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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

PPS diz a Marina que não aceita apoiar projeto com PSB

Roberto Freire (PPS) disse à ex-senadora que ir para o PSB será um suicídio político
Andreza Matais - O Estado de S. Paulo

Roberto Freire - do PPS
BRASÍLIA - O PPS reagiu mal à decisão da senadora Marina Silva de formar uma frente de apoio à candidatura de Eduardo Campos num cenário com ela ingressando no PSB. Os dirigentes do partido, que participaram de reunião com Marina, não aceitaram um acordo nesse sentido. O Estado apurou que o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), disse a Marina que a escolha de ir para o PSB será um "desastre" para ela e a aconselhou a ingressar no PPS, onde teria liberdade de tocar o projeto de apoiar Campos, mas de forma independente e não "amarrada". A ex-senadora teria ponderado, no encontro, que ao optar pelo PSB daria uma resposta ao Palácio do Planalto e aos seus críticos de que seu projeto é sair candidata a qualquer custo. No PSB, ela demonstraria que não sairá candidata à Presidência e que seu projeto é político. No encontro, Marina citou, várias vezes, Madre Teresa de Calcutá - por seu trabalho missionário. Conforme integrantes do PPS, "o projeto dela com a legenda está inviabilizado". Freire afirmou a Marina que esse gesto dela será aplaudido apenas no primeiro mês, mas depois será considerado um suicídio político.

Campos anuncia abrigo transitório à Rede

RICARDO DELLA COLETTA - Agência Estado

Eduardo Campos - do PSB
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, vai anunciar na tarde deste sábado, 05, a adesão ao PSB da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, num acordo que inclui um abrigo "transitório" aos apoiadores da Rede que queiram disputar as eleições do ano que vem. Pelo acordado diretamente entre o governador pernambucano e Marina Silva, nesta sexta-feira, 04, à noite, os dois se postulariam como "pré-candidatos" ao pleito de 2014, sendo que a definição do nome principal da chapa se daria no futuro, "sem ansiedade". Mas o coordenador executivo da Rede, Bazileu Margarido, revelou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que a ex-senadora "se disporia" a ser vice de Campos por "reconhecer" a sua candidatura. O anúncio da aliança ocorrerá nesta tarde, em Brasília. Segundo Bazileu, a opção pelo PSB se deu por "maior identidade programática e nos estados". Agora, O PSB e os marineiros tentam trazer o PPS para essa aliança, partido de faz oposição ao governo Dilma Rousseff e que ofereceu abrigo à Marina quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou o pedido de registro da sigla. O deputado federal Walter Feldman (PSDB-SP), um dos apoiadores do projeto de Marina, é o encarregado de tentar trazer o PPS para o time. Eduardo Campos aceitou oferecer um abrigo "transitório" aos membros da Rede Sustentabilidade. Dessa forma, o partido não questionaria o mandato dos marineiros que chegassem a um cargo eletivo pelo PSB e decidissem migrar quando a sigla de Marina conseguir se viabilizar na Justiça.

Marina Silva no PSB como vice de Eduardo Campos?

FÁBIO ZAMBELI, NATUZA NERY e RANIER BRAGON da Folha de São Paulo
Marina Silva vai para o PSB e poderá até ser vice de Eduardo Campos (foto: Alan Marques)
A ex-senadora Marina Silva decidiu se filiar ao PSB e admite a possibilidade de sair como candidata a vice na chapa do governador Eduardo Campos (PE) nas eleições presidenciais do ano que vem. A decisão foi tomada após conversas iniciadas na noite de ontem e concluídas na manhã deste sábado (5). Até então, Marina era, assim como Campos, virtual candidata à Presidência da República nas eleições de 2014. Segundo a Folha apurou, Marina está discutindo com aliados a melhor maneira de explicar publicamente as razões pelas quais poderia ser vice na chapa. Em 2010, ela concorreu à Presidência e foi o "fator surpresa" ao conseguir 19,6 milhões de votos e ficar em terceiro lugar. O coordenador-executivo da Rede, Bazileu Margarido, disse que o lançamento de Marina como vice de Campos é "uma possibilidade" no ano que vem. "A Marina reconhece a candidatura posta do Eduardo Campos e se dispõe, desprendidamente, a ser vice em eventual candidatura", afirmou. "Mas a disposição de ambos é de tratar isso com tranquilidade, sem ansiedade." Segundo ele, pesou para a decisão de Marina de migrar para o partido de Campos "a aderência programática maior com o PSB". Para ampliar a força do grupo contra a polarização PT-PSDB, o PPS está sendo chamado a integrar a coalizão. O partido foi uma das legendas que ofereceu abrigo a Marina após o veto da Justiça Eleitoral ao partido que ela tentou organizar, a Rede Sustentabilidade. A união tem o objetivo de formar uma consistente terceira via na corrida ao Planalto, em contraposição à candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e à postulação do oposicionista Aécio Neves (PSDB). Em sua entrevista ontem, Marina já havia dito que sua decisão levaria em conta o desejo de "quebrar" a polarização política existente no país. Desde 1994, PT e PSDB são os principais antagonistas no cenário político nacional. Na sexta-feira, enquanto Marina Silva discutia seu futuro com aliados, o primeiro contato de Eduardo Campos foi feito. Em seguida, ele pegou um avião para Brasília para ter uma conversa pessoalmente com a ex-senadora.
Deste blog 
A notícia pegou a todos de surpresa, mas julgamos que não é só isso. Há mais algo debaixo deste angu todo. O Eduardo Campos está jogando pesado. Mandou um recado final para Lula: se não der para mim, Marina vai como candidata, mas eu não apoio Dilma. E por que a ira de Eduardo Campos? Corre nos bastidores que Lula havia feito um compromisso com Campos: se segurasse os irmãos Gomes, o Cid e o Ciro, o pernambucano seria o próximo candidato da base. Campos se comprometeu com Ciro e Lula não cumpriu a palavra. Resultado: Eduardo Campos perdeu os irmãos Gomes e a candidatura. Agora o PSB deu um tiro temperado. É esperar o efeito.

