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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

IV – Quem mais perdeu na eleição em Heliópolis?

Nos últimos três artigos escritos sobre os vencedores e vencidos nas eleições municipais deste ano em Heliópolis, concentrei o tema nos políticos da oposição. Agora, chegou a vez de falar dos que perderam, mesmo vencendo. São muitos os que não tiveram a oportunidade de alcançar determinada meta, mesmo tendo as facilidades de um grupo e do fato de estar no poder. Nossos personagens aqui selecionados não devem levar minha análise como uma verdade única. Há outras verdades que nem sempre podem ser ditas, mas espero que seja o que direi um parâmetro para aqueles que querem continuar a trilhar o caminho do processo democrático.
Zé do Sertão
Zé do Sertão
É, sem dúvida, o principal derrotado desta eleição. Os motivos já foram aqui debatidos neste blogue em vários artigos. Vai nosso futuro vice-prefeito honrar a galeria dos vices que romperam com os prefeitos ou foram abandonados por eles. O caso de Zé não é abandono, é pura ingratidão do ex-prefeito. E não estamos falando do direito dele de preitear a vice, que, mesmo diante de sua história política bonita, lá no início de sua luta, já não merecia mais nada na política de Heliópolis. Abandonou seu povo e chegou ao ponto de achar que as pessoas tinham obrigação de votar nele. Se merecimento vencesse política, Ulisses Guimarães teria sido nosso presidente da República.
Jane de Zé do Sertão
Jane de Zé do Sertão
O principal erro de Zé do Sertão foi colocar sua filha na jaula com os leões e ensiná-la a bater num lado específico: exatamente em Ildinho. Quem tem um aliado destes não precisa dos pardais como adversários. E isso tudo com a esposa como Chefe de Gabinete, a filha como Diretora de Cultura e mais outros cargos. Foi uma chantagem atrás da outra. A ideia era fazer Ildinho pensar que perderia sem Zé do Sertão. Para garantir eficiência, levou Zé Clóvis e Valdelício juntos. E tudo isso deixou a filha numa situação difícil. Vai demorar muito para esquecerem um fato concreto: os maiores adversários de Ildinho nesta eleição de 2016 foram Zé do Sertão e Jane, sua filha. O resultado provou que Zé do Sertão ainda pode piorar sua situação porque ele ainda não desistiu de atormentar Ildinho. Ganhou o cargo, perdeu a confiança do prefeito, mas ainda quer sua cadeira. E Jane? Bem, acho difícil que ela mude sua personalidade. Entretanto, ainda é muito jovem. Pode acordar! Mas, continuando nessa linha, nem mesmo se vier um dia a assumir uma cadeira nestes quatro anos, melhorará sua situação política.
Professor Kelton
Professor Kelton
Professor Kelton é um personagem que contribuiu bastante para a consolidação de conquistas do professorado municipal. Tem experiência como sindicalista e como secretário de educação, que foi por duas vezes. De todos os ligados a Ildinho, foi o mais flexível em cargos de alto escalão. Diria, de forma mais clara, foi o secretário que deu maior espaço aos servidores ligados ao grupo político da oposição. Também foi o candidato a vereador que mais apoio recebeu. Todos nós contávamos com uma boa votação dele, o que não aconteceu. Foram apenas 285 votos. E não foram os votos do professor Igor que impediram uma votação mais expressiva. Ainda não é possível saber de fato o que ocorreu, mas é possível dizer que ele já é, depois de algumas tentativas, um ex-futuro vereador.
Sabiá da Viuveira
Sabiá da Viuveira
Raimundo Sabiá recebeu uma mensagem de sua comunidade: não se candidate mais. Teve apenas 233, muito menos que na última eleição. É uma pena porque a Viuveira já está merecendo um vereador. Dizem que seu trabalho político foi bem menor este ano, mesmo estando à frente da secretaria de obras do município. Outros afirmam que seus votos foram migrados para Manuel do Tijuco. Certo é que ninguém aguenta ser por vezes primeiro suplente da Câmara e, agora, não chegar em nenhuma suplência. É fim da carreira política de Sabiá?
Nilda Santana
Nilda Santana

Não pode aqui ser considerada como uma derrotada. Foi, efetivamente, sua primeira candidatura. Ela foi para a luta. O que faltou foi estratégia adequada ao município de Heliópolis. Se continuar, tem muito a ganhar ainda, mas precisa entender como funciona a química daqui. O segredo é a persistência. Veja quanto tempo Manoel apanhou? Chegando lá, só sai se fizer besteira, mas muita besteira mesmo. E mesmo assim, não sei. Há vereadores de ambos os lados que já fizeram um monte de besteira e, mesmo assim, foram reeleitos. Isto é muito relativo.

