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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Políticos de Heliópolis sem aumento

Maioria decide pela permanência dos vencimentos
     Pela primeira vez na história do município de Heliópolis não houve majoração dos vencimentos dos agentes públicos. Prefeito, vice-prefeito, vereadores e secretários continuarão recebendo os mesmos vencimentos nos próximos quatro anos. Além da vereadora Ana Dalva, que havia se recusado a votar no aumento proposto, os vereadores Ronaldo Santana, Valdelício Dantas da Gama, José Clóvis Pereira e Zeic Andrade votaram contra o aumento. Mesmo sem acordo, o presidente da câmara convocou reunião extraordinária para última sexta-feira (24) e colocou as duas resoluções, a 01 e 02/2016, a primeira para aumento dos vencimentos dos vereadores e a outra para aumento dos vencimentos de prefeito e vice. Ana Dalva não participou da sessão. O placar foi 4 a 3. Votaram a favor das resoluções Doriedson Oliveira, Claudivan Alves e José Mendonça Dantas. Nem mesmo equiparar os vencimentos dos vereadores aos vencimentos do secretário foi possível. Por isso, a bancada governista votou em bloco contra as proposituras. Assim, o prefeito receberá 9 mil, vice 4,5 mil, secretários 3,5 mil e vereadores 4,5 mil.

Poço Verde já tem um imortal

Manoel Messias Rodrigues Santos: das Lajes para a ALA (foto: Gaudy Rabelo)
No dia 20 de abril de 2015, uma tragédia se abatia sobre uma família do povoado Lajes, em Poço Verde. Aos 67 anos, Pedrinho de Risoleta, como conhecido, de identidade Pedro Joaquim dos Santos, era encontrado morto. Estava com várias perfurações no corpo provocadas certamente por punhal ou faca. No último dia 20, exatamente 19 meses depois, Manoel Messias Rodrigues Santos toma posse na Academia de Letras de Aracaju - ALA. O filho de seu Pedrinho de Risoleta, do povoado Lajes, de Poço Verde, virou imortal. A vida é feita de momentos trágicos e de conquistas.
O menino Manuel foi adolescente estudar em Aracaju. Virou pedagogo. Depois fez Letras com espanhol, seguiu o mestrado em Sociologia pela Universidade Federal de Sergipe e fez especialização em psicopedagogia. A ligação dele com o magistério começou quando, em sua terra natal, ensinava catequese na igreja. Sem vocação para parar de estudar, agora é doutorando em Salvador. É professor concursado do Instituto Federal de Educação em Aracaju e já lecionou na Faculdade Pio Décimo. Se sobrar um tempinho, topa fazer palestras.
Além da tragédia enfrentada por toda sua família, Manuel Rodrigues também lutou contra todos os tipos de preconceitos, comuns aos interioranos e aos que pensam e agem de forma diferenciada. Mas o mundo trata melhor os vitoriosos. Agora Manoel virou imortal, levando um pouco de todos nós para a Academia de Letras de Aracaju. Entrou na instituição como estudioso da literatura brasileira, ocupando a 30° cadeira, que leva o nome de Emília Rosa Marsillac Fontes. Também e autor de vários trabalhos acadêmicos.
No mesmo dia, tomaram posse, além de Manuel Rodrigues, 17 outros imortais, como a cantora Amorosa, na cadeira de Araripe Coutinho, e Ireneu Fontes, na cadeira de Yara Vieira. Veja a lista completa dos novos acadêmicos, com informações da Academia de Letras de Aracaju e do portal CNNPV:   
Antonio Porfírio de Matos Neto (Genolino Amado); Sandra Maria Natividade (Amando Fontes); Pascoal D´Ávila Maynard Júnior (Gizelda Morais); Antonio Bittencourt Junior (Manoel Bomfim); Sonia Maria Azevedo Viana (Ofenísia Soares Freire); Rangel Alves da Costa (Fausto Cardoso); e Paulo Sérgio da Silva Santos (João Ribeiro); Ana Maria Leal Cardoso (Alina Paim);  Manoel Messias Rodrigues Santos (Emília Rosa de Marsillac Fontes); Joao Paulo Gama Oliveira (José Silvério Leite Fontes); Carolina Angélica Dantas Naturesa (Regina Lúcia Spinelli); Antonia Amorosa de Menezes (Araripe Coutinho); Waldefrankly Rolim de Almeida Santos (Fernando Porto); Péricles Morais de Andrade Junior (Acrísio Cruz); Danilo Sampaio (José Sampaio); Ismael Pereira de Azevedo (Epifânio Dória); e Irineu Silva Fontes Júnior (Yara Vieira).

