no
banco durante quinze anos e o valor foi multiplicado porque um enlouquecido
perito judicial aplicou um cálculo de juros sobre juros. Na primeira instância,
o investidor teve ganho de causa. Se fosse salário de trabalhador não chagaria a mil, quiçá milhões! Eita brasisim danado!
Os segredos da construção do Mané Garrincha em ÉPOCA
A saga da construção do estádio
mais caro da Copa do Mundo. O Estádio Mané Garrincha, em Brasília, é um exemplo
de como as obras públicas no Brasil são delirantes, demoradas e absurdamente
caras.
FLÁVIA TAVARES – da revista ÉPOCA
NÚMEROS
O estádio Mané Garrincha, em Brasília, na semana passada. Ele será inaugurado
com cinco meses de atraso – e com o dobro do custo previsto no orçamento
(Foto: Celso Junior/ÉPOCA)
|
Leia abaixo um trecho da
reportagem sobre o Estádio Mané Garrincha:
CAPÍTULO 1
O projeto
Em dezembro de 2006, o arquiteto
Eduardo de Castro Mello descobriu pela TV que o Brasil seria candidato à sede
da Copa de 2014. “A candidatura do Brasil é legítima e tem o apoio de todas as
Federações da América do Sul”, disse Ricardo Teixeira, então presidente da
Confederação Brasileira de Futebol, a CBF. “O presidente Lula já deu repetidas
vezes prova de que será um agente fundamental para a realização da Copa do
Mundo. E a iniciativa privada dará a resposta, que, tenho certeza, será
positiva.” O plano inicial de Teixeira, como vendido ao público, desenhava o
melhor dos mundos para o Brasil: o país, se escolhido sede da Copa, receberia
um dos maiores eventos esportivos do planeta – e não pagaria nada por isso.
“Não vai ter dinheiro público”, disse Teixeira.
Dias depois, Castro Mello ligou
para o recém-eleito governador do Distrito Federal e companheiro de outras
empreitadas, José Roberto Arruda. Eles se conheciam desde a construção do
antigo Estádio Mané Garrincha, nos tempos em que Arruda era fiscal da Novacap,
a empresa de obras do governo de Brasília. “José Roberto, é hora de retomarmos
o projeto do estádio, que está parado no tempo”, disse Castro Mello. O Mané
Garrincha nascera da megalomania do regime militar. As obras do “Brasil Grande”
do general Emílio Garrastazu Médici, então presidente do país e um apaixonado
por futebol, erguiam-se em Brasília também. O Mané Garrincha, um estádio
olímpico para 140 mil pessoas, viria a integrar o complexo esportivo Médici, no
centro de Brasília, que incluiria ainda um ginásio e um autódromo. Todas obras
superlativas, pagas com dinheiro público – e para lá de questionáveis em termos
estéticos, financeiros ou urbanísticos. O projeto do estádio coube ao
escritório da família de Castro Mello, cujo pai, Ícaro, tinha experiência na
construção de estádios em São Paulo. Em 1974, após um ano de obras aceleradas,
o estádio foi inaugurado às pressas. Somente uma parte do anel superior ficara
pronta. Isso conferia ao estádio um aspecto banguela – daí a observação de
Castro Mello de que o Mané estava “parado no tempo”.
Capa de ÉPOCA desta semana, edição 781
(Foto: Montagem sobre foto Shutterstock)
|
O tempo voltou a andar para o
Mané no começo de janeiro de 2007, quando Arruda recebeu, em seu gabinete no
Palácio do Buriti, o arquiteto Castro Mello. Do Buriti, Arruda e Castro Mello
avistavam, pela janela, a silhueta do inacabado Mané, a menos de 1 quilômetro.