EBDA vive situação dramática

Sindicato aponta situação dramática na empresa responsável pelo desenvolvimento da agricultura baiana. A informação foi publicada no jornal Tribuna Feirense e revela aquilo que muitos já sabem: O governo do PT está quebrando a Bahia.
Reinaldo Freitas Sobrinho
Telefone e internet cortados, ameaças de despejo por dívidas com aluguel, escritórios fechados por falta de energia, carros com licenciamento vencido e funcionários que há dois meses pagam as próprias despesas de hospedagem e alimentação em viagens, sem receber o reembolso do governo. Esta é, segundo o sindicato de trabalhadores da empresa, a situação calamitosa da EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola), estatal integrante da estrutura da secretaria de Agricultura do estado. O diretor jurídico do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Área Agrícola do Estado da Bahia (Sintagri), Reinaldo Freitas Sobrinho, esteve quarta-feira na Câmara de vereadores, onde pediu apoio dos vereadores para a negociação com a direção. O sindicalista sustenta que a situação que ele denunciou pode ser constatada pelos escritórios da EBDA estado afora. Alguns estariam sem poder funcionar, porque a luz foi cortada devido a atraso de pagamento. O escritório de Santo Estêvão estaria ameaçado de despejo por não pagar o aluguel. Os técnicos que viajam com os carros cujo licenciamento não foi pago, temem ser multados. No próprio escritório regional de Feira de Santana, o telefone estava cortado por falta de pagamento na semana passada, de acordo com Francisco. A Tribuna Feirense entrou em contato com a direção regional da EBDA, que prometeu dar retorno, mas não enviou resposta até o fechamento desta edição.
Perda Salarial
Os sindicalistas negociam com o governo desde 2008 a reposição de perdas salariais (referentes a 1999 e 2003) já julgadas pelo Tribunal Regional do Trabalho. Mas as negociações não progridem. Segundo o relato feito por Reinaldo na tribuna da Câmara, cada vez que é marcada uma audiência na justiça trabalhista, o governo apresenta um pedido para prorrogar por mais 60 ou 90 dias. Diante de uma nova ameaça de greve – ocorreu uma em 2012 – o governo marcou rapidamente uma audiência, ocorrida em 30 de setembro. Novamente, para decepção da categoria, não foi apresentada qualquer proposta para pagamento dos valores devidos. Com o impasse, a categoria vem adotando uma tática de paralisar atividades burocráticas internas alguns dias da semana. Foi mantida somente a assistência ao agricultor, mas esta vem sendo prejudicada pela crise da EBDA. Não é de hoje que o quadro se agrava no ramo da assistência técnica ao pequeno agricultor. Ao discursar na Câmara, Reinaldo registrou que quando a empresa se chamava Emater-BA, nos anos 80 do século passado, tinha 211 escritórios no estado e dava assistência a 91 mil produtores. Em 2011 o número de escritórios tinha baixado para 128 e o de agricultores assistidos era de pouco mais de 70 mil. Isso no estado que tem o maior número de agricultores familiares no Brasil. Segundo Reinaldo são 603 mil famílias. Considerando 4 componentes em cada uma delas, seriam mais de 2,4 milhões de pessoas. Agricultores e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Feira de Santana, Zé Grande, estiveram na Câmara, dando apoio ao protesto dos técnicos agrícolas.
Cabide de Empregos 
Pelo relato do diretor do Sintagri, a EBDA tem 1.112 funcionários, dos quais 348 são temporários, contratados por meio de Reda. 338 cargos não comissionados e não atuam na ponta, no atendimento ao agricultor. Além do mais, 60% destas funções são ocupadas por pessoas indicadas por políticos, que na avaliação do Sintagri não têm compromisso nem com a empresa nem com o agricultor que ela deveria assistir. Por esta razão o sindicato considera que a EBDA se transformou em cabide de empregos. Apesar da crise, Reinaldo revelou que há uma semana o estado publicou autorização para criar mais 20 cargos comissionados na estrutura, que resultarão em acréscimo de R$ 2,5 milhões em despesas em um ano. Os técnicos que vão ao campo são somente 640. Com isso, cada um teria que cumprir a missão impossível de atender pouco mais de mil famílias, para chegar ao número de 70 mil apontados oficialmente pela EBDA como assistidos pela empresa.

