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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

O débil, o mentecapto, o ególatra, o desvairado e o farsante

Claudivan, Mendonça, Giomar, Zé do Sertão e Valdelício (foto/montagem: Landisvalth Lima)
Os cinco personagens do artigo de hoje não honraram o apoio recebido do povo de Heliópolis, ao longo de suas vidas públicas. Pelo menos foi isso que demonstraram no último domingo ao promoverem o maior fiasco político da história do município. Até aqui, não se sabe o que motivou tal comportamento. Cheguei a pensar em vingança, mágoa, desejo de poder, traição velada, exibicionismo e outras desgraças, sem chegar a nenhuma delas. Acho que foi a mistura de tudo isso, e mais um pouco. Vamos tentar explicar o que aconteceu com cada um deles.
Claudivan Alves
O vereador comunista Claudivan Alves perdeu a talvez última oportunidade de assumir a presidência da Câmara Municipal de Heliópolis. Sabendo que o esquema já estava fechado em torno de Valdelício, a vereadora Ana Dalva tentou lançar o nome de Claudivan para presidir o parlamento municipal e ele não aceitou, mesmo sendo colocado de lado nas tramoias patrocinadas por Zé do Sertão, Valdelício, Giomar e Gama Neves. Na sexta-feira (30), na casa de Beto Fonseca, Ildinho e os vereadores da situação decidiram não votar em Giomar Evangelista ou Valdelício. Qualquer outro nome era passível de conversa, mas a preferência recaía sobre Claudivan Alves. Não aceitou. Deu como desculpa o problema de saúde vivido por sua genitora. Na verdade, Claudivan é um débil, um fraco, aquele sem energia, sem força, sem vigor ou saúde política. Frágil, covarde, de pouca resistência, sua expressiva votação não conseguiu fazê-lo desenvolto. Passa e ideia que é quase desprovido de inteligência e não tem convicção de caráter. Viverá o resto de sua vida política como prestador de serviços ao povo. Está mais para o serviço social que para a política.
José Mendonça
O ex-vereador José Mendonça fez certo ao tomar a frente e ser o candidato da oposição. Foi uma atitude, se não imediatista, inteligente e de frutos num futuro bem próximo. Só que o futuro virou ex. Se tivesse a Inteligência de perceber o perigo nas relações entre Zé do Sertão, Giomar e Gama Neves, notadamente no projeto de eleição de Valdelício para presidir o parlamento, manteria seu nome como o grande opositor de Ildinho, e com ajuda do prefeito. Era só convencer Claudivan a ser o presidente da Câmara. Ana Dalva chegou a visitá-lo com a proposta. Fabinho do bar e Ronaldo também. Ficou de dar a resposta no domingo às 8 da manhã. A resposta não veio e Mendonça agiu como um mentecapto. Não utilizou a razão e sua mente se desorganizou, movida ainda pela dor da derrota nas últimas eleições. Ficou sem juízo, maluco e usou o fígado no lugar do cérebro. Isso afetou a sua capacidade intelectual, gerando falta de inteligência. Agiu como um tolo, um idiota. Perdeu o lugar de maior opositor do prefeito. Restará para ele apenas um lugar de candidato a vereador na próxima eleição e lutará por Gama Neves ou Giomar Evangelista.
Giomar Evangelista
O ególatra é aquele que se coloca no centro de tudo. Ele não vê o todo a não ser pela ótica do seu eu. Sofre de egolatria a pessoa que é excessivamente egocêntrica, que idolatra o próprio eu. Giomar Evangelista é um indivíduo que sofre desta doença. É um egômano, um egocêntrico excessivo. Ele gosta de falar bem dele e ainda pergunta ao outro o que achou do que ele disse sobre ele mesmo. Ai do pobre que discordar! Como Zé do Sertão sofre da mesma doença, imaginem os dois num mesmo ambiente? O ruim do ególatra é que ele pensa que está convencendo todo mundo e que ele é o mais inteligente e mais bem preparado para os desafios. Giomar foi capaz de tentar desestabilizar a candidatura de Mendonça e depois rasgar elogios para não perder votos. Agora deu o golpe fatal em Mendonça. E não pensem que ele morre de amores por Zé do Sertão, Gama Neves ou Valdelício. Estes são apenas copos descartáveis. Giomar quer ser o próximo candidato da oposição e vai conseguindo até aqui.
