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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Divulgados os inelegíveis para 2014

Carlos Brasileiro (PT) está inelegível
Já temos duas das três listas indesejadas pelos políticos brasileiros: aquelas dos inelegíveis. Já saiu a do TCE e do TCU. Falta a do TCM. Até o dia 5 de julho do ano em que se realizarem as eleições, o Tribunal de Contas da União (TCU) deve encaminhar à Justiça Eleitoral a relação dos responsáveis que tiveram suas contas rejeitadas por irregularidade insanável e por decisão irrecorrível daquela Corte, ressalvados os casos em que a questão estiver sendo submetida à apreciação do Poder Judiciário, ou que haja sentença judicial favorável ao interessado, em cumprimento ao disposto no art. 11, § 5º, da Lei nº 9.504, de 1997.
Segundo a alínea g do inciso I do art. 1º da Lei de Inelegibilidades (Lei Complementar nº 64, de 1990), o responsável que tiver as contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, não pode se candidatar a cargo eletivo nas eleições que se realizarem nos oito anos seguintes, contados a partir da data da decisão. O interessado pode concorrer apenas se essa decisão tiver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário. Candidatos, partidos políticos ou coligações podem utilizar as informações contidas na lista do TCU para impugnar o pedido de registro de candidatura de possíveis concorrentes no prazo de cinco dias, contados da publicação do edital do pedido de registro. A impugnação deve ser feita com base em petição fundamentada.
Joseph Bandeira (PSB) também inelegível
O mesmo ocorre com a Lista do TCE – Tribunal de Contas do Estado. Vários políticos foram relacionados, mas alguns juram que não devem nada e que foram injustiçados. É o caso do deputado estadual Carlos Brasileiro (PT). Ele afirmou que a inclusão do seu nome na lista de inelegíveis foi um “equívoco” do Tribunal de Contas do Estado (TCE), porque o Ministério Público arquivou o processo de rejeição de contas de 2008 da prefeitura de Senhor do Bonfim, quando geria o município. Só que a medida não cabe mais recursos e, como ele, vários políticos da nossa região estão na lista dos inelegíveis, como Antônio Lomes do Nascimento, de Serrinha – proprietário da Rede Lomes de Radiodifusão e ex-diretor da Bahia Farma; Antônio Marques  do Nascimento, de Sítio do Quinto; Arlete Bitencourt de Castro, de Cícero Dantas; Aroaldo Barbosa de Andrade, de Heliópolis; Francisco Pedreira Curcino, de Biritinga; João Batista Melo de Carvalho, de Jeremoabo; José Eliotério da Silva Zedafó, de Araci; José Oliveira Santos, de Sítio do Quinto; José Reis do Carmo, de Caldas do Jorro; José Renato Abreu de Campos, de Euclides da Cunha; José Renato Brito Silva, de Ribeira do Pombal;  José Wilson Dantas de Brito, de Caldas de Cipó; Marcelo da Silva Brito, de Ribeira do Amparo. Também está na lista o Joseph Bandeira, ex-prefeito de Juazeiro, que seria candidato a deputado federal pelo PSB. 
José Ubaldino (PMDB) tem 12 processos só com  o TCU
Vários destes nomes também aparecem na lista do TCU – Tribunal de Contas da União. É o caso de Arlete Bittencourt, de Cícero Dantas, Geraldo Simões, de Itabuna, Zedafó, de Araci, José Renato, de Euclides da Cunha, o outro Jose Renato Brito, de Ribeira do Pombal e Wilson Brito, de Cipó. Curioso é que na lista deveria ocorrer uma proporcionalidade entre o número de habitantes e o número de fichas sujas. Não é o caso. Brasília lidera a lista com 729 políticos envolvidos em casos de contas rejeitadas. Em desonroso 2º lugar está o Maranhão, com 514 nomes, liderando de forma imbatível no Nordeste. Já Minas Gerais lidera no Sudeste e aparece no pódio no 3º lugar no Brasil, com 468 listados. Logo em seguida aparece São Paulo, com 486 políticos praticantes de improbidade administrativa. E a nossa Bahia? Estamos mal na fita. Somos o 2º lugar no Nordeste e o 5º no país. Foram 439 agentes públicos relacionados na lista negra da inelegibilidade. Com mais uma colaboraçãozinha dos eleitores desavisados, logo logo seremos campeões na nossa região. Curiosa é a situação de José Ubaldino Alves Pinto Júnior, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Porto Seguro. Ele tem 12 processos só com o TCU. Deve até dizer que é intriga da oposição. Quer ver a lista completa? A do TCE estará disponível a partir de 5 de julho e a do TCU é só dá um clique aqui.