“Apresentei um pré-estudo, e, depois de 20 minutos de reunião, ele anunciou que
Brasília seria a sede da Copa, e eu o autor do novo Mané Garrincha”, disse Castro
Mello numa tarde de março deste ano, ao lado do filho, Vicente, também
arquiteto, terceira geração da família a desenhar o Mané. Eles estavam numa
sala de reuniões no pequeno prédio que abriga a administração do novo Mané,
rebatizado mais uma vez. (De Estádio Hélio Prates da Silveira, passara a se
chamar Mané Garrincha em 1983, logo após a morte do jogador.) Agora, passaria a
se chamar Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Na antessala, acarpetada
de verde-grama do chão ao teto, uma maquete de 4 metros quadrados materializava
o projeto do novo estádio. Um vídeo institucional repetia na tela LCD os
números grandiosos da obra. Faltava um número especial: R$ 1,5 bilhão – o
custo, até aquele momento, do estádio mais caro da Copa (o orçamento inicial era
de aproximadamente R$ 697 milhões). “Não interessa se é o mais caro, é o
melhor”, disse Castro Mello. Ele assegurava que o novo Mané “colocará Brasília
no mapa”. “Tem de quebrar o ovo para fazer a omelete.” Atrás da sala onde
perorava, erguia-se, quase pronta, a colossal omelete de 1 quilômetro de
diâmetro, cercada por 288 pilares de 36 metros de altura.
Qualquer aspecto do estádio
envolve números hiperbólicos. Em sua construção, trabalharam cerca de 6 mil
pessoas. Empregaram-se 177.000 metros cúbicos de concreto na obra – mais do que
nas Petronas Towers, as torres gêmeas de Kuala Lumpur, na Indonésia, que estão
entre os prédios mais altos do mundo. A cobertura é um espetáculo de
tecnologia: 9.100 placas captam energia solar para transformá-la em 2,4 megawatts
de energia, suficientes para abastecer o estádio e mais 2 mil casas da cidade.
Haverá 8.420 vagas de estacionamento, 22 elevadores, 50 rampas e 12 vestiários.
Naquele momento, em março, a
omelete já estava bem atrasada. Tudo atrasou na construção do Mané, como
atrasou, ressalte-se, nos demais estádios da Copa. A licitação atrasou. O
início das obras atrasou. O estádio deveria ficar pronto em dezembro do ano
passado. Não ficou. O novo prazo da Fifa encerrava-se em abril. O governador de
Brasília, Agnelo Queiroz, marcou a inauguração para o aniversário da capital,
em 21 de abril. Parecia um prazo impossível de cumprir. Chove muito em Brasília
nesse período. Agnelo desafiou as previsões pessimistas – e perdeu. Seis dias
antes do prazo, Agnelo adiou a inauguração para 18 de maio, menos de um mês
antes da abertura da Copa das Confederações, quando o Mané receberá o jogo do
Brasil contra o Japão. O governo de Brasília argumenta que as obras não estão
atrasadas. “Estamos oito meses adiantados”, afirma Cláudio Monteiro, secretário
da Copa do Distrito Federal. O calendário de Monteiro é peculiar: estabelece
que o estádio só deveria ficar pronto em dezembro, para ser usado na Copa do
Mundo.
Portanto, se não houver mais um
adiamento, no próximo sábado – quatro décadas após o inesquecível clássico de
um só espectador entre Grêmio Brasiliense e Coenge –, o novo Mané, aquele
estádio que parara no tempo, será finalmente reaberto. A ocasião é especial:
final do Candangão, como é conhecido o campeonato brasiliense de futebol. Em
campo, em vez de Grêmio Brasiliense e Coenge, Brasília contra Brasiliense.
Tobias Barreto e mais outros 29 municípios de Sergipe não pagam piso salarial dos professores
Por Eliene Andrade – do portal
INFONET
Pode haver uma onda de greves se a Lei não for cumprida |
A luta da categoria pelo
cumprimento da lei que regulamenta o piso salarial para professores da rede
pública de educação básica parece não ter fim. Dados da Confederação Nacional
dos Municípios (CNM) revelam que 20% dos prefeitos não pagam o piso. A pesquisa
da CNM ouviu 4.773 dos 5.563 prefeitos do país, 85,8% do total. O estudo
levantou ainda outro dado, 75% dos municípios que assumiram a administração descobriram
o saldo no vermelho. Em Sergipe, atualmente, 34 municípios não reajustaram o
piso nos valores de 2011. O novo piso nacional dos professores definido pelo
Ministério da Educação (MEC), é de R$ 1.567.