Zé do Sertão
Além da egolatria, Zé do Sertão sofre de uma doença chamada desvario. Apesar de passar a ideia de que é um grande político, na verdade nunca passou de um grande sortudo e não soube aproveitar a inteligência quando a sorte lhe faltou. Entrou em desatino e passou a agir de forma desregrada no modo de proceder. Colocou na cabeça uma ideia fixa e não foge dela de maneira alguma. Chega a ser algo próximo da loucura, da falta de sanidade e de juízo. Ao insistir discursar num momento tenso daqueles, cometeu excessos, inclusive achando que convence mais alguém em Heliópolis com aqueles discursos longos, sem nexos, sem sentido e amplamente repetitivos. Zé do Sertão se mostra com comportamento exagerado, esbanjador e sem sensatez. Ele sonha não só com a filha no parlamento, mas com a volta do seu prestígio. Daí a inquietação, a falta de calma, a construção de uma fantasia quase impossível, a imaginação delirante, teimosa e incontrolável. Zé do Sertão ainda não percebeu que sua carreira política acabou e que Valdelício, Giomar e Gama Neves apenas o usaram nesta história toda. A última coisa que eles pensam é apoiá-lo a alguma coisa.
Valdelício Gama 
No teatro, o farsante é aquele que faz rir com suas representações, gracejos e piadas. Na política e na vida, é a pessoa que não procede com seriedade. É o fingido, o dissimulado, o falso, o aleivoso, o desleal. Ele age de forma sempre incorreta e a coisa mais difícil é saber o que ele quer além do dinheiro. Esta talvez seja a definição mais próxima do vereador Valdelício Dantas da Gama. Não se pode aqui analisá-lo como cidadão ou pai de família. A questão aqui é o seu comportamento político. Na sua história de vida, é difícil encontrar uma época em que ele foi fiel a um ou outro grupo político. Sempre caminhou para o governo. Desta vez foi o contrário e ninguém ainda entende o porquê. Seria para, no controle da câmara, cobrar um pedágio maior? Talvez. Alguns chegam a comparar com a eleição de Ana Dalva em 2013. Um absurdo sem precedentes. Ana Dalva jamais traiu seu grupo. Aceitou os votos da oposição sem romper com Ildinho e foi eleita por unanimidade. Ela lutou para ser valorizada no seu próprio grupo, o que de fato ocorreu. Não envolveu dinheiro, barganha ou chantagem. Agora, Valdelício fez tudo errado e ainda se armou com os maiores inimigos políticos do prefeito. Malandro demais se atrapalha. É osso! 
                                       Landisvalth Lima

Zé do Sertão, Valdelício e Giomar vaiados na posse dos eleitos em Heliópolis

Ildinho, entre Zé do Sertão e Valdelício, vendo os votos que configuraram a traição
(foto: Landisvalth Lima)
Uma palavra só poderia resumir o que ocorreu neste primeiro dia deste já real 2017: indignação. Depois de uma manhã tranquila, serena e nublada, o povo e os políticos foram para a Igreja da Matriz do Sagrado Coração de Jesus, em Heliópolis, para uma Missa em Ação de Graças. Bem como disse o padre João Maranduba, “para agradecer o que alcançamos e o que desejamos alcançar.” Lá estavam Ildefonso Andrade Fonseca, o prefeito eleito; Ana Dalva Batista Reis, Ronaldo Santana, José Clóvis Pereira e Maria da Conceição Andrade, os vereadores, e seus familiares. Faltaram o vice-prefeito eleito, José Emídio Tavares, e o vereador Valdelício Dantas da Gama. Estava ali configurado que a oposição engordou. Também, nenhum dos vereadores eleitos de fato pela oposição marcaram presença.
Apesar da indignação da ausência da oposição e dos novos membros que aderiram a ela, o evento não foi triste. Uma banda musimarcial desfilou pelas ruas da cidade, guiadas pelo prefeito e pela primeira dama Santaninha. A Missa começou por volta das 10 horas da manhã e foi bastante organizada. O padre João pediu que o prefeito governasse para todos e que a igreja não tinha partido. Aquela missa era para agradecer as graças alcançadas de todos. Findada a parte litúrgica, as autoridades e o povo seguiram para a Câmara Municipal de Heliópolis. Lá, uma multidão aguardava a posse dos eleitos.