X – Poucas & Boas

Quem está enganando quem na Câmara de Vereadores de Heliópolis?
Aprovadas
As contas de campanha dos candidatos começam a aparecer com os seus respectivos pareceres. Já foram publicadas como aprovadas as contas do prefeito Ildinho, das vereadoras Ana Dalva e Maria da Conceição (Maria de Renilson) e dos vereadores Ronaldo Santana e José Clóvis, todas sem ressalvas.
Outras contas
O que parece não andar bem é a coligação A mudança se faz com todas as forças. Acontece que alguém entrou questionando uma candidata com zero de voto. Já é a segunda vez que ela concorre só para completar o quadro feminino da coligação. Além da ausência de voto, o Ministério Público Eleitoral quer saber também as contas zeradas de candidato. Agora, candidata com conta zerada e sem voto é argumento fatal para anulação de toda a chapa de vereadores. Há quem duvide que isso venha a acontecer, mas eu me lembro de um tempo em que se imaginava impossível um ministro ou deputado, ou até mesmo senador, ir para a cadeia no Brasil. O que o Ministério Público quer é acabar com as falsas candidaturas. Quem colocou mulher, irmã, cunhada e a gata da casa para falsear uma realidade que se cuide!
Quem está usando quem? – I
Fica impossível dizer quem está sendo usado nesta história. Explico: o vereador Valdelício virou frequentador da casa de Zé do Sertão, mesmo depois de quase perder a eleição por causa dos problemas arranjados pelo ex-prefeito. O que não se entende nesta história é que a candidatura de Valdé a presidente da Câmara atende a interesses do vereador ou do futuro vice-prefeito? Será que Valdelício não está se valorizando para mais adiante abrir mão em nome de algo melhor? Teria mesmo o decano vereador saúde, disposição e paciência para dois anos de uma administração cheia de senões?
Quem está usando quem? – II
Cabe também trazer à tona uma informação prestada por um professor de alto cargo da prefeitura, que pediu para omitir o nome. Ele jura, e diz até ter uma foto, de um eleitor do vereador Valdelício sendo transportado para determinada cidade no carro da Câmara de vereadores. Como se sabe que Giomar Evangelista é incapaz de uma cortesia, e que o motorista do veículo é de inteira confiança dele, cabe perguntar: foi favor ou foi traição? Mais uma pergunta que não quer se calar: Giomar estaria jogando com Valdelício a possibilidade de se reeleger como presidente da Câmara ou Valdelício está usando Giomar para chegar lá?
Por força da Lei
E, finalmente, os professores do município de Poço Verde-Se tiveram seus salários pagos, referentes ao mês de outubro. As verbas da prefeitura estão bloqueadas para regularizar a situação dos funcionários. Se até o dia 5 de dezembro forem pagos os salários de novembro, tudo indica que o ano se encerrará sem muitos danos. Mas isso só foi possível graças à interferência da Justiça. Dependesse da vontade do atual prefeito, nada voltaria a ser como antes. Tiago Dória é ainda prefeito, mas com limitações consideráveis. Chega a ser constrangedor ver um jovem político encerrar uma administração de forma tão lastimável.
Próximo do fim
Parece que a novela da falta de pagamento dos subsídios da vereadora Ana Dalva, quando esta assumiu a secretaria de saúde, está chegando ao fim. O que Giomar Evangelista menos quer é uma decisão antes da passagem do cargo a outro. Mas há informações confiáveis de que tudo está apenas aguardando a martelada do Juiz. Sabe-se que seria inconveniente deixar uma bronca desta para outra pessoa pagar. Vamos aguardar.
Decisão
Uma música passou por meu ouvido e disse que sábado será dada a largada para a questão da presidência da Câmara de Vereadores de Heliópolis. A vereadora Ana Dalva é a preferida do público e da maioria do grupo de apoio ao prefeito Ildinho, mas Valdelício corre por fora. A decisão começará sábado pela noite, numa das mesas da festa do Conselho de Classe do Colégio Estadual José Dantas de Souza, e terminará em algum lugar no domingo. Quem não quiser participar vai inventar uma doença ou dar socorro a algum suposto paciente.