Marina ainda não decidiu futuro político

RANIER BRAGON e MÁRCIO FALCÃO – da Folha de São Paulo
Marina Silva só decidirá amanhã o seu destino político. PPS quer vê-la candidata. 
(Foto: Greg Salibian/iG)
Um dia depois de ver a sua Rede Sustentabilidade ser barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral e após duas longas reuniões a portas fechadas com aliados e apoiadores, a ex-senadora Marina Silva disse na tarde desta sexta-feira (4) que ainda não definiu se vai se filiar a um partido político para disputar as eleições de 2014. Segundo Marina, ela ainda está refletindo sobre seu futuro. "É que ainda estou num processo de decisão. Exatamente porque é sério que ainda tenho uma longa noite e um dia", disse. Para se candidatar no ano que vem, Marina tem até sábado para se filiar um partido. Ontem, por 6 votos a 1, os ministros do TSE rejeitaram o registro da Rede alegando que não foram apresentadas as cerca de 492 mil assinaturas necessárias. A ex-senadora sofre pressões diferentes de familiares e amigos sobre sua carreira política. Entre os que defenderam sua participação nas eleições de 2014, a justificativa foi de que não há partidos perfeitos. Ela recebeu convite de sete legendas. A outra ala que prefere Marina longe de outra sigla defende que ela será alvo de críticas da imprensa e pode sofrer abalos em seu eleitorado por ter defendido e construído um discurso de que a Rede era um partido que tinha outro jeito de fazer política.
PPS formaliza convite para Marina ser candidata ao Planalto em 2014
Deputado Roberto Freire - Presidente do PPS - quer Marina no partido.
(foto: Sergio Lima22.ago.13/Folhapress)
Um dia após a Justiça Eleitoral barrar a criação da Rede Sustentabilidade, o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (PPS), utilizou o Twitter nesta sexta-feira (4) para convidar a ex-senadora Marina Silva para se filiar ao partido e disputar a presidência da República em 2014. "Solidário reafirmo convite do @pps23 para que junto com a Rede se integre conosco para ser candidata e disputar 2014!", escreveu Freire em seu microblog. Na avaliação de Freire, a participação de Marina na corrida pelo Palácio do Planalto é fundamental. "Quando ela [Marina] resolveu criar a Rede, o PPS ajudou. Eu mesmo fui um dos signatários do apoio à criação do partido. Achamos que Marina expressa o desejo da cidadania. É importante para a sociedade brasileira termos um candidato com a expressão que ela tem", afirmou o presidente do PPS, lembrando, ainda, do convite feito pelo partido à ex-senadora para que se filiasse à legenda no início deste ano.
PTB também quer Marina 
O deputado estadual Campos Machado, secretário-geral do PTB, também ofereceu nesta sexta-feira (4) espaço para que a ex-senadora se filie à sigla e dispute a Presidência pelo partido nas eleições do ano que vem. "Ela é a Getúlio Vargas de saia. O programa do PTB --com a questão das leis trabalhistas, nacionalismo, Petrobras-- está em total conformidade com o que ela vem pregando", diz. Para formar a Rede, Marina tem adotado o discurso de renovação da política e de crítica a estruturas partidárias existentes. A busca por fontes de energia alternativas ao petróleo também faz parte do programa da Rede. Apesar disso, ele diz não ver incoerência. "Novo mesmo, só se ela formasse o partido, mas o PTB é a opção para ela continuar a pregação dela dentro da sua linha programática." Campos disse ter contatado aliados da ex-senadora e afirma aguardar resposta. "Estamos querendo deixar uma outra opção para ela, mas sem constrangê-la."

Ex-prefeito de Antas, Agnaldo, se complica com o MP

Agnaldo Félix, ex-prefeito de Antas
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) ajuizou uma ação, nesta quinta-feira (3), contra o ex-prefeito do município de Antas, Agnaldo Félix do Santos, por improbidade administrativa. O ex-gestor é acusado pela promotora de Justiça Ana Patrícia Melo por violar a Lei de Licitações (8.666/93) com a contratação, de mini trio e bandas musicais, por meio da empresa CPE Caatinga Produções de Eventos, sem licitação. As atrações se apresentaram durante as festas de Santo Antônio e de São João Batista, realizado nos povoados de Castanheiro e São João Batista, em junho do ano passado. A responsável pela empresa, Jozineide Souza de Santana, também foi indiciada. As bandas seriam de exclusividade da empresa, e o contrato firmado com a empresa foi de R$ 29 mil. De acordo com a promotora, “as pseudo cartas de exclusividade apenas foram assinadas em 8 e 15 de junho, posteriormente à celebração do contrato”. A empresa providenciou as declarações de exclusividade, que possuíam validade apenas para o dia em que a bandas se apresentaram. “Tornou-se evidente que Agnaldo Félix dos Santos usou de estratagema para fazer pouco caso da Lei de Licitações”, afirma Ana Patrícia. O ato administrativo de dispensa de licitação não foi publicado no Diário Oficial. A Promotoria pede que Félix e Jozineide sejam condenados a ressarcir os danos causados ao erário, fiquem proibidos de contratar com o Poder Público por até cinco anos, perda da função pública e suspensão dos direitos políticos em até oito anos, além de aplicação de multa civil de até 100 vezes o valor de remuneração percebida pelo prefeito.
Informações do Bahia Notícias.