Fechamento de comarcas revela decadência da Justiça baiana


Antas terá comarca desativada
Que me perdoem os tecnocratas, mas democracia só se faz com Justiça. Se o Estado é tripartido entre Justiça, Legislação e Execução, qualquer outro arranjo é uma farsa. Fazer com que um cidadão tenha de viajar quilômetros para usar a sagrada Justiça é já um ato de injustiça. Fechar comarcas no interior, quando deveríamos ampliá-las, é um atraso revelador da decadência da Justiça baiana. Se o argumento é a questão da ineficiência, então criemos as Câmaras de Vereadores Regionais e estabeleçamos um administrador regional para vários municípios. Não preciso dizer o tanto de vereadores incompetentes e inoperantes, e ainda a quantidade de prefeitos nesta Bahia de meu Deus, que só fazem assinar papéis. Por isso lamento o que quer o presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), desembargador Eserval Rocha, através de um processo administrativo, desativar 25 comarcas da Bahia. A medida não é vista com bons olhos pela diretora do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sinpojud). Em nota, o Sinpojud lembra que a ex-presidente do TJ-BA, desembargadora Telma Britto, desativou 45 comarcas e que o ato gerou prejuízos para toda sociedade, com abarrotamento das demais comarcas para onde os processos foram encaminhados. Isso, de acordo com o sindicato, fez com que muitos servidores se instalassem em comarcas circunvizinhas, algumas vezes, distantes de suas residências, além de prejudicar a população, a maioria carente, que precisava arcar com despesas de transporte para ter acesso à Justiça. Eserval Rocha quer desativar as comarcas de Abaré, Antas, Aurelino Leal, Baixa Grande, Belo Campo, Boa Nova, Boquira, Capela do Alto Alegre, Cocos, Conceição de Feira, Ibicuí, Ibirapitanga, Itapebi, Itapitanga, Jaguaripe, Jiquiriçá, Milagres, Nova Canaã, Nova Fátima, Paratinga, Pau Brasil, Rio de Contas, Santa Luzia, Tanque Novo e Wanderley.
A farsa do superávit primário
Maquiando o Superávit (imagem: Fernando Nogueira)
O Tesouro Nacional pediu ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) o pagamento, até dia 30, de R$ 931 milhões de Juros sobre o Capital Próprio (JSCP) relativos ao lucro de 2014, segundo fontes que pediram anonimato. A operação engorda o caixa do governo e ajuda a cumprir a meta de superávit primário, o balanço entre receitas e despesas públicas (sem contar gastos com juros), mas é vista por analistas como uma manobra de "contabilidade criativa", o que tira credibilidade da política fiscal. Tal manobra contábil não é nova no mundo governamental do PT. "É fabricar resultado primário", afirmou o economista Felipe Salto, da Tendências Consultoria. Segundo o economista, a "fabricação" está no fato de as despesas não serem contabilizadas. Ao emitir dívida para aportar recursos no BNDES, o governo permite ao banco ampliar suas operações e, portanto, seu lucro, garantindo receita por dividendos. A despesa não é contabilizada porque os títulos públicos aportados no BNDES permanecem como crédito da União - ou seja, o banco deve ao Tesouro. No entanto, enquanto a dívida do BNDES com o Tesouro é corrigida pela TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo, hoje em 5%), os papéis emitidos para serem aportados no banco são corrigidos, em média, pela taxa básica de juros (a Selic, hoje em 11%). A diferença entre elas gera um custo para o Tesouro - nos cálculos de Salto, o valor hoje está em R$ 30 bilhões ao ano. É uma farsa com uma assinatura inconfundível de uma estrela vermelha.
PSC foi para Paulo Souto, Ildinho!
PSC vai de Souto (foto:DEM)
O partido Social Cristão – PSC – caiu nos braços de Paulo Souto (DEM). A aliança foi oficializada nesta quinta-feira (26). O presidente estadual da sigla, Eliel Santana, ficou como suplente do postulante a senador Geddel Vieira Lima (PMDB). O dirigente confirmou ao Bahia Notícias que um dos pontos culminantes da coligação para as eleições de outubro foi o compromisso dos candidatos a fazer palanque ao presidenciável pelo PSC, Pastor Everaldo. “Nós do partido teremos liberdade em apoiar Pastor Everaldo e Paulo Souto não teria dificuldade em prestigiar. Uma das condições do acordo de nossa coligação seria a presença de Paulo Souto e Geddel em nossos eventos”, afirmou Santana. Resta agora esperar pela decisão de Ildinho (PSC), prefeito de Heliópolis. Caso continue apoiando Rui Costa, vencendo Paulo Souto, ficará dependente do seu vice, Gama Neves (DEM), para viabilizar futuros recursos para Heliópolis. Se vencer Rui Costa, dividirá os louros com o PT e o PCdoB. Vencendo Lídice da Mata, terá que contar com o apoio de Ana Dalva. Qual a melhor saída, Ildinho?  
A farsa da segurança na Copa
Menino fura bloqueio de segurança
Este país é abençoado. Seu povo é inigualável, apesar de todos os problemas e administradores que temos. Há um esforço do governo em dizer que tudo está bem, mas não está. E espero que nada de grave aconteça até o final desta Copa do Mundo. Prova disso foi um garoto de 15 anos que conseguiu romper o esquema de segurança no hotel que hospeda a seleção portuguesa em Brasília e invadiu o quarto do jogador Cristiano Ronaldo. Segundo o Globoesporte.com, Yago Leal afirmou que chegou a deitar na cama do atacante, que não estava no local e se assustou ao entrar no cômodo e encontrar o jovem. Yago ainda afirmou que, apesar da surpresa, o português foi simpático. "Deitei na cama dele, porque sabia que ele ainda iria deitar ali, e quando ele chegou, eu estava lá dentro. Ele foi gente boa comigo. Falou que era melhor eu ir embora, mas disse que não iria chamar a segurança”, contou o rapaz. Ele ainda conseguiu um autógrafo e uma foto com ídolo, além das imagens em vídeo que registrou do ambiente, na ausência do craque.
Nada foi vetado no PNE
O Plano Nacional de Educação (PNE) foi sancionado nesta quinta-feira (26), sem vetos, pela presidente Dilma Rousseff. Em tramitação no Congresso Nacional desde 2010, quando se encerrou o prazo do primeiro plano, o PNE foi aprovado há três semanas pela casa e visa estabelecer metas para educação a serem cumpridas nos próximos dez anos. Entre os objetivos previstos, estão a erradicação do analfabetismo na população com 15 anos ou mais de idade e pré-escola para crianças de 4 a 5 anos. A discussão do plano no Congresso Nacional esteve envolta de polêmicas, a exemplo da insatisfação de setores mais conservadores em relação às metas que tratam das questões de gênero. Os educadores queriam o veto em dois pontos do documento. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) reivindicava o veto ao artigo 5, que permite que os municípios utilizem os recursos sem a obrigatoriedade de investir na ampliação das estruturas educacionais públicas. Para a CNTE, com essa resolução, há brecha para investimentos indiretos na rede privada. Outro veto solicitado incide sobre a estratégia 7.36 do PNE, que trata do repasse de dinheiro para as escolas de acordo com o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), uma avaliação do desempenho dos estudantes realizada anualmente. Um aspecto considerado como uma conquista pela sociedade civil foi a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor.
Informações básicas do Bahia Notícias, blog  do Joilson Costa, G1 e portais do TJ Bahia e TSE.

Professor brasileiro é um dos que mais trabalha, afirma relatório da OCDE

Professor brasileiro trabalha muito (foto: Tribuna Hoje)
Os professores brasileiros de escolas de ensino fundamental, gastam, em média, 25 horas por semana só com as aulas. O número é superior à média de aproximadamente 30 países, como a Finlândia, Coreia, Estados Unidos, México e Cingapura. Lá, os professores gastam, em média, 19 horas por semana ensinando em sala de aula, ou seja, um porcentual 24% menor. A posição brasileira é inferior apenas à do Chile, onde os professores gastam quase 27 horas em aulas.
O docente brasileiro, contudo, usa até 22% mais de tempo que a média dos demais países em outras atividades da profissão, como correção de "tarefas de casa", aconselhamento e orientação de alunos. Todos os dados são da mais recente Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis) divulgada nesta quarta-feira (25) na França.
Junto com o Brasil, não foram apenas países ricos e integrantes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) - coordenadora da pesquisa - que participaram do estudo. Outras nações emergentes e também países menos desenvolvidos fizeram parte da pesquisa. Polônia, Bulgária, Croácia, Malásia e Romênia fazem parte do conjunto de nações integrantes da edição 2013 da Talis.
Os dados foram obtidos junto a mais de 14 mil professores brasileiros e cerca de 1 mil diretores de 1070 escolas públicas e privadas de todos os estados do País. Os docentes e dirigentes responderam aos questionários da pesquisa, de forma sigilosa, entre os meses de setembro a novembro de 2012. Cada questionário tinha cerca de 40 perguntas.
Em âmbito nacional, o estudo foi coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC). Em 2007, o Brasil também participou da primeira rodada da pesquisa, a Talis 2008, que foi publicada no ano seguinte.
Objetivo
A pesquisa tem como principal objetivo analisar as condições de trabalho que as escolas oferecem para os professores e o ambiente de aprendizagem nas salas de aula.
De acordo com o Inep, "a comparação e análise de dados internacionais permite que os países participantes identifiquem desafios e aprendam a partir de políticas públicas adotadas fora de suas fronteiras".
Diferente do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), que prioriza a avaliação dos alunos, do seu contexto e da escola, no Talis, o foco está mais centrado nos docentes. "O programa Talis é um programa de pesquisas que visa preencher lacunas de informação importantes para a comparação internacional dos sistemas de ensino", afirma estudo da Universidade Federal do Paraná liderado pela pesquisadora Rose Meri Trojan.
"Desperdício"
A pesquisa também quis saber do professor quanto tempo de aula é voltado, efetivamente, para a aprendizagem. E o número é pouco animador para o Brasil. Mesmo com uma carga de 25 horas de aulas por semana, mais de 30% do tempo desses encontros regulares é "desperdiçado" em tarefas de manutenção da ordem dentro da sala e em questões burocráticas, como o preenchimento de chamadas e outras atividades administrativas.
Só o tempo gasto para por "ordem na bagunça" dos estudantes representa 20% do tempo total da aula. Com serviços administrativos, são gastos 12%. De aula mesmo, ou seja, atividades de aprendizagem, o professor dispõe apenas de 67% do tempo. É a pior situação entre todos os países avaliados. Na média dos países pesquisados, quase 80% do tempo é voltado, exclusivamente, para a aprendizagem.
"Precisamos otimizar mais o tempo em sala de aula. O Brasil ainda tem como foco o ensino, mas é preciso se voltar para a aprendizagem. Não podemos desperdiçar tanto tempo com outras questões", afirma Ocimar Alavarse, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo ele, um dos principais fatores de dispersão do aluno é a própria defasagem que ele tem em termos de conhecimento por uma série de fatores, inclusive os socioeconômicos. "Os alunos que chegam no fundamental veem com baixa proficiência ou possuem uma diferença muito grande em relação aos demais estudantes. Isso é um dos fatores que faz com que ele não fique atento às aulas e o professor precise gastar mais tempo organizando a dispersão", fala Alavarse.
Deslocamento
Além de usar mais horas por semana ensinando, parte dos professores brasileiros ainda sofre com o desgaste em deslocamentos. Isso porque, muitos deles trabalham em mais de um estabelecimento.
"Ainda temos que enfrentar o desafio da reorganização do corpo de professores nas escolas públicas. O ideal era que ele estivesse vinculado a apenas uma escola. No entanto, é comum docentes, especialmente dos anos finais do ensino fundamental, ensinarem em mais de um estabelecimento, já que certas matérias que eles lecionam têm uma carga horária e número de turmas limitado", afirma Daniel Cara, coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
No Brasil, cerca de 40% dos mais de 2 milhões de professores da educação básica dão aulas em cinco ou mais turmas. E aproximadamente 20% deles ensinam em pelo menos dois estabelecimentos. Já em São Paulo, 26% dos professores dão aulas em duas escolas. Os dados são do Censo Escolar 2013 divulgado no início deste ano pelo MEC.

Informações do portal IG e da Tribuna da Bahia.

Uma boa notícia: Sarney não será mais candidato

Sarney ficará sem mandato. O Brasil agradece!
A nota é do blog do jornalista Fernando Rodrigues, do UOL. O Brasil deve festejar a aposentadoria, finalmente, do senador José Sarney (PMDB-AP), anunciada a aliados nesta 2ª feira (23.jun.2014). Ele não irá concorrer a mais um mandato nas eleições deste ano. Será menos um estorvo no futuro promissor deste país. Aos 84 anos, Sarney já foi também presidente da República, governador do Maranhão e deputado federal.
“Entendo que é chegada a hora de parar um pouco com esse ritmo de vida pública que consumiu quase 60 anos de minha vida e afastou-me muito do convívio familiar”, declarou Sarney, segundo nota divulgada por sua assessoria. E foram anos sem nenhuma serventia para o Brasil e para o Maranhão, um dos estados mais pobres do país. Pesaram na decisão do pemedebista a possibilidade de vir a ser derrotado nestas eleições e o estado de saúde de sua mulher, Dona Marly.
“Sarney tem acompanhado de perto as idas e vindas da esposa, Dona Marly, aos hospitais em repetidas cirurgias e lentos processos de recuperação, em casa, como ocorre atualmente. Ele confirma presença na Convenção do PMDB na próxima sexta-feira, dia 27. E diz também que irá participar das eleições deste ano, não como candidato, mas ajudando de todas as formas, ao inúmeros amigos e aliados que estarão na disputa'', informa a nota. Em entrevista ao programa Poder e Política em dezembro de 2012, Sarney já havia avisado que não concorreria a um novo mandato. “Na minha idade, não posso mais pensar em ser candidato novamente”, disse à época.
Nesta 2ª feira, Sarney acompanhou a presidente Dilma Rousseff em cerimônia de entrega de unidades do programa Minha Casa, Minha Vida em Macapá. Ao ter seu nome anunciado, Sarney foi vaiado pelo público pelo menos cinco vezes. O pemedebista aproveitou o encontro para anunciar a Dilma que desistiu de concorrer à reeleição ao Senado. Enquanto o país perde um estadista de nível de Pedro Simon, do mesmo partido, vem a compensação com a despedida de um coronel. Ainda assim, estamos perdendo.
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pela assessoria de Sarney no Amapá:

Nota à Imprensa

O senador José Sarney (PMDB-AP) manifestou-se, agora há pouco, a respeito do episódio ocorrido nesta segunda-feira (23) em Macapá, por ocasião do evento do programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, em que foi hostilizado por militantes partidários de declarada oposição a ele.
Era esperado que isso pudesse ocorrer, diz, primeiro pelo acirramento do pleito eleitoral que se avizinha, segundo, pela própria mobilização feita com esse propósito, fato este do conhecimento de todos. Sarney diz ter sido convidado pessoalmente pela amiga e aliada Dilma Rousseff, presidente do Brasil e entusiasta do programa de habitação popular iniciado ainda na gestão de Luís Inácio Lula da Silva, outro companheiro de sua estima. Sarney foi, mais uma vez, diplomático, seguiu o protocolo que o evento exigia, para prestigiar a amiga Dilma e os amapaenses beneficiados pelo programa.
Diz também ter recebido no evento – como ocorre por onde quer que vá no país e fora dele – o carinho e a consideração de brasileiros que reconhecem a importância de seu papel na condução do país à redemocratização. “Lá mesmo, na festa da presidente Dilma, muitas pessoas aplaudiram, espontaneamente, a minha presença e a ajuda que tenho dado ao Brasil e ao Estado”, acrescenta o ex-presidente.
O senador, de 84 anos, também confirmou aquilo que seus amigos mais próximos e os aliados em Macapá foram comunicados na semana passada, de que não vai disputar a reeleição para o Senado em outubro próximo. “Essa decisão já estava tomada, comuniquei isso ao meu partido na semana passada. Entendo que é chegada a hora de parar um pouco com esse ritmo de vida pública que consumiu quase 60 anos de minha vida e afastou-me muito do convívio familiar”, declarou. 
Sarney tem acompanhado de perto as idas e vindas da esposa, Dona Marly, aos hospitais em repedidas cirurgias e lentos processos de recuperação, em casa, como ocorre atualmente. 
Ele confirma presença na Convenção do PMDB na próxima sexta-feira, dia 27. E diz também que irá participar das eleições deste ano, não como candidato, mas ajudando de todas as formas, ao inúmeros amigos e aliados que estarão na disputa. Também será a ocasião para se dirigir aos correligionários e simpatizantes, bem como aos cidadãos e cidadãs de bem do Amapá, a quem nutre profunda gratidão.

Macapá-AP, 23 de junho de 2014″.

Leia aqui o artigo de Aninha Franco censurado pelo A Tarde

Aninha Franco
Um fato lamentável vem constrangendo o outrora maior jornal da Bahia: A Tarde. É que o centenário veículo de comunicação censurou artigo de Aninha Franco e a revista Muito, que circularia com o diário no dia 15 de junho, está suspensa. Aninha é excelente escritora, ativista cultural e colunista da revista Muito. Com uma visão moderna, como não poderia deixar de ser, é uma ferrenha crítica da política cultural do PT. O artigo dá um murro no estômago do governo Jaques Wagner. Para fugir do debate, o melhor é a censura. Veja o artigo na íntegra, reproduzido do portal Bahia em pauta (http://bahiaempauta.com.br/).

Não existe ódio de graça

Os petistas estão furiosos com esse “ódio” de um terço dos eleitores brasileiros ao PT, que tampouco querem o PSDB, e buscam uma terceira via. Acusam esse desejo legítimo de “direita”, mas quando falam das “mudanças” instaladas no País pelo PT, em quase 12 anos, param na diminuição da desigualdade, que não há; na diminuição da pobreza, que não resiste sem bolsa; e nas universidades que, diante do ranking da educação, foram criadas para marketing. Como eleitora desejosa da terceira via, proponho pensar na gestão do PT na Bahia via Secretaria da Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, de Secretário afastado por suspeita de assediar, sexualmente, funcionárias.
O primeiro secretariado de Jacques Wagner (2007-2010) recebeu secretários impróprios aos cargos: o de Cultura, Marcio Meirelles, que em quatro anos destruiu tudo que nunca foi capaz de criar; e o de Turismo, Domingos Leonelli, que miserabilizou os negócios da pasta em oito anos. Eles são responsáveis, acompanhados de João Henrique, pela situação de indigência cultural da Salvador contemporânea.
Mas neste mesmo secretariado de vultos nefastos, havia Marília Muricy, pensadora jurídica, a mais brilhante aluna do filósofo baiano Machado Neto (1930-1977), pronta para propor soluções à sociedade delas carente, que há pouco mais de 100 anos era legalmente escravista, e sempre foi violenta e injusta. Em maio de 2009, Muricy foi apeada do cargo e a sua secretaria desmontada para receber a equipe de Nelson Pelegrino, candidato à prefeitura de Salvador em 2012, necessitado de visibilidade que a Câmara não lhe deu. Mas deu a seu oponente. 
A partir daí, nada se sabe de significativo realizado por Pelegrino na Secretaria, até sua saída, e a entrega da pasta ao PRB, responsável pela indicação de Almiro Sena, acusado de assédio. O PRB, aliado do PT, é liderado, na Bahia, pelo ex-radialista Márcio Marinho, e realiza na área de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos ações expressivas para um presidente de associação de bairro. Pouco populoso. É só conferir no site da Câmara os projetos de Marinho, deputado federal pela Bahia, e seus discursos em datas comemorativas. Por que alguém de bom senso sentir-se-ia compelido a votar nisso? Para quê?

O Brasil perde mais um estadista!

Pedro Simon – Senador pelo PMDB do Rio Grande do Sul -  diz que deixa vida pública por 'decepção'
Gabriela Lara - Agência Estado/A Tarde 
Pedro Simon: um estadista decepcionado com a política do país
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) vai deixar a vida pública em 31 de janeiro de 2015, dia em que termina o seu quarto mandato como senador e, coincidentemente, completa 85 anos. Em entrevista exclusiva ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, em sua casa na capital gaúcha, ele reconheceu que a decisão de não concorrer novamente foi influenciada pela decepção com o caminho tomado pelo partido que ajudou a fundar.
Segundo ele, este é o pior momento vivido pelo PMDB, que ele ainda chama, na maioria das vezes, de MDB. "O mal no Brasil de hoje é esse sistema de ter 30 partidos vazios de conteúdo, votando com o governo para ganhar um cargo aqui e outro ali. E o MDB, maior partido do Brasil, ao invés de se rebelar, de ter uma palavra firme, também fica brigando por mais um ministério. O partido perdeu a consciência", afirmou, reconhecendo que, hoje, se sente isolado na legenda.
Simon, que já governou o Rio Grande do Sul e foi deputado estadual em quatro mandatos consecutivos, é um dos símbolos da ala contrária à aliança com o PT de Dilma Rousseff. Além de defender a independência do PMDB, Simon não acredita que a presidente tenha força política para fazer um bom segundo mandato. "O Lula tinha o grupinho dele, com quem discutia e debatia. Que se saiba a Dilma não tem", revelou.
Segundo Simon, hoje Eduardo Campos (PSB) seria o único capaz de governar o País sem ficar refém da política de troca-troca de cargos e favores. O senador gaúcho foi um dos articuladores da aproximação de Campos com Marina Silva, fará campanha para os dois e acredita que as divergências entre os dois acabam após o período de convenções e formação de alianças, no fim do mês. "Eles vão ter que botar panos quentes e seguir para frente. Há Eles têm condições de ir ao segundo turno, é só querer", disse.
Ele ainda diz que fez o que deveria ser feito no Senado. "Além disso, vivemos uma fase em que estou muito deslocado dentro do partido. Eu criei o MDB (antigo PMDB) e lutei a vida inteira por ele. E creio que esse é o pior momento que o MDB está vivendo. É o maior partido do Brasil e não apresenta candidato à Presidência. Houve um momento em que nós tínhamos maioria na Câmara, no Senado, nas Prefeituras, e daí fomos peça auxiliar do Fernando Henrique, peça auxiliar do Lula e agora da atual presidente. Vou ajudar no que puder. Aqui no Rio Grande do Sul, por exemplo, onde o PMDB sempre foi um partido diferente".
Quanto a decisão do PMDB confirmar o apoio do partido à reeleição da presidente Dilma Rousseff, ele diz que "o resultado ainda foi esse (favorável à aliança) porque o governo e o comando partidário agiram. Proporcionaram passagens, festas. Nunca os prefeitos foram tão convidados a ir a Brasília, e receberam uma ponte, uma estrada ou um trator. Esse resultado não representa as bases do MDB. No Rio Grande do Sul, o partido é muito contrário à participação no governo (da Dilma). O Estado aqui acompanha o que está acontecendo, tanto é que nas últimas eleições o PSDB ganhou aqui. Essa história de dizer que o comando do MDB é o (José) Sarney, o Renan (Calheiros) e o Jader (Barbalho) não tem nada que ver com o nosso partido. Eu não tenho nenhuma identidade como esse comando do MDB, assim como muita gente. Esse comando faz um troca-troca de cargos e alianças. O mal no Brasil de hoje, o que está de errado, é esse sistema de ter 30 partidos vazios de conteúdo, votando com o governo para ganhar um cargo aqui e outro ali. E o PDMB, maior partido do Brasil, ao invés de se rebelar, de ter uma palavra firme, também fica brigando por mais um ministério. O partido perdeu a consciência".