Elize Matsunaga não quis ver marido esquartejado

Elize Matsunaga
(foto:Nelson Antoine/Framephoto/Estadão Conteúdo)
A assassina de Marcos Kitano pede para sair ao ver imagens do corpo do ex-marido em júri. Além da saída dela do plenário, uma jurada passou mal ao ver as imagens e foi advertida pelo juiz Adilson Paukoski Simoni.
O júri de Elize Matsunaga, acusada de matar e esquartejar o ex-marido em 2012, foi interrompido por alguns minutos na manhã desta terça-feira após imagens de partes do corpo da vítima, o empresário Marcos Kitano Matsunaga, herdeiro da Yoki, serem exibidas no plenário. Uma jurada passou mal e foi advertida pelo juiz. Elize começou a chorar e pediu para ser retirada do local.
No segundo dia de julgamento, é ouvido no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, o delegado Mauro Gomes Dias, testemunha comum do Ministério Público Estadual (MPE) e da defesa. Ele presidiu o inquérito do caso, investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Foi ao delegado que Elize confessou ter assassinado e depois retalhado do corpo de Marcos. A confissão foi filmada. O crime aconteceu na noite do dia 19 de maio de 2012, um sábado. “Ela conseguiu enganar a família inteira”, disse.
Uma jurada, que tem diabete, sentiu-se mal durante a exibição de partes do corpo de Marcos e foi advertida pelo juiz Adilson Paukoski Simoni. “Eu falei com a senhora antes, se conseguia participar do júri que trata de esquartejamento”, disse. Depois, Elize começou a chorar e, por meio dos advogados, pediu para sair da sala.
Elize havia acabado de voltar de uma viagem ao Paraná quando cometeu o crime. Marcos foi buscar a esposa, a filha do casal e uma babá no aeroporto e depois todos foram para o apartamento onde moravam. Há duas versões para o que aconteceu na sequência.
À época, Elize narrou que Marcos desceu para buscar uma pizza. Na volta, ela teria contado que contratou um detetive para filmar uma traição do marido e os dois teriam iniciado uma discussão. A ré contou que foi agredida com um tapa e alvo de xingamentos.
Ela teria tentado fugir do marido e alcançado a arma, uma pistola calibre 380 que havia recebido de presente de Marcos. “Você não tem coragem de atirar”, teria dito a vítima, antes de ser alvejada no lado esquerdo do crânio. O delegado, no entanto, não acredita nessa versão.
“Quando chegou com a pizza, a vítima não teve tempo nem de dizer ‘ai'”, afirmou Gomes Dias. Segundo demonstração do policial, o disparo foi feito à curta distância, de cima para baixo. Elize também já estaria com a arma engatilhada. Para a promotoria, um indício de crime premeditado. “Ele não teve chance de se defender”, disse o delegado. “Na época dos fatos, ela estava carregada de ódio”, acrescentou.
Gravações de câmeras de segurança mostram as quatro pessoas chegando ao apartamento. Depois, Marcos desce sozinho e, demonstrando irritação, chuta a porta do elevador. As imagens seguintes mostram Elize saindo do prédio com três malas, onde estava o corpo do marido, e voltando sem elas.
Os laudos médicos apontam que Marcos começou a ser degolado quando ainda estava vivo, segundo o policial. Já as partes do corpo foram jogadas à beira de uma estrada em Cotia, na Grande São Paulo. “Os animais se alimentam da carne. Era uma forma de sumir com o corpo”, disse.
Quebra do sigilo telefônico da ré mostrou que Elize esteve no local em que as partes do corpo do marido foram achadas. Após o crime, ela também trocou o cano da arma e jogou a cápsula da bala no vaso sanitário. “Ela eliminou as possibilidades de perícia. Tinha conhecimento de tiro”, disse.
Em depoimento, o delegado também contou que o reverendo Renè Henrique Gotz Licht, que era próximo ao casal, notou o comportamento estranho de Elize antes do crime. “Ele já havia alertado Marcos a quebrar a chave dentro do cofre onde guardavam as armas”, afirmou Gomes Dias. “Marcos, ela pode te matar”, teria dito.
Então casado e com uma filha, Marcos conheceu Elize por meio de um site de acompanhantes. Saíram juntos, trocaram telefone, viraram amantes. Marcos se separou. A cerimônia de casamento dos dois foi feita por Licht. Depois, o empresário começou a sair com outra mulher, do mesmo site de Elize. “Ela provou do próprio veneno”, disse o delegado.

(Por: Veja e Estadão)