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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

I - Quem mais perdeu na eleição em Heliópolis?

Nosso primeiro personagem: Mendonça
Passado o pleito eleitoral, uma pergunta insiste em permear o labirinto da nossa curiosidade: Quais os personagens que mais perderam com a vitória de Ildinho nas eleições deste ano? Segue uma análise pormenorizada das táticas malsucedidas de cada um destes personagens, não eliminando outras possíveis opiniões. Cada postagem, a partir de agora, será dedicada a um ou a um grupo de políticos. 
Mendonça – De todos foi quem mais perdeu. Tinha um mandato de vereador seguro e era o mais atuante da oposição. Embora cheio de contradições, sempre exigindo dos outros o que não fez quando estava com o poder nas mãos, era quem mais cobrava. Nos últimos meses chegou até a colocar o seu cunhado ex-prefeito na roda das críticas, mesmo de forma tímida. Além do mandato de vereador, pode ter que esperar mais alguns meses para sua aposentadoria. Até lá segue desempregado. Duvido que algum deputado comunista arranje algo nos seus gabinetes. Com a saída de Dilma, muitos comunistas e petista estão tentando vaga nos gabinetes dos deputados em vão. A fila é grande. Mendonça também perdeu, embora não vá confessar por questões de Lei Eleitoral, uma pequena fortuna. Como o Brasil é o país do faz-de-conta, os gastos reais não aparecem na sua conta eleitoral. Fontes seguras indicam que pelo menos sua fazenda está empenhada nas mãos de um grande empresário (um que sempre se preocupou com o progresso de Heliópolis!). Também poderemos questionar se Mendonça ainda terá forças para tentar mais uma vez. Não se pode duvidar de nada em política, mas que apoio financeiro o Liso só tem se garantir o Cascalho para quem o apoia. Não existe almoço de graça!

PT quebrou a Emprapa também

A Embrapa foi desmantelada pelo PT (foto: Istoé)
Em reportagem da revista ISTOÉ, assinada por Ary Figueira e com fotos de Orlando Brito, está mais que provado que o PT não se contentou em quebrar a Petrobras e a Eletrobras durante os governos Lula e Dilma. Esfacelou também a Embrapa, referência em pesquisas agropecuárias. E, pior: o partido continua administrando a estatal.
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) sempre foi considerada uma ilha de excelência técnica. Depois de mais de 13 anos sob administrações petistas, transformou-se em mais uma estatal que o PT teve a proeza de desmantelar. E essa não é a única má notícia para os que zelam pela aplicação correta dos recursos públicos. A ascensão de Michel Temer à Presidência não impediu que os petistas permanecessem até hoje no comando dos postos-chave da estatal. Ou seja, o horizonte é ainda mais nebuloso. Documentos obtidos por ISTOÉ retratam um cenário caótico. Desde dívidas tributárias milionárias, devido a uma péssima administração, a denúncias graves por desvios de recursos. A unidade da Embrapa em Brasília, por exemplo, até hoje paga parcelas de uma multa milionária por descumprir a legislação tributária. Uma auditoria interna do órgão também apontou que o dinheiro obtido com a venda das safras de milho cultivadas anualmente simplesmente tem desaparecido. O desfalque pode chegar a quase R$ 6 milhões.
O aparelhamento do PT na Embrapa começou no governo Lula, foi ainda mais acentuado com Dilma Rousseff e resiste até hoje, mesmo com a gestão do novo ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP). O presidente da estatal Maurício Antônio Lopes foi nomeado a pedido da própria Dilma. Já sua subordinada, Vânia Beatriz Castiglioni, diretora de Administração e Finanças, não esconde de nenhum funcionário que é filiada ao PT e afilhada política da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Vânia é personagem principal em uma dessas irregularidades na gestão da Embrapa. Uma de suas decisões grosseiras custou aos cofres da empresa pública R$ 20 milhões referentes à multa por não recolhimento de tributos à Receita Federal. A dívida, originalmente, foi estipulada em R$ 40 milhões, mas a assessoria jurídica da Embrapa conseguiu reduzir para R$ 23 milhões. O montante foi parcelado em 60 vezes e, até agora, foram pagas cerca de 20 parcelas. Porém, por desleixo com os recursos públicos, as parcelas são sempre pagas com atraso e, por isso, corrigidos com juros altíssimos. Conforme está descrito no Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) de 22 de agosto de 2016 a dívida principal era de R$ 399 mil. Mas, devido ao atraso, passou para R$ 873 mil, mais que o dobro. Procurada para explicar o motivo da multa, a Receita Federal explicou que “devido ao sigilo fiscal, não comentaria o caso de contribuintes específicos”.
A revista semanal ainda revela que num episódio anterior, Vânia chegou a ser investigada pela Controladoria-Geral da União por supostas irregularidades na criação da Embrapa Internacional, nos Estados Unidos, que acabou interrompida pelo Ministério da Agricultura. A iniciativa foi feita sem ser submetida ao conselho de administração da estatal. No relatório, a CGU lança suspeita sobre uma empresa que financiou o projeto, a Odebrecht na Venezuela, que bancava as ações da Embrapa no país vizinho. O negócio teve apoio dos ex-presidentes Lula e Hugo Chávez. A CGU apontou a iniciativa como irregular.
Mesmo quando não aparece sua digital nas irregularidades, Vânia acaba pagando por omissão. Um parecer da assessoria jurídica da Embrapa obtido por ISTOÉ culpou a diretora por não acompanhar a sindicância que detectou desvio de recursos da venda de safras de milho cultivada em 70 hectares da Embrapa Hortaliças, situada na cidade do Gama. Além de desaparecer com o dinheiro, o chefe-geral da unidade, Jairo Vidal Vieira, este ligado ao grupo do ex-ministro Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete de Lula, também não revelava o montante arrecadado por ano com a venda do alimento. Servidores do setor contaram que cada hectare produz 150 sacas. Cada uma é vendida a R$ 50. Sob essa conta, o total vendido por ano seria de R$ 525 mil. A prática delituosa ocorre desde 2006, quando Lula era presidente. 
Como se não bastassem esses prejuízos, a administração do departamento de hortaliças da Embrapa ainda queimou em uma fogueira, durante três dias, peças do mobiliário antigo que iria para leilão, como mesas, cadeiras e bancadas de laboratórios. A ordem era limpar o galpão para receber a ilustre visita da senadora Kátia Abreu,à época ministra da Agricultura. A PF investiga o caso – mais um exemplar, entre tantos, da delituosa gestão petista.