Por 6 X 1 TSE barra criação do #REDE de Marina Silva

RANIER BRAGON e MÁRCIO FALCÃO – da Folha de São Paulo
(foto: Alan Marques)
Principal candidata da oposição ao governo Dilma Rousseff de acordo com as últimas pesquisas, a ex-senadora Marina Silva viu o pedido de registro da sua Rede Sustentabilidade ser rejeitado na noite desta quinta-feira (3) pelo Tribunal Superior Eleitoral. Por 6 votos a 1, o tribunal entendeu que o partido não conseguiu obter o respaldo popular exigido em lei, que é de pelo menos 492 mil eleitores --faltaram quase 50 mil assinaturas de apoio. "Não vejo como contornar a exigência da lei. Em que pese todo o calor social e o desejo dos homens mais éticos desse país, ainda estamos presos à lei", disse o ministro João Otávio Noronha. Para atingir o número mínimo de assinaturas, a Rede pedia que o TSE tornasse válido um lote de quase 100 mil assinaturas que haviam sido rejeitadas pelos cartórios eleitorais de forma injustificada, segundo o partido. A relatora, Laurita Vaz, negou esse pedido sob o argumento de que é "inconcebível com o ordenamento jurídico a validação [das assinaturas] por mera presunção". Além deles, votaram contra Henrique Neves, Luciana Lóssio, Marco Aurélio Mello, e a presidente do tribunal, Cármen Lúcia. A favor da Rede, ficou apenas Gilmar Mendes. "Estamos diante de um momento histórico. É preciso dizer às pessoas o que está por trás desse processo. (...) Houve uma situação de abuso que justifica sim o reconhecimento dessa assinaturas", disse Gilmar. Cármen Lúcia, a última a votar, defendeu o trabalho dos cartórios e disse que não poderia haver tratamento diferenciado à Rede, já que dos partidos anteriores havia sido exigido o mesmo apoio.
A decisão representa um duro golpe nas pretensões de Marina Silva de disputar pela segunda vez o Palácio do Planalto --há exatos três anos ela saía das urnas como a terceira maior força política nacional, tendo obtido na ocasião 19,6 milhões de votos para a Presidência da República. Caso mantenha a intenção de se manter na disputa, Marina terá que se filiar entre essa sexta e o sábado a uma outra legenda --o nanico PEN (Partido Ecológico Nacional) e o PPS são cogitados--, hipótese que ela sempre se negou a comentar e que destoa de suas frequentes declarações de que a criação da Rede Sustentabilidade representava um amplo "projeto de país", não um mero empreendimento eleitoral. Vence no sábado o prazo para que os partidos existentes filiem os candidatos às eleições de 2014. A ex-senadora compareceu à sessão do TSE acompanhada de vários políticos e aliados que participaram da tentativa de montagem da Rede. Na entrada, ela manifestava que estava bastante esperançosa na aprovação de seu partido.
As assinaturas de apoio à agremiação começaram a ser recolhidas em fevereiro, mas a Rede afirma ter encontrado uma série de dificuldades nos cartórios eleitorais, que são responsáveis por checar se os dados recolhidos conferem com aqueles que constam do banco de dados eleitoral. A Rede diz ter recolhido mais de 900 mil apoios e, após triagem interna, encaminhou mais de 600 mil aos cartórios --mas só 442,4 mil nomes, quase 50 mil a menos do que os 492 mil exigidos, foram validados. Com isso, os advogados de Marina pediram ao TSE que, em uma decisão inédita, considerasse válidas 98 mil assinaturas rejeitadas pelos cartórios sem que eles tivessem divulgado o motivo da recusa. Segundo a Rede, a não justificação pública da recusa é ilegal, tese que foi derrotada pelo plenário do TSE. De acordo com a última pesquisa do Datafolha, que é do início de agosto, Marina tinha 26% das intenções de voto para a presidência, melhor pontuação de um candidato de oposição a Dilma Rousseff, que somava 35%. Eventual saída da ex-senadora da corrida presidencial tende a aumentar as chances de reeleição de Dilma Rousseff em 1º turno (isso ocorre quando o candidato alcança mais da metade dos votos válidos).   
   Na última segunda-feira, o ex-governador José Serra, segundo colocado na disputa ao Planalto em 2010, anunciou a desistência de sair do PSDB para concorrer à Presidência por outro partido. Sem Serra e Marina, os principais adversários hoje de Dilma são o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Somados, Aécio (13%) e Campos (8%) não reúnem atualmente força suficiente, segundo o Datafolha, para levar a eleição para um segundo turno. A criação da Rede contou também com o apoio de alguns congressistas que pretendiam se filiar à sigla. O deputado Walter Feldman (SP) se desfiliou na quarta (2) do PSDB e afirma que não será candidato em 2014. Alfredo Sirkis (PV-RJ) teme que o PV não lhe dê a legenda para disputar a reeleição para a Câmara. Domingos Dutra (PT-MA) deve ir para o Solidariedade ou para o PSB. A insuficiência na comprovação do apoio popular faz com que a Rede seja o único a fracassar entre os três que pleiteavam registro recentemente. Tendo começado a coleta de apoio bem antes do que a Rede, o Pros (Partido Republicano da Ordem Social) e o Solidariedade, do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, tiveram seus pedidos aprovados na semana passada pelo TSE apesar de haver suspeita de fraudes nas assinaturas entregues ao tribunal. As duas legendas movimentaram o "mercado" de troca-troca de políticos entre as legendas, que deve atingir cerca de 60 mudanças só na Câmara dos Deputados até sábado.

Concurso para professor e secretário escolar em Alagoas

 Edital foi publicado no Diário Oficial do Estado e as inscrições começam no próximo dia 7 de outubro
Paulo Chancey Junior – SEC de Alagoas
A Secretaria de Estado e da Educação e do Esporte do Estado de Alagoas publicou nesta quinta-feira (3) no Diário Oficial do Estado o edital do concurso público para preenchimento de 1.738 vagas e formação de cadastro de reserva nos cargos de professor e de secretário escolar. O concurso também reserva vagas para candidatos com deficiência. O cargo de professor reserva chances nas seguintes especialidades: Artes, Biologia, Ciências, Didática, Educação Física, Ensino Religioso, Espanhol, Filosofia, Física, Geografia, História, Inglês, Matemática, Português, Química e Sociologia. Para concorrer às especialidades, o candidato deve observar se preenche os requisitos previstos em edital. A remuneração é R$ 1.224,07 para uma jornada de trabalho de 20 horas semanais.  O concurso também oferece vagas no posto de secretário escolar. Para concorrer, é necessário possuir diploma de conclusão de curso de nível superior em Pedagogia ou curso superior de graduação em licenciatura plena, fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). A remuneração é R$ 2.448,15 para a carga horária de 40 horas semanais. As inscrições poderão ser feitas entre 7 e 21 de outubro, no endereço eletrônico www.cespe.unb.br/concursos/segesp_al_13. O valor da taxa é R$ 115,00. O concurso terá as etapas de provas objetivas e prova discursiva para todos os cargos, e, ainda, avaliação de títulos, somente para os postos de Professor. As avaliações estão previstas para ocorrer no dia 1° de dezembro em Maceió (AL). Para outras informações, clique aqui.