VI - Poucas e boas

Dezenas de pais e mães compareceram ao CEJDS (foto: Landisvalth Lima)
Deferido
O Juiz da 110ª Zona eleitoral de Ribeira do Pombal indeferiu o pedido de impugnação feito pela coligação Pra Heliópolis continuar a sorrir contra a candidatura a vice-prefeito de Adilson Oliveira de Andrade, em substituição a Aroaldo Barbosa, então vice-prefeito da coligação A mudança se faz com todas as forças. Desta forma, estaria a chapa Mendonça/Adilson distante de problemas?
Multa
Além de não aceitar a impugnação, o Juiz foi muito duro com a coligação Pra Heliópolis continuar a sorrir. Disse que a impugnação é “muito mais um expediente para protelar e tentar causar tumulto ou instabilidade na chapa impugnada, quando sabidamente tinha o impugnante conhecimento da impossibilidade de acolhimento de seu pleito.” Mais adiante, o magistrado afirma na sentença que o “processo não pode servir de instrumento de perseguição ou desvio de finalidades, levando o judiciário a se deparar e movimentar sua máquina para solução de picuinhas políticas e construção de capital por quem o ajuíza.” Resultado da decisão, além do deferimento da candidatura de Adilson: multa de 2.640,00 (3 salários mínimos) e pagamento de honorários advocatícios no valor de 1.760,00.
Recurso
Mas não é bem assim que pensa o setor jurídica da coligação do prefeito Ildinho. Nesta tarde de sexta-feira (23), em peça jurídica assinada pelo advogado Vinicius Andrade Alves Nascimento, a coligação Pra Heliópolis continuar a sorrir interpôs com Recurso Ordinário contra a sentença, solicitando revisão da decisão ou remeter os autos ao Tribunal Regional Eleitoral – TRE.
Não renunciou
O dr. Vinícius sustenta a tese de que Aroaldo Barbosa deveria ter renunciado à candidatura. O fato de o juiz tê-lo impugnado não significa que ele deixou de ser candidato, já que ainda havia prazo para entrar com o devido recurso contra a decisão do Juiz. Bastava renunciar à candidatura ou ao prazo de recurso, que terminaria dia 14 de setembro, já que a sentença foi dada dia 11 do mesmo mês. Portanto, para o advogado, não houve trânsito em julgado e o cargo não estava vago.
Desincompatibilização
Mas a dor de cabeça da coligação A mudança se faz com todas as forças não termina por aí. No recurso, o advogado insiste na questão da desincompatibilização de Adilson. Ele é Oficial de Administração da Prefeitura Municipal de Heliópolis e pediu afastamento dia 1 de julho de 2016 por pretender concorrer a um mandato. Como não foi escolhido na convenção, Adilson deveria ter se apresentado ao trabalho porque teve sua desincompatibilização revogada pela portaria 036/2016. Ele não retornou e não há nenhuma legislação que regulamente casos como este. Três servidores estão nesta enrascada, além de Adilson: Adnaldo Arcanjo de Santana e Josefa Verônica Tavares Reis Andrade.
Ausência de má fé
Também a coligação contesta a existência de má fé e pede reforma da sentença, excluindo-se a condenação ao pagamento de multa e honorários advocatícios. A apenas 10 dias da eleição, a insegurança jurídica pode atrapalhar a coligação liderada pelo PCdoB. E tudo foi de graça. Poderia ser tudo isso evitado, se a teimosia e arrogância não tomassem o juízo de alguns políticos. Quem não se lembra de um prefeito que insistia na candidatura de sua esposa e tudo acabou em água? Não se colhe cereja quando se planta milho.
Outra multa
O juiz Paulo Henrique Santos Santana, da 110ª Zona Eleitoral, também foi cruel com a coligação A mudança se faz com todas as forças. Representação feita pela coligação do prefeito Ildinho pediu providências contra as propagandas ainda de 2012 que beneficiavam o atual candidato do PCdoB, vereador José Mendonça. Não deu outra: multa de 15 mil reais. Pode não doer na alma, mas no bolso é dor aguda demais.
Pais do CEJDS
Dezenas de pais, mães e responsáveis compareceram ao salão do Colégio Estadual José Dantas de Souza, obedecendo à convocação feita pela direção da escola. O objetivo era passar informes e debater problemas diversos que estão influindo na aprendizagem dos estudantes. Foram debatidos ainda assuntos relacionados à participação dos estudantes no Enem, dúvidas sobre a reformulação do ensino médio, fim do Conselho de Classe, melhorias e deficiências da escola e formas de combater o baixo rendimento escolar. Na reunião foram escolhidos 11 pais/responsáveis para contribuir com ideias que possam melhor desenvolver o Colégio Estadual José Dantas de Souza. Uma ação nota dez! 