Ângela Melo, do Sintese: a luta é constante. |
O Portal Infonet ouviu algumas
dessas prefeituras e identificou que os motivos são variados. Em Aracaju, os
professores continuam sem receber o reajuste. A presidente do Sindicato dos
Profissionais do Ensino do Município de Aracaju (Sindipema), Maria Magna Araújo
Santos, informou que a classe não recebeu ainda o reajuste, que ficou acordado
para ser pago no mês de abril. “O prefeito João Alves mandou o projeto de
reajuste para a Câmara no dia 18, mas até agora nada foi resolvido. A
informação que temos é que será pago em folha complementar. Mesmo com o reajuste,
os professores da rede municipal estão com o plano de carreira achatado, porque
nos anos anteriores o repasse não era integral”, disse Maria Magna.
A assessoria de comunicação da
Secretaria de Educação do Município (Semed) informou, no entanto, que o piso
será pago através de folha suplementar, quando será recompensada a diferença
dos meses de janeiro, março e abril, que deve sair até a próxima sexta-feira
(10). No último dia 1º de abril, o prefeito João Alves Filho (DEM) e a
secretária municipal de Educação, Márcia Valéria, anunciaram o reajuste dos
salários dos professores. O prefeito garantiu o pagamento integral da
remuneração no patamar definido pela lei do piso nacional do magistério e
prometeu que o mesmo índice terá efeito sobre os demais níveis da carreira do magistério
no âmbito de Aracaju.
Tobias Barreto
No município de Tobias Barreto,
por exemplo, o piso não foi reajustado, mas a prefeitura garantiu uma reunião
com a categoria para negociar o aumento. Os professores, no entanto, alegam que
o problema se arrasta desde a mudança de gestão. Ao Portal, o coordenador geral
dos diretores das escolas municipais de Tobias Barreto, Franco Ramos, explicou
que uma reunião foi adiada na última semana, por conta de uma viagem do
prefeito Dilson, mas garantiu que a prefeitura é transparente quanto às contas.
Ainda segundo Franco, o Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica da Rede
Oficial de Sergipe (Sintese) não teria solicitado uma audiência com os
professores.
Em greve
Já em São Cristóvão, os
professores estão em greve há mais de 60 dias. A categoria paralisou as
atividades no último dia 4 de março. De acordo com Erineto Santos, professor de
São Cristóvão e diretor do Departamento de Bases Municipais do SINTESE, a
Prefeitura cortou os salários dos professores em mais de 35% da remuneração
bruta. “Ela utilizou de um decreto, sem que os vereadores lessem e retroagiu
nossos salários. Cortou também a regência de 25% para 1%, que passou para R$ 12 e R$ 15. Estamos num
retrocesso ímpar, pois os salários foram cortados com a desculpa de não ter
dinheiro. A lei do piso é federal e ela está descumprido a lei do piso 11.738.
Já existe um parecer favorável aos professores, mas ela não cumpriu, que seria
o pagamento retroativo 2012”, diz.
Professores de São Cristóvão
fazem ato contra corte dos salários
A prefeitura rebate as
reclamações dos professores afirmando que “As negociações com o magistério não
serão resolvidas até que a municipalidade resolva juridicamente a divergência
quanto ao pagamento do piso pago aos professores nos últimos dois anos. Esse
piso foi repassado à categoria de forma ilegal, afrontando a lei de
responsabilidade fiscal. Houve o pagamento do percentual na integralidade e não
se observou a despesa em relação à receita da educação, o que motivou a atual
gestão a arguir este ato. Quando forem resolvidas as pendências jurídicas com a
categoria, diante do Ministério Público Estadual (MPE), retomaremos as
renegociações”, enfatizou o assessor de imprensa da prefeitura, Elton Coelho.