Ana Dalva poderá participar do Diretório Estadual do PPS

Ana Dalva vai ao Congresso Estadual do PPS
A vereadora Ana Dalva foi convidada para fazer parte do Diretório Estadual do Partido Popular Socialista – PPS. No Congresso do Partido no último domingo, na Câmara Municipal, ela e Fernando José Dantas Silva foram os escolhidos para Delegados ao Congresso Estadual, marcado para esta sexta-feira (04), na Assembleia Legislativa da Bahia, com a presenta do deputado federal Roberto Freire, presidente nacional da agremiação. O Diretório Municipal de Heliópolis elegeu seus membros no último sábado: 1 – Carlito Leôncio de Andrade, 2 – Bernadete Batista dos Reis, 3 – Edvânia Jesus dos Santos, 4 – Fernando José Dantas Silva, 5 – João Cardoso de Menezes, 6 – Landisvalth dos Santos Lima Filho, 7 – Josefa Souza Cruz de Menezes, 8 – Josinete Batista Reis, 9 – Maria da Trindade, 10 – Nelson Cardoso de Santana, 11 – Ricardo Alves Neves, 12 – José Ilson de Jesus e 13 – Ana Dalva Batista Reis (vereadora). Suplentes: 1 – José Berneval Batista Reis, 2 – Héstia Raíssa Batista Reis Lima, 3 – Joseane Sousa Correia e 4 – Maria Risônia Alves dos Santos. A executiva do partido em Heliópolis é: Presidente: Landisvalth dos Santos Lima Filho – Vice-Presidente: Ricardo Alves Neves – Secretária: Bernadete Batista Reis – Tesoureira: Josefa Souza Cruz de Menezes.
Candidata a Deputada Estadual
Na verdade, o interesse do PPS por Ana Dalva é uma articulação de Poly, presidente da legenda na Bahia, e Marcos Vieira, assessor de comunicação. Eles acham que a vereadora tem potencial para uma candidatura a nível estadual e já fez o convite para Ana Dalva, que imediatamente não aceitou. A razão? Ela diz: “Eu não estou conseguindo resolver os sérios problemas de Heliópolis. Ainda há muito que se fazer por aqui. Não posso abandonar um projeto e iniciar outro.” Mas ela também não descartou a possibilidade de pelo menos pensar no assunto. Ana Dalva está sendo aguardada pelo partido em Salvador, para colocar o papo em dia.
Orçamento 2014
Já está na Câmara Municipal de Heliópolis o Projeto que trata do Orçamento para o ano de 2014. Espera-se que, pela primeira vez, Heliópolis realmente discuta o orçamento e não apenas diga amém ao que vem do Executivo. A presidenta da casa ainda não liberou a documentação porque está providenciando cópias para todos os vereadores. “Não vai faltar tempo para os colegas analisarem e, querendo, emendar o projeto. Vamos fazer valer as nossas prerrogativas nesta casa. Vamos pensar um pouco em Heliópolis.”, disse Ana Dalva.
Liga Heliopolitana
O projeto da vereadora Ana Dalva que cria a Liga Heliopolitana de Desportos já está tramitando na casa com as alterações feitas na audiência pública do último sábado. A primeira diretoria da Liga será escolhida em uma reunião, com a presença do Executivo e do Legislativo, com mandato de 2 anos, para organização inicial. Depois, toda a diretoria será escolhida por eleição direta. No projeto, a LHD será obrigada a realizar 1 campeonato municipal, 1 copa rural, 1 corrida entre Heliópolis e Poço Verde e 1 olimpíada.
Bahia atrasa salários de servidores públicos
A crise financeira que atinge o Estado da Bahia começa a atingir os servidores públicos. Segundo o site Jornal da Mídia, a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) não pagou ainda o salário do pessoal e não deu nenhuma previsão de quando o dinheiro será creditado. É a primeira vez que acontece atraso de pagamento do servidor público no governo Wagner. Especula-se que outros órgãos do estado também irão passar a atrasar salários. Em 2 de agosto, o governador Jaques Wagner decretou uma medida de contingenciamento dos gastos do governo. A medida limitou as despesas de manutenção, desenvolvimento de projetos e atividades de todas as secretarias e órgão vinculados ao Poder Executivo. (Tribuna Feirense – via Tribuna da Bahia)
Insegurança até na Petrobras
Essa é do Por Escrito, do jornalista Luís Augusto Gomes: A onda de violência nas áreas das estações de campos terrestres na Bahia e a omissão da empresa levaram os operadores da Petrobras a declarar greve por tempo indeterminado, com parada da produção amanhã, quinta-feira. “O sindicato não vai ficar quieto e assistindo a isso. Não é correto e não podemos aceitar que o trabalhador vá para seu local de trabalho e seja assassinado, assaltado, agredido, ficando à mercê dos bandidos”, disse o diretor do Sindipetro André Araújo. A situação, segundo afirmou, “é reflexo da nefasta política de redução do efetivo de segurança patrimonial da Petrobras na Bahia”. A entidade denuncia ainda o abandono de contratos por empresas que não pagam direitos dos trabalhadores.