Após orientação aos eleitos sobre a documentação a ser providenciada, percebemos a ausência do advogado dr. Gabriel Fontes. Informações indicavam que já havia um acordo para ser o advogado da Câmara Municipal o advogado do vice-prefeito eleito. Iniciaram-se os trabalhos. O presidente que saía passava o comando para o vereador mais idoso, justamente o Valdelício Dantas da Gama que, até o dia anterior, fazia parte do grupo do prefeito eleito. Tudo isso após formar toda a mesa com os eleitos. Depois o vereador mais idoso devolveu a bola para o ex-presidente da casa, nomeando-o para secretariar os trabalhos. Esse jogo já começava a impacientar o público que, vez ou outra, soltava uma vaia, um apupo e até gritos de “ladrão”, direcionados ao vice-prefeito eleito. A história do rompimento com o prefeito já não era mais segredo.
Depois dos juramentos, leitura de declaração de bens e posse, foi a vez da eleição para os membros da mesa. Como adiantou este blogue, a chapa nº 01 tinha como candidato a presidente Valdelício Dantas da Gama – Vice-presidente, Giomar Evangelista dos Santos – 1º Secretário, Manoel do Tijuco e, como 2º secretário, Doriedson Oliveira. A chapa nº 02 já havia sido inscrita e trazia como presidente, José Clóvis Pereira – vice-presidente, Maria da Conceição – 1ª secretária, Ana Dalva Batista Reis e, 2º secretário, Ronaldo Santana. Durante todo o processo, a indignação do público aumentava. Gritos, palavras de ordem, xingamentos, vaias, dirigidas sempre a Zé do Sertão, Valdelício ou Giomar Evangelista. Ildinho foi aplaudidíssimo. Ana Dalva, Ronaldo, José Clóvis e Maria de Renilson igualmente. O público já havia tomado partido e a sessão solene ameaçava caminhar para o descambado, embora Giomar tentasse em vão silenciar a plateia.
Começa então o processo de votação, logo após a assinatura das cédulas eleitorais. Um a um seguem para o voto direto e secreto. Ao final, é feita a contagem e os números refletem o que todos já esperavam: Chapa 01- 5 votos, Chapa 02- 4 votos. Os novos administradores da Câmara Municipal de Heliópolis tomaram posse para os próximos dois anos, claro, debaixo de uma sonorosa vaia. Já no cargo, Valdelício Dantas da Gama dá posse ao vice-prefeito Zé do Sertão. Ninguém ouviu seu juramento. Nunca se viu uma quantidade tão grande de palavrões direcionados a um político na história de Heliópolis. A gritaria foi espetacular. Embora a mesa tentasse conter os ânimos, a ação foi inútil. Quando foi a vez do prefeito Ildinho, houve também muita zoada, mas eram aplausos, gritos de “Ildinho, Ildinho!”, um dos poucos momentos alegres da solenidade de posse dos eleitos.
O momento infeliz ao extremo foi quando foi dada a palavra a Zé do Sertão. Mais vaias, mais gritos ofensivos. Um verdadeiro tumulto. Teimoso, o vice-prefeito continuou falando, mas era uma disputa insana. A plateia sempre foi mais forte. Para aumentar a desgraça, Giomar Evangelista ameaçava tomar providências e chamar a polícia. Mas não adiantava, o povo estava irritado com a traição de Zé do Sertão ao grupo fundado por ele próprio. Para evitar um problema maior, já que o presidente não tomava uma atitude, o prefeito empossado e os vereadores governistas se retiraram do Plenário e convocaram a todos para deixarem a Câmara Municipal. 
Com o Plenário vazio, Valdelício tentou justificar sua atitude de mudar de lado mais uma vez, rotina na sua atuação ao longo dos oito mandatos. Giomar Evangelista, como sempre, enalteceu suas supostas virtudes, já com a presença ostensiva da Polícia Militar. Após o encerramento, os governistas voltaram para assinar o Termo de Posse quando tudo parecia caminhar para a normalidade. No dia em que Ildinho perdeu a maioria na Câmara Municipal e rompeu definitivamente qualquer possibilidade de reaproximação com seu vice, numa atitude inteligente, esvaziou o ambiente do Poder Legislativo e evitou uma tragédia anunciada desde o início da sessão.
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