Luta
A presidente do Sintese, Angela
Maria de Melo, ressalta que apesar de o piso ser uma lei nacional, os Estados e
municípios têm o direito de organizar seus planos de carreira. Ela acredita que
a lei não poderia dar margem para interpretações que viabilizam o não pagamento
do piso em sua totalidade. Segundo ela, dos 75 municípios de Sergipe, mais de
40 ainda não deram o reajuste aos professores. “Nós temos uma legislação que é
a lei do piso, que se dá no mês de janeiro. Para nós, isso deveria ser
automático e caberia agora o sindicato discutir as questões de estruturas
pedagógicas e segurança. Então, os governos municipais e estaduais deviam
projetar a condição à formação continuada do professor para melhorar a condição
pedagógica da escola e isso não ocorre. A legislação só nos dá dois caminhos,
um deles é a negociação quando a legislação não é aplicada que é o que estamos
fazendo. O segundo é a via jurídica, esta a gente só faz quando se esgota o processo
de negociação”, concluiu.
Reajuste
No início do mês de janeiro deste
ano, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou o reajuste de
7,97268% do piso salarial de professores do ensino básico da rede pública
brasileira, que abrange educação infantil e nível médio. Com o aumento, o piso
salarial para os professores passaria de R$ 1.451 para R$ 1.567, conforme
determina o artigo 5º da Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008. O aumento foi concedido com base no
percentual de aumento, de 2011 a 2012, do Fundeb (Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação).
ISTOÉ revela a Turquia de hoje
A receita turca de progresso. Como
um país que preserva valores seculares se transforma em um caso raro de sucesso
econômico e exemplo para o mundo em políticas de bem-estar social.
Por Paulo Moreira Leite, de
Istambul – da revista ISTOÉ.
MODERNIDADE A sociedade turca se formou em torno do pequeno comércio e do pequeno agricultor, mas hoje a paisagem muda com o surgimento de shoppings como o Kanyon Mall |
Quem examina a Turquia pela
paisagem de Istambul, sua maior cidade, recorda que vivemos num mundo onde
geografia é destino, enquanto a história é uma permanente construção de homens
e mulheres. Único país do planeta que se divide entre a Europa e a Ásia, a
Turquia é um monumento à própria grandeza. Durante seis séculos, foi governada
por uma dinastia de sultões que vivia em palácios habitados por dois mil servos
para todo tipo de trabalho, inclusive dezenas de mulheres residentes em seus
haréns. Seu império se espalhou sobre uma área imensa, que incluía a Argélia e
a Áustria, passando pelo Egito, pelo Iraque e pela Bulgária, para chegar à fronteira da Rússia. Noventa
anos depois de uma guerra de independência na qual venceu ingleses e franceses,
proclamando assim a República, a Turquia assombra o mundo mais uma vez.
Na última década, seu crescimento
econômico atingiu a média de 7% anuais ?
a previsão para o ano magro de 2013 é de um avanço de 4%. Depois de passarem um
quarto de século pedindo ingresso na União Europeia, sendo rejeitados por
exigências descabidas e até humilhantes de Bruxelas, os 75 milhões de turcos só
têm motivo para ironizar tamanha arrogância: o país, afinal, está a salvo do
desastre pós-2008, que aniquilou tantas economias aparentemente saudáveis do
Velho Mundo. Com uma renda per capita de US$ 15 mil, quase 20% superior à
brasileira, a Turquia não possui miseráveis naquela quantidade em que eles se
tornam visíveis em toda parte. Seus índices de criminalidade são baixos e é
possível caminhar pelas ruas das grandes cidades com a sensação de segurança
típica de países desenvolvidos. Com um pequeno número de famílias no topo da
pirâmide social, que alimentam o mercado milionário de iates de luxo e de
palacetes às margens do estreito de Bósforo, o país se beneficia de uma
prolongada política de bem-estar social.