Marina diz que Rede será aprovada

RANIER BRAGON – da Folha de São Paulo
A ex-senadora Marina Silva discursa durante evento em São Paulo para colher assinaturas
para a criação de seu novo partido, a Rede Sustentabilidade
(foto: Joel Silva)
Após encontro no início da tarde desta terça-feira (1°) com a presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministra Cármen Lúcia, a ex-senadora Marina Silva se recusou novamente a falar em "plano B" e disse ter certeza de que a Rede Sustentabilidade será aprovada pela Justiça Eleitoral. "Teremos o registro da Rede", se limitou a dizer Marina ao ser questionada se descarta concorrer ao Palácio do Planalto em 2014 caso o seu partido não consiga a aprovação. "Sinalizar com outro partido seria a denúncia da própria desconfiança." O caso da Rede será julgada nesta quarta (2) ou quinta-feira (3). O maior problema do partido é que ele não conseguiu coletar no país as assinaturas mínimas de apoio exigidas em lei, 492 mil. Faltaram cerca de 50 mil nomes. "Tenho inteira confiança [na aprovação], fizemos um trabalho com muito rigor, descartando pelas nossas ações e nossos critérios 220 mil assinaturas. E fizemos uma avaliação ficha a ficha para demonstrar que houve anulações injustas", afirma Marina, se referindo ao ponto central da argumentação jurídica do partido. A Rede pede ao TSE que, para completar o número mínimo de assinaturas, considere válidos 95 mil nomes que foram recusados pela checagem dos cartórios eleitorais sem que eles tivessem divulgado a motivação da rejeição.
Marina se encontra na tarde desta terça também com o ministro Gilmar Mendes. Nos últimos dias, ela teve reunião com todos os sete integrantes do TSE que vão julgar seu pedido. Na saída da reunião com Cármen Lúcia, Marina também respondeu perguntas sobre eventuais efeitos prejudiciais de sua candidatura às pretensões do ex-presidente Lula e da Presidente Dilma Rousseff. Sobre Lula, Marina afirmou: "Com a força que o presidente Lula tem, ele não tem por que ter medo". Sobre Dilma, ela foi questionada se uma eventual rejeição da Rede pela Justiça facilitaria a reeleição da petista. "Eleição para presidente da República pode ser tudo, menos fácil, em nenhuma circunstância. Sobretudo quando se tem um país com o grande desafio de entrar para o século 21 com uma agenda estratégica que faça jus à potência que somos". Tendo iniciado a vida pública no PT, Marina rompeu com o partido em 2009, um ano depois de deixar o Ministério do Meio Ambiente na gestão Lula. 
Parecer do Procurador exalta lisura da REDE 
Em parecer assinado pelo vice-procurador-geral Eleitoral, Eugênio Aragão, o Ministério Público afirma que o pedido do partido "continua sem condições de ser atendido". "Criar o partido com vistas, apenas, a determinado escrutínio [eleições de 2014] é atitude que o amesquinha, o diminui aos olhos dos eleitores", escreveu Aragão em seu parecer. A decisão de Aragão é baseada no fato de a Rede não ter conseguido validar nos cartórios eleitorais as 492 mil assinaturas mínimas de eleitores em apoio à sua criação. De acordo com a área técnica do tribunal, a Rede entregou apenas 442,5 mil assinaturas válidas --quase 50 mil a menos do que o mínimo necessário. A posição do procurador é um dos elementos que os sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral usarão como base para decidir, nesta quarta ou nesta quinta, se aprovam ou não a Rede. Para participar das eleições de 2014, o partido precisa ser aprovado nesta semana. No texto, o procurador manifesta, porém, "certo pesar" pelo fato de a Rede não ter conseguido as assinaturas necessárias. "O presente registro de partido político, ao contrário de outros recentemente apresentados a essa corte [ele se refere ao Pros e ao Solidariedade], não contém qualquer indício de fraude, tendo sido um procedimento, pelo que se constata dos autos, marcado pela lisura."

A Bahia quebrou?

                                    Landisvalth Lima
Não é a primeira vez que a nossa velha e querida Bahia passa por dificuldades financeiras, mas desta vez a coisa parece caminhar para um desfecho extraordinário. Não é surpresa também que, quando a as dificuldades batem à porta, a primeira coisa que se faz é cortar o salário do Barnabé. Esta semana foi liberado um mês de remuneração para os terceirizados da Shalev, que ainda deve dois meses. Os infelizes da BC Serviços completam agora quatro meses de dessalarização (que o autor de Saramandaia não me leia). Estes são os desobservados, desalentados, desconsiderados, desrespeitados e, se a peleja continuar, desempregados. São os trabalhadores outrora defendidos pelo PT. Que ironia, meu Deus!
A verdade é que Lula inaugurou um sistema político impecável: apertar a classe média com impostos eficientes e impecavelmente injustos, redistribuí-los aos pobres como Bolsa-Tudo; tornar dependentes estados e municípios com verbas federais; afrouxar a fiscalização com o desaparelhamento do estado fiscalizador; abrir o crédito para todos com juros exorbitantes e projetar um domínio de 24 anos no poder. Acontece que a coisa está estourando por conta da desregrada corrupção. Nenhum país suporta tanto roubo do dinheiro público. Além disso, prefeitos e governadores cruzaram os braços. Estão apenas esperando os recursos do governo federal. A verba local serve para tudo, menos para investimentos, para projetos de governo.
Não precisa saber onde isto vai dar. Já estamos lá: tudo está caindo ladeira abaixo. Aqui em Heliópolis o secretario de administração do município, Beto Fonseca, filho do prefeito, deixa escapar claramente que foi pedir dinheiro ao governo do estado e recebeu como resposta que não há grana. Foi mais além ao dizer que encontrou a prefeitura com um rombo de 2 milhões e poderá perder alguns convênios já firmados com o governo federal por não cumprir prazos. Em Salvador, o governador já mudou o secretário da fazenda, mas a crise continua. Quando o time é ruim, não adianta mudar o técnico. A questão é que estão todos esperando o governo federal. Então, para que termos estados e municípios? Economizaríamos uma grana altíssima se acabássemos com eles.
Está claro que a quebradeira do país está na corrupção. E ela começa na própria eleição. Exemplos são os voluntários da campanha que elegeu a presidente Dilma Rousseff, em 2010. Eles afirmam ter recebido dinheiro pelo trabalho realizado no segundo turno da eleição. Apesar de o trabalho ser cadastrado como prestadores de serviço sem remuneração na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao menos 12 pessoas ouvidas pela reportagem da Folha em Mato Grosso e no Piauí dizem nunca ter atuado de graça. Se no caminho está assim, como dizia o saudoso Alberto Carvalho, imaginem na feira!
 Mesmo assim, a propaganda governamental é eficientíssima. Foi a própria Dilma quem afirmou esta semana na América do Norte: “há uma melhora nas contas públicas do Brasil e que as despesas correntes do governo federal estão sob controle.” Será? Quem pergunta é o jornalista Samuel Celestino em artigo publicado em A TARDE, que completa: “Pode ser, mas os estados reclamam, principalmente o nosso que atravessa problemas como de há muito não se observa no setor governamental. De certo modo, o governo baiano parece quebrado e a mudança de secretários da Fazenda até agora não surtiu efeito. Espera-se que a situação melhore, porque está pondo na forca vários setores do segmento econômico baiano.” É isso. Parece que o PT pensa como o nosso José Guerra: se não der para mim, não será para mais ninguém. Parece que querem quebrar o Brasil. Mas quem sobreviveu a mais de 20 anos de ditadura e a um governo Collor de Melo, vai superar tudo isso. Eles é que são cristais. Muito cuidado!  

