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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Heliópolis na TV Bahia e a farsa de Zé da Cobra

A polêmica em torno dos três rapazes que foram desmascarados em Heliópolis por policiais militares está longe de ter fim. Nesta terça-feira, a TV Bahia, afiliada da Rede Globo, tratou do assunto, mostrando vídeo postado no blog do Rodrigo Ferraz. A reportagem exibida no programa Bahia Meio Dia detalhou a ação dos infelizes e o posterior desbaratamento dos policias militares. Ao final, questionou a ação dos policiais afirmando que os mesmos haviam cometido erros por punir os meliantes. Disse a reportagem que a punição deve ser imposta por um juiz. O vídeo aqui postado é uma colaboração do José Macedo Sousa.
Embora tenha razão o que disse a TV Bahia, ficou no ar a ideia de que os meliantes foram os injustiçados da história. Numa região onde a Justiça trabalha a passos de cágados e uma sentença demora anos para acontecer, muitos moradores aplaudiram os policiais. É raro conversar com algum morador de Heliópolis que não parabenize a ação da Polícia Militar. O povo está indignado por ter sido o seu bom coração traído pelos seus próprios irmãos. “Se eles tivessem dito que estavam desempregados e precisando, nós colaborávamos do mesmo jeito. Não precisava mentir!”, afirmou uma moradora.
O Landisvalth Blog então procurou saber que eram os rapazes envolvidos na tramoia. Descobrimos que dois são da família de um morador no povoado Tabuleirinho, em Poço Verde-Se. É o conhecido Zé da Cobra, que ganhou a alcunha por criar uma cobra em casa. Ele morava no povoado São José, também em Poço Verde, e saiu de lá exatamente por praticar a mesma farsa. Zé da Cobra tem um irmão realmente doente, necessitando de uma cirurgia, e saia por aí pedindo ajuda para realizar o procedimento. Só que nunca fez nada. Descobriu, na verdade, um meio fácil de vida e faz isso até hoje. Dos três garotos, um é filho dele e outro é neto. Eles tentaram realizar uma farsa mais eficiente e se deram mal. 
Conversando com moradores do povoado, confirmaram a história e estão revoltados com a má fama que agora vai ganhar a localidade. Um estudante que pediu para não ser identificado chegou até a dizer que quem chegasse na casa de Zé da Cobra não diria que se trata de um miserável. “Eles se aproveitam da bondade do povo e todo o alimento arrecadado é vendido. Saiu do São José para manchar a nossa comunidade.”, afirmou. Zé da Cobra vem praticando falsa mendicância há muito tempo nas cidades e povoados da Bahia e Sergipe. Sabendo disso, vai ficar difícil o povo de Heliópolis condenar a ação dos policiais.

Um Vecinho Só completa 6 anos

Um Vecinho Só precisa do poder público (foto: Landisvalth Lima)
A sexta edição de Um Vecinho Só foi realizada neste último sábado (27) no Clube Caiçara, em Heliópolis – Bahia. O evento é uma tentativa de fazer ecoar a obra musical de Helvécio Pereira Santana, morto em 03 de janeiro de 2011, aos 62 anos. Houve uma visível queda na estrutura deste sexto ano, mas a animação foi a de sempre. Marcaram presença Zé Costa, Tatu Lemos, Silvano Pereira, Giló, Fernando Curisco, Paulinho Jequié, Maviael Melo, Vando Reis e muitos outros.
O que preocupou no encontro deste ano é que se não houver urgentemente uma consolidação do evento, transformando-o em agenda cultural do município de Heliópolis, logo logo será esquecido. Paulinho Jequié se queixa de ter que sair mendigando patrocínio de pessoas, empresas e órgãos públicos.
Vale dizer que, embora o evento tenha sido realizado em Heliópolis, não teve um centavo da Prefeitura Municipal. O motivo? O de sempre: política. A família de Helvécio não apoiou o prefeito eleito, que havia patrocinado em anos anteriores. Isso não pode ser uma justificativa. Helvécio Santana é patrimônio do município e uma briga política provinciana não pode impedir a realização do evento.
A vereadora Ana Dalva já tem até um esboço do projeto para tornar Um Vecinho Só parte integrante do calendário cultura de Heliópolis, mas esbarra na questão de vereador não poder apresentar projeto que represente aumento de despesa pública. O ideal seria que o próprio executivo tomasse a iniciativa, mas a questão política jogou tudo por terra. Uma ideia presente no projeto da vareadora Ana Dalva é a edição de um CD com as músicas de Vecinho, cantadas por ele e por convidados.
Para ver mais votos do evento, dê um clique AQUI.