A qualidade da saúde pública não
inspira protestos muito estridentes e a rede pública de ensino atende os mais
pobres e também a classe média. O índice de alfabetização é respeitável: apenas
5% da população não sabe ler nem escrever. Mas até ali se registra a notável
diferença entre homens e mulheres, muito menos dramática do que em outros
países de cultura muçulmana, mas terrível mesmo assim. Entre os homens, só 1,7%
pode ser chamado de analfabeto. Entre as mulheres, o índice é quase cinco vezes
maior: 8,4%.
Veja reportagem completa clicando aqui.
Pastor preso pregava que mulher possuída pelo demônio se libertaria fazendo sexo com ele
O religioso pode ter estuprado
ao menos outras 20 mulheres. Marcos Pereira da Silva foi preso
preventivamente, inicialmente investigado por seis estupros. Marcos ainda é investigado
por morte de mulher
Agência O Globo - via CORREIO
O pastor libertava suas fiéis com sexo |
Pelo menos outras 20 mulheres
podem ter sido vítimas de estupros cometidos pelo pastor Marcos Pereira da
Silva, da Assembleia de Deus dos Últimos Dias. Marcos foi preso preventivamente
na terça-feira à noite, inicialmente investigado por seis estupros.
Mas, de acordo com o delegado
Márcio Mendonça, da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), nos 30 depoimentos
colhidos durante um ano de investigações dos crimes supostamente cometidos pelo
pastor, são citados ainda os nomes dessas 20 mulheres que também teriam sofrido
abusos.
O delegado já encaminhou para a
Justiça cinco dos seis inquéritos que apuram os crimes, dos quais dois já
resultaram em processos com mandados de prisão preventiva contra Marcos. Dentre
as vítimas, pelo menos três teriam sido abusadas quando eram menores e uma é a
ex-mulher de Marcos, Ana Madureira da Silva, com quem ele foi casado até 1998.
O pastor foi encaminhado na manhã desta quarta-feira para o presídio Bangu 2.
“Ele se aproveitava de pessoas
pobres que achavam estar precisando de acompanhamento espiritual. Ele se
comportava da mesma maneira quando estuprava as mulheres, geralmente dentro da
própria igreja, em São João de Meriti. Ele colocava as pessoas numa situação
como se elas estivessem erradas. Na realidade quem tinha o problema eram as
mulheres que estavam possuídas, endemoniadas. Ele fazia a mulher acreditar que
a única forma de se libertar daquele demônio era fazendo sexo com uma pessoa
‘santa’. Uma das vítimas foi abusada dos 14 aos 22 anos. Nos depoimentos são
citadas outras 20 mulheres que também sofreram abuso sexual. Existe relato de
estupros desde 1998”, disse o delegado.
O apartamento onde Marcos mora,
no nome da igreja e avaliado em R$ 8 milhões na Avenida Atlântica, em
Copacabana, na Zona Sul do Rio, também teria sido usado para realização de
orgias comandadas por Marcos Pereira. A maior parte das vítimas dos encontros
seria fiéis da igreja, chamadas até o local para a realização de cultos, em que
Marcos Pereira, com ações violentas, obrigava as mulheres a fazerem sexo com
ele e com outros homens da igreja. Também haveria sexo de mulheres com mulheres
e homens com homens.
“Já confirmamos o apartamento em
Copacabana, na Avenida Atlântica, avaliado em R$8 milhões, em nome da igreja.
Há informações de que ele fazia orgias nesse apartamento. Existem relatos de
que ele tinha relações com homens, e relações de mulheres com mulheres e homens
com homens. Existia uma promiscuidade entre várias pessoas”, afirmou.
Visita a traficante em presídio
federal
Segundo Mendonça, Marcos ainda é
investigado por associação para o tráfico, lavagem de dinheiro e homicídio. O
delegado diz que há confirmação de que em duas ocasiões o religioso visitou o
traficante Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, chefe de uma facção
criminosa que controla o tráfico de drogas em favelas do Rio.
Waguinho e Netinho de Paula aparecem ao lado do pastor |
“Temos depoimentos de quem
premeditou todo o atentado ao Rio de Janeiro tanto em 2006 como em 2010, foi
ele. Existem duas visitas comprovadas dele a um traficante em presídio federal,
o traficante Marcinho VP. Há depoimentos de pessoas ligadas a ele, de que todos
aqueles atos de salvamento de pessoas que seriam mortas por traficantes eram
armados, teatros combinados. Pessoas depuseram e disseram que isso tudo era uma
farsa”.
Outro crime pelo qual o pastor
está sendo investigado é o envolvimento no assassinato de uma mulher. Ela teria
sido vítima de uma tentativa de estupro pelo pastor e começou a tentar provar
publicamente as orgias que ele comandava. De acordo com o delegado, um dos
condenados pelo crime é um sobrinho de Marcos Pereira.
“Após a tentativa de abuso
sexual, a menina se revoltou e passou a tentar provar essas orgias. Ela foi
assassinada. Três pessoas foram condenadas e uma delas é o sobrinho do pastor
Marcos. A mãe da menina prestou depoimento e afirmou que tem certeza absoluta
que quem mandou matar a filha dela foi o pastor Marcos. Existem depoimentos que
há outros homicídios de outras pessoas que descobriram as orgias e por isso
foram assassinadas. Isso está sendo investigado”.
Marcos Pereira foi preso com dois
mandados de prisão preventiva na Rodovia Presidente Dutra, em São João de
Meriti, Baixada Fluminense, no fim da noite de terça-feira. Agentes do Dcod
realizaram a prisão quando o pastor estava em seu carro, um Passat branco, indo
para o seu apartamento, na Avenida Atlântica, em Copacabana.
A investigação da participação de
Marcos em envolvimento com tráfico de drogas, associação para o tráfico e
lavagem de dinheiro foi baseada em denúncias do coordenador do Afroreggae, José
Júnior. Os mandados foram decretados pelos juízes Richard Fairclough, da 1ª
Vara Criminal de São João de Meriti, e Ana Helena Mota Lima, da 2ª Vara
Criminal da mesma comarca, na última quinta-feira.
“Há um ano que o pessoal da Dcod
tem um inquérito instaurado para apurar associação ao tráfico e incitação ao
crime porque o pastor teria ameaçado o presidente do AfroReggae. Essa
investigação fez com que diversos fatos fossem revelados. Fatos criminosos que
aconteciam naquela igreja”.
Na manhã desta quarta-feira, o
pastor foi transferido da Dcod, no bairro do Andaraí, na Zona Norte do Rio, às
8h40m. O pastor foi para o Instituto Médio-Legal (IML), onde fez exame de corpo
de delito, e, de lá, seguiu para a penitenciária Bangu 2, no Complexo de
Gericinó. Na saída da Dcod, o pastor recebeu mensagens de um grupo de fiéis que
passaram a noite fazendo uma vigília em frente à delegacia. “Pastor, estamos do
seu lado”, disse uma fiel. O pastor não quis comentar a prisão.
Seguido por fiéis
Na sede da delegacia, o pastor
Marcos Pereira não quis falar com a imprensa. Porém, atendendo ao seu chamado,
cerca de 30 dos seus seguidores foram até o local, além de seis advogados.
Entre os fiéis, estava o ex-cantor de pagode Waguinho, que é missionário da
Assembleia de Deus dos Últimos Dias há nove anos. Ao sair da delegacia,
Waguinho — que disputou a prefeitura de Nova Iguaçu, nas eleições do ano
passado — fez críticas à ação da polícia e às denúncias de José Júnior.
“Ficamos surpresos com a forma em
que foi feita a prisão contra uma pessoa que comparece toda vez que é convocada
para explicar essas acusações. Foi uma ação, em via pública. São acusações
antigas que não há provas. Porém, todos nós aqui sabemos que existe uma guerra
pública que foi declarada há cerca de dois anos, pelo José Júnior. O Afroreggae
faz as suas ações e gasta milhões. O pastor Marcos Pereira faz o seu trabalho
com o amor, sem receber nenhum dinheiro por isso. Quero ver o José Júnior
explicar isso”, disse Waguinho, defendendo Marcos Pereira.
“Todos que convivem com o pastor
sabem que ele é uma pessoa que só faz o bem. O trabalho dele já tirou oito mil
pessoas das drogas. Na história, várias pessoas que fizeram o bem já sofreram
esse tipo de injustiça. Quem é do bem conhece quem é do bem”.
Um triplo sequestro desvendado 10 anos depois
Jovem sequestrada em 2003 pede
ajuda à polícia americana e põe fim a uma década de cárcere. Outras duas
mulheres também foram libertadas
Da redação da revista ÉPOCA
Amanda Berry ficou 10 anos no cativeiro |
Segunda-feira, 6 de abril. O
número de emergência 911 da polícia americana toca e do outro lado da linha uma
voz ofegante apela por socorro: "Ajude-me. Sou Amanda Berry. Fui
sequestrada. Estou desaparecida há 10 anos. E estou aqui, livre agora". A
ligação marcava o fim da angústia de Amanda e outras duas jovens desaparecidas
há uma década nos Estados Unidos. As três foram encontradas com vida em uma
casa de Cleveland, no Estado americano de Ohio (nordeste do país), onde eram mantidas
em cativeiro.
Para conquistar a liberdade, as
jovens contaram com a ajuda de um vizinho e um momento de ausência do
sequestrador. Charles Ramsey diz que ouviu gritos e chutes na porta da casa ao
lado. Foi até lá. "Posso ajudar? O que está acontecendo?", perguntou.
"Fui sequestrada. Estive nesta casa há muito tempo. Quero sair
agora", respondeu Amanda. Ramsey ajudou a arrombar a porta para que a
jovem saísse do cativeiro. Amanda saiu carregando uma menina de seis anos no
colo. Ligou para a polícia da casa do vizinho. "Quando a polícia chegou,
ela disse que havia duas outras meninas dentro da casa", disse Ramsey à
imprensa local. A criança seria filha de Amanda, agora com 27 anos. Ela teria
engravidado do sequestrador. A polícia, entretanto, ainda não revelou a
identidade da menina.
Charles Ramsey, vizinho que ajudou a libertar três mulheres sequestradas em Cleveland, EUA (Foto: The Plain Dealer, Scott Shaw/AP) |
Amanda Berry foi vista pela
última vez em 2003, aos 16 anos, quando voltava do trabalho. Gina de Jesus
desapareceu, em 2004, aos 14, no caminho de volta da escola. Michelle Knight
tinha 19 anos quando foi sequestrada em 2002. Desde então, começou uma
investigação atrás do paradeiro das adolescentes. A polícia de Cleveland
admitiu que nos últimos anos atendeu dois chamados na casa utilizada como
cativeiro, em 2000 e 2004, mas nunca houve suspeitas de que as três jovens eram
mantidas no local.
Três homens foram presos, entre
eles um motorista de ônibus escolar, Ariel Castro, de 52 anos, principal
suspeito de planejar os sequestros e submeter as jovens a cárcere privado. Dois
irmãos de Castro, Oneil, de 50, e Pedro, de 54 anos, também foram detidos
suspeitos de envolvimento com o caso. A polícia diz que as mulheres estão bem
de saúde, apesar de terem sido levadas a um hospital. De acordo com o chefe da
polícia de Cleveland, Michael McGrath, foi graças às "corajosas
ações" de Amanda que as três jovens sobreviveram. "O pesadelo
acabou", disse Stephen D. Anthony, agente especial encarregado da divisão
de Cleveland do FBI.
>>>Cheio de Arte: Canudos não se rendeu!
Cheio de Arte: Canudos não se rendeu!: Com a estiagem, cidade de Canudos volta a aparecer após 17 anos. Seca fez o Açude do Cocorobó, construído em 1968, baixar o seu nível em n...
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