ISTOÉ constata forte evasão no Ensino Médio do Brasil

Esta semana, a revista ISTOÉ traz uma reportagem especial sobre a situação da evasão escolar no Ensino Médio brasileiro. O problema está tomando proporções assustadoras e pode se transformar numa das barreiras do nosso crescimento econômico. A resolução da questão é inadiável. Leia a reportagem na íntegra.
O maior problema da educação do Brasil
Metade dos jovens entre 15 e 17 anos não está matriculada no ensino médio. Pesquisa inédita mostra que a proporção dos que abandonaram a escola nessa etapa saltou de 7,2% para 16,2% em 12 anos
João Loes – Revista ISTOÉ - Edição:  2289 – de 27.09.2013
Os jovens estão abandonando a escola (Foto: Pedro Dias)
Não é sempre que apenas uma estatística basta para dar um bom panorama da realidade. O mais comum é que seja preciso esmiuçar diversos números e informações para realmente compreender o que está em jogo. Quem se debruça sobre o ensino médio brasileiro, porém, se depara com uma única estatística que parece sintetizar, de forma clara, a desastrosa situação desta etapa da educação: a taxa de evasão escolar. Uma nova pesquisa da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), com base em informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE, revela que apenas metade dos jovens com idade entre 15 anos e 17 anos está matriculada no ensino médio. Pior: entre 1999 e 2011, a taxa de evasão nesta faixa mais que dobrou, saltando de 7,2% para 16,2%. Ainda que o número absoluto de alunos venha aumentando, segundo o Ministério da Educação, dados de evasão como esses criam um senso de urgência que se sobrepõe a tudo. “Chama a atenção a dificuldade de enfrentamento da crise do ensino médio”, resume o estudo. “A despeito das reformas, os resultados das avaliações nacionais continuam surpreendendo negativamente os responsáveis pela condução da política educacional brasileira”, conclui.
ARREPENDIMENTO
A evasão é grande, mas a maioria pensa em voltar à escola
(foto: Júlia Moraes)
A evasão, nesse contexto, é menos causa que consequência dessa crise. Ela é a parte visível de um conjunto de problemas conhecidos há décadas, mas sobre os quais nenhum governo tem feito o suficiente. “A crise é inquestionável e não podemos mais adiar o enfrentamento de um problema tão grave”, diz Maria de Salete Silva, coordenadora do programa de educação do Fundo das Nações Unidas para a Infância, no Brasil (Unicef). “O ensino médio é o maior desafio da educação do País.” Currículo inchado, com disciplinas demais para tempo de menos, ausência de um programa de ensino técnico integrado a essa etapa escolar, baixa remuneração dos professores e, fundamentalmente, inadequação do ensino médio à vida, às expectativas e às necessidades dos jovens compõem o retrato das dificuldades. “Esperar cinco anos para agir é condenar uma geração que hoje tem entre 15 e 17 anos a não ter perspectivas de futuro”, resume Maria Salete.
SONHO FRUSTRADO
Mateus Oliveira, 21 anos, abandonou o ensino médio aos 17 anos
para tentar ser jogador de futebol. Não deu certo e agora ele
quer se tornar técnico em informática
(foto: Gabriel Chiarastelli)
O paulistano Mateus Oliveira, hoje com 19 anos, sabe bem quanto abrir mão da educação nessa fase crucial limita as perspectivas de futuro. Quando tinha 17 anos e cursava pela segunda vez o primeiro ano do ensino médio, ele resolveu largar a escola para tentar a carreira de jogador de futebol. “Era um sonho que já tinha me custado a sétima série, que também repeti”, diz. Confiante no talento com a bola, ele insistiu, mas menos de um ano depois percebeu que o caminho não renderia frutos. Com 18 anos e sem o ensino médio concluído, matriculou-se no programa de educação de jovens e adultos, onde um ano de ensino pode ser cumprido em seis meses, e rumou para a carreira militar. Atrasado, finalmente conseguiu concluir o ensino médio esse ano, mas viu e ainda vê oportunidades lhe escaparem por causa da formação atrasada. “Já era para eu ter concluído o curso técnico que acabei de começar, em informática”, diz. Com a capacitação, ele poderia estar ganhando mais no Exército – onde ainda recebe um salário de base, além de não ter segurança de carreira – ou trabalhando como técnico em informática em uma empresa da área. “Me arrependo das decisões que tomei”, diz.
Tratar o caso de Oliveira como o de um garoto perdido que simplesmente preferia jogar bola a estudar é, além de reforçar preconceitos, desperdiçar uma grande oportunidade de entender de onde vem o gigantesco desinteresse do jovem pela escola. Afinal, Oliveira não deixou o estudo só porque o futebol o atraía, mas também porque o colégio não parecia relevante o suficiente para ele. E não são poucas as razões que fazem da escola algo sem importância aos alunos, como mostra a pesquisa do Seade.
PROVEDOR
Hudson Silva, 22 anos, saiu da escola para poder trabalhar e ajudar em casa
(foto: João Castellano)
O currículo é um dos maiores problemas. Reformado em 1998 e 2012, mas ainda inchado por 13 disciplinas obrigatórias, além de cinco complementares a serem ministradas em conjunto com as demais, ele tem sido considerado excessivamente extenso para os três anos de ensino médio. Recentemente, ganhou força a ideia de dividir as disciplinas em grandes áreas de interesse. Trata-se de uma contribuição vinda do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que surgiu com a única função de avaliar essa etapa educacional, mas que hoje acumula a tarefa de selecionar alunos para universidades federais do País. A proposta é reunir, como acontece no Enem, biologia, física e química sob o guarda-chuva das ciências da natureza; história, geografia, filosofia e sociologia, sob ciências humanas, e assim por diante. “Mas o projeto é de difícil implantação, exige forte interdisciplinariedade, o que não se faz de uma hora para outra”, diz Luis Márcio Barbosa, diretor-geral do Colégio Equipe, em São Paulo.