V – Poucas e Boas

Cinco mil pessoas lotaram o calçadão da Régis Pacheco (foto:Landisvalth Lima)
5 mil almas
O comício da coligação Pra Heliópolis continuar a sorrir no último domingo (18) foi o maior já realizado por um grupo político em Heliópolis. Os mais de 2 mil metros quadrados reservado para o evento, na já antiga Praça do Forró ou Rua das Pedrinhas, caso estivesse totalmente lotado, abrigaria 8 mil pessoas. Tirando os espaços vagos na pista do lado direito e os espaços de veículos e barracas, pensar em 5 mil almas é perfeitamente aceitável. Será difícil superar esta marca. Até mesmo a coligação do prefeito Ildinho terá dificuldades em atrair mais pessoas para comícios, mas não é bom apostar. Para ver fotos deste evento, dê um clique AQUI.
Queda nas apostas
E por falar em apostas, a crise também está afetando este setor informal. Na última eleição eram incontáveis os bens emparelhados à espera dos resultados. Nesta eleição, o que há é muito fanfarrão. Chamam para apostar, mas, na hora h, caem fora. Sem falar nas desculpas esfarrapadas. Um rapaz disse que apostava 20 mil num dado candidato e, quando o dinheiro apareceu, ele disse que só apostava em gado. Quando o gado apareceu, disse que estava magro. Trouxeram então várias cabeças de vacas gordas e ele disse que só queria se fosse nelore. Tá difícil!
Campanha pobre
Apesar de ter sido uma eleição bem curta, há candidatos pedindo a Deus para a campanha encerrar. O motivo é a falta de dinheiro. Tem candidato pedindo 50 reais emprestado à mãe para botar gasolina na moto e continuar pedindo voto. A coisa está tão séria a ponto de um candidato tomar um porre alcoólico e ser carregado para casa pelos adversários. Pelo menos ali estava esquecendo um pouco os débitos e compromissos.
Vice indefinido
Até esta manhã de terça-feira (20), a situação de Adilson Oliveira, candidato a vice-prefeito na chapa da coligação A mudança se faz com todas as forças, liderada pelo vereador comunista José Mendonça Dantas, continuava indefinida pendente de julgamento. Também não há ainda a renúncia de Aroaldo Barbosa. A trama está tão enrascada que ninguém sabe se é jogada política ou burrice jurídica. O que se sabe é que a coisa tem saída, mas requer muita habilidade. O problema maior é o tempo. Se piscar, 2 de outubro já chegou. Esta indefinição é mais uma pedra no sapato do PCdoB.
Praça dos Estudantes
A candidata a vereadora Nilda Santana fez um afago na vereadora Ana Dalva ao pedir ao prefeito Ildinho que apoie a criação da Praça dos Estudantes onde hoje é o campo de futebol, ao lado do Colégio Estadual José Dantas de Souza. Como o projeto do Estádio de futebol já está em andamento, Ana Dalva quer a construção da praça no local do campo e a transformação do antigo mercado de carne num centro de arte, o que ela chama de Mercado Modelo. Quem também gostou da ideia foi o candidato a vereador Van da Barreira do Tubarão.
Riacho do limão
Alguém poderia dizer onde fica o Riacho do Limão? No programa de governo da coligação A mudança se faz com todas as forças, além de apresentar duas plataformas de infraestrutura, aparece como proposta a transposição do Riacho do Limão para o açude de Heliópolis. Este blog fez uma pesquisa e não descobriu onde fica o tal riacho. Solicitamos a ajuda dos leitores para localizarmos. Pode ser uma grande obra e deverá resolver por definitivo a nossa carência hídrica.
Político sofre...
Não há coisa mais difícil que conseguir um voto em tempos de eleição apertada. Qualquer problema pode colocar o candidato em situação ruim. Veja o caso de uma família que sempre votou em dado candidato. Um dia, o marido brigou com a mulher. O pau quebrou e não mais se entenderam. Para fazer raiva à ex, o marido construiu uma casa ao lado da dela e, ao ver que ela continuava votando no candidato de sempre, mudou de lado. Ao fazer visita ao antigo aliado, ouvi a frase: “Onde aquela zinha estiver eu não estarei”.
... e eleitor também!
Um eleitor saiu de sua casa, anda mais de três quilômetros, sobe numa carroceria de uma camionete e chacoalha até a cidade. Uma multidão se forma. Os pés já doem, a fome aperta. Escuta duas horas de discursos e promessas. Depois, o retorno após 7 ou 8 horas de jornada. No dia da eleição vota e espera a vitória. Se ela ocorrer, espera quatro anos pelo cumprimento do prometido. Isso tudo para ver uma rua calçada, uma escola melhor ou ter atendimento médico no posto de saúde mais próximo. Se foi enganado pelo político eleito, volta a fazer tudo novamente. É mais um eterno esperar. Democracia não é fácil!