Além das questões práticas, como o volume de disciplinas e o tempo disponível para cumpri-las, uma preocupação mais subjetiva com o currículo, mas não menos importante, tem ganhado cada vez mais espaço. Trata-se da distância abissal entre o conteúdo das disciplinas apresentado aos jovens e a realidade da vida que eles levam. “A escola continua muito tradicional, engessada diante da vida mutante do adolescente contemporâneo”, afirma o educador Barbosa. A chamada “integração do currículo às tecnologias educacionais”, meta no relatório do Seade, é um dos maiores gargalos. Hoje, segundo pesquisa do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), 84,4% dos brasileiros com idade entre 15 e 19 anos usam a internet para estudar. Outros 25,9% recorrem a tablets e celulares. ­Enquanto isso, poucas escolas no País fazem uma integração real de conteúdo e tecnologia, embora 73,8% delas já contem com computador e internet. Este descompasso entre expectativas dos alunos e entrega da escola é forte gerador de desinteresse, mas não é o único.
FASE
Maria Cristina Figueiredo, coordenadora do Colégio Brasil Canadá:
"Na adolescência, tudo é mais interessante que estudar", diz ela
(foto: Kelsen Fernandes)
A ausência de uma articulação mais eficiente entre ensino profissional e ensino médio também é tida como uma das razões para a evasão nesta fase. Reconhecer que nem todos, ao completar 18 anos, vão rumar para a universidade e oferecer a alternativa do aprendizado técnico durante o ensino médio pode ser um caminho para manter alunos na escola. Se essa opção estivesse disponível para o paulistano Hudson Laton da Silva, hoje com 21 anos, ele provavelmente teria terminado a educação básica. Morador da Brasilândia, na zona norte de São Paulo, Silva saiu do colégio para se dedicar integralmente ao trabalho quando cursava o primeiro ano do ensino médio. “Tinha que ajudar em casa”, conta. Ele trabalha como mecânico e, se um curso técnico nessa área tivesse sido oferecido na escola onde ele estudava, o jovem teria uma razão a mais para continuar frequentando a instituição. Hoje ele corre atrás do prejuízo. Mesmo empregado – ele é funcionário de uma grande concessionária na capital paulista –, Silva pretende fazer um supletivo e finalmente terminar o ensino médio. “Vou ser sincero: vontade de voltar a estudar eu não tenho, mas sei que é importante, então quero fazer o supletivo”, diz.
Boa parte dos que deixam de estudar pensa como ele e fala em retornar. Segundo dados da pesquisa do Cebrap, 61,8% dos jovens que abandonaram a escola nessa fase querem voltar para concluir o ensino médio, independentemente da razão que motivou a evasão. “Algumas decisões são tomadas de maneira impulsiva porque o adolescente já tem alguma autonomia, mas tem dificuldade para pensar a longo prazo”, diz Maria Cristina Figueiredo, coordenadora do Colégio Brasil Canadá, para quem, na adolescência, tudo é mais interessante que estudar. “Mas eles pensam no que fazem, refletem e costumam se arrepender quando veem que fizeram besteira.” Cabe à escola e aos pais dar subsídios ao aluno para que ele consiga administrar os impulsos da idade. Nem sempre, porém, é possível. A paranaense Andreia Tawlak, hoje com 21 anos, conhece, como poucos, as consequências da entrega às paixões adolescentes.
Dona de um histórico escolar conturbado – ela havia repetido a sétima série e cursava pela segunda vez o primeiro ano do ensino médio –, Andreia surpreendeu a todos quando, aos 17 anos, anunciou que estava de mudança para Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Apaixonada pelo primeiro namorado, de 23 anos, ela diz ter sido convencida por ele a largar tudo e acompanhá-lo. “Foi coisa de idiota”, admite, hoje. O relacionamento durou um ano e meio, Andreia teve de retornar para Foz do Iguaçu, onde morava, e hoje está às voltas com um supletivo que não consegue terminar enquanto sonha com cursos de design e um emprego na área. “Os amigos do tempo de escola que continuaram estudando estão todos trabalhando. E eu? O que estou fazendo?”, questiona.
Embora muitos especialistas defendam que, mesmo em casos como o de Andreia, a escola tem responsabilidade por não ter mostrado à aluna a importância de permanecer em sala de aula, há visões contrárias a esta tese. A diretora do Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP), Silvia Barbara, afirma que “jovens adultos” com seus 16, 17 anos devem assumir suas obrigações. “Nas análises dos problemas na educação, a escola e os professores são sempre os mais criticados e pouca ou nenhuma responsabilidade é legada ao adolescente e à família”, diz. Silvia diz ainda que a cruzada em favor de uma escola que privilegie ser agradável aos alunos antes de se preocupar em passar a eles o conhecimento acumulado da humanidade pode ter efeitos nocivos. “Vivemos em uma sociedade que valoriza demais o prazer e criminaliza demais o trabalho. E estudar sempre dará trabalho”, afirma. 
Quando um jovem abandona a escola, perdem todos. A exclusão pela educação cria um abismo social e inibe o surgimento de um cidadão com uma participação social mais efetiva. Perde também o Brasil. “O País deixa de ter um profissional de nível médio com formação geral e um potencial profissional de nível técnico pós-médio ou de nível superior, com formação específica”, alerta Priscilla Tavares, professora e pesquisadora da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) em São Paulo. “As consequências do abandono no ensino são severas para o crescimento econômico.” Já passou da hora de enfrentarmos